Aqueduto das Águas Livres

IPA.00006811
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 
Arquitectura infraestrutural, barroca e neoclássica. Aqueduto de grande extensão, alimentado por várias nascentes de águas, constituindo uma rede de ramais laterais ao seu percurso, relativamente longo e sinuoso, com implantação maioritariamente subterrânea, recorrendo à solução de arcadas nas zonas de vales, através de arcos de volta perfeita, abatidos ou apontados, em cantaria de calcário, em aparelho isódomo, que sustenta o canal, onde a água corre por acção da gravidade. Este é coberto por paredes de alvenaria argamassada, com cobertura, maioritariamente, curva, cortada por respiradouros ou clarabóias, quando corre no sub-solo, assegurando a iluminação das galerias e a sua oxigenação, de modo a garantir a salubridade da água. Apresenta três mães de água principais, as duas da nascente, de planta centralizada, com coberturas em domo, coroadas por lanternins encimados por pináculos, tendo no interior pias circulares, de inspiração claramente barroca; o reservatório terminal, de planta quadrangular, é formado por três corpos adossados, com cobertura em terraço, protegido por platibanda, iluminada em todas as fachadas por janelas em arco de volta perfeita, de inspiração sóbria e clássica, tendo o interior com coberturas em abóbadas de aresta, suportadas por pilares, assentes no fundo do grande tanque central, que recebe água através de uma cascata, elemento muito utilizado nos jardins barrocos. Nas zonas onde os ramais e aduções ocorrem, aparecem clarabóias circulares, com cobertura em domo, rasgadas por portas de verga recta e janelas, ostentando, por vezes, elementos eruditos, como pilastras, ou gramática decorativa, como volutas ou concheados. A partir do troço final saem várias galerias ou aquedutos, que permitem abastecer a cidade de Lisboa, questão que se colocava desde o séc. 16, e que se tornara difícil de resolver atendendo ao facto da expansão urbana ter sido desenvolvida para O., para o lado oposto, relativamente à localização das nascentes de água, na zona de Alfama. Aqueduto cuja construção foi morosa, atravessando todo o séc. 18 e prolongando-se, com a construção dos ramais e chafarizes, pelos início do séc. 19, sendo os troços resultado da concepção de dois engenheiros distintos, Manuel da Maia e Custódio Vieira da Silva, apresentando, contudo, uma unidade construtiva bastante grande. As zonas mais importantes, as Mães de Água, clarabóias e o troço das Amoreiras são objecto de um tratamento mais erudito e de decoraçã omais cuidada. A obra, pela sua concepção, envergadura e qualidade construtiva, pode ser considerada uma estrutura única no contexto da produção arquitectónica portuguesa, com soluções bastante inovadoras para a época, como atesta a opção pela construção de galerias com pé-direito à escala humana, permitindo a sua manutenção e, simultaneamente, a realização de obras numa galeria sem que fosse necessário interromper o abastecimento. É composto por vários troços à superfície, que acompanha, maioritariamente, o troço do antigo aqueduto romano. O mais eminente é o que se lança sobre a Ribeira de Alcântara, numa sucessão de arcos apontados de diferentes dimensões, o único perfil possível para a dimensão do espaço que atravessa, os quais descarregam em pegões de cantaria, sendo o canal encimado por lanternins de inspiração clássica, em silharia fendida, com coberturas a quatro águas, tendo pináculo no vértice e assentes em frontões triangulares, com os ângulos flanqueados por pilastras toscanas, mais largas na base e assentes em dados, rematadas em friso e cornija, tendo, em cada face, arco de volta perfeita, assente em impostas salientes e com pedra de fecho também saliente; são diferentes dos existentes nos restantes troços, de planta quadrangular, com cobertura a quatro águas e rasgados por quatro janelas rectilíneas, protegidas por grades. Apresenta, ao longo do percurso, várias clarabóias, que podem ser simples ou artisticamente trabalhadas, algumas de clara inspiração barroca, com cobertura em cúpula, encimada por pináculos de bola. Os arcos das Amoreiras e de São Bento apresentam linhas sóbrias, de composição geométrica, denotando uma certa ordem neoclássica, filiados nos arcos triunfais romanos, pontuados por elementos decorativos de inspiração barroca. A Mãe de Água terminal podia ter sido planificada com uma dimensão unicamente utilitária, mas foi assumida como pretexto para uma elaboração de espaço de carácter artístico, para o qual também contribuiu a sua localização, que lhe dá imponência tornando-a mais forte e evidente. O edifício apresenta linhas arquitectónicas de grande sobriedade e simplicidade, que apesar de tudo não deixam de recorrer aos elementos clássicos, como é o caso da ordem toscana. Os únicos elementos decorativos existentes são as gárgulas que se dispõem na cornija. Os vãos, que se rasgam em todas as fachadas, apresentam dimensões reduzidas relativamente ao espaço onde se inserem, estes em conjunto com as pilastras, conseguem transferir para o exterior a organização do espaço interno.
Número IPA Antigo: PT031106100001
 
