Santuário do Bom Jesus do Monte
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Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Nogueiró e Tenões |
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Monte Santo, de influência direta dos santuários da Europa central e italianos, constituído por enorme escadaria, subindo em ziguezague, ligando várias ermidas de planta centralizada, construídas em épocas distintas, onde se integram os vários passos da Via Sacra, compostos por figuras de vulto, algumas de caráter popular, pontilhada de fontes com símbolos astrais e alegóricos e por terreiros onde se integram várias ermidas, estatuária e fontes. No topo, surge a igreja neoclássica, de planta em cruz latina, composta por nave de cinco tramos, marcados interior e exteriormente, transepto, capela-mor e anexos laterais, com coberturas interiores em falsas abóbadas de lunetas, intensamente iluminada por duas ordens de janelas retilíneas e por torre lanterna em forma de cúpula. Fachada principal do tipo fachada harmónica, com corpo central rematado em frontão triangular e de dois registos tripartidos, com duas ordens arquitetónicas distintas, toscana no inferior e jónica no superior. Torres sineiras de vários registos com coberturas em coruchéus bolbosos. Interior possui galilé, sobre a qual se desenvolve coro-alto, capelas laterais pouco profundas e contendo retábulos de talha neoclássica, púlpitos confrontantes com acesso pelos corredores laterais e, na capela-mor, retábulo cenográfico com a Crucificação, também neoclássico, com a composição de uma Crucificação e as várias personagens que a compõem, envolvidos por estrutura de talha convexa, sustentando anjos e enorme baldaquino, com claras influências barrocas. Destaca-se a galilé, muito profunda, para permitir albergar os vários peregrinos, e os corredores de circulação laterais, que terminam em capelas, dedicadas ao Crucificado. O Santuário teve uma grande repercussão em Portugal e no Brasil, influenciando muitos outros, sobretudo quanto à inserção paisagística, no topo de um monte, em cuja vertente evolui, num claro cenário barroquizante. Apesar do escadório ter sido construído em etapas sucessivas, o conjunto resulta harmonioso, optando-se pelo mesmo tipo de planimetria nas capelas da Via Sacra, só divergindo no aspeto decorativo, algumas com gramática rococó, sobretudo as existentes no terreiro superior à igreja. Ao longo do escadório, os elementos sagrados, capelas, cenas e figuras bíblicas do Velho e Novo Testamentos, e profanos, como figuras mitológicas, embora sacralizadas por reformas impostas no séc. 18, alternam-se, numa alegoria ao primado da Igreja Católica e à necessidade de catequizar e penitenciar os fiéis, como meio de obter a salvação. |
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Número IPA Antigo: PT010303580024 |
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Registo visualizado 14087 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Religioso Templo Santuário
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Descrição
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Monte Santo composto por enorme escadório, onde se implantam as capelas da Via Sacra, várias fontes e, no topo, o terreiro da Igreja. IGREJA de planta em cruz latina, composta por nave, transepto pouco desenvolvido com capelas nos topos, de perfil poligonal, capela-mor profunda e também de perfil poligonal e galilés fechadas, adossados a cada uma das fachadas laterais, e duas torres sineiras, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma (galilés), duas (nave e capela-mor), três (braços do transepto) e quatro águas no lanternim, sendo em semicúpulas encimadas por fogaréus nas capelas do transepto e em coruchéu bolboso vazado por sineiras de volta perfeita e remates em fogaréus nas torres sineiras.Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos em cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados e rematadas por duplos frisos e cornijas com pináculos, em forma de fogaréus no transepto e lanternim. Fachada principal virada a O., rematada por frontão triangular, tendo representados em relevo símbolos da Crucificação, com cruz latina no vértice. Divide-se em dois registos, definidos por frisos e cornijas, cada um deles com três panos, definidos, no inferior, por quatro colunas toscanas assentes em altos plintos paralelepipédicos, surgindo, no central, pórtico de verga reta e, nos laterais, dois nichos de volta perfeita, encimados por frontão triangular e contendo as esculturas dos profetas Jeremias e Isaías, encimados por lápides com inscrições. O registo superior tem os eixos divididos por pilastras jónicas com fustes lisos, o central com vão semicircular e os laterais retilíneos, rematados por friso e frontão semicircular. Abrem para varanda balaustrada, onde assentam as esculturas dos quatro Evangelistas. As torres sineiras, ligeiramente recuadas, evoluem em quatro registos divididos por frisos e cornijas. No inferior, janelas de perfil retilíneo, encimadas por cornijas contracurvadas, encimadas por janelas de varandim protegidas por guardas balaustradas, com espaldar interrompido em volutas e por óculo circular, que, nas faces frontais, são substituídos pelos mostradores dos relógios; o terceiro registo é cego e, no superior, surgem as sineiras em arcos de volta perfeita assentes em impostas salientes, tendo friso e remate em frontão semicircular. As fachadas laterais são semelhantes, marcadas pelos volumes escalonados da nave, anexos e transepto. A nave é rasgada por seis janelas retilíneas, formando duplo clerestório, acedida lateralmente pelas galilés, fechadas, com portas de verga reta de molduras recortadas e remates em frisos e cornijas curvas, sendo iluminadas por dois óculos elípticos. O transepto, à mesma altura da nave, é rasgado, no topo, por janelão retilíneo, tendo, num plano inferior, as capelas poligonais, com bãos retilíneos e óculos ovais em cada um dos panos, surgindo, no topo, fresta jacente. O lanternim do cruzeiro possui vãos em todos os panos, alternando entre janelas e óculos circulares. A capela-mor é rasgada por três janelas retilíneas. INTERIOR com acesso pelas galilés, de dois tramos definidos por pilastras toscanas, com paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo de padrão policromo, com cobertura em abóbadas de aresta e pavimento em soalho. A do lado do Evangelho possui, sobre supedâneo, estrutura retabular com o Crucificado. A nave é em cantaria de calcário branco e vermelho, de cinco tramos, definidos por pilastras de fuste liso e capitéis coríntios, da ordem colossal, que se prolongam na cobertura em arcos torais, que enquadram abóbadas de lunetas, assentes em duplos frisos e cornijas, com pinturas formando apainelados e medalhões centrais representando glórias de anjos; pavimento em lajeado de granito. Possui teia de madeira, formando um U e protegendo as capelas laterais. O primeiro tramo é ocupado pelo coro-alto, em cantaria, assente em arco em asa de cesto e quatro consolas, tendo guarda balaustrada do mesmo material. O segundo tramo forma vãos em arcos de volta perfeita, de acesso às galilés, encimados por tribunas de perfil contracurvado com guarda balaustrada, a do Evangelho com grande órgão de tubos. Os tramos imediatos têm duas capelas confrontantes, inseridas em vãos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, dedicadas a episódios da vida de Cristo, os do Evangelho com a Ressurreição do filho da viúva de Naim e a Conversão da Samaritana, surgindo, no oposto, o Perdão de Madalena e a Cura do Leproso. Estão encimadas por janela protegida por guarda balaustrada assente em consolas e rematadas por cornija e pedra de fecho saliente. O transepto apresenta, nos topos, pinturas murais formando, sobre fundo vermelho, elementos geométricos e fitomórficos e, nas pilastras que o ligam à nave, surgem os púlpitos quadrangulares, com bacia de cantaria e guardas de talha com elementos dourados, tendo acesso pelo muro através de porta em arco abatido. Nas paredes laterais, superiormente, dois nichos de volta perfeita, contendo os Quatro Doutores da Igreja (Santo Ambrósio e São Gregório Magno, no lado do Evangelho, e São Jerónimo e Santo Agostinho, no oposto). O lanternim, com cobertura em cúpula, tem florão central em talha dourada, tendo os panos da cúpula pintados, com fundos cinzentos ou dourados, estes com armas pontifícias ou de bispos; as trompas da cúpula são pintadas com geométricos, a "grisaille". Nos topos, duas capelas profundas com acesso por arcos de volta perfeita assente em colunas toscanas, com as coberturas e paredes apresentando pintura decorativa, com portas e janelas encimadas por sanefas e tendo, nas paredes testeiras, retábulos de talha dedicados a Nossa Senhora da Soledade, no Evangelho, e a São Clemente, na Epístola. Arco triunfal de volta perfeita, ladeado pelas capelas colaterais, sobre supedâneos de dois degraus, com os retábulos de talha inseridos em arcos de volta perfeita, sendo dedicados a Nossa Senhora de Fátima (Evangelho) e a Nossa Senhora das Dores (Epístola). Capela-mor protegida por teia de balaústres, em calcário, com portadas metálicas no centro. O espaço divide-se em dois tramos, por pilastras semelhantes às da nave, e em dois registos, por frisos, com as paredes ornadas por pinturas decorativas, no primeiro tramo com painéis ovalados a representar cenas da vida de Cristo, rodeada por cartela com o mesmo perfil de fundo cinzento e decoração de "ferronerie", envolvida por friso retilíneo vermelho com motivos fitomórficos, módulo que se repete no segundo tramo, a envolver as portas de verga reta com moldura recortada e dupla cornija, a superior contracurvada; no registo superior, janelas semelhantes às da nave. Cobertura em abóbada de lunetas, pintada por