Mosteiro de Nossa Senhora da Quietação / Mosteiro das Flamengas / Igreja de Nossa Senhora da Quietação
| IPA.00005940 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Alcântara |
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Arquitetura religiosa, maneirista e barroca. Mosteiro feminino de clarissas xabreganas capuchinhas, composto por igreja e zona regral adossada, desenvolvida em torno de um claustro e um pátio, com pequeno terreiro de acesso e cerca na fachada posterior. Igreja de planta retangular simples, com eixo longitudinal interno e acesso laterais, composta por nave e capela-mor, tendo coberturas em falsas abóbadas de berço, pintadas e ornadas a estuque, iluminada unilateralmente por janelas rasgadas na fachada principal. Para a nave abre o coro-alto, com tribuna acedida pela parede da nave, e possui duas capelas laterais confrontantes e um púlpito; a capela-mor, elevada, possui retábulo de talha dourada tardo-barroca, tendo adossada, à parede testeira, a sacristia de fora, com acesso para o terreiro. A zona regral desenvolve-se em torno do claustro principal, de dois pisos, com vãos retilíneos e tanque central. No claustro de baixo, surgem a portaria, roda, locutório, todos com acesso por um pátio, onde se situa a casa da veleira e que acede à casa do capelão, surgindo, ainda, um celeiro, a sacristia de dentro, a Casa do Capítulo, refeitório, cozinha e casa da abadessa. No piso superior, o ante-coro, coro-alto, com sacrário e acesso por tribuna, possuindo comungatório, os dormitórios, a enfermaria e o confessionário. A cerca possui horta e zona de cultivo. Possui afinidades enormes com o outro Mosteiro de Capuchinhos, o do Crucifixo, vulgo Francesinhas (v. PT031106171732). Mosteiro que mantém, notavelmente, a estrutura original, sendo possível reconstituir a sua estrutura e demarcar as várias dependências, tendo a zona regral transformada em área residencial. A igreja possui raros vestígios da sua construção seiscentista, de que se conservam alguns azulejos reaproveitados na escada de acesso à tribuna do coro-alto, ostentando património integrado datável da segunda metade do séc. 18, com talha tardo-barroca nos retábulos e apainelados da capela-mor, com uma gramática decorativa próxima de Queluz, estuques decorativos e azulejos que contam a história da fuga e chegada das religiosas a Portugal. A sacristia mantém-se notavelmente bem conservada, com pavimento formando elementos geométricos de várias cores, teto com apainelados de brutesco, oratório de pedraria e arcazes de madeira com marchetados. O ante-coro também conserva a decoração tardo-seiscentista, com azulejos num primeiro registo e painéis pintados, envolvidos por molduras de talha no segundo. No edifício anexo, existe um corpo torreado, que se assemelha e terá sido construído à imagem do antigo mirante das religiosas, situado no lado oposto. Possui várias sepulturas na igreja, quinhentistas e seiscentistas. |
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Número IPA Antigo: PT031106020229 |
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Registo visualizado 6696 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro feminino Ordem de Santa Clara - Clarissas Capuchinhas (Província dos Algarves - Xabreganas)
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Descrição
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Planta poligonal, composta por vários corpos formando um L, integrando, no ângulo, o grande corpo do claustro, formado por igreja a SE., tendo a zona regral adossada ao lado esquerdo. IGREJA de planta retangular, formando eixo longitudinal interno e acesso lateral, composta por nave e capela-mor, corpo do coro e sacristia na fachada posterior, esta encimada pelas dependências da Irmandade de Nossa Senhora da Quietação, de volumes articulados, com coberturas diferenciadas de duas (igreja e capela-mor) e três águas (coros e sacristia). Fachadas pintadas de rosa, rematadas em frisos e cornijas, sendo apenas em cornijas nas dependências anexas. Fachada principal virada a SE., dividida em três panos, o do lado esquerdo marcado por cunhais apilastrados, da ordem colossal toscana. O pano correspondente à igreja é rasgado pelo portal de verga reta, rematado em friso e frontão interrompido pelo escudo nacional e coroa fechada; tem acesso por quatro degraus em cantaria; junto à capela-mor, pequena janela em capialço; superiormente, surge uma fiada de sete janelas, a do extremo direito de menores dimensões, em capialço. O pano do coro possui duas janelas retilíneas em cada piso. No lado direito, a sacristia, com janela retilínea, protegida por grades de