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Registo

 
Sítio          

Descrição

Aqueduto construído em cantaria e alvenaria de calcário, tendo, no seu troço principal (desde a Mãe de Água Velha até às Amoreiras) a extensão de 14,256 Km., com vários aquedutos subsidiários e galerias de adução, perfazendo uma rede com 58,135 Km.. O aqueduto principal nasce na Mãe de Água Velha (v. Aqueduto das Águas Livres - troço de Sintra - PT031111040249), próximo de Caneças, junto à povoação de D. Maria, concelho de Loures, terminando na Mãe de Água das Amoreiras (v. PT031106461221), concelho de Lisboa. Ao longo do seu percurso, a água é transportada por acção da gravidade, tendo uma implantação subterrâneo ou a aflorar a superfície, e, quando atravessa vales mais profundos, como Carenque, Reboleira, Damaia e Alcântara, apresenta uma arcaria de volta perfeita, em arco abatido ou em arco quebrado, caso dos 14 arcos apontados sobre o Vale de Alcântara (v. Aqueduto das Águas Livres - troço entre a Buraca e as Amoreiras - PT031106100028). Todos os troços visíveis têm estrutura em cantaria de calcário aparente, em aparelho isódomo, que sustenta os canos, protegidos por paredes de alvenaria argamassada, com cobertura em meia cana, plana ou angular, rasgados, equidistantemente por frestas de arejamento jacentes, podendo surgir lanternins sobre a estrutura, com a mesma função, de planta rectangular e rasgada por janelas rectilíneas em todas as faces, protegidas por grades metálicas, os do troço de Alcântara mais elaborados, com elementos eruditos, como pilastras e frontões, formando arcos de volta perfeita de arejamento. No interior, as paredes são em alvenaria rebocada, apresentando entre 50 a 80 cm. de espessura, dando origem a galerias com tectos em abobadilha de tijolo, com a largura de 1,50 m. e uma altura de 2,50 m.. Nestas, surge um passadiço central em lajes de cantaria separando as duas caleiras, que correm lateralmente, executadas em silhares de cantaria, com formato de meia cana, com 30 cm. de profundidade e 25 cm. de largura, unidas segundo um sistema de macho / fêmea. Nalguns troços, os passadiços são substituídos por escadas ou rampas, algumas com declive bastante acentuado acompanhado pelas caleiras e formando um lambril com cerca de 50 cm. de altura. Por vezes, surge apenas um arco, atravessando uma via pública, caso do troço do Arco do Carvalhão (este com dois), o das Amoreiras e o de São Bento (v. PT031106231243), ostentando profusa decoração e elementos eruditos, inspirados nos arcos triunfais. Nos extremos, encontram-se as Mães de Água, subsistindo, nas Águas Livres (a Mãe de Água Velha e a Nova), a das Amoreiras, a do Aqueduto de Carnaxide (v. PT031110030014) e a da Falagueira (v. Aqueduto das Águas Livres - troço entre São Brás e a Buraca - PT031115030003), constituindo tipologias distintas. As das Águas Livres e de Carnaxide são de planta centralizada, circular, com cobertura em domo, coroadas por lanternim, rasgadas por janelas rectilíneas em cantaria, possuindo tanques circulares de onde sai a água para a conduta geral. A Mãe de Água das Amoreiras é um edifício monumental, de planta rectangular em cantaria, em cujo interior a água era armazenada em vários tanques, alimentados por uma cascata, criando um efeito decorativo. A Mãe de Água do Aqueduto das Galegas, na Falagueira é de planta quadrangular simples, com cobertura tronco-piramidal, encimada por lanternim. Nas zonas onde os ramais e aduções ocorrem, aparecem clarabóias circulares, com cobertura em domo, rasgadas por portas de verga recta e janelas, ostentando, por vezes, elementos eruditos, como pilastras, ou gramática decorativa, como volutas ou concheados. Estas têm, no interior, os canos de entrada e de saída, o último ligado a um dos canais do aqueduto principal. Destes canais subsidiários, distinguem-se o Aqueduto do Caneiro (situado a montante da Água Livre) e de que fazem parte os Aquedutos do Olival do Santíssimo, do Bretão, das Mouras, de D. Maria, Salgueiro, Carvalheiros e o da Câmara, que se associam ao Aqueduto da Quintã, na Mãe de Água Nova. Deste local desenvolve-se um novo ramal que se associa igualmente ao Aqueduto das Águas Livres, no sítio do Salto Grande. No trajecto para Lisboa reconhece-se ainda o caudal proveniente da Fonte Santa, assegurado pelo fornecimento de água através dos aquedutos da Rascoeira, de São Brás, das Galegas e da Buraca. Estes complementam-se entretanto pelos aquedutos das Francesas, do Brouco, e da Mata (com nascentes próximas de Vale do Lobo). Do troço das Amoreiras e da Mãe de Água das Amoreiras partiam quatro galerias subterrâneas, constituindo uma rede complexa de distribuição de água, servida por aquedutos secundários e chafarizes: Aqueduto ou Galeria de Santana, que começava no Arco do Carvalhão e terminava no chafariz do Campo de Santana, a partir do qual partiam dois ramais, um para o antigo Colégio de Santo Antão-o-Novo, actual Hospital de São José (v. PT031106240045) e, outro para o Intendente, abastecendo o respectivo Chafariz (v. PT031106310126); também abastecia de água os chafarizes de São Sebastião da Pedreira (v. PT031106501077), de Entrecampos (v. PT031106040206), da Cruz do Taboado e o do Socorro. O Aqueduto ou Galeria das Necessidades partia do Arco do Carvalhão terminando na Tapada das Necessidades (v. PT031106261094), onde nascia outro ramal à superfície, que atravessava o Vale da Cova da Moura, actualmente a Avenida Infante Santo, até às Janelas Verdes, abastecendo o respectivo chafariz (v. PT031106260356); a abertura da Avenida implicou a sua demolição; conduzia, ainda, a água para os chafarizes de Campo de Ourique, da Estrela, da Praça de Armas (v. PT031106260234) e das Terras. Um terceiro ramal era o Aqueduto ou Galeria da Esperança, que partia do antigo Arco de São Bento, na Rua de São Bento, e terminava no Chafariz da Esperança (v. PT031106370029); o quarto é o Aqueduto ou Galeria do Loreto *3, que terminava no Largo do Directório, em frente do São Carlos, e daí partia outro ramal para a Cotovia, actual Praça da Alegria, abastecendo o respectivo chafariz e, também o chafariz da Rua Formosa, existindo ainda uma terceira derivação que conduzia a água até ao Chafariz do Carmo (v. PT031106270020); alimentava de água o chafariz do Rato (v. PT031106460022), de São Paulo (v. PT031106490856), do Loreto e de São Pedro de Alcântara (v. PT031106150433). No entanto, outros sistemas de condutas subterrâneas ou, de canalização, foram construídos expandido a área de abastecimento a outras zonas e implicando a edificação de outros chafarizes *4 e do Reservatório da Patriarcal, localizado no subsolo da Praça do Príncipe Real e incluído na rede de distribuição de água da zona baixa da cidade, com a capacidade para 880 m3., estando em funcionamento 3000 poços, dos quais 1200 situados ainda dentro da antiga circunvalação; além destas estruturas no interior da cidade, existiam outras beneficiárias dos troços de ligação à nascente, nomeadamente o Aqueduto da Gargantada (v. PT031111070250), que abastecia o Palácio de Queluz (v. PT031111070008).