elementos geométricos e vegetalistas, com medalhões circulares centrais a representar anjos com os instrumentos da Paixão. No topo da capela-mor, surge a representação de um Calvário, com figuras de tamanho natural, estando o Cristo enfatizado por estrutura arquitetónica de perfil circular, constituída por quatro colunas coríntias, assentes em plintos paralelepipédicos decorados por festões e motivos fitomórficos, que suportam entablamento e baldaquino em forma de coroa, rematada por vasos de flores e lambrequins; a figura de Cristo é enquadrada por pilastras também coríntias, que sustentam dossel com cortinas e sanefa. O caminho ascensional do ESCADÓRIO inicia-se num pórtico assente sobre alta plataforma, com acesso por escada em leque, ladeada por duas fontes de mergulho, em nicho de volta perfeita, com tanque semicircular. O portal, propriamente dito, é de volta perfeita assente em impostas salientes, com cunhais almofadados, tendo, no fecho, as armas do arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles. Junto a este e protegidas por muros, duas capelas quadrangulares, rebocadas e pintadas de branco, com coberturas a quatro águas, tendo acesso por portal em arco de volta perfeita e rasgadas, nas fachadas laterais, por óculos; nelas surgem representadas a Última Ceia e Cristo no Horto. Seguem-se trinta e nove lanços de escadas ziguezagueantes, onde se implantam capelas de planta octogonal, com cunhais em cantaria e remates em friso e cornija, rasgadas por portal axial de verga reta, encimado por frontão semicircular e por escudo, surgindo, nas faces imediatas, janelas retilíneas, rematadas por frontões com o mesmo perfil do portal. A primeira é a Capela da Traição, possuindo, no interior, uma pintura de paisagem, criando o fundo para as 11 imagens; no lado esquerdo, a fonte de Diana, surgindo, no espaldar contracurvado, os seus atributos (mão, aljava e arco). Segue-se a Capela das Trevas, contendo a imagem de Cristo com as mãos atadas e olhos vendados, surgindo, à direita, a fonte de Marte, com espaldar contracurvado encimado por pináculos, onde surgem os respetivos atributos bélicos. A Capela da Flagelação tem o fundo pintado a representar Jerusalém e a figura escultórica de Cristo atado a uma pequena coluna; à esquerda, a fonte de Mercúrio, de espaldar decorado pelo caduceu. A Capela da Coroação de Espinhos encontra-se ladeada pela Fonte de Saturno, identificada por uma inscrição e pelos seus atributos, um braço com uma foice. Partindo desta, acede-se a um terreiro de perfil curvilíneo, onde se implantam duas capelas octogonais, com a representação do "Ecce Homo" e do "Caminho do Calvário". Daqui parte o escadório, subdividido em duas partes distintas, que termina no templo. O início das escadas é marcado por duas colunas helicoidais, tendo no topo uma serpente, de onde jorra a água. Chega-se, então, a novo terraço com duas capelas hexagonais, representando "Cireneu" e a "Crucificação". A partir deste, evolui o Escadório dos Cinco Sentidos, com lanços convergentes e divergentes a partir de um eixo simétrico, com os terreiros sustentados por muros de alvenaria, rebocados e pintados de branco, com pilastras de cantaria granítica, tendo seis fontes distribuídas ao longo do eixo da simetria, a primeira denominada das Cinco Chagas, com cinco bicas e taça encimada pelos instrumentos de tortura (corda, martelo e azorrague), com espaldar volutado e remate em cruz. Seguem-se, em cada patamar, cinco fontes graníticas, alusivas aos cinco sentidos, cada uma delas ladeada por esculturas figurando personagens do Antigo Testamento e inscrições latinas: a fonte alusiva à Visão, com as imagens de Jeremias e Moisés, a da Audição, com as esculturas da Esposa dos Cantares e de David; a fonte ligada ao Olfato com Sunámites e Noé, seguida por uma outra fonte com as imagens de Esdras e Jónatas; segue-se a Fonte do Paladar, ladeado pelas imagens de Isaías e Isaac. Chega-se, então, a amplo terraço, de onde parte o Escadório das Virtudes, composto por três lanços com muros semelhantes aos do escadório anterior, mas com urnas sobre as pilastras, surgindo, no eixo, fontes com as figuras da Fé, Esperança e Caridade, ladeadas por esculturas alegóricas, representando a Confissão, Docilidade, Glória, Confidência, Paz e Benignidade. No penúltimo patamar, duas capelas onde se representa o "Arrependimento de São Pedro" e "Maria Madalena", de estrutura semelhante às dos Passos da Paixão. Segue-se pequeno lanço de escadas que leva ao Terreiro de Moisés, onde se encontra a Fonte do Pelicano, dois obeliscos e duas capelas, dedicadas ao Levantamento da Cruz e à Descida da Cruz, surgindo, à esquerda desta, a estátua de São Longuinhos. No adro da Igreja, sobre plintos, as esculturas em granito de Anás, Pilatos, Herodes, Caifás, José de Arimateia, Nicodemos, Centurião e Pilatos. Do terreiro da igreja evolui a escadaria para o Largo das Três Capelas, à esquerda, onde se desenrolam episódios posteriores à morte de Cristo, o primeiro com a representação da "Deposição" e "Ressurreição", aparecendo, no último, de estrutura octogonal, uma fonte central, tendo a Capela do Encontro de Emaús, a Capela da Ascensão e a da Aparição a Santa Maria Madalena, surgindo, ainda, as esculturas dos Evangelistas, São Marcos, São Lucas, São João e São Mateus. As Capelas são hexagonais, rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento e com pilastras nos ângulos, com cobertura piramidal; são rasgadas por portais em arcos abatidos, com molduras recortadas e orelhas de concheados e acantos, sendo encimados por amplos espaldares profusamente decorados, que rematam em pequenos frontões triangulares; as janelas dos panos imediatos, com os extremos curvos, apresentam moldura contracurvada, também decorada com concheados, enrolamentos e acantos. |
Acessos
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Tenões, Bom Jesus do Monte |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Aviso n.º 20150/2020, DR, 2.ª série, n.º 242 de 15 dezembro 2020 / Património Mundial - UNESCO, 2019 |
Enquadramento
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Rural, isolado, em zona de montanha, rodeado por extensa mata de carvalhos, pinheiros, eucaliptos e outras espécies arbóreas, e por alguns lagos. No lado esquerdo, surge um edifício de um e dois pisos, adaptando-se ao desnível do terreno, tendo instalado, no superior, o Museu e Gabinete de Leitura e o Posto da GNR, estando, no inferior, uma loja com artigos relacionados com o Santuário, sendo protegido superiormente por guarda balaustrada em granito. No piso inferior, a entrada para a loja é protegida por alpendre em granito, formando arcadas de volta perfeita, assentes em grossos pilares, sendo o superior rasgado por vãos retilíneos, por portas e janelas de peitoril, com moldura simples de granito e remate em friso e cornija. No mesmo lado, despontam algumas unidades hoteleiras (Hotel do Elevador, Hotel do Parque e Sul Americano). Numa plataforma acima da Igreja, com amplo espaço ajardinado, formando vários canteiros relvados, onde surgem pequenos arbustos, desenvolve-se uma gruta artificial, em cantaria, tendo no interior um lago, encimada por miradouro octogonal, com estrutura de cortiça, acedida por escadas sinuosas, com guardas do mesmo material. Esta é bastante semelhante às que se encontram no Castelo do Bom Jesus (v. PT010303580182) e no Castelo de D. Chica (v. PT010303310052), remetendo para uma obra de Ernesto Korrodi. Junto ao percurso do Santuário, um elevador (v. PT010303580233), construído em 1882. |
Descrição Complementar
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Na fachada principal surgem, no lado esquerdo, as inscrições: sob a escultura de Jeremias "AUDITE VERBUM DOMINI / QUI IGREDIMINI PER PORTAS / HAS UT ADORETIS DOMINUM / JEREM CAP 7 V. 2"; sobre o nicho: "STUDIO, CURA AC DILIGENTIA SERENISSIMI / D. GASPAR BRIGANTINI AECHIEPISCOPI / ET DOMINATORIS BRACARAE AUGUSTAE, / HISPANIARUM PRIMATIS, ERECTUM / EST, PAULO SUPERIUS JUXTA VETUS, HOC"; sob a janela da torre "ANNO DOMINI MDCCCLXXXIV, DIE VERO I JUNI, / MAGNO SPLENDIDOQUE APPARATU RELIGIOSO CELEBRATUM / EST I FESTUM CENTENARIUM AB HAC ECCLESIA CON / DITA, SUB FAUSTIS AUSPICIIS D. D. ANTONI JO / SEPH DE FREITAS HONORATO. ARCHIEPISCOPI AC DO / MINATORIS BRACARAE AUGUSTAE, HISPANIARUM / PRIMATIS, QUEM TOTA ARCHIDIOECESIS STUDIOSE / REVERENTER AC PERAMANTER SEQUUTA EST"; por cima da mesma janela: "AO ENGENHEIRO / CARLOS LUIZ FERREIRA DA CRUZ / AMARANTE, / NATURAL DE BRAGA, / ARCHITECTO D'ESTE TEMPLO, / NO 1.º CENTENARIO DA SUA EDIFICAÇÃO / A CIDADE DE BRAGA"; na porta lateral esquerda - FOI / LANÇADA A PRIMEIRA / PEDRA DESTE TEMPLO / NO 1º DE JUNHO DE 1784"; na sineira do lado esquerdo - HOMENAGEM / DA CONFRARIA DO BOM JESUS DO MONTE / AO GRANDE BENENMÉRITO / JOSÉ DA SILVA / NO 1º CENTENÁRIO DO SEU FALECIMENTO / 17 DE MARÇO DE 1934". No lado direito, sob o nicho do profeta Isaías, "VI DEBITIS, ET CAUDEBIT CON / VESTRUM, ET OSSA VESTRA / OUASI HERBA / GERMINABUNT / ISAI: CAP. 66, V. 14"; sobre o nicho "TEMPLUM QUOD NE EX FUNDAMENTIS QUIDEM / SURGERET, NISI MAGNUS ARCHIEPISCOPUS / IN EO EXTRUENDO MAGNOPERE / ADLABORARET. / AD PERPETUAM REI MEMORIAM - M.DCCC.LXXXIV"; no lado direito, junto à janela - "AO NEGOCIANTE / PEDRO JOSÉ DA SILVA / NATURAL DE BRAGA / BEMFEITOR QUE MAIS CONTRIBUÍU / PARA A CONSTRUÇÃO DESTE TEMPLO / A CIDADE DE BRAGA"; debaixo da janela da torre, "A. D. MDCCCLVII DIE VERO X MENSIS AUGUSTI EXCELLENTISSIMUS AC REVE / RENDISSIMUS D. D. JOSEPHUS JOACHIM DE AZEVEDO E MOURA, ARCHIEPISCOPUS / ET DOMINATOR. BRACARAE AUGUSTAE HISPANIARUM PRIMAS, HANC ECCLESIAM IN / HONOREM D. N. JESU CHRISTI CRUCIFIXI CONSECRAVIT, ATQUE IN EJUS ALTARI MAIO / RI AS RELIQUIAS INCLUSIT: EX LIGNO SS. CRUCIS, DE COLUMNA FLAGELLATIONIS / E JUSDEM D. N. EX VELO B. V. MARIAE, EX PALLIO SANCTI JOSEPHI SPONSI EJUSDEM B. V. / ET EX OSSIBUS SS. APOSTOLORUM PETRI, PAILL ANDREAE, JACOBI MAIORIS, THOMAE / JACOBI MENORIS, BARTHOLOMAEI, MATTHAEI, SIMONIS, THADDAEI, MATTHIAE, ER BAR / NABAE DIE ANNIVERSARIO HUJUS CONSECRATIONIS QUI DOMINICA SECNDA AUGUSTI QUO / TANNE CELEBRABITUR. DE VERA INDULGENTIA IN FORMA ECCLESIAE CONSUETA, CONCESSIT". Sobre o portal axial, "ET ERIT IN NOVISSIMIS DIEBUS PRIE / PARATUS MONS / DOMUS DOMINIIN / VERTICE MONTIUM , ET ELEVABI / TUR SUPER COLLES, ET FLUENT / AD EUM OMNES GENTES - Isai. cap. 22"; sobre as janelas laterais, surgem as inscrições: "MONS. IN QUO BENEPLA / CITUM EST DEO HABI / TARE IN EO : ETENIM / DOMINUS HABITABIT / IN FINEM/ Psalm. 