ferro, encimada por dois pisos, cada um deles com duas janelas de varandim, com guarda metálica. Fachada lateral esquerda com janela retilínea que abre para pequeno pátio, com acesso por portal em arco abatido e moldura de cantaria, rematado em platibanda plena, no fundo do qual, surge um eixo de quatro vãos, correspondentes a porta e janelas, de acesso às habitações do claustro. Fachada lateral direita com acesso por pequeno pátio, através de duas portas de vergas retas, o virado à Rua Leão de Oliveira entaipado, tem o piso inferior definido por friso de cantaria, com portas de acesso, surgindo, superiormente, três registos de vãos, correspondentes a uma janela no primeiro, uma de varandim e uma retilínea no lado direito, no intermédio, surgindo, no topo, duas janelas de varandim e pequena janela. Faz ângulo com um corpo de dois pisos, rasgado por porta no inferior e, no superior, por janela de peitoril, duas frestas e uma janela de sacada, com bacia de cantaria, assente em dois modilhões e guarda metálica. No recinto, surge um corpo pré-fabricado, pertença dos serviços sociais da paróquia. A fachada posterior está adossada ao corpo do claustro. INTERIOR da nave com as paredes rebocadas e pintadas, percorridas por silhares de azulejo historiado, com cobertura em falsa abóbada de berço abatido, ornada por estuques que centram painel com a representação da Coroação da Virgem; pavimento em lajeado. Na parede fundeira, dois confessionários de madeira, encimados por sacada balaustrada com acesso por porta de verga reta no lado do Evangelho, para onde abre amplo vão de volta perfeita, de ligação ao coro-alto. No lado do Evangelho, janelas fingidas, semelhantes às do lado oposto. Possui púlpito quadrangular quadrangular, assente em mísula e com guarda plena de talha pintada de marmoreados fingidos, formando apainelados de ângulos recortados, com acesso por porta de verga reta e moldura simples, sobrepujada por guarda-voz, formando pequena cúpula, encimada por fogaréus. Junto a este, uma porta de verga reta, de acesso ao mesmo. Surge uma segunda porta, de acesso à tribuna do coro-alto. No lado da Epístola, a porta encontra-se protegida por guarda-vento de madeira e vidro, flanqueado por pilastras almofadadas e rematado por frisos e cornijas, encimado por espaldar ornado por estrela; junto a este, a pia de água-benta, com pé em balaústre e taça concheada. Sobre presbitério de um degrau, surgem confrontantes, as capelas laterais, inseridas em arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, dedicadas a Nossa Senhora de Fátima (Evangelho) e ao Sagrado Coração de Jesus (Epístola). Arco triunfal amplo, de perfil abatido e assente em pilastras toscanas, de acesso à capela-mor, com as paredes revestidas a marmoreados fingidos, com apainelados de talha pintada e dourada, ornados por acantos e símbolos marianos, complementados por pequenas cartelas que se acham no friso que divide os silhares de azulejo, azuis e brancos, a representar temas marianos; cobertura em falsa abóbada de berço abatido, ornada por estuques decorativos que centram um painel recortado representando a Adoração do Santíssimo, tendo pavimento em lajeado. Sobre alto supedâneo de cinco degraus, o retábulo-mor de talha pintada e dourada, de planta convexa e três eixos definidos por quatro colunas coríntias, com o terço inferior marcado, assente em plintos paralelepipédicos almofadados. Ao centro, tribuna em arco de volta perfeita contendo trono expositivo e com o interior ornado por apainelados pintados. Os eixos laterais são formados por nichos de volta perfeita e moldura simples, que se interrompem em falsos baldaquinos formados por cornija interrompida por volutas, sobrepujados por painel retilíneo. Sob estes, a porta de acesso à sacristia. A estrutura remata em friso e cornija, encimado por fragmentos de frontão, encimados por duas figuras alegóricas, a representar a Fé e a Esperança. Altar paralelepipédico com frontal tripartido. Adossada ao templo, a sacristia, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por azulejo de padrão policromo, tendo teto de madeira em caixotões com pintura de brutesco, e pavimento em lajeado de calcário policromo. Possui dois arcazes de pau-preto, com marchetados de bronze dourado, que centram oratório de volta perfeita, assente em pilastras toscanas almofadadas e com seguintes também almofadados, rematando em friso e cornija, contendo painel pintado a centrar um Crucificado. Altar em cantaria de calcário, com frontal tripartido e ornado por losangos coloridos. A ZONA REGRAL desenvolve-se em torno de um amplo claustro quadrangular, de dois pisos, com