Acessos

Estrada Queluz para Dona Maria; Casal de Cambra; Carenque; Massamá; São Brás; Brandoa; Rua das Indústrias (Venda Nova / Falagueira); Avenida D. Carlos I, Estrada da Reboleira (Reboleira); Estrada Militar, Rua Bartolomeu Dias, Praça das Águas Livres, Avenida D. Pedro V, Rua António Aleixo, Avenida 25 de Abril de 1974, (Damaia); Avenida Camilo Castelo Branco, Rua da Buraca, Estrada da Buraca (Buraca); Estrada do Zambujal, IC 19 (Benfica); Rua de São Domingos de Benfica (São Domingos de Benfica); Estrada das Pedreiras, Caminho das Pedreiras (Parque Florestal de Monsanto); Bairro da Calçada dos Mestres (Campolide); Rua do Arco do Carvalhão, Rua Silva Carvalho, Rua das Amoreiras, Praça das Amoreiras. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,721268, long.: -9,155730

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 (Aqueduto - troço e Mãe de Água das Amoreiras) / Decreto n.º 5 DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 / ZEP, Portaria nº 1092/95, DR n.º 206 de 06 setembro 1995 (troço entre Campolide e a Avenida Engenheiro Duarte Pacheco) / Portaria n.º 1099/95, DR n.º 207 de 07 setembro 1995 (troço das Amoreiras)

Enquadramento

Urbano e rural, atravessando vários concelhos, como Loures, Sintra, Amadora e Lisboa, iniciando o seu percurso em zona rural, envolvido por campos de cultivo e pinhal, surgindo, nas zonas urbanas, envolvido por prédios de rendimento e vias públicas, estando, entre Amadora e Buraca, alinhado com a linha ferroviária de Sintra, sendo mesmo atravessado por ela, na Reboleira.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: aqueduto

Utilização Actual

Cultural e recreativa: monumento

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: António Canevari (1730-1732); Carlos Mardel (1735); Custódio José Vieira (1732-1736); Filipe António Gavila (1732); João Baptista Barros (1732); João Frederico Ludovice (1744); Manuel da Costa Negreiros (1731); Miguel Ângelo Blasco (1763); Reinaldo Manuel dos Santos (1770). ENGENHEIROS: Borges de Sousa (1905); Custódio da Silva Serra (1730); Frei Domingos de São João Baptista (1730); João Augusto Veiga da Cunha (1905); João Severo da Cunha (1905); José da Silva Pais (1730-1732); Manuel da Maia (1730-1736); Manuel de Azevedo Fortes (1730-1732). MEDIDORES: Francisco Fernandes (1794); Joaquim Pereira Caroço (1777); Pedro Ramalho (1732); Rodrigo Franco (séc. 18); Teotónio Alexandre da Costa (1764). PEDREIROS: Domingos da Silva Lobo (1731); Félix José da Costa (séc. 19); Francisco António Ferreira Cangalhas (1770); Henrique Guilherme de Oliveira (1788); Honorato José Correia de Macedo e Sá (1770); José da Costa Negreiros (1731); José Theresio Micheloti (1770).