67.17", no lado esquerdo; na oposta: "EXALTATE DOMINUM / DEUM NOSTRUM / ET ADORATE IN MONTE SANCTO / EJUS/ Psalm. 98.9". RETÁBULO DA GALILÉ de talha dourada e um eixo aberto, definido por quatro colunas com fuste ostentando falsa espira fitomórfica. Ao centro, painel pintado a representar a cidade de Jerusalém. A estrutura remata em friso e cornija curvilíneos, encimados por elementos vegetalistas. Os RETÁBULOS LATERAIS são semelhantes, de talha policroma, com marmoreados fingidos e elementos dourados, de planta reta e um eixo, definido por duas colunas coríntias, firmadas por urnas e assentes em plintos paralelepipédicos com decoração fitomórfica. Ao centro, painéis pintados a representar a "Ressurreição do filho da viúva de Naim", "Conversão da Samaritana", ambas no lado do Evangelho, surgindo, no oposto, o "Perdão de Madalena" e a "Cura do Leproso". As estruturas rematam em espaldares circunscritos por pilastras e encimados por cornijas, sendo decorados por motivos fitomórficos. Altares em forma de urnas decorados com elementos vegetalistas. No lado do Evangelho, o ÓRGÃO de tubos, com caixa de planta trapezoidal e de talha pintada de branco e dourado, constituído por três castelos de perfil semicircular, o central proeminente, e quatro nichos, dois deles formando as ilhargas, na base dos quais se desenvolvem os tubos de palheta, em leque também de perfil curvilíneo; os castelos rematam em cornija pontiaguda, de inspiração borromínica, sendo encimados por pequenos espaldares vazados ao centro, ostentando decoração de enrolamentos, volutas e acantos; a consola é em janela com os botões dos registos colocados lateralmente, formando a caixa vários apainelados. Os RETÁBULOS DO TRANSEPTO são semelhantes, de talha pintada de bege e dourado, de planta convexa e um eixo definido por quatro colunas coríntias, com o terço inferior marcado por estrias mais finas, assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos com decoração fitomórfica linear e rematadas por urnas. Ao centro ampla tribuna em arco de volta perfeita, com pedra de fecho saliente, o do Evangelho com trono de cinco degraus de exposição eucarística, encimado por baldaquino assente em quatro colunas, com o fundo pintado a imitar brocados, surgindo, no oposto, trono semelhante, de seis degraus, ostentando bustos relicários. O altar do Evangelho é paralelepipédico com frontal dividido em quatro panos encimado por sanefa, tudo pintado a imitar brocados, encimado por sacrário de talha dourada, em forma de templete, com pilastras laterais e remate em cupulim bolboso; o oposto, em forma de urna é envidraçado, tendo a figura do orago no interior. Os RETÁBULOS COLATERAIS são também semelhantes, de talha policroma e dourada, de planta reta e um eixo definido por duas colunas coríntias com o terço inferior marcado por estrias mais finas, assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos, decorados por elementos vegetalistas e encimados por urnas. Ao centro, tribuna em arco de volta perfeita, com pedra de fecho em voluta. A estrutura remata em espaldar circunscrito por pilastras e aletas, encimado por cornija contracurvada e contendo um enorme resplendor. Altar em forma de urna, apresentando acantos e folhas de palma, e sotobanco com apainelado pintado. A CAPELA DA ÚLTIMA CEIA tem, no exterior, a inscrição "CAENA FACTA / ACCEPIT IESUS / PANEM ET AIT: COMEDITE / HOC EST COR / PUS MEUM / JOAN. 13, 2. 2 / MATTH 26, 26. 26 (sic)"; no interior: "O Bom Jesus é constituído por vinte capelas dispostas irregularmente pela encosta deste monte - antigamente chamado Monte Espinho - e ligadas entre si por graciosos e monumentais lanços de escadas. Catorze capelas encerram os passos da Paixão do Senhor, representadas por grupos escultóricos - Via Sacra propriamente dita - e as restantes capelas referem-se à vida gloriosa do Senhor. Todo este recinto, mais do que uma obra de arte é um lugar sagrado por isso pede-se a todos respeito e devoção". Possui as imagens de Cristo e dos Apóstolos, sentando à mesa, surgindo, no lado esquerdo, um servo. A CAPELA DE CRISTO NO HORTO tem a inscrição: "FACTUS IN / AGONIA PRU / LIXIUS OR / ABAT. LUC. / 22.44", surgindo, no interior: "Depois da última Ceia, Jesus retirou-se, já de noite com os Apóstolos, para o Horto de Getsémani ou Jardim das Oliveiras. Aqui o vemos rezar com os braços abertos, rosto angustiado e o suar sangue... Os três Apóstolos, Pedro, Tiago e João em vez de O acompanharem na oração, adormeceram apesar do Bom Jesus por três vezes, os advertir com estas palavras sérias: "Vigiai e rezai, porque o espírito está pronto mas a carne é fraca" No alto junto da parede um anjo tem na mão a Cruz e o Cálice da amargura que o Divino Redentor aceitou sofrer pelos nossos pecados". Contém cinco imagens: um Anjo, Cristo e três Apóstolos adormecidos (Pedro, Tiago e João). A CAPELA DA TRAIÇÃO tem a inscrição: "MANUS INJECERUNT IN JESUM / ET TENUERUNT EUM. / MATH. 26.50", surgindo, no interior: "Ainda no Horto das Oliveiras, o Bom Jesus depois de três horas de agonia, é preso por Judas que lhe dá o beijo da traição. Ao lado, homens armados procuram lançar uma corda ao pescoço do Senhor. S. Pedro para defender o Divino Mestre, puxa pela espada e corta a orelha de Malco, que se representa com uma lanterna alumiando a comitiva". Segue-se a CAPELA DAS TREVAS, com uma inscrição delida: "TUNC EXPUNRUNT(?) IN / PACIEM E JUS... ALII AUTEM PALMAS / NUFACIEM EJUS DEDERUNT / MATH. 26.67", surgindo, no interior: "O Bom Jesus encontra-se sentado numa pedra, com os pulsos presos e os olhos tapados. Levado da Casa de Anás para Caifás, este, fêz muitas perguntas disparatadas às quais o Bom Jesus não respondeu. Mas quando lhe perguntou: se era Filho de Deus, então respondeu com firmeza: "TU O DIZES, EU SOU". Caifaz rasga os vestidos em sinal de protesto e acrescenta: É réu de morte. Então, tapam-lhe os olhos, lançam-se sobre Ele com bofetadas, escarros, pontapés e toda a espécie de maus tratos". A CAPELA DA FLAGELAÇÃO tem, sobre o pórtico, a inscrição "APPREHENDIT PILATUS JESUM / ET FLAGELLAVIT / JOAN. 19.1", aparecendo, no interior: "No rés do chão do Palácio do Governador Pôncio Pilatos existia uma colunata e foi a uma dessas colunas que prenderam o Bom Jesus para descarregarem no Seu Corpo divino as chicotadas da flagelação!... Um tormento horroroso que nem aos animais se podia dar...". Na CAPELA DA COROAÇÃO, a inscrição: "EXIVIT JESUS PORTANS / CORONAM SPINEAM / JOAN. 19.5", tendo, no interior, "COROAÇÃO DE ESPINHOS / Os algozes continuam a tratar o Bom Jesus com escárneo e crueldade. Agora, no pretório de Pilatos, depois de o cobrirem com uma velha capa de púrpura e de Lhe colocarem na mão uma cana, à maneira de cetro, tecem uma coroa de espinhos e apressam-se a cravá-la na Sua Santíssima cabeça. Com este tormento, novos jorros de sangue descem pelo rosto do Senhor. O Bom Jesus já tinha sido martirizado em todas as partes do Seu corpo divino; só faltava a Cabeça que, conforme representa esta capela, o foi de maneira dolorosa!...". A CAPELA DO ECCE HOMO tem, sobre o pórtico: "EXIVIT... PILATUS FORAS / ET DICIT... ECCE HOMO / JOAN. 19.4.5", aparecendo, no interior, a inscrição: "CAPELA DE PRETÓRIO DE PILÁTOS / Duas figuras apenas formam o quadro desta capela que representa Pilatos a mostrar o Bom Jesus ao povo, do alto da varanda da sua casa. Reconhecendo a inocência de Jesus mas sem força para o libertar, Pilátos, governador romano da Palestina, julgou que os judeus se comoveriam ao contemplarem o seu estado tão lastimoso. Mas enganou-se. A multidão logo que viu, diante de si, o Bom Jesus coberto de sangue e ouviu Pilátos exclamar: ECCE HOMO, Eis aqui o home, longe de se compadecer, levou ao cúmulo o seu furor gritando: Tira-o, tira-o, crucifica-o. Pilatos fez a vontade ao povo amotinado, condenando à morte o Bom Jesus". CAPELA DO CALVÁRIO com as inscrições: "BAJULANS SIBI CRUCEM, / EXIVIT IN CALVARIAE LOCUM. / JOAN. 19.17" e "CAPELA DA SUBIDA PARA O CALVÁRIO / O Bom Jesus, vergado sob o peso do madeiro que o Cireneu ajuda a levar, caminha para o Calvário. Os algozes procedem com toda a crueldade. Um arrasta-o com uma corda, presa ao pescoço, como se fosse um animal. Outro ameaça-o, com a lança. Um soldado leva na mão o estandarte com as iniciais S.P.Q.R. (Senatus populusquae romanus). Ao lado esquerdo do Senhor, aparece Maria Madalena e o rapaz dos pregos. À direita, uma mulher com o filho ao colo, a Verónica segurando na mão o lenço que tem impresso o rosto de Jesus e, uma formosíssima imagem de Nossa Senhora das Dores que, banhada em lágrimas, vai ao encontro do Seu Divino Filho". A CAPELA DE CIRENEU tem as inscrições: "ET VENERUNT IN / LOCUM QUI / DICITUR GOLGOTHA. / MATHJ. 27. 