Palácio dos Marqueses de Lavradio

IPA.00005081
Portugal, Lisboa, Lisboa, São Vicente
 
Palácio barroco joanino, onde as janelas de sacada são rematadas por frontespícios muito altos.
Número IPA Antigo: PT031106510243
 
Registo visualizado 2812 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  

Descrição

Planta longitudinal irregular, volumes articulados. O edifício organiza-se dentro de um quadrilátero trapezóidal -cujo lado menor S. corresponde ao alçado principal -, em torno de pátio rectangular, com três pisos. As alas do edifício apresentam coberturas em telhados a 2 águas, articulados nos ângulos, sendo de 3 águas a cobertura do corpo central. O alçado principal é constituído por um corpo central separado dos 2 corpos extremos por pilastras de cantaria, distinguindo-se, ao nível do piso térreo, o portal, ao qual se acede por curta escadaria de lanço único, ladeado por 2 janelas de peito rectangulares e de emolduramento simples. No piso nobre abrem-se 3 janelões rectangulares, sendo o central de sacada e abrindo para uma varanda com guarda de ferro. Este corpo central remata-se por frontão triangular, ostentando as armas reais, o qual é ainda encimado por uma estátua figurando a Justiça. Os corpos extremos, que se apresentam lateralmente limitados por cunhais de cantaria, organizam-se em altura em 3 níveis. No 1º , revestido com placagem de cantaria acusando a pendente da rua, rasgam-se portas e pequenos vãos gradeados iluminantes, no 2º 6 janelas de peito e no 3º (nobre) 6 janelas de sacada com guardas de ferro e coroadas por ática. O remate do edifício faz-se por platibanda de balaústres ritmada por plintos. Os alçados laterais desenvolvem-se em 2 níveis, destacando-se, no E. 12 janelas e no O. 3 janelas idênticas às da fachada S. em cada andar. No interior merecem menção: o átrio, no qual se destaca o revestimento azulejar polícromo setecentista dos muros, em torno da representação das armas dos marqueses de Lavradio *1, a escada com as paredes igualmente revestidas por painéis de azulejos de cenas galantes e de caçadas e tecto com decoração em estuque e ainda algumas salas (designadamente as de audiências e respectiva antesala, as salas de conferências) pela componente decorativa que ostentam, essencialmente constituída por lambris de azulejos e os trabalhos de estuque nos tectos.

Acessos

Campo de Santa Clara; Travessa das Freiras; Travessa do Conde de Avintes

Protecção

Em estudo / Incluído na Zona Especial de Proteção da Sé de Lisboa (v.IPA.00002196), Portal Principal da Igreja da Madalena (v. IPA.00003034), Lápides das Pedras Negras (v. IPA.00006474), Igreja da Conceição Velha (v. IPA.00006470), Casa dos Bicos (v. IPA.00002489) e Igreja de Santo António de Lisboa (v. IPA.00003143)

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado, ocupando a totalidade do quarteirão. Nas proximidades do Palácio Sinel de Cordes (v. PT031106510939) com fachada principal voltada ao Campo de Santa Clara.

Descrição Complementar

No interior da construção encontra-se o que resta do primitivo jardim.

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Política e administrativa: ministério

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Ministério da Defesa Nacional

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: João Frederico Ludovice (atr., 1670 - 1752); Amândio Vaz Pinto do Amaral (1954 - 1960); FORNECEDORES: Viúva de João Ferreira & Filhos (1954 - 1960), Albino de Matos, P. & Barros (1954 - 1960) e L. Costa (1954 - 1960); Fábrica Portugal (1954 - 1960)

Cronologia

1745 - início da construção do palácio por D. Tomás de Almeida (1670 - 1754), 1.º cardeal patriarca de Lisboa, em terrenos que adquirira a seu irmão, D. Luís de Almeida Portugal, 3.º conde de Avintes (1669 - 1730), para o que manda demolir a residência familiar que neles existia; concluído o palácio o cardeal patriarca doa-o ao seu sobrinho, D. António de Almeida Soares Portugal de Alarcão Eça e Melo (1701 - 1760), conde de Avintes, 1.º marquês do Lavradio e vice-rei do Brasil; 1755 - o palácio sofre danos pouco significativos com o terramoto; 1865 - a Câmara Municipal de Lisboa ajardina o terreiro diante do palácio; 1874 - o palácio vai à praça, por morte do 5º marquês, D. António de Almeida Portugal; 1875 - aquisição do palácio pelo Estado (por 15.300$000 réis) e início de obras de adaptação necessárias à instalação dos tribunais militares no edifício (designadamente a transformação da capela em vestíbulo para as dependências do Supremo Tribunal Militar) e redecoração de alguns compartimentos com estuques; 1954-1960 - o edifício é ampliado, pela Direção de Edifícios de Lisboa, da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, com projeto do arquiteto Amândio Vaz Pinto do Amaral, com o objetivo de aí instalar a Direção da Arma de Engenharia, recebe então mobiliário por intermédio da Comissão para a Aquisição de Mobiliário; o mobiliário de madeira é adjudicado às firmas Viúva de João Ferreira & Filhos (Porto), Albino de Matos, P. & Barros (Freamunde) e L. Costa (Porto); o mobiliário metálico é adjudicado à Fábrica Portugal.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Alvenaria mista e de tijolo, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, estuque pintado, azulejos, ferro forjado.

Bibliografia

LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. II, Lisboa, 1874; ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, Fasc. 4, Lisboa, 1946; Breve Monografia do Palácio dos Tribunais Militares de Lisboa, Lisboa, 1970; PORTUGAL, Fernando, MATOS, Alfredo de, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, 1974; MACEDO, Luís Pastor de, Lisboa de Lés-a-Lés, 3ª ed., Vol. III, Lisboa, 1985 (1ª ed. 1939); FERREIRA, Fátima, DIAS, Francisco S., CARVALHO, José S., PEREIRA, Nuno Teotónio, PONTE, Teresa N. da, Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; MATOS, José Sarmento de, Lavradio, Palácio, in PEREIRA, José Fernandes, (dir. de), Dicionário da Arte Barroca em Portugal, Lisboa, 1989

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DREL/DRC, DGEMN/DREL/DEM

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

SIPA: DGEMN/CAM 0026/01, 0026/03, 0026/04, 0279/04

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO *1- cuja leitura heráldica é a seguinte: de vermelho, com uma dobre-cruz acompanhada de 6 besantes, tudo de ouro e bordadura do mesmo.

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1995

Actualização

Margarida Elias (Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design (CIAUD-FA/UTL)) 2015
 
 
 
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