Cronologia

Séc. 16 - surge a necessidade de garantir o abastecimento de água a Lisboa *2; 1728 - o procurador da cidade, Claudio Gorgel do Amaral, propõe a construção de um aqueduto que garantisse o abastecimento de água a Lisboa; 2 Dezembro - decreto de D. João V ordena uma consulta à Câmara relativa à proposta de condução da Água Livre à cidade de Lisboa; 1729, 23 Fevereiro - o Secretário de Estado Diogo de Mendonça Corte Real insiste sobre um parecer relativo à condução da água de Belas; 29 Abril - D. João V insiste no pedido de um parecer sobre a água de Belas; 20 Julho - decreto real autorizando os Senados de Lisboa Oriental e Ocidental a imporem sobre os géneros que entenderem uma contribuição destinada à obra das Águas Livres; O imposto era composto por 6 réis em cada canada de vinho, 5 réis em cada arratel de carne, 1 rei em cada canada de azeite, 3 réis por cada alqueire de sal e 0,5 tostão por pano de palha; 16 Setembro - foram aprovados os impostos que custeariam a obra (300.000 cruzados anuais), retirados do vinho, azeite, carne, sal e palha; 26 Setembro - nomeação da administração da obra, surgindo como superintendente o vereador José Soares de Azevedo, como procurador Cláudio Gorgel do Amaral, tesoureiro Manuel Gomes de Carvalho e Silva e o escrivão, Francisco Ramos de Miranda, todos nomeados, sem ordenado ou emolumentos; 1730, 13 Janeiro - auto de vistoria e declaração sobre a quantidade de água das fontes de onde se poderia conduzir água para a cidade - Fonte Santa, Salgueiros, Vale da Moura e Águas Livres; a declaração é assinada por Manuel de Azevedo Fortes, José da Silva Pais, Manuel da Maia, Frei Domingos de São João Baptista e Custódio da Silva Serra; 1731, 12 Maio - alvará régio ordenando que se dê início à obra do Aqueduto das Águas Livres e que esta se faça através das terras, fazendas, moinhos etc., sem qualquer impedimento e independentemente da condição dos seus proprietários; 11 Julho - escritura formalizando a adjudicação da Sociedade dos Mestres Pedreiros da obra das Águas Livres, que inclui Domingos da Silva Lobo, José da Costa Negreiros, Manuel da Costa Negreiros, entre outros; 30 Julho - escritura da Sociedade em que convencionaram entrar cada um com a quantia de 400$000 para um cofre comum, nomeando como seu tesoureiro João da Costa e como primeiro mestre José da Costa Negreiros; 1732 - o rei nomeia uma direcção colegial composta por: Manuel da Maia, Azevedo Fortes e José da Silva Pais; 7 Junho - Carta do Secretário de Estado Diogo de Mendonça Corte Real ao Coronel Manuel da Maia para que este conclua a planta da obra de condução das Águas Livres; 7 Agosto - decreto régio nomeando o vereador Caetano de Brito de Figueiredo como superintendente de obra das Águas Livres, no lugar do desembargador José Soares da Silva, entretanto falecido; 9 Agosto - recomenda-se que Coronel Manuel da Maia e o engenheiro Manuel Azevedo Fortes e o Coronel Silva Paes resolvam os problemas relacionados com o modelo dos canos, e acabem de tirar os perfis a partir de Lisboa para a Água Livre para que se iniciem as obras com a maior brevidade; 27 Agosto - informa-se que a obra das Águas Livres terá a direcção dos três engenheiros que fizeram a planta e a medição será feita pelos arquitectos Custódio Vieira e João Baptista Barros e pelo medidor do Paço Pedro Ramalho; 6 Novembro - Carta do Secretário de Estado ao vereador do Senado Ocidental, Jorge Freire de Andrade, nomeando-o superintendente da obra das Águas Livres; 1733, 11 Junho - decreto régio nomeando para superintendente da obra das Águas Livres o desembargador Manuel Godinho de Azevedo; 1 Agosto - 3.ª escritura de contrato dos Mestres Pedreiros da obra das Águas Livres, em que se regulamenta a forma como se irá processar a obra e os seus preços; 1734, 7 Maio - escritura de contrato com os mesmos pedreiros da obra das Águas Livres, reformulando alguns preços e condições acordados nas escrituras anteriores; 1736, 21 Agosto - nomeação de Custódio Vieira da Silva para arquitecto da obra das Águas Livres por impedimento do Coronel Manuel da Maia; deveria seguir a linha fundamental feita pelo Coronel desde o início da obra até ao monte das Três Cruzes e daqui até à cidade deveria ser seguido o percurso delineado por Custódio Vieira; 19 Setembro - estava construído o troço do aqueduto desde a Fonte das Águas Livres até ao monte "que fica defronte da Senha de Amaro Álvares" e decorriam as obras na Mãe de Água Velha, no Aqueduto da Porcalhota, no Aqueduto da Fonte de São Brás, no Aqueduto do Juncal, no Aqueduto do Castanheiro, no Aqueduto de Vale da Moura no Aqueduto do Bretão, nos Aquedutos do Salgueiro Grande e do Salgueiro Pequeno, e a obra "do segundo projecto da parte do Poente", que não serviu; 1737, 29 Janeiro -nomeação de Cláudio Gorgel do Amaral como superintendente da obra das Águas Livres, por impedimento do superintendente anterior; 1738, 18 Junho - o aqueduto principal estava concluído desde o nascimento das Águas Livres até à Quinta de João Frederico; 1740, Abril a Setembro - a obra do Aqueduto Geral estava pronta até "ao sexto pegão"; 1740, Outubro - 1741, Abril - a obra estava construída até ao pegão que encosta à rocha do rio de Alcântara e nos dois que se seguem; 1744, Maio - fecho do Arco Grande sobre a ribeira de Alcântara; 30 Outubro - pela primeira vez, correu água num tanque improvisado nas Amoreiras; Setembro - carta