33" e "CAPELA DAS QUEDAS. No caminho do calvário o Bom Jesus não aguenta com o pêso da cruz e cai por terra. Cai uma vez, cai duas vezes, e, à terceira, os judeus receando que morresse pelo caminho convidaram um homem, chamado Simão Cireneu, para o ajudar a levar a cruz. Esta capela mostra Jesus caído em terra e o Cireneu a amparar-lhe o madeiro. Estas imagens são da autoria do escultor bracarense Evagelista Vieira. Do terreiro desta capela, sobe o Escadório dos Cinco Sentidos, obra opulenta e harmoniosa de linhas, mandadas construir nos princípios do século XVIII, pelo arcebispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles. Apresenta, nos parapeitos, um conjunto grandioso de estátuas de pedra figurando personagens bíblicas do Antigo Testamento e nos patamares centrais, cinco fontes alegóricas, brasonadas e com ornamentação rocailhe (sic)". CAPELA DA CRUCIFICAÇÃO com as inscrições: "ERAT AUTEM / HORA TERTIA / ET CRUCIFIXERUNT EUM. / MARC. 15. 25" e "Quando o Bom Jesus chegou ao Calvário levando aos ombros a pesada cruz, os algozes arrancaram-lhe a túnica que estava colada ao corpo chagado e procederam à crucifixão. Aqui se vê o Senhor deitado sobre o madeiro, com a mão direita cravada e a esquerda a receber as marteladas. Um algoz estira o pé esquerdo com uma corda enquanto outro estende a mão para um cravo que o rapaz dos pregos lhe apresenta. Os soldados mostraram-se duros e cruéis em contraste com a dor indescritível da Virgem Mãe que se encontra à cabeça de Jesus, amparada por Maria Salomé. Ao lado esquerdo, Maria Cléofas e o Apóstolo S. João, com a mão na testa, choram amargamente. A traz, caída sobre um montículo, Maria Madalena horrorizada e desolada... Esta capela foi construída no séc. XIX, mas o figurado é mais antigo.". Na FONTE DAS CINCO CHAGAS, lê-se a seguinte inscrição "PURPUREOS / FONTES ODIUM RESERAVIT / ADOXUM / NUNC IN CHRISTALLOS HIC TIBI / VERTIT AMOR"; encontra-se flanqueada pela escultura de Jeremias, com a inscrição "JEREMIAS / VIRGAM VIGILANTEM EGO VIDEO / JER. 1" e a de Moisés, com "MOYSES. / QUEM, CUM PERCUSSI, ASPICERENT, SABANTUR / NUM. 21.9". As FONTES DO ESCADÓRIO DOS SENTIDOS são compostas por taça gomeada, assente em mísula e ladeada por pilastras, sendo a bica envolvida por figuras, volutas, acantos, festões e concheados que rodeiam um medalhão central. Começam com a Fonte da Vista, com uma figura que lança a água pelos olhos e segura nas mãos uns óculos, tendo três águias sobre a cabeça; o sol preside ao conjunto figurativo, encimado por uma figura identificada pela inscrição "VIR PRUDENS / QUASI IN SOMNIS VIDE ET VIGILABIS. / ECCLES. C. 13, V 17", ladeado pelas estátuas identificadas: "ESPOSA DOS CANTARES / SONET VOX TUA IN AURIBUS MEIS. / CANT. 2", segurando uma lira, e "DAVID. / AUDITUI MEO DABIS GAUDIUM ET LAETITIAM. PSALM. 50", o qual toca harpa. A Fonte da Audição tem uma figura que lança a água a partir das orelhas, ladeada por touros e, na parte superior, o cantor Idito, a tocar cítara, identificado: "IDITHUM. / QUI IN CITHARA PROPHETABAT SUPER CONFITENTES / ET LAUDANTES DOMINUM. I PARAL. 25, 3"; acha-se ladeada pelas imagens de Sunámites, a abraçar uma palmeira e com a inscrição "SUÑAMITES. / STATURA TUA ASSIMILATA / EST PALMAE... / ET ODOR ORIS TUI / SICUT MALORUM / Cantic. Cantic / Cap. 7, v. 7.8", e a de Noé segurando um cordeiro e com a inscrição: "NOÉ. / ODORATUS EST DOMINUS / ODOREM SUAVITATIS. / GENES. 8". O olfacto é personificado por figura que verte a água pelo nariz, segurando uma caixa aberta, ladeada por dois cães e encimado por alegoria, identificada por inscrição: "VIR SAPIENS. FLORETE FLORES QUASI LILLIUM ET DATE ODOREM. ECCL. 39, 19". Junto, as esculturas de Esdras, que segura um cálice e tem a inscrição "ESDRAS / GUSTA PANEM ET NON DERELINQUAS NOS SISUT PASTOR / IN M;EDIO LUPORUM ESDR 4 C. 5" e a de Jónatas, com um favo de mel e uma colmeia, tendo a inscrição "JONATHAS / GUSTANS GUSTAVI IN SUMITATE VIRGAE / ET ECCE MORIOR / I REG. C. 14". A Fonte do Gosto apresenta figura que verte a água pela boca, segurando uma maça na mão esquerda, ladeada por dois macacos, encimada por José do Egipto, segurando um prato de frutas e um cálice e tendo a inscrição: "JOSEPH. DE BENEDICTIONE DOMINI IN TERRA EJUS DE / POMIS COELI, ET RORE. DEUTER. 33, 13". Ladeada pelas esculturas de Isaac, um velho cego, tendo a inscrição: "ISAAC CEGO / ACCED HUC, UT TANGAM / TE FILLI MI"; no lado oposto, a de Isaías, mutilado e com a inscrição: "ISAIAS / TETIGIT OS MEUM / ISAI. 6". Segue-se a Fonte do Tacto, com uma figura que segura uma bilha que jorra água, encimada pela imagem de Salomão, tendo a inscrição: "SALOMAO / VENTER MEUS INTREMUIT / AD TACTUM. EJUS / CANT. CAP. 5, v. 4". As FONTES DO ESCADÓRIO DAS VIRTUDES encontram-se inseridas em nichos de volta perfeita, enquadrados por pilastras toscanas e rematados por pequeno elemento recortado, onde se erguem urnas. A Fonte da Fé possui, no interior do nicho, uma cruz, de cujas hastes escorre a água, tendo a seguinte inscrição no interior: "EJUS FLUENT / AQUAE VIVAE / JOAN. 7. 38"; sobre o vão, "FIDES... ARGUMENTUM NON APPARENTI / UM... EX AUDITU: AUDITUS AUTEM PER VER / BUM CHRISTI. AD HEBR. 11, 1 ROM. 10, 17". A fonte encontra-se ladeada por duas figuras femininas alegóricas, identificadas por inscrição nos plintos, representando a Confissão, que segura as tábuas da lei e tem a inscrição "ORE AUTEM CONFES / SIO FIT AD SALUTEM / AD ROM. 10, 10", e a Docilidade, que possui um escudo com a cabeça de um elefante, ampulheta e serpente entre dois espelhos, surgindo a inscrição "CORDE ENIM CREDI / TUR AD JUSTITIAM / AD. ROM. 10. 10". A Fonte da Esperança possui, no interior do nicho, a representação da arca de Noé tendo a inscrição "ARCA IN / QUA ANIMAE / SALVAE FA/ CTAE SUNT / I PETR. 3, v. 20"; sobre o nicho, "EXPECTANTES BEATAM SPEM / ET ADVENTUM GLORIAE / AD TIT 2, 13". Surge ladeada pelas esculturas, igualmente identificadas, da Glória, segura o Sol e uma palma e tem a inscrição: "OCULOS NON VIDIT / NEC AURIS AUDIVIT. / AD CORINT / I C. 2, 9"; no lado oposto, a Confidência, segurando um navio e tendo: "JN SPE ERIT FOR / TITUDO VESTRA / IZAI. 30". A Fonte da Caridade tem dois "putti" a ladear a bica, surgindo a imagem da Caridade com um Menino em cada braço e, sobre o nicho, "TRIA HAEC MAIOR AUTEM HORUM EST / CHARITAS. / AD CORINT. I C. 13. 13". É ladeada pela alegoria da Paz, segurando um ramo de oliveira e com a inscrição: "PAX FRATRIBUS ET / CHARITAS CUM FIDE" EPH 6. 23"; no lado oposto, a Benignidade, com o Sol na cabeça e a inscrição "CHARITAS... BE / NIGNA EST / I COR. 13, 4". A CAPELA DE SANTA MARIA MADALENA tem sobre o pórtico a inscrição: "MARIA OPTIMÃ / PARTEM ELEGIT / QUAE NON / AUFERETUR AB EA / LUC. 10, 42". No paredão junto à Capela, a inscrição "ESTA : EGREIA : E CAPELA MA(n) / DOV FAZER : O PRETONOTAIRO / DO(m) JOÃ : DA GVARDA : DEÃ(o) / DE : BRAGA : E LAMEGVO : / DO : CO(n)SELHO : DE : ELREI : / CONDE PALATINO POR SVA D / EVACA(o) / A XB D(ias) : DO MES: DE: SETENBRO DO ANO : DE : 1522"; sob esta, a inscrição: "INDICA A REEDHI(fi)CA / ÇÃO DA 2. CAPELLA EM / 1522 QUE FOI ABOLIDA NO / TEMPO DE D. RODRIGO DE / MOURA E TELLES EM 1725. / ANNO DE 1839". A CAPELA DE SÃO PEDRO possui a inscrição "ET EGRESSUS FO / RAS PETRUS FLEVIT / AMARE / LUC. 22. 62". Junto ao paredão desta, encontram-se as armas de D. Jorge da Costa e a seguinte inscrição: "ARMAS. DA I.A CAPELLA / QUE MANDOU EDIFICAR O / SENHOR D. JORGE DA COSTA AR / CEBISPO DE BRAGA EM 1494 FORÃO / ENCONTRADAS NAS ESCAVAÇÕES / DOS ALICERCES DESTA OBRA EM / 1839 SENDO PREZIDENTE O IIL(ustrissi)MO / JOAQUIM DA MOTTA CAR / DOZO ABBADE DE MAXIMINOS". A FONTE DO PELICANO tem planta convexa, formando nicho central de volta perfeita enquadrado por pilastras rusticadas, encimadas por urnas, tendo, no interior, a representação do pelicano a alimentar os filhos com a própria carne. No lado direito, a CAPELA DO LEVANTAMENTO, tendo, sobre o pórtico, "ET EGO SI EX ALTÁTUS FÚERO A TER / RA, ÓMNIA TRAHAM AD MEIPSUM J. c. 23 v. 32"; no interior, lê-se "Pelo meio dia da Sexta feira Santa, Jesus foi pregado na cruz e em seguida levantada, primeiro a pulso, depois com cordas até a cruz ficar vertical como esta capela representa. Suspenso entre o céu e a terra, o Bom Jesus entrou em agonia e proferiu as sete palavras de amor e misericórdia, que o Evangelho menciona. Ao lado esquerdo, vêm-se: Nossa Senhora debulhada em lágrimas e amparada por Maria Salomé; o apóstolo S. João com os braços erguidos em redor da cabeça; Maria Cléofas; Maria Madalena com um joelho em terra e outra piedosa mulher com o filho no regaço. Espalhados pelo monte vários soldados. Um, que chega montado no cavalo, é o Longuinhos. Outros cuidam de atar às cruzes os dois ladrões, Gestas, (o mau ladrão) já se encontra estendido na cruz. Dimas, (o bom ladrão) caminha para ela arrastado pelos cabelos." Dois lanços acima da Capela, a estátua equestre de São Longuinhos, surgindo, num patamar intermédio um banco em pedra com a inscrição: "AO ARQUITECTO CARLOS AMARANTE NO SEGUNDO CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO 1748 - 1948". No lado esquerdo do Terreiro de Moisés, a CAPELA DA DESCIDA DA CRUZ, tendo, sobre o portal, a inscrição: "DEPONENTES EUM DE LIGNO, Act. Apostolos. Cap. 13. v.