Palácio do Monteiro-Mor / Museu Nacional do Teatro e da Dança
| IPA.00003019 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Lumiar |
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Arquitectura residencial, barroca e neoclássica. Edifício de planta rectangular simples, formando um eixo longitudinal interno, com fachada principal neoclássica, de deisposição simétrica, a partir de um eixo central saliente e rematado em frontão trinagular, rasgada regularmente por janelas rectilíneas no piso inferior e em arco abatido no superior, estas em sacada. A fachada de maior aparato, barroco, evolui de forma simétrica, com eixo central saliente, mais elevado e côncavo, marcado por amplos pilares em silharia fendida e por portal côncavo, flanqueado por pilastras, encimado por varanda em cantaria com guarda de balaústres. Edifício algo alterado após um violento incêndio que o afectou no início do séc. 20, reconstruindo-se as fachadas à semelhança do primitivo, onde se mistura a linguagem tardo-barroco da fachada N., contrapondo-se à simetria e ao neoclassicismo da fachada principal. Contudo, também nesta surgem pequenos elementos barroquizantes, como a decoração do frontão, as modinaturas recortadas e com pendentes das janelas, os fechos dos arcos salientes e ornados de acantos. De destacar o recurso à silharia fendida, atribuindo um ar rústico e neoclássico ao imóvel. |
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Número IPA Antigo: PT031106180107 |
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Registo visualizado 1622 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Quinta Casa nobre Tipo planta retangular
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Descrição
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Planta rectangular regular, com volumetria paralelepipédica simples, desenvolvendo-se em dois pisos, com torre no extremo, tendo coberturas diferenciadas em telhados de duas águas no corpo central, a quatro nos extremos e em terraço na torre, cujas pilastras se prolongam superiormente, permitindo fixar as guardas metálicas. Fachadas rebocadas e pintadas de rosa, excepto o corpo da torre em cantaria de calcário aparente, flanqueadas por cunhais apilastrados em silharia fendida, rematadas por friso e cornija e seccionadas em dois registos por friso de cantaria. Fachada principal voltada a E., dividida em três panos simétricos, a partir do eixo central da torre, de perfil côncavo e evoluindo em três pisos. No inferior, surge o portal, convexo, de verga recta e arestas boleadas, flanqueado por duas pilastras, onde surgem consolas que sustentam a sacada do segundo piso, em cantaria, protegida por guarda balaustrada, entrecortada por três acrotérios do mesmo material, para onde se rasga janela de perfil contracurvado e moldura recortada, com fecho saliente e sobrepujada por cornija de inspiração borrimínica, que faz a transição para o terceiro piso, onde se implanta relógio quadrangular, com os ângulos salientes ornados por botões. Os panos laterais são semelhantes, rasgados por porta de verga recta com moldura recortada, encimada por janela de sacada, com bacia de cantaria e guarda metálica, para onde abre o vão, em arco abatido e pedra de fecho volutada. Fachada lateral esquerda virada a S., com cinco panos, os três do lado direito simétricos, a partir do eixo central composto por pano saliente, flanqueado por pilastras de silharia fendida, que sustentam o remate em frontão triangular, em cujo tímpano surgem várias flores e alfaias agrícolas. O pano é rasgado por porta em arco abatido e pedra de fecho saliente, encimado por janela de sacada, com bacia de cantaria e guarda de metal, vazada por elementos volutados, com o vão de perfil contracurvado, de moldura recortada e pingentes laterais e pedra de fecho saliente, que extravasa para o frontão, provocando-lhe uma reentrância. Os panos