de João Frederico Ludovice dando o seu parecer sobre a matéria em que se deveriam fabricar os canos para levar a água aos repuxos das fontes que se projectavam fazer; o parecer deste arquitecto, que terá feito os primeiros esboços do Aqueduto para D. João V, é favorável à utilização de canos de pedra ou de barro vidrado pois eram menos nocivos à saúde pública; 1748 - já sob a direcção de Carlos Mardel, que ali trabalhava desde 1735, a água chega a Lisboa; construção de outros aquedutos, redes de distribuição e dos 24 chafarizes espalhados por Lisboa *5; 1750 - 14 Outubro - aviso régio ordenando que a Direcção da Real Fábrica das Sedas e obras das Águas Livres mande examinar o estado de ruína em que se encontram os aquedutos que do interior das oficinas do Mosteiro das Religiosas Flamengas em Alcântara se encaminham para as nascentes de água; 1751, Abril a Setembro - a Mãe de Água das Amoreiras estava cheia até à altura da imposta; 1755, Abril a Setembro - o aqueduto desde a Porta do Carro dos Padres de São Roque até defronte das portas principais das igrejas do Loreto e da Encarnação estava concluído; 1758, 28 Outubro - ocorrência de grandes cheias que transportaram grandes quantidade de entulho obstruindo o aqueduto desde as Águas Livres até ao Rato; 1758, Outubro - 1759, Março - execução de pegões, nos arcos na descida para a Rua de São Bento; construção do primeiro lanço dos fundamentos que entram pelo adro da Igreja de São Bento e do lanço do aqueduto subterrâneo que passa pela Rua do Poço dos Negros e vai até ao muro da Cerca das Freiras; execução do aqueduto para conduzir as águas salobras pela Rua dos Ferreiros da Boa Vista e Cais do Tojo, até ao mar; obras no aqueduto do desaguadouro que parte do Aqueduto Geral, das Portas de Santa Catarina para a zona inferior da Rua das Flores; 1759, Abril - 1760, Março - obra no Aqueduto que vai da Rua de São Bento, continuando, soterrado, até ao interior da Cerca das Freiras da Esperança, atravessando o terreno da Horta do Polvarista, até ao plano inferior da dita cerca de baixo, à face do muro; 1760, Abril - 1761, Maio - construção do aqueduto da antiga Rua Formosa, actual Rua do Século, e abertura da praça para a construção do chafariz com respectivo desaguadouro; construção de clarabóia junto à capela-mor da Igreja das Freiras dos Cardais; 1761, Outubro - 1762, Setembro - conclusão do aqueduto do Convento da Esperança no termo da cerca baixa do dito mosteiro; 1763, 9 Setembro - o rei D. José I nomeou D. Miguel Ângelo Blasco para arquitecto das Águas livres com o ordenado que tinha o seu antecessor Carlos Mardel; 1764, 14 Maio - o monarca fez mercê a Teotónio Alexandre da Costa, do lugar de medidor das obras das Águas Livres que vagou pelo falecimento de Rodrigo Franco; 1764, 4 Setembro - escritura relativa à admissão de sócios à Sociedade de Mestres Empreiteiros da obra das Águas Livres; 1762, Outubro - 1764, Setembro - o aqueduto de Carnaxide estava construído "desde a porta do aqueduto, que olha para a igreja, até à Casa do nascimento da água"; 1762, Outubro - 1764, Setembro - a Casa do Registo estava concluída; 1764, Setembro -1766, Outubro - execução do aqueduto de Carnaxide incluindo a Casa de Água com sua pedraria, dístico e armas reais; 1767, 30 Julho - avaliação de casas situadas nos Cardais da Rua Formosa, que foram tomadas parcialmente para a obra real das Águas Livres; 1768, Outubro - 1769, Setembro - continuação das obras no aqueduto das Francesas; obras nos sítios do Salrego, de São Brás, das Águas Livres, do Carmo, na Rua Larga de São Roque, na Buraca e no troço que vai para o Rossio; 1770 - Reinaldo Manuel retoma o plano de construção de chafarizes, cuja continuidade ficou a cargo de Francisco António Ferreira Cangalhas, José Theresio Micheloti e Honorato José Correia de Macedo e Sá; 1771, 7 Junho - D. José I nomeia Reinaldo Manuel dos Santos para segundo arquitecto da obra do Aqueduto das Águas Livres e ajudante do primeiro D. Miguel Ângelo Blasco, vencendo 250$000 de ordenado anual; 1771, 3 Setembro - Dr. José Gomes Ribeiro é nomeado para superintendente da Junta de Administração das Obras das Águas Livres; Luís José de Brito é nomeado para tesoureiro do subsídio aplicado para a Obras das Águas Livres; 1772, 4 Janeiro - decreto nomeando Vicente Luís Nobre para Escrivão da Receita e Despesa do cofre das contribuições aplicadas para a despesa das obras das Águas Livres, e Escrivão da Junta das mesmas águas; 1772, 25 Janeiro - aviso do Marquês de Pombal para que a Junta da Administração das Obras das Águas Livres, passasse as ordens necessárias à construção de duas fontes no sítio destinado ao Passeio Público; 1772, 10 Junho - o rei nomeia Reinaldo Manuel dos Santos para primeiro arquitecto das obras das Águas Livres, com o ordenado que tinha o seu antecessor D. Miguel Ângelo Blasco; nomeação régia de Francisco António Ferreira Cangalhas para segundo arquitecto das mesmas obras, com o ordenado igual ao que tinha o seu antecessor Reinaldo Manuel dos Santos; 1773, 9 Junho - fizeram-se novas fechaduras e respectivas chaves para todos os aquedutos; 1773, Outubro - 1774, Setembro - execução do Chafariz das Portas de Santa Catarina e do aqueduto do sitio da Quinta; 1775, Outubro - 1776, Setembro -obras no aqueduto que vai para a Esperança e no da Cotovia; obra na Casa de Registo da Cotovia; 1777, 18 Julho - alvará de D. Maria I através do