º 29"; no interior, lê-se a nota explicativa "Às três horas da tarde de Sexta Feira Santa, Jesus exalou o último suspiro, no alto da cruz. O pouco sangue que tinha nas veias deixou de circular e o seu corpo divino tornou-se cadáver. Momento supremo para a redenção da humanidade!... O discípulo José d'Arimateia pediu ao governador Pôncio Pilatos o corpo do Senhor, para o sepultar convenientemente. Obtida esta concessão, Jesus foi descravado da cruz, como esta capela representa. Ao alto da cruz, dois homens seguram as extremidades do lençol que prende o braço esquerdo de Jesus. Ao lado, sobre os degraus de duas pequenas escadas, encontram-se os discípulos José de Arimateia e Nicodemus. No sopé, S. João Evangelista recebe nos braços o Corpo do Senhor, enquanto as piedosas mulheres - Maria Madalena, Maria Cléofas e Salomé - de joelhos, estendem para Ele as mãos. Maria Santíssima, de pé e com os braços estendidos, prepara-se para abraçar e depôr no seu regaço, o corpo morto de Seu Divino Filho." As ESCULTURAS DO ADRO têm inscrições: Anás - "ET MISIT EUM ANNAS / LIGATUM AD CAIPHAM / PONTIFICEM / JOAN. CAP. 18. V. 24"; Pilatos - "TRADIDIT EIS ILLUM UT / CRUCIFICERETUR / SCRIPSIT AUTEM ET TITULUM / HEBRAICE, GRECE ET LATINE / JOAN. CAP. 19. VER. 19 - 20"; Herodes - "ET ILLUSIT INDUTUM / VESTE ALBA ET REMI / SIT AD PILATUM. / Luc. Cap. 23, v. 11"; Caifás - "SCIDIT VESTIMENTA / SUA, DICENS: / BLASPHEMAVIT / Math. Cap. 26, v. 65"; José de Arimateia - "HIC ACCESSIT AD PILATU / ET PETIIT CORPUS JESU / luc. Cap. 23, v. 52"; Nicodemos - "FERENS MIXTURAM / MYRRH E ET ALOES QUA / SI LIBRAS CENTUM / JOAN CAP. 19, V. 39"; Centurião - "ET CUM COGNOVISSET A / CENTURIONE DONAVIT / CORPUS JOSEPH / MARC. CAP. 15 v."; Pilatos - "TUNC PILATUS JUSSIT / REDDI CORPUS / MATH. CAP. 27, V. 58". A CAPELA DA DEPOSIÇÃO NO TÚMULO tem, na porta, a inscrição: "POSUERUNT / EUM / IN / MONUMENTO / Act. Apostolos. Cap. 13 V. 29", surgindo, no interior, "CAPELA DA UNÇÃO OU DAS LÁGRIMAS. JESUS MORTO encontra-se estendido num lençol e vai ser ungido e amortalhado antes de baixar à sepultura. Os discípulos José d'Arimateia e Nicodemos seguram-no, com as mãos, à cabeça e aos pés. MARIA SANTÍSSIMA contempla o seu Divino Filho, profundamente amargurada, tendo à direita as piedosas mulheres, Maria Cléofas e a Verónica e à esquerda, Maria Salomé, Madalena, ajoelhada, chorando amargamente. Por detráz da Santíssima Virgem, S. João Evangelista e mais quatro varões, em atitudes bem expressivas de dôr e assombro. Em frente, do lado esquerdo, o Centurião romano com capacete e lança na mão.". Dois lanços de escadas mais acima, a CAPELA DA RESSURREIÇÃO, tendo, na porta, a inscrição: "SURREXIT ENIM / SICUT DIXIT / MATH 28,6"; no interior "Jesus foi sepultado na tarde de 6.ª feira santa e o sepulcro selado e guardado, por um grupo de soldados. Na manhã de domingo de Páscoa deu-se o facto mais sublime da religião cristã - a ressurreição do Senhor - que esta capela representa. Aqui se vê o sepulcro em forma de gruta, com uma pequena porta de entrada como usavam os judeus; vários soldados, uns dormindo, outros espantados com o ruído que se fez sentir no momento da ressurreição e a imagem do Bom Jesus ressuscitado, cercada de resplendor e anjos e um pouco elevada sobre o sepulcro semi-aberto. Esta imagem é da autoria do escultor bracarense João Gambino que viveu na primeira metade do séc. XVIII.". O TERREIRO DOS EVANGELISTAS possui quatro fontes de espaldar contracurvado, no remate dos quais surgem as esculturas dos Evangelistas, surgindo, sobre as bicas, inscrições alusivas aos escritos dos mesmos. A primeira fonte, começando do lado esquerdo, é a de São Mateus, onde aparece "LIBER GENERATIONIS JESU / CHRISTI FILII DAVID ET / FILII ABRAHAM. / MATH, C. 1, V. 1"; sucedem-se a de São João, "IN PRINCIPIO ERAT VERBUM / ET VERBUM ERAT APUD I EUM / ET DEUS ERAT VERBUM / C. I, V. 1", a de São Lucas, "FUIT IN DIEBUS HERODIS / REGIS JUDAEAE SACERDOS / QUIDÃ NOMINE ZACHARIAS / LUC. C. 1, V. 5", e São Marcos, "SICUT SCRIPTUM EST / IN ISAIA PROPHETA... / VOX CLAMANTIS IN DESERTO / MARC. C. IV. V. 2, 3"; na face posterior do pedestal desta, a inscrição "ANO . 1767 SEN / DO ZELADOR / E BEMFEITOR / MANOEL RA / BELO DA COSTA". A CAPELA DA APARIÇÃO A MADALENA tem, no portal, a inscrição: "APPARUIT / PRIMO MAR / IAE MAG / DALENAE. / MARC. C. 16, 9" e, no interior, a nota explicativa "Capela da Aparição a Santa Maria Madalena. Depois da ressurreição Jesus apareceu a N. Senhora, a S. Pedro, aos apóstolos reunidos no Cenáculo e apareceu também a Santa Maria Madalena. Esta mulher, que o evangelho tantas vezes menciona, era natural de Mágdala, na Judeia. Casou-se com um oficial, mas foi-lhe infiel. Este abandonou-a e ela entregou-se à má vida. Farta de pecados, ouvindo falar de Jesus, converteu-se de todo o coração. Acompanhou-o nas horas amargas da sua Paixão e esteve ainda presente quando Jesus foi sepultado. Por tudo isto, o Senhor distinguiu-a com uma aparição que teve lugar na manhã do Domingo de Páscoa, como esta capela indica. Ao lado direito, admira-se a imagem do Bom Jesus ressuscitado, com uma pá de jardineiro na mão, a falar com M.ª Madalena que se vê em frente cheia de confusão e espanto. Ao lado esquerdo, três piedosas mulheres, com vasos de aromas nas mãos, aproximam-se do sepulcro aberto, deparando com dois anjos que lhes dão a notícia da ressurreição do Senhor". Sucede-lhe a CAPELA DA ASCENSÃO, tem, na cartela, a inscrição: "ASSUMP / TUS EST / IN CAELU. / MARC. 16, 9" e, no interior, "No Bom Jesus há vinte capelas que representam, em grupos escultóricos, os passos principais da vida dolorosa e gloriosa do Senhor Jesus Cristo. Esta é a última e a mais espaçosa de todas. Reproduz o último facto da vida do Bom Jesus neste mundo: a Sua gloriosa Ascensão... que se deu no monte das Oliveiras, no mesmo lugar onde tinha sofrido o tormento da agonia até suar sangue. Antes de se elevar para o céu, o Bom Jesus despediu-se de Sua Mãe Santíssima, abençoou os apóstolos, discípulos e mais pessoas presentes. Em seguida, perante o espanto de todos, foi subindo lentamente, cercado de nuvens e anjos, até se esconder no espaço.". A CAPELA DO ENCONTRO DE EMAÚS tem a inscrição: "COGNOVE / RUNT EUM / IN FRA / CTIONE PANIS. / LUC. 24, 35"; no interior, "No Domingo de Páscoa, dois discípulos do senhor, Lucas e Cléofas, caminhavam de Jerusalém p'ra sua casa na aldeia de Emaús. De repente, um peregrino desconhecido aparece a falar ao lado deles e acompanha-os. Ao chegarem a Emaús, como o dia estava a terminar, os dois discípulos convidaram o amável companheiro a passar a noite com eles. Este aceitou. Foram para a mesa e, a certa altura da refeição, o estranho hóspede toma o pão que abençoa e consagra. Foi neste momento que os discípulos conheceram que aquele peregrino era o BOM JESUS Ressuscitado, mas Ele, misteriosamente desapareceu. Esta capela mostra o interior duma casa solarenga do séc. XVIII, com o BOM JESUS sentado à mesa, estilo rocalle, no acto de abençoar e consagrar o pão, perante o assombro dos dois discípulos e demais familiares". |
Utilização Inicial
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Religiosa: santuário |
Utilização Actual
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Religiosa: santuário |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: André Soares (atr., 1762-1765); Augusto Pereira (1885); Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante (1780, 1802); Manuel Pinto de Vilalobos (atr., 1722); Raul Lino (1926). CANTEIROS: António Ferreira Lopes (1948); Narciso Teixeira da Silva (1933); CARPINTEIRO: António Ferreira (1813); António Pereira (1813); Francisco Manuel (1813); Jerónimo Francisco (1802-1803, 1808); João António de Sousa Azevedo (1813); João Coelho (1813); João Ferreira (1813); José António (1808); José Bernardo Fernandes (1819); José de Almeida Braga (1883); Manuel Francisco Ferreira (1855); Manuel Gomes de Oliveira (1902); Manuel Rapaz (1813); Mestre Matias (1808); Sebastião José da Costa (1820). DESENHADORES: António Crescêncio Amarante (1819); Silvestre Campos (Padre) (1756-1768). ENGENHEIRO: Manuel Couto Guimarães (séc. 19). ENTALHADORES: Elias Gomes dos Santos (1883, 1887, 1890); João Álvares Bezerra (1819); João Bernardo da Silva (1765, 1781); João Martins Coelho (1802, 1819); João Pinto (1805); Joaquim José Moreira (1859); José António Moreira Torres (1803-1806); José Evangelista Correia (1819); José Francisco Moreira Torres (1803-1808); Manuel José Correia (1802-1803); Soares Barbosa e Irmãos (1928); Vicente José Correia (1770); ESCULTORES: António de Campos Peixoto (1722, 1745-1750); António José Pereira (1838); António Monteiro (1729, 1736-1740, 1757-1758, 1762-1765, 1788); António Pinto (1760-1761); Domingos António (1759-1761); Domingos Ferreira (1755-1756); Félix António (1880); Jerónimo António da Silva (1819); João Albertino Azevedo (1840, 1842); João Monteiro da Rocha (1807-1808); José António Sousa Azevedo (1808); José Domingues (1806-1808); José Luís Correia (1802-1803); Luís António Almeida (1815); Manuel José Gonçalves (1759-1761); Pedro José Luís (1821). ESTUCADOR: João Álvares Bezerra (1804-1805). MESTRE-DE-OBRAS: Martins Branco (1902). IMAGINÁRIO: Manuel Joaquim Álvares de Sousa (1803-1808). ORGANEIROS; António Luís Gomes (1881-1882); António Simões (1992-1993); Delfim Ferreira Peixoto (1923, 1938); Filipe Dias (1779); João Lopes da Costa (1929); João Maria de Araújo Esmeriz (1879, 1889, 1896, 1905); Padre José da Costa Neves (1855). OURIVES: Francisco Joaquim da Fonseca (1823); José António da Silva (1859); Manuel José Vieira de Macedo (1919). PEDREIROS: Ambrósio dos Santos (1722, 1749-1752, 1762-1765); António da Silva Vieira Braga (1814); António Ferreira (1760-1765); António José Lopes (1784); Caetano Lourenço (1760-1765); Cristóvão José Farto (1760-1765); Custódio Luís Soares (1762-1765); Diogo Soares (1744); Dionísio Félix de Gouveia (1750-1752); Domingos Dias Galego (1751-1752); Domingos Fernandes (1765-1766); Francisco Soares (1762-1765); Francisco Tomás da Mota (1770); Jerónimo Gonçalves (1736-1740); João Domingues (1752-1753); João Loureiro (1751-1752); José de Sousa (1762-1765); Manuel Vivas (1751-1752, 1757-1760, 1762-1765); Paulo Vidal (1780). PINTORES: António Alves (1908, 1922, 1926, 1928); Casimiro Levefre (1879); Domingos Alves Teixeira Fânzeres (1913, 1926, 1935); Domingos Sequeira (séc. 19); Manuel António de Moura (1878); Pedro Alexandrino de Carvalho (1758-1789); Pedro José de Oliveira (1879); Zeferino Couto (1949). PINTORES - DOURADORES: Américo Fânzeres (1950); António José Maria da Rocha (1751, 1760-1761, 1808-1809, 1815, 1820, 1825); António Tomás Pinheiro (1808); Augusto Ferreira (1883); Bento José Coimbra Teixeira (1812, 1819); Cunha e Ferreira (1890); Filipe Dias (1779); Francisco de Almeida (1775); Francisco José (1781); Idalécio Lupe da Rocha (1821-1822); João Álvares (1751); João Coelho (1741-1742); João da Silva Moura (1880); João Teixeira e filho (1762-1765); José Alves (1762-1765); José Azevedo (1878); José da Cunha (1883, 1893); José Dias Ferreira (1896); José Galego (1762-1765); José Inácio (1762-1765); José Joaquim Lopes (1855); José Maria da Rocha (1859); Manuel António (1802-1803); Manuel Gonçalves Pinheiro (1926); Manuel José Vieira de Macedo (1902); Manuel Pinto (1760-1761); Matias de Lis de Miranda (1762-1768); Vicente José da Silva (1883). |