laterais são semelhantes, compostos por oito janelas de cada lado, quatro de peitoril e rectilíneas no piso térreo, encimadas por quatro de sacada, com bacia em cantaria, guarda metálica simples e vão em arco abatido com pedra de fecho saliente e volutada. No lado esquerdo, evoluem dois panos mais simples, o do lado esquerdo mais elevado, rasgado por duas portas de verga recta no piso inferior, encimadas por janelas de peitoril em arco abatido, com molduras de cantaria, prolongando-se em falsos brincos, rematada por cornija e pedra de fecho fitomórfica. O pano imediato tem porta, encimada por janela, de perfis e modinaturas semelhantes às do corpo principal. Fachada lateral direita virada a N., de três panos simétricos, os extremos de menores dimensões e rasgados por janelas de peitoril com molduras em cantaria, encimadas por janela de sacada pouco desenvolvida, com guarda de ferro simples e vão em arco abatido, com pedra de fecho saliente. Ao centro, surgem, no piso térreo, duas portas de verga recta e cinco janelas de peitoril rectilíneas e com caixilharia de guilhotina; no piso superior, sete janelas semelhantes às anteriores. Fachada posterior com uma ampla porta, de acesso à Cafetaria, encimada por duas janelas de peitoril, com molduras a prolongarem-se inferiormente, formando falsos brincos, rematada por cornija e pedra de fecho fitomórfica, que centram pequeno postigo, rematado por cornija. INTERIOR bastante adulterada pelas obras de adaptação às novas funções, mantendo a antiga cozinha, recuperada e aproveitada para a instalação da Cafetaria / Restaurante do museu onde ainda permanecem alguns azulejos que revestiam as paredes. O espaço organiza-se em dois pisos, que comunicam através de escadas localizadas nos extremos do edifício, sendo utilizado para a montagem de exposições temporárias. Junto a estas salas, localizam-se, junto à entrada a recepção e bloco de sanitários para público e, no piso superior, os serviços do museu. Fora dos circuitos expositivos, junto à entrada para o jardim, encontram-se dois espaços singulares e independentes que foram remodelados para servirem de apoio ao público: um para a instalação de um núcleo museológico, e outro, situado em frente do anterior, onde foi instalada a Loja do Museu. |
Acessos
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Estrada do Lumiar, n.º 10 - 12 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210, de 12 setembro 1978 *1 / Incluído na classificação do Paço do Lumiar (v. IPA.00021768) |
Enquadramento
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Urbano, destacado e isolado, implantado na Quinta do Monteiro-Mor / Palácio do Monteiro-mor (v. PT031106180331), onde se encontra implantado o Palácio Angeja / Museu do Traje (v. PT031106180330); situa-se em encosta, exposta a NO. e vale fechado, inserido no Conjunto do Núcleo Antigo do Lumiar (v. PT031106180333), nas proximidades da Igreja de São João Baptista (v. PT031106180408) e da Quinta do Espie (v. PT031106180798). A fachada principal da Quinta abre para o Lg. Júlio Castilho (antigo Lg. da Duquesa) calcetado à portuguesa e usado como estacionamento, dando as demais fachadas para a Est. do Lumiar, encontrando-se totalmente murado, confinando com zonas residenciais e zonas de cultivo. Nas proximidades, assinala-se a presença de edificações com interesse cultural, decorativo ou arquitectónico, como o Chafariz do Boneco / Fonte de São João Baptista (v. Pt031106180997), os Edifícios Setecentistas na Travessa do Coutinho (v. PT031106181219 e PT031106181220) e os Edifícios da Rua Pena Monteiro (v. PT031106180995 e v. PT031106180996). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: quinta |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DGPC, Decreto-Lei n.º 115/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012 |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Domingos Vandelli (séc. 18, atr.); Joaquim Cabeçada Padrão (1970-1984). ENGENHEIRO: Luís Filipe Sousa Lara (1976). JARDINEIROS: Friedrich Welwitsch; Jacob Weiss e Rosenfelder (1844-1853); João Baptista Possidónio (1912). |