qual extinguiu a antiga Junta das Obras das Águas Livres e Direcção da Fábrica das Sedas, criando-se a Junta de Administração de todas as Fábricas deste reino e Águas Livres; 1777, 13 Agosto - nomeação de Joaquim Pereira Caroço para medidor da obra; 1778, 27 Março - início da construção de dois anéis de água para a nova Quinta do Casal da Estrela, pertencente à Casa do Infantado; 1779 - obras no aqueduto que vai para Buenos Aires, e no troço do aqueduto que vai para a Cova da Moura; 1780 - obras no sítio da vargem do Bretão, na casa de repuxo, da cerca do Convento das Necessidades, no aqueduto construído para conduzir os sobejos deste chafariz, na Casa de Água que se fez na Rua que vai para a Fonte Santa junto à Igreja dos Padres da Boa Morte; construção de duas clarabóias, dentro da cerca dos Religiosos da Boa Morte, de uma clarabóia junto à "barraca" onde esteve a Mesa da Consciência e Ordens; 1785 - construção do aqueduto que se mandou fazer para a condução das águas para o chafariz do Campo de Santana; 1786 - execução de uma porta nova para a Mãe de Água de Carnaxide semelhante às outras colocadas no Aqueduto Geral; 1785, Setembro - 1786, Setembro - obras no aqueduto que passa na Lapa da Moura; obras no mesmo sítio na chamada Casa do Repuxo; 1788, 5 Junho - nomeação de Directores da Real Fábrica das Sedas e Obras de Água Livre: Teotónio Gomes de Carvalho, João Roque Jorge, Maurício José Cremer Vanzeller e António Rodrigues de Oliveira; 1792, 5 Março - aviso de D. Maria I através do qual foram nomeados Henrique Guilherme de Oliveira e Honorato José Correia, para ajudantes do arquitecto da Obras das Águas Livres, com o ordenado de 50$000 por ano; é suprimido o lugar de segundo arquitecto; 1794, Dezembro - nomeação de Francisco Fernandes para medidor da obra das Águas Livres séc. 19, 1.ª metade - construíram-se 28 chafarizes sob a direcção de Félix José da Costa; 1815 - edital definindo uma faixa de servidão ao longo do aqueduto, com a largura de 15 pés romanos, ou seja, cerca de 3 m.; 1835 - estavam concluídas as obras da Mãe de Água Nova e a rede de distribuição de água na cidade de Lisboa, passando a usufruir de um caudal de 810 000 litros de água; 1835, 27 Novembro - é assinado o decreto que transfere para a Câmara a responsabilidade do Aqueduto; 1836 - criação do Pelouro das Águas Livres; 1858 - constituição da 1ª Companhia das Águas de Lisboa, por ingleses, para se proceder à elevação das águas na zona E., surgindo os reservatórios do Arco, de Pombal, da Verónica, da Penha de França e, o ramal do aqueduto da Mata; 1867 - constituição da 2ª Companhia das Águas, para conduzir as águas do Alviela a Lisboa, sobretudo para abastecimento domiciliário, justificando-se a opção por pequenas bicas, em vez de chafarizes monumentais, edificadas, principalmente, nos bairros operários iniciando-se a consequente decadência dos aguadeiros; 1880, 3 Outubro - inauguração da Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos *6, cuja maquinaria foi construída em Ruão, pela Oficinas de E. W. Windsor; 1905 - o sistema de abastecimento de água de Lisboa estava a tornar-se precário, procedendo a Companhia das Águas à elaboração de novos estudos, desenvolvidos pelos engenheiros João Severo da Cunha, Borges de Sousa e João Augusto Veiga da Cunha, visando o aproveitamento das águas do Tejo; início do funcionamento da estação filtrante da Ribeira de Santarém; 1909, 7 Dezembro - apresentação do projecto "Projecto de Melhoramento e Ampliação do Abastecimento de Lisboa com Água Potável"; 1913 - o Ministro do Fomento nomeou uma comissão para examinar os contratos celebrados entre o Estado e a Companhia das Águas propondo a execução das obras do projecto de 1909; 1919 - nas sessões de 30 de Abril e de 2 de Maio da Assembleia-Geral da Companhia das Águas de Lisboa surgiu a ideia de criar um Museu da Água; 1920, década - a Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos foi desactivada; 1928 - encerramento da Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos e inauguração da nova Estação Eléctrica; 1950 - a Companhia das Águas procedeu à demolição das caldeiras e da chaminé da antiga Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, não só por se encontrarem em mau estado de conservação mas também porque necessitava do espaço para instalar os seus Laboratórios; 1932, 31 Dezembro - o Governo, na pessoa do engenheiro Duarte Pacheco, celebrou contrato com a Companhia das Águas de Lisboa e constituiu o Fundo de Obras Novas, para se proceder ao aumento dos caudais, à modernização das aduções, ao alargamento da rede de distribuição e melhorar as condições de armazenamento, elevação e tratamento da água; 1967 - terminou a exploração de água do aqueduto de Lisboa; encerramento do Aqueduto das Águas Livres e do Reservatório da Mãe de Água, que passaram a integrar o conjunto do património do Museu da Água; 1973 - o Aqueduto é desactivado e seco; 1974 - a empresa de águas determinou que pela falta de qualidade que as águas do aqueduto apresentavam, já não serviam para consumo público; 1979, 3 Dezembro - Carta do Dr. Fernando Bandeira Ferreira, técnico da Direcção Geral do Património Cultural, que propõe a substituição do Decreto de 16 de Junho de 1910, por outro que classifique conjuntamente o Aqueduto e os seus aferentes e correlacionados.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes e estrutura mista.