Cronologia
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1373 - mencionada, pela primeira vez, a existência de uma ermida no local, dedicada a Santa Cruz; 1494 - construção de uma segunda ermida, por ordem do arcebispo D. Jorge da Costa; 1522 - o deão da Sé, D. João da Guarda, manda executar uma terceira ermida, que ganha grande devoção; 1629 - reedificação da capela, consagrada ao Bom Jesus, sendo colocada uma imagem de Cristo Crucificado; constituição da primeira confraria, que zela pela conservação e aumento do recinto, com a construção de casas para abrigo dos romeiros e das primeiras capelas dos Passos da Paixão, em forma de pequenos nichos, dedicados à Descida da Cruz, Deposição no túmulo, Ressurreição e Ascensão; nomeação do primeiro ermitão, Pedro do Rosário; 1722 - o arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles autonomeia-se juiz da Confraria e decide empreender a reconstrução do pequeno santuário, encarregando provavelmente Manuel Pinto de Vilalobos de fazer o plano geral, com o alargamento e regularização das rampas, construção de oito novas capelas, de que apenas restam as duas primeiras, e o escadório dos 5 Sentidos, sendo algumas das esculturas da autoria de António Campos Peixoto e os plintos do pedreiro Ambrósio dos Santos; o bispo deixa em testamento a quantia de cinco mil cruzados para a conclusão das obras; 1723 - construção do pórtico iniciador do percurso, 1724 - construção de uma fonte junto ao pórtico, desaparecida; 1725 - está concluído o novo templo; 1729 - execução de novo grupo escultórico para a Capela da Descida da Cruz, por António Monteiro, pela quantia de 52$800; a primeira fonte do Escadório dos Sentidos denomina-se Fonte dos Sete Castelos; feitura de um relicário em prata; 1735, 29 dezembro - resolução de reformar o grupo escultórico da Capela da Coroação, para rodear a nova imagem de Cristo, doada pelo cónego Manuel Correia da Silva; 1737 - execução do grupo escultórico para a Capela do Enterro; 1736 - 1740 - feitura do grupo escultórico da Capela da Descida da Cruz, por António Monteiro, importando em 52$800; obras de pedraria na Capela da Assunção; 1740 - no inventário, é referida a existência de 12 capelas, aparecendo quatro novas, acima da igreja; 1741 - 1742 - execução da Capela da Ressurreição, fazendo-se as figuras para a capela, pintadas por João Coelho, que também pintou o túmulo e as portas; 1743 - corte de vários carvalhos da mata, sendo vendida a lenha; 1744, 21 abril - decisão de desmontar a Fonte dos Sete Castelos e construir a das Cinco Chagas, da autoria de Diogo Soares, por 19$200; 1745 - 1750 - sucessivos pagamentos a António de Campos Peixoto, pela execução de esculturas em pedra, num total de 122$000; 1749 - decisão de demolir a Capela do Enterro, para construção noutro local; 1749 - 1751 - execução dos plintos das figuras do escadório dos Sentidos por Ambrósio dos Santos, importando em 82$960; 1750 - 1752 - execução de uma capela por Dionísio Félix de Gouveia, por 56$800; 1750 - 1760 - construção do Terreiro dos Evangelistas; 1751 - 1752 - execução de paredões no jardim, pelo pedreiro João Loureiro, por 1$600; obras no jardim por Domingos Dias Galego, importando em $960; assentamento do tanque e feitura dos canos por Ambrósio dos Santos, que recebeu 6$600; pagamento a Manuel Vivas pelo acrescento de um chafariz e obras na capela, por 6$175; 1752 - 1753 - feitura de arruamento acima da Capela da Ressurreição e colocação de pedra no pátio, por 12$120; feitura das ilhargas das Capelas do Calvário e do Senhor da Cana Verde pelo pedreiro João Domingues, por 3$440; obras na nova capela e assentamento da fonte do Cupido por 76$235; 1755 - 1756 - execução de uma figura para o tanque, por Domingos Ferreira, importando em 7$600; 1756 - 1757 - feitura dos pináculos da nova capela por Manuel Vivas, por 28$590, sendo as figuras delineadas pelo Padre Silvestre Campos; 1757 - 1758 - António Monteiro executa as figuras por 5$600; 1758 - 1759 - o Padre Silvestre Campos faz o modelo para a imagem do Cristo Ressuscitado, por $960; 1758-1789 - construção do Escadório das Virtudes, por ordem do bispo D. Gaspar de Bragança; pintura das telas para a nave por Pedro Alexandrino de Carvalho, atualmente arrecadadas no Museu; 1759-1760 - pagamento da imagem de um fariseu para a Capela do Calvário, feita por Domingos António, por 4$000; o pedreiro Manuel Vivas desmantelou a Capela da Assunção, levando a pedra para o terreiro da nova, sendo as imagens compostas por Domingos António e Manuel José Gonçalves; 1760 - 1761 - Padre Silvestre Faria de Campos faz modelos para as duas Marias, por $720; António Ferreira e Cristóvão José Farto construíram a nova capela, sendo as figuras compostas por Domingos António e Manuel José Gonçalves e o Cristo da autoria de António Pinto, por 12$800; as imagens são pintadas por António José da Rocha e Manuel Pinto e assentes pelo pedreiro Caetano Lourenço; 1762 - 1765 - risco das três Capelas do Terreiro dos Evangelistas, provavelmente da autoria de André Soares; as capelas são executadas pelos pedreiros António Ferreira, Cristóvão José Farto, Caetano Lourenço, Francisco Soares e Manuel Vivas; feitura de quatro fontes e chafariz central, sendo o conjunto pago pelo confrade Manuel Rebelo da Costa, executadas por Ambrósio dos Santos, José de Sousa, Custódio Luís Soares e Manuel Vivas; as imagens para as capelas, segundo risco do Padre Silvestre de Campos, foram executadas por António Monteiro e pintadas por Matias de Lis de Miranda, José Inácio, João Teixeira e filho, José Galego e José Alves; feitura de uma fonte na Rua que sai da Capela da Descida da Cruz, por José de Sousa; 1762 - 1768 - pintura do grupo escultórico para as Capelas da Deposição e Ressurreição, por Matias de Lis de Miranda, segundo modelos do Padre Silvestre de Campos; 1764, 27 julho - decisão de demolir a Capela do Enterro e aproveitar a pedra para a construção da casa do capelão e dos romeiros; 1765 - execução de novo retábulo-mor, onde trabalha o entalhador João Bernardo da Silva, pago pelo Padre António Ferreira; 1765 - 1766 - feitura da fonte junto à Capela da Descida da Cruz, por Domingos Fernandes; 1770, 21 maio - acrescento da igreja e da sacristia por Francisco Tomás da Mota, morador na Rua da Oliveira; 18 julho - substituição do Calvário da sacristia; execução do sacrário pelo entalhador Vicente José Correia, morador nos Chãos de Baixo; 1770 - 1771 - feitura do retábulo do Santíssimo Sacramento; 1771 - termina a construção da Capela da Ressurreição; 1773 - oferta da imagem italiana do Crucificado, por D. Gaspar; 3 Breves com indulgências para quem visitar o templo; 1774, 22 abril - Edital da Real Mesa Censória impõe a substituição das divindades pagãs que se encontram nas fontes do Escadório dos Cinco Sentidos (Argos, Orfeu, Jacinto, Ganimedes e Midas) por figuras vigilantes; 1779 - Filipe Dias encarna e pinta os bustos para a Capela dos Relicários; março - feitura de um órgão pelo irmão Filipe Dias; 1780, 05 julho - Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante e o pedreiro Paulo Vidal visitam o local, para avaliar a implantação da futura igreja; 1781 - acréscimo do retábulo-mor por João Bernardo da Silva, sendo a pintura de Francisco José, por 51$020; 22 junho - apresentação do risco da igreja e escadório das Virtudes, sob encomenda direta do arcebispo D. Gaspar de Bragança, preterindo-se um segundo risco, da autoria de João Bernardo da Silva; 27 junho - começo dos desaterros; 1784, 01 junho - lançamento da primeira pedra da igreja, ficando as obras a cargo do pedreiro António José Lopes; 1788 - a igreja ameaça ruína da abóbada, tendo esta sido substituída por vigamento de madeira; construção de um pátio entre as Capelas da Última Ceia e de Cristo no Horto; reforma dos conjuntos escultóricos das Capelas da Prisão de Cristo, Cristo no Horto, Crucificação, Descida da cruz, Ressurreição e Ascensão, segundo projeto do teólogo franciscano Padre Manuel de Santa Ana; abertura de um óculo na frontaria da Capela da Ressurreição e execução de algumas imagens por António Monteiro; 14 julho - no cumprimento das ordens da Real Mesa Censória, as esculturas são rebatizadas e executadas novas inscrições; 1789 - a atual Capela das Trevas é dedicada à Coroação; séc. 19 - construção das capelas do Ecce Homo e Caminho do Calvário, bem como o respetivo pátio; 1802 - início da feitura do retábulo-mor, delineado por Carlos Amarante, executado pelo entalhador João Martins Coelho, morador em São Martinho de Sande; 1802 - 1803 - escultura do retábulo-mor por José Luís Correia, pintado por Manuel António, e feito por Manuel José Correia; execução das grades da capela-mor por Jerónimo Francisco; 1803, 20 agosto - resolve-se abrir um arco para instalar a Capela do Santíssimo; 1804, 23 julho - decisão de demolir a igreja setecentista *2; 1804 - 1805 - estuque do zimbório por João Álvares Bezerra; 1805 - feitura do retábulo do Santíssimo por João Pinto, morador na Rua dos Pelames, por 370$000; 1806, junho - 1808, junho - execução das estátuas dos Evangelistas para a fachada, delineadas por Manuel Joaquim Álvares e efetuadas por José Domingues; 1806, dezembro - execução dos retábulos