Cronologia
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1147 - após a reconquista de Lisboa, os territórios do Termo do Lumiar foram sendo doados pelo rei aos nobres e às ordens militares e religiosas, em recompensa dos serviços prestados; séc. 13, 3º quartel - D. Afonso III escolheu o Lumiar para sua residência de campo e adquiriu grande quantidade de terras e casas na cidade, tornando-se o seu maior proprietário; 1266 - criação da freguesia do Lumiar; 1272 - a chamada Quinta do Lumiar, situada no local do Palácio do Monteiro-Mor, foi dada por D. Afonso III aos freires de Évora; 1312 - doação do paço que D. Dinis tinha no Lumiar a D. Afonso Sanches, seu filho bastardo, e que passou a designar-se Paços do Infante D. Afonso Sanches; 1320 - o Mestre D. Frei Vasco Afonso fez doação da Quinta do Lumiar a Estêvão da Guarda; 1334 - D. Teresa Martins, viúva de D. Afonso Sanches, fez doação da Igreja e do Paço, pelas almas do seu sogro e marido, ao novo Mosteiro de São Dinis de Odivelas (v. PT031116030003); séc. 14, meados - após D. Afonso IV ter confiscado todos os bens ao seu irmão, esta residência nobre tomou a designação de Paço do Lumiar, a qual acabou por abranger a povoação vizinha; séc. 16, inícios - os freires de Avis habitavam a meio caminho entre o Lumiar e o Paço do Lumiar, junto da Estrada que ia do Paço à Igreja, sendo ainda possível verificar-se hoje um marco junto ao Museu do Teatro e uma ombreira quinhentista chanfrada numa residência contígua ao palácio; descrição quinhentista do actual palácio do Monteiro-Mor, pertencente ao antigo cartório conventual de Avis, incorporado no Arquivo Histórico do Ministério das Finanças e referido por Cordeiro de Sousa *1; 1530 - a Quinta foi aforada por outro mestre a Manuel Correia de Lacerda por 6000 reais brancos anuais; séc. 18 - D. Henrique de Noronha, Monteiro-Mor, residia na Quinta; 2ª metade - a Casa do Monteiro-Mor pertencia a D. António Beja Noronha e Almeida, 2º marquês de Angeja e fidalgo da Casa de Sua Majestade, que herdou o morgado do seu avô materno, António Luís de Beja Noronha; habitavam no palácio dois monteiros-mores, D. Henrique de Noronha, filho do 2º marquês de Angeja (Monteiro-Mor em 1717 após casamento com D. Maria Josefa de Melo, filha do Monteiro-Mor Francisco de Melo) e D. Fernando Teles da Silva, 3º filho do conde de Tarouca e Monteiro-Mor do Reino (Monteiro-Mor em 1728 e segundo marido de D. Josefa), que adquiriu o palácio a D. António de Beja Noronha e Almeida e o adaptou; mais tarde, foi adquirido pelos marqueses de Olhão que o venderam ao conde da Póvoa, avô materno da 2ª duquesa de Palmela, a qual acabou por recebê-lo em herança; 1840 - aquisição da propriedade pelo 1º marquês do Faial e 2º duque de Palmela, D. Domingos de Sousa Holstein Beck (1818-1864) à herdeira da casa de Angeja, D. Mariana de Castelo Branco; a propriedade sofreu significativas alterações e obras de restauro no palácio e no jardim de acordo com o gosto romântico da época, com a incorporação da vizinha Casa do Monteiro-Mor, aumento com várias fazendas que se compraram a diversos indivíduos, transformação do palácio num verdadeiro museu de obras de arte, reconstrução do pavilhão neo-gótico (destinado a viveiro de aves e hoje ocupado pelo restaurante do Museu Nacional do Traje), colocação das armas dos Palmelas no tecto da galeria, delineação numa vasta zona de um jardim à inglesa com pequenos recantos românticos, lagos de recorte natural e fontes escondidas e introdução no parque de cascatas, grutas com embrechados, a definição de canteiros com remates de pedra e novas espécies exóticas raras importadas de Inglaterra (sob orientação dos botânicos belga Rosenfelder