Materiais

Estrutura em cantaria de calcário; alvenaria de calcário, argamassada e, em alguns casos rebocada e pintadas; canos em cantaria ou barro; gatos e grades das janelas em ferro.

Bibliografia

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João V e a Arte do Seu Tempo, Vol. II, Lisboa, 1962; CASEIRO, Carlos, PENA, Américo, VITAL, Raul, Histórias e Outras Memórias do Aqueduto das Águas Livres, EPAL, Lisboa 1999; CHELMICK, José Carlos Conrado, Memória Sobre o Aqueduto Geral de Lisboa, Feito por Ordem do Ministério das Obras Públicas em Portaria de 15 de Fevereiro de 1856, 2 vols., Lisboa, 1857; CONSIGLIERI, Carlos e OUTROS, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa, Lisboa, 1993; COSTA, Luís Xavier da, As Belas Artes Plásticas em Portugal Durante o Século XVIII, Lisboa, 1935; CRISTINO, Ribeiro, Estética Citadina, Edição actualizada e ilustrada da série publicada no "Diário de Notícias" de 1911 a 1914, Lisboa, 1923; D. João V e o Abastecimento de Água a Lisboa, (Catálogo de Exposição), 2 vols., Lisboa, 1990; DUARTE, João Miguel Couto, O Reservatório da Mãe D'Água das Amoreiras, ou o Vazio Como Presença, Arte Teoria, in Revista do Mestrado em Teorias de Arte da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, n.º 7, Lisboa, 2005; ESTEVAM, José, O Aqueduto das Águas Livres. A Condução das Águas ao Bairro Alto, in Revista Municipal, Lisboa, nº 46, 1950; ESTEVAM, José, O Aqueduto das Águas Livres. e o Clero, in Revista Municipal, Lisboa, Nº 46, 1950; FERNANDES, José Manuel, (coord. de), Arquitectura e Paisagem do Concelho da Amadora. Levantamento dos Edifícios e Espaços com Interesse Histórico, Urbano e Paisagístico do Concelho da Amadora, Amadora, 1982; FERNANDES, Lídia, A Água na Habitação em Lisboa antes e após a construção do Aqueduto das Águas Livres [Dissertação de Mestrado, Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Arquitectura], Lisboa, Fevereiro de 2002; FLORES, Alexandre M., CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, 1999; FRANÇA, José-Augusto, Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, 1977; GOMES, Bernardino António, O Esgôto, a Limpeza e o Abastecimento das Águas em Lisboa, Lisboa, 1871; LARCHER, Jorge das Neves, Memória Histórica sobre o Abastecimento de Água a Lisboa até ao Reinado de D. João V, Lisboa, 1937; LEAL, Augusto S. D'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Diccionario Geographico, Estatistico, Chorografico, Heraldico, Archeologico, Biographico e Etymologico, de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal, vol. 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Documentação Gráfica

AHMOP: Desenhos, nº 252, nº 253, nº 254, nº 255, nº 256, nº 257, nº 258, nº 259, nº 260, nº 261, nº 262, nº 263, nº 264, nº 477 e nº 478

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

BNL: Secção de Reservados (Fundo Geral, Memórias Históricas Relativas ao Magnífico Aqueduto das Agoas Livres de Lisboa, Caixa 189, Doc. 13); BN RIO DE JANEIRO: (MACHADO, Inácio Barbosa de, História Jurídico Panegírica ou Descrição Thopographica do Famoso e Magnifico Aqueducto, que por Ordem de Sua Magestade o Senhor Rey D. João V Nosso Senhor se Erigio Cod. 59 - 9)

Intervenção Realizada

JAL: 1790 - obra realizada no aqueduto do Campo de Santana desde a segunda clarabóia; 1754, Abril - Setembro - reforma do aqueduto da Calçada da Glória, ficando mais estreito e menos elevado; 1754, Outubro - 1755, Março - obras de limpeza no Aqueduto desde o seu nascimento até à Ribeira de Alcântara; 1755, Abril - Setembro - continuação dos trabalhos no paredão da Calçada da Glória; 1764, Setembro - 1766, Outubro - várias obras no Aqueduto Geral; 1766, Abril - 1767, Setembro - obras sem discriminação no Aqueduto Geral, no de São Brás, das Galegas, da Falagueira, das Francesas, de Carnaxide e do Salrego; 1767, Outubro - 1768, Setembro - conserto e reedificação do Aqueduto Geral desde os arcos de Alcântara até à Reboleira; obras nos sítios das Galegas, do Salrego, Francesas e Esperança; obras nas fontes e tanques do Cais do Tojo; 1771, Setembro -1772, Outubro - limpeza dos canos no sítio do Carvalhão, São Pedro de Alcântara e Rua Formosa; 1783 - reforma do aqueduto, fazendo-se de novo os troços dos Bem Casados, Campo de Ourique, até à quinta do Baúto e do sítio do Rato; reforma da abóbada do aqueduto que vai da Casa de Água para o chafariz do Rato; reforma do aqueduto no sítio de Campo de Ourique, desde o quartel dos soldados do regimento das Minas até à travessa do Baúto; limpeza dos aquedutos que conduzem as águas para os chafarizes de Lisboa; 1793 - obras de reparação no tanque do chafariz do Loreto; 1836 - vários trabalhos de manutenção, com a remoção do calcário das caleiras com raspas e solinhadeiras; CML: 1939 - demolição de construções municipais e particulares adossadas aos arcos das Amoreiras; EPAL: 1944 - restauro da pedra de armas real de D. João V, localizada em frente ao Jardim das Amoreiras; 1945 - substituição de porta coeva da construção por outra em forro de pinho nas Amoreiras e numa dependência do mesmo troço, voltado à R. das Amoreiras; 1947 - colocação (centrada) da pedra de armas real de D. João V restaurada, sobre lápide existente por cima da Casa do Registo, na R. das Amoreiras; 1948 - canalização da ribeira de Alcântara, na zona do Arco Grande, implicando o arranque do lagedo existente nessa zona; 1953 - demolição de um muro construído no término do aqueduto, na Cç. Bento da Rocha Cabral; 1958 - escavações da rocha a fim de prolongar e alargar o passeio em volta da Mãe de Água; supressão de degraus, junto ao aqueduto, no Alto da Serafina; arranjo da zona em torno da Mãe de Água das Amoreiras, com a abertura de vão na muralha do aqueduto para execução de uma via; 1962 - colocação de rede metálica num prolongamento de 70m. sobre o aqueduto situado no antigo pátio Biagi, junto à R. das Amoreiras; Ministério da Defesa (Exército): 1979 - obras de reparação e consolidação do arco que conduz as águas para a cascata da Quinta Real, sobre a estrada de Caxias e Barcarena.

Observações

*1 - Por decreto do Ministério da Cultura (dec. nº 5/2002 de 19 de Fevereiro) foi alterado o Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que designava o imóvel como "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte redacção: "Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa.". *2 - Para tal, D. Manuel I mandou projectar um chafariz monumental para o Rossio ordenando a Francisco de Holanda que realizasse um estudo sobre a possibilidade de garantir o abastecimento de água, surgindo, em 1580, na obra "Da Fabrica que falece à cidade de Lisboa", a primeira proposta para a execução de um sistema de abastecimento de água para a cidade de Lisboa; durante o reinado de D. João III, o infante D. Luís pretendeu conduzir a água até à Ribeira das Naus; em 1588, Nicolau de Frias, mestre-de-obras do Arcebispado de Lisboa, ficou encarregue de realizar as primeiras experiências, dispondo de 690.000 cruzados e, no séc. 17, Filipe II nomeou o engenheiro espanhol Leonardo Torreano para concretizar novos estudos. *3 - - Este aqueduto, ou galeria, também era conhecido por Aqueduto de Pombal, pois abstecia um chafariz, na Rua Formosa, mandado erguer pelo Marquês, a fim de abastecer um palácio, de que era proprietário, nessa rua, cedendo para esse fim algumas casas. O que fez não só neste caso, como para todos os palácios que possuía na cidade. *4 - o caudal de água conduzido por esta estrutura favorecia da existência de chafarizes pré-existentes, nomeadamente o do Andaluz (1336), a Fonte da Samaritana (1508), o do Rossio (1606 e demolido em 1786) a Bica dos Olhos (1615) (v. PT031106491162), o chafariz do Terreiro do Paço (1652, destruído durante o Terramoto de 1755) e a Bica do Regueirão dos Anjos (séc. 16, encerrada em 1931). *5 - dos 24 chafarizes previstos, apenas 18 recebiam água directamente do aqueduto: o do Loreto, o do Carmo, o de São Pedro de Alcântara, o da Rua Formosa, o do Campo de Santana, o da Esperança, o do Cais do Tojo, o das Janelas Verdes, o de Alcântara, o do Arco de São Bento, o da Rua do Arco, o das Amoreiras, o da Estrela, o de Buenos Aires, o de São Sebastião da Pedreira, o da Cruz do Taboado e, o da Cotovia. *6 - a Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos tinha a função de elevar as águas provenientes do rio Alviela conduzindo-as para o reservatório da Verónica e para a Cisterna do Monte, permitindo aumentar o volume de água no abastecimento de Lisboa. Actualmente esta estação possui dois espaços de exposição, um de carácter permanente e outro temporário.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 / Marta Ferreira, Paula Figueiredo e Rute Antunes 2007

Actualização

 
 
 
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