a quadra marcada por colunas toscanas, assentes em muretes e acrotérios de cantaria, os inferiores com oito aberturas para a quadra, estando os muros revestidos a azulejo de padrão a azul e branco e os pavimentos em tijoleira. Para as alas, abrem janelas e portas de verga reta, sendo a quadra marcada por pavimento em tijoleira com tanque central poligonal, rodeado por quatro canteiros de ângulos internos curvos, revestidos a azulejo de padrão policromo. Na quadra, no ângulo SO., escadas de acesso ao segundo piso. O CORO-ALTO possui as paredes apaineladas com pintura ornamental, com molduras e frisos fitomórficos, tendo teto em gamela, dividido em caixotões, reforçado por tirantes metálicos e decorado por festões e grinaldas que centram objetos religiosos, querubins e a pomba do Espírito Santo. Nas paredes laterais, o cadeiral, de madeira simples, e, a ladear a grade, dois nichos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, com pinturas de marmoreados; na parede oposta, dois nichos em estuque. O ANTE-CORO, conhecida como SALA DO ROSÁRIO, pela temática das pinturas que ostenta, possui as paredes revestidas a silhares de azulejo a azul e branco, flanqueados por cariátides, com festões, acantos e cartelas centrais, rodeadas por querubins, contendo símbolos repetidos, as cinco chagas, as insígnias franciscanas, o cordão da ordem e alusão às três ordens franciscanas, através da representação das três bandeiras; estão encimados por telas envolvidas por talha dourada, tendo teto em gamela, dividido em painéis pintados figurativos e pavimento em ladrilho. |
Acessos
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Rua Primeiro de Maio (antiga Rua Direita de Belém), n.º 20 - 22; Rua Leão de Oliveira |
Protecção
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Em estudo / Incluído na Zona Especial de Proteção do Palácio Sabugosa (v. PT031106021056) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado numa zona em declive, com a fachada principal a abrir para a Rua Primeiro de Maio, tendo fronteiro o Mosteiro do Monte Calvário, também de Clarissas, atualmente a Escola Prática da Polícia de Segurança Pública (v. PT031106020812), nas imediações do Largo do Calvário. Na fachada posterior, nos terrenos da antiga cerca do Mosteiro das Flamengas, o Mercado Rosa Agulhas (v. PT0311060201754), confinando a SO. com casas de habitação. Encontra-se sob a Ponte Vinte e Cinco de Abril (v. PT031106020606). |
Descrição Complementar
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Na nave, surgem vários painéis de azulejo figurativo, a azul e branco, definidos por quarteirões e rematados em cornijas, possuindo pequenas cartelas recortadas e formadas por acantos, figurando a vinda atribulada das religiosas para Portugal, com inscrições bíblicas. Assim, no vestíbulo, surgem dois painéis, ambos a representar a revelação divina, uma delas através de um anjo, surgindo, no lado direito "Sed quiesce in terra quam dixero tibi Genes 26 v. 2", cuja tradução é "habita na terra que eu te designar" (Bíblia Sagrada, p. 30); no lado esquerdo - "Veni mecum ut requiesces securus mecum in Jeruzalem 2 Reg 19 v 33", indicação errada, pois surge em II Samuel 19:33 - "Passa tu comigo e sustentar-te-ei comigo em Jerusalém" (Bíblia Sagrada, p. 351). Na parede fundeira, três painéis, dois deles parcialmente ocultos pelos confessionários de madeira, mas sendo visíveis as inscrições - "Quiescat voz tua aploratu et oculi Tui a lacrimis quia, este mercês operi tuo ait Dominos Jer. 31 v. 16", que significa "Reprime a tua voz de choro, e as lágrimas dos teus olhos: porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor (Bíblia Sagrada, p. 756); ao centro, a representação das religiosas a fugir num carroça puxada por bois, com a inscrição "Requiem dedit Dominus Deus Israel popullo suo, et habitacionem usque in aeternum / pom 23 v. 25", que traduzindo, significa "O Senhor Deus de Israel deu paz ao seu povo, e habitação em Jerusalém para sempre" (A Santa Bíblia, p. 368); sucede-se a inscrição ""Riquiescit sub arbore Genes 18 v. 14", ou seja "Recostai-vos debaixo desta árvore (Bíblia Sagrada, p. 19). No lado do Evangelho, surgem, três painéis com a representação de uma religiosa com três cruzes e a inscrição "Filia mea, quaerum tibi requiem, et providebo ut bene sit tibi Ruth, 3 v. 1", cuja tradução é "Minha filha, não hei-de eu buscar descanso, para que fiques bem? (Bíblia Sagrada, p. 289); sucede-se uma religiosa a descansar, enquanto outra se afasta e a inscrição "In passe in idipsum dormiam et requiescam / Psalm. 4 v. 2", que consiste em "Em paz também me deitarei e dormirei (Bíblia