e o austríaco Friederich Welwitsch e dos jardineiros Jacob Weist e Otto *3); 1841 - inauguração do palácio com duas festas para as quais interveio o pintor António Manuel da Fonseca que desenhou e pintou quadros alegóricos; 1970 - funcionando no palácio do Monteiro-mor, a Embaixada de Marrocos; regista-se um grande incêndio que destrói quase todo o palácio deixando de pé apenas as paredes exteriores; obras de restauro, coordenadas pelo arquitecto Joaquim Cabeçada Padrão; 1974, Fevereiro - conclusão das obras; 1974 - Natália Correia Guedes propõe a reutilização do edifício como um museu de instrumentos musicais, recusado pelo Conservatório; 1975, 27 Setembro - Decreto-Lei n.º 558 a autorizar a Direcção-Geral da Fazenda Pública a aquisição da chamada "Quinta do Monteiro-Mor" que incluía o Palácio Angeja-Palmela, a Casa do Monteiro-Mor, uma casa do século 18, o Jardim Botânico e uma zona verde com 11 hectares"; 1976, 4 Fevereiro - aquisição da propriedade (palácio e parque) pelo Estado Português a D. Isabel Juliana de Sousa e Holstein Beck Campilho, por intermédio do pintor Ruben A., então Director-Geral dos Assuntos Culturais; 1978 - Vítor Pavão dos Santos propôs a criação de um Museu do Teatro no palacete; para o efeito pensou-se na sua demolição, apesar de Vítor dos Santos insistir na reconstrução das fachadas; 18 Maio - decide-se a recuperação do edifício, a cargo do arquitecto Joaquim Cabeça Padrão; 17 Julho - Amélia Rey Colaço foi nomeada consultora do futuro museu; 1979 - início das obras; Desembro - forma-se a Comissão Instaladora do Teatro, integrada por Amélia Rey Colaço, Ana Maria Brandão e Vítor Pavão dos Santos; 1982, 22 Junho - criação do Museu Nacional do Teatro pelo Decreto Lei 241; 1984 - fim das obras de restauro; construção de um vestiário do pessoal e casa de ferramentas; 1985 - construção de instalações sanitárias públicas; 4 Fevereiro - inauguração e abertura ao público do Museu Nacional do Teatro no palacete; 1987 - o Museu Nacional do Teatro recebeu da TRIONUS (trienal de museus) o prémio de melhor museu novo; 1991, 09 agosto - o museu é afeto ao Instituto Português de Museus, Decreto-Lei n.º 278/91, DR, 1.ª série-A; 1994 - palácio, quinta e museus foram abrangidos pelo Plano Director Municipal, ref. 18.02; 1995 - inauguração do "jardim das esculturas" no Parque do Monteiro-Mor; 1997 - classificação do Conjunto do Paço do Lumiar; 2007, 29 março - o imóvel é afeto ao Instituto dos Museus e Conservação, I.P. pelo Decreto-Lei n.º 97/2007, DR, 1.ª série, n.º 63. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Estrutura em alvenaria mista, rebocada e pintada; modinaturas, varanda, portais, escadas, frontão, sacadas, balaústres em cantaria de calcário; janelas com caixilharias de madeira e vidro simples; cobertura exterior em telha. |
Bibliografia
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BARBOSA, Inácio de Vilhena, Fragmentos de Um Roteiro de Lisboa (Inédito), in Annuario do Archivo Pittoresco, Vol. VI, Lisboa, 1863; PEREIRA, Gabriel, De Benfica à Quinta do Correio-Mor, Lisboa, 1905; PEREIRA, Gabriel, Pelos Suburbios e Vizinhanças de Lisboa, Lisboa, 1910; Agronomia Artística - A Quinta do Paço do Lumiar, in O Século Agrícola, Ano I, Nº 4, 24-08-1912; NEVES, C. M. Baeta, Alguns Documentos do Arquivo Nacional da Torre do Tombo Sobre Monteiros-mores, Lisboa, 1965; LARA, Luis Filipe de A. Sousa, Parque do Monteiro-Mor, Lisboa, 1978; CARITA, Hélder, CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, Lisboa, 1987; RIBEIRO, Luis Paulo Faria Almeida, Quintas do Concelho de Lisboa. Inventário, Caracterização e Salvaguarda, Lisboa, Instituto Superior de Agronomia - Secção de Arquitectura Paisagista, 1992 (texto policop.); PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota [dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa ], Lisboa, 1998. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLISBOA |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLISBOA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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Nada a assinalar |