colaterais por José Francisco e José António Moreira Torres; 1807, 25 maio - 1808, 21 outubro - execução do baldaquino por José Francisco Moreira Torres; execução das esculturas do Calvário, delineadas por Manuel Joaquim Álvares de Sousa e concretizadas pelo escultor João Monteiro da Rocha; 1808 - feitura dos retábulos laterais por José Francisco Moreira Torres, sendo a escultura de João António Sousa Azevedo; 08 março - entram na Casa da Moeda 4 castiçais, 3 cruzes, 1 vaso, 1 turíbulo, 1 naveta, um par de galhetas, 3 resplendores e 1 relicário para fundir; 08 julho - venda das imagens da igreja velha; outubro - feitura das pilastras do retábulo-mor por José António Moreira Torres, sendo dourado por António Tomás Pinheiro; 1808 - 1809, setembro - pintura do baldaquino e das figuras do Calvário por António José da Rocha; 1809 - pintura a óleo de quatro tocheiros em cor de jaspe, por António José da Rocha, por $800; 1811 - 1812 - são rasgadas as 4 tribunas da capela-mor e acrescentado o presbitério; 1812 - douramento da moldura da pintura do Leproso existente na sacristia; encarnação da imagem antiga do Bom Jesus; pratear a cruz, por Bento José Coimbra; março - obras de carpintaria nos sinos, por Jerónimo Francisco, Matias e José António; julho - douramento do retábulo do Santíssimo por António José da Rocha; 1813 - feitura de bancos para a capela-mor por João Coelho, António Pereira, João Ferreira e João António de Sousa Azevedo; 1814, 30 junho - feitura de cruzes para o Santuário por António da Silva Vieira Braga; 1815 - execução da imagem do Bom Jesus para a sacristia por Luís António Almeida, por 19$200; 1819 - feitura da Fonte do Pelicano por Jerónimo António da Silva, o qual oferece gratuitamente o desenho para a cascata; execução das grades da nave por José Bernardo Fernandes e do retábulo das Relíquias por João Álvares Bezerra, segundo risco de António Crescêncio Amarante, a que se sucede o efetuado por João Martins Coelho, sendo as sanefas efetuadas por José Evangelista Correia; D. Diogo de Sousa doa um Cristo de marfim e cruz em ébano com o título do Senhor Jesus dos Viajantes, para o qual foi feita uma maquineta, pintada por Bento José Teixeira; 1820, fevereiro - 30 castiçais torneados por Sebastião José da Costa, por 30$400; 1821 - estátua de São Longuinhos oferecida pelo Dr. Luís de Castro do Couto, de Pico de Regaladas, da autoria de Pedro José Luís; encarnação e pintura dos bustos relicários, pintura de portas, caixilhos e estátuas da fachada por 20$640, obra de Idalécio Lupe da Rocha; 1822 - Idalécio Lupe da Rocha pintou e dourou a escultura de São Longuinhos; 17 agosto - por Alvará de D. João VI, o Santuário é colocado sob proteção régia, passando a gozar das mesmas prorrogativas das Misericórdias; 1823, fevereiro - resplendor para a imagem do Bom Jesus, pelo ourives Francisco Joaquim da Fonseca, por 6$830; 1824 - início da construção das Capelas da Elevação e Descida da Cruz, esta construída com o lucro da venda das estampas; execução do escudo para o frontão da fachada principal da igreja; 1825 - pintura do retábulo das Relíquias por António José da Rocha; 1834 - sagração do templo pelo arcebispo D. António José de Freitas; 1835, 11 março - decide-se gravar legendas nos plintos das imagens do adro; 1838 - execução das esculturas do escadório das Virtudes, por António José Pereira, exceto a alegoria à Esperança; 1839 - as armas de D. Jorge da Costa são encontradas durante obras no local; 1840 - execução da escultura da Esperança por João Albertino Azevedo; 1841, 14 julho - decisão de construir as Capelas de São Pedro e de Maria Madalena; 1842 - João Albertino Azevedo faz os Quatro Doutores da Igreja do transepto; séc. 19, 2.ª metade - construção da estrada de acesso ao santuário, segundo projeto do engenheiro Manuel Couto Guimarães; 1855, 15 agosto - montagem do órgão pelo Reverendo José da Costa Neves, sendo proveniente do Mosteiro do Bouro (v. PT010301190006), colocado por Manuel Francisco Ferreira e pintado por José Joaquim Lopes; 1857, agosto - doação de relíquias por D. José Joaquim de Azevedo Moura; 10 agosto - sagração da igreja; 1861 - reconstrução da Capela da Flagelação, com dinheiro doado por João Joaquim de Carvalho Braga, residente no Brasil; 1862 - troca das capelas de São Clemente e São Pedro; 1881 - vinda de 500 coníferas da Mata do Buçaco; 1882, 25 março - construção do ascensor funicular; 1883 - plantação de arvoredo; março - pintura e douramento da Capela do Santíssimo, por Augusto Ferreira, José da Cunha, Vicente José da Silva, com ouro fornecido por Joaquim António Pereira; obra de torno de José de Almeida Braga; 09 junho - baldaquino e cúpula do sacrário por Elias Gomes dos Santos; 1885 - reforma dos acessos para atenuar a subida, o que implicou a demolição de 7 capelas setecentistas (Prisão de Cristo, das Trevas, Flagelação, Ecce Homo, Caminho do Calvário e Crucificação, dando origem às novas capelas octogonais, conforme projeto do tenente Augusto Pereira; projeto de um novo pórtico de acesso, que não chegou a ser executado; 1887, 30 março - execução de novas banquetas; 05 abril - cadeira episcopal por Elias Gomes dos Santos, por 230$000; 1890 - execução das sanefas em madeira de castanho por Elias Gomes dos Santos, douradas por Cunha e Ferreira; 1902, 05 abril - construção da gruta, com ajuda de Martins Branco; setembro - feitura da grade de balaústres para a capela-mor por Manuel Gomes de Oliveira, sendo as serpentinas prateadas da autoria de Manuel José Vieira de Macedo, num total de 120$000; 02 outubro - autorização para serem construídos 2 coretos; 1903 - compra de plantas para a gruta; 1912, 17 março - decide-se a ampliação da Mata até ao Sameiro e aforamento de talhões para construção de casas particulares; 1916, 23 outubro - autorização para a criação de um Museu na Casa da Mesa; 1918 - é criada a biblioteca do santuário, por Gaspar Leite de Azevedo, oficial aposentado do Governo Civil de Viana do Castelo, a qual fica instalada em anexo da casa das estampas, onde se encontra o Museu da Confraria; 1919 - execução do resplendor e coroa de prata para o Menino da sacristia por Manuel José Vieira de Macedo, por 7$20; 1920 - colocação da gruta junto à igreja, proveniente do Paço Episcopal; 1922, março - feitura de duas telas ovais para a capela-mor, por António Alves, por 150$00; 1926 - após obras de reconstrução dirigidas pelo arquiteto Raul Lino, a biblioteca passa a ocupar o espaço da casa das estampas; 1928 - tela para a Capela do Santíssimo por António Alves, que também pinta o fundo do Calvário do retábulo-mor, por 6.025$00; execução de um baldaquino por Soares Barbosa e Irmãos; 1933 - feitura da lápide comemorativa dos 100 anos do falecimento de Pedro José da Silva, por Narciso Teixeira da Silva, por 365$00; 1948, 23 dezembro - pagamento a António Ferreira Lopes pela feitura de um banco em cantaria da Corvia para homenagem a Carlos Amarante; 1949, 09 abril - compra de um quadro a Zeferino Couto, por 500$00; 1970, 03 junho - classificação do Santuário do Bom Jesus do Monte, constituído pelo santuário, escadório, capelas e pórtico, como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 251/70, DG, 1.ª série, n.º 129; 2013 - a Confraria do Bom Jesus apresenta processo de candidatura do Santuário a Património Mundial da Humanidade; 2015, 11 agosto - Resolução da Assembleia da República n.º 125/2015, publicada em DR, 1.ª série, n.º 155, recomenda ao Governo que apoie institucionalmente, pelos meios que considerar adequados, a candidatura do Santuário do Bom Jesus do Monte a património mundial da UNESCO; Resolução da Assembleia da República n.º 127/2015, publicada em DR, 1.ª série, n.º 155, recomenda ao Governo que abra o processo de classificação do Santuário do Bom Jesus do Monte como imóvel de interesse nacional, com vista ao seu reconhecimento como monumento nacional; 2016, 24 novembro - proposta da DRC do Norte para a ampliação da classificação e eventual reclassificação para Monumento Nacional; 2017, 25 janeiro - despacho da diretora-geral da DGPC a determinar a abertura do procedimento de ampliação da classificação, de forma a integrar todo o sacro-monte, incluindo o Elevador do Bom Jesus do Monte, e eventual reclassificação como Monumento Nacional; 10 maio - publicação da abertura do procedimento de ampliação da classificação do santuário, de forma a integrar todo o sacro-morte, incluindo o Elevador do Bom Jesus do Monte, e de eventual reclassificação para Monumento Nacional, em Anúncio n.º 68/2017, DR, 2.ª série, n.º 90/2017; 2018, 23 novembro - a DRC do Norte envia à Câmara Municipal de Braga a proposta de decisão para parecer; 14 dezembro - parecer favorável da Câmara Municipal de Braga; 2019, 31 janeiro - proposta da DRC do Norte; 20 março - parecer favorável da SPAA do Conselho Nacional de Cultura; 29 março - despacho de concordância da diretora-geral da DGPC; 21 junho - projeto de decisão relativo à ampliação da classificação do Santuário do Bom Jesus do Monte e à reclassificação como Conjunto de Interesse Nacional/Monumento Nacional em Anúncio n.º 110/2019, DR, 2.ª série, n.º 117; 07 julho - inscrição do Santuário na Lista de Património Mundial da Unesco, sob o critério IV; 02 outubro - inauguração do Centro de Memória, por D. Jorge Ortiga e pelo presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estruturas em cantaria de granito, as capelas e igreja rebocadas e pintadas; modinaturas, balaustradas, cunhais, embasamentos, pilastras, cornijas, cruzes, frontões, fontes, pavimentos em cantaria de granito, sendo a cantaria das colunas proveniente da Pedreira do Penedo Negro, no Chão de Felgueiras, freguesia de São Bento de Donim; retábulos, estatuária, vigamentos das coberturas de madeira; janelas com vidro simples; coberturas exteriores em telha. |
Bibliografia
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ARANHA, Maciel - Epitome da vida e virtudes do Excelentissimo Senhor D. Rodrigo de Moura Telles, Arcebispo de Braga. Lisboa: 1743; ARAÚJO, Manuel António Vieira de - Particularidades, e origem do admirável Santuário do Bom Jesus do Monte, extramuros da cidade de Braga. Lisboa: Officina Simão Thadeo Ferreira, 1803; BARARDO, Maria do Rosário - Santuários de Portugal. Caminhos de Fé. Lisboa: Paulinas Editora, 2015; BARATA, Mário - Origem dos Santuários tipo «Bom Jesus do Monte», em Braga, nos «Sacro-Monte» do norte da Itália (Piemonte e Lombardia), dos séculos XVI e XVII - exemplo do de Varese. Braga: s.n., 1974; BEZERRA, João Alírio Xavier - Subsídios para uma outra "leitura" do Bom Jesus do Monte - Santuário de Peregrinação. Braga: Edição do Autor, 2002; CALDAS, J.J. da Silva Pereira - Indicatorio suscinto do Sanctuário do Bom Jesus do Monte. Porto: 1841; CARDOSO, António - «a conservação dos elementos pétreos do escadório do Bom Jesus do Monte» In Diário do Minho. 26 fevereiro 2017, p. 7; CASTIÇO, Fernando - Memória histórica do Sanctuário do Bom Jesus do Monte subúrbios de Braga. Braga: Typographia Camões, 1884; COSTA, Magalhães - «Renovação do Bom Jesus». Jornal de Notícias - Minho. Porto: 02 abril 2006, p. 29; COUTINHO, Azevedo - Bom Jesus do Monte. Braga: Livraria Central de Laurindo Costa, 1899; FEIO, Alberto - Bom Jesus do Monte. Braga: Confraria do Santuário do Bom Jesus do Monte, 1930; LIMA, Maria Luísa Gonçalves Reis - A renovação estética da Igreja do Bom Jesus do Monte na época contemporânea. Porto: s.n., 1996, 3 vols.. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto; MASSARA, Mónica F. - Santuário do Bom Jesus do Monte - fenómeno tardo-barroco em Portugal. Braga: Confraria do Bom Jesus do Monte, 1988; MEIRA, Alberto - Os Engenheiros Vila Lobos. Porto: Imprensa Moderna, 1953; MONTEIRO, Manuel - Braga - O Bom Jesus do Monte. Porto: 1905; PEREIRA, José Fernandes - «Retórica da Fé: simbolismo e decoração no Escadório dos Cinco Sentidos». Claro-Escuro, Revista de Estudos Barrocos. Lisboa: Quimera Editores, novembro de 1988, n.º 1; Roteiro do Bom Jesus do Monte. Braga: Confraria do Bom Jesus do Monte, 1978; SAMPAIO, Diogo Pereira Forjaz de - Memórias do Bom Jesus do Monte. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1844; SILVA, Padre Martinho da - Manual do romeiro, ou visita ao Real Sanctuário do Bom Jesus do Monte nos subúrbios de Braga. Porto: Typographia Sebastião José Pereira, 1852; VALENÇA, Manuel - A Arte Organística em Portugal. Braga: Editorial Franciscana, 1990, vol. II; VIEIRA, Manoel António - Descripção do Prodigioso Augusto Sanctuario do Bom Jesus do Monte da Cidade de Braga, antigamente nomeado de Santa Cruz. Lisboa: Officina de Antonio Rodrigues Galhardo, 1793. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMNorte, SIPA; Associação de Reitores dos Santuários de Portugal / Paulinas |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSARH-010/053-0164, Arquivo Pessoal de António Viana Barreto (Curriculum Vitae do Arquiteto Paisagista Ilídio de Araújo) |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1729 - arranjo das capelas da Via Sacra; 1732, 23 setembro - reforma da Capela da Última Ceia, com colocação de betume; 1736 / 1737 / 1738 / 1739 / 1740 - colocação de betume no zimbório da mesma capela, por Jerónimo Gonçalves, por 5$340; 1742 / 1743 - pintura das esculturas do escadório; 1751 - pintura das esculturas do escadório, por João Álvares e António José da Rocha, por 8$700; 1754 / 1755 - feitura de uma porta nova para a Capela do Enterro, por 2$080; 1763 - pintura das esculturas do escadório; 1773 - colocação de figueiras junto à Capela do Ecce Homo; 1775 - pintura de toda a imaginária do templo, pelo dourador Francisco de Almeida, morador no Campo dos Remédios; 1787 - plantação de carvalhos e oliveiras; 1788 - remoção das oliveiras, substituídas por carvalhos; 1813 - obras de carpintaria no retábulo-mor, por António Ferreira, Francisco Manuel e Manuel Rapaz; 1815 - pintura do guarda-vento por António José da Rocha; 1820, março - pratear as banquetas, 24 castiçais e 6 cruzes por António José da Rocha; 1821, junho - afinação do órgão; 1859 - pratear o resplendor do emblema do Santíssimo por José Maria Rocha, por 3$000; maio - pintura do sacrário a branco, por José Maria da Rocha, por 11$500; acrescento do sacrário pelo entalhador José Maria Moreira, por 18$420; dezembro - douramento da lâmpada grande por José António da Silva, por 18$000; 1874 - pintura e douramento do Calvário, por 400$000; 1878 - restauro do quadro de Domingos Sequeira representando a edificação do Templo, a pintura por Manuel António de Moura, por 70$800, e a moldura por José Azevedo; 1879 - pintura do templo por Casimiro Lefevre e Pedro José de Oliveira; o primeiro restaura os painéis da igreja; afinação do órgão por João Maria de Araújo Esmeriz; 1880 - reforma de 3 figuras do Calvário por Félix António, por 45$000 e pintura das mesmas por João da Silva Moura, por 54$470; 1881 / 1882 - afinação do órgão por António Luís Gomes; 1886 - pintura da sacristia e colocação de azulejo, bem como douramento do oratório; 1887 - forra-se a azulejo o lambril de pedra fingida da capela-mor; 1889 - afinação do órgão por João Maria de Araújo Esmeriz; 1893 - prateamento dos Evangelistas da capela-mor, por José da Cunha, por 4:000$000; 1896 - afinação do órgão por João Maria de Araújo Esmeriz; retoque na imagem do Bom Jesus, por José Dias Ferreira, por 1$800; 1905 - afinação do órgão por João Maria de Araújo Esmeriz; 1906, 27 outubro - instalação elétrica no templo; 1908 - restauro dos quadros de Pedro Alexandrino por António Alves, importando em 250$00; 1913 - obras de pintura na capela-mor por Domingos Alves Teixeira Fânzeres por 15$21; 1923 - conserto do órgão por Delfim Ferreira Peixoto; 1926 - abate das palmeiras do Terreiro de Moisés; 1928 - pintura e douramento das paredes, teto e retábulo do Santíssimo, por 2500$00; março - pintura do órgão por António Alves; junho - douramento do baldaquino por Domingos Alves Teixeira Fânzares, por 325$00 e execução de um Cristo de madeira por 40$00; 1927 - retoque na imagem do Bom Jesus por Manuel Gonçalves Pinheiro, importando em 50$00; 1928 - restauro dos quatro medalhões da nave, das colunas do altar-mor e dos almofadados vermelhos do zimbório, por António Alves; 1929 - restauro da Capela do Santíssimo; restauro das pinturas das paredes testeiras das capelas do Escadório por 1.500$00; junho - reparação do órgão por João Lopes da Costa; 1930 - reparação do fole por António José Ferreira, por 150$000; 1935, outubro - reparação da porta do sacrário por Domingos Alves Teixeira Fânzeres, por 170$00; 1938 - conserto do órgão por Delfim Ferreira Peixoto; 1940 - transferência dos quadros dos benfeitores da capela-mor para a sacristia; 1992 / 1993 - restauro do órgão por António Simões; 1949 - reparações no templo, capelas, escadório e casa das estampas; 1950 - retoque na imagem do Bom Jesus por Américo Fânzeres (20$00); 1957 - a DGEMN dá um parecer sobre a pavimentação da zona envolvente do santuário, onde se deveria utilizar saibro misturado com detritos de granito (SIPA, txt.00987575); 1965 - arborização e integração paisagística da estrada de Braga ao Bom Jesus do Monte; 2003 / 2004 / 2005 / 2006 - recuperação de todo o percurso da Via Sacra, incluindo a beneficiação da mata e jardins, bem como a iluminação, vedações e entradas; obras de remodelação da Casa das Estampas e do elevador; 2014 - intervenção na Capela do Senhor Bom Jesus do Monte com obras no estuque da cobertura, revisão das paredes e do painel de azulejos; instalção de novo sistema de iluminação; 2017 - conservação dos elementos pétreos do escadório do Jesus do Monte, pela empresa Signinum - Gestão de Património Cultural, Ldª; a obra consta de diagnóstico e análise de patologias, estudo e planeamento da intervenção conservativa, estabilização de zonas e elementos instáveis, controlo e eliminação de infestantes biológicos, limpeza controlada dos elementos pétreos, tratamento das juntas com argamassas tradicionais, reposição de elementos em falta, tratamento do sistema hidráulico que alimenta de água as várias fontes nos patamares, aplicação de biocida preventivo e hidrorrepelente protetor; 2018 - trabalhos de conservação e restauro no interior da igreja, beneficiação do pórtico, de seis capelas na área poente e de parte do escadório; os grupos escultóricos das capelas estão a ser reabilitados nos laboratórios da empresa AOF; as obras beneficiam de comparticipação de 80% do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. |
Observações
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*2 - a Igreja encontrava-se onde atualmente se ergue o Escadório das Virtudes e encontrava-se rodeada por adro labiríntico, com canteiros e estátuas com oito palmos de altura; tinha, sobre a cornija do remate, platibanda e oito anjos em pedra, de estatura natural, segurando instrumentos da Paixão; na fachada, três portas separadas por colunas, tendo sobre a principal a inscrição latina: "Crucifixo Domino Sacratum hoc / Templum Posteritati commendant / et animam suam Illustrissimus / Dominus Rodericus o Moura Te / les Archiepiscopus Bracharensis / Hispaniarum Primaz, anno Do / mini nostri Jezu Christi milessi / mo Septingetessimo et vigessimo / quinto"; na sacristia, existia a reprodução escultórica de um Monte Calvário; tinha dois altares laterais, dedicados a Santo António e São Rodrigo, sendo interiormente revestida a azulejo e a cobertura pintada com anjos a segurar instrumentos da Paixão; existiam dois púlpitos no meio da nave. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Miguel Leão 1994 / Paula Figueiredo 2004 |
Actualização
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