Observações
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*1 - DOF: Palácio do Monteiro-Mor, edifícios anexos, jardins, parque e terrenos anexos. *2 - "Tem esta quintã do Lomear hum apousento de casas situado antre ho logar do Lomear e o logar do Paço do Lomear. Tem um recebimento e pateo fechado de portas grandes pello qual se vay ao dito apousento. He o dito pateo cercado de parede alta da bãda que parte cõ ha estrada que vay do Paço pera a egreja, e do cabo da dita parede volve pera o Norte com hum lanço de casas terreas, estrebarias, a entestar com huma porta no canto das casas do dito apousento. E por esta porta que assi entesta no dito canto, sae a hum chão e horta que jaz nas costas das ditas casas terreas e ylharga do dito apousento. E dhy volvem as casas do dito apousento sobre ho dito pateo, cõ huma salla encaniçada e huma camara forrada de castanho. E na salla huma chumine e huma genella sobre ho pateo e outra que cae sobre ho chão e horta. E por debaixo das ditas casas de sobrado são duas logeas do mesmo tamanho, e dellas volve pera o Poente em quadra, huma grande logea que serve de adega. E della volve outra quadra pera o Sul com dous lagares grandes de fazer vinho, e outro pedaço vão. E assy vay esta quadra entestar nas portas grandes per que se entra ao dito pateo e servintia do dito apousento. O qual pateo assy fica em quadra, e diante da porta da adega e lagares ha hum alpendre cuberto de telha sobre qualtro altas colunnas de marmore, do qual alpendre sobe huma escada de madeira pera a dita salla e camara. Começa ho sitio do dito apousento e chãos a elle cõtinos e anexos, sayndo pelas ditas portas grandes fora do dito pateo, volvendo sobre ha mão esquerda, yndo de rosto pera a porta principal da egreja pella traseira da parede do dito pateo e vallado que cõ ella corre do chão do dito apousento ao longo da estrada que vay dar na dita egreja (sic) medindo do canto do dito pateo onde cerrão as ditas portas grandes delle até ho dito canto da cerca de Lourenço Vieira, pela banda de fora, tem cento e duas varas e quatro dedos. E deste canto volve pera o Norte, partindo da banda do Levante com a dita cerca (sic) até dar em baixo no ribeiro que vem do porto pera o Lomear, e tem por hy oitenta e duas varas e meia. E dahy volve pera o Poente ao longo do dito ribeiro, até dar comaro do pomar de Ana Correa, por onde medindo (sic) per cordel direito, tem noventa e quatro varas. E dahy volve pera cima ao longo do dito comoro, cõtra ho pombal de Ana Correa, per onde tem vinte e quatro varas e duas terças. E hy entesta em hum comaro grande de sabugueiros altos, e dhy torna a fazer volta cõtra huma escada de pedra que dece pera a fonte, partindo da banda do Poente cõ pomar da dita Ana Correa, por onde tem, ate hua parede alta de pedra (sic) trinta varas. E dahy ao longo da dita parede ate ho cãto della tem sete varas e meia, e do dito cãto volve cõtra as casas e assento da quintã (...)". *3 - Friedrich Welwitsch, jardineiro, em 1840 é nomeado conservador do Real Jardim Botânico da Ajuda, em 1844 dirige a Quinta do Paço do Lumiar; Jacob Weist, veio, como jardineiro, ao serviço da Casa dos Duques de Palmela em 1847, conheceu o Jardin des Plantes em Paris e foi o autor do Parque de São Sebastião da Pedreira, propriedade de José Maria Eugénio de Almeida, tendo dirigido os viveiros da Câmara Municipal à época, o seu discípulo João Baptista Possidónio também dirigiu o Parque: o botânico belga, Rosenfelder foi contrato em Paris para vir trabalhar nos Jardins da Família Palmela. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1994 / Sara Andrade 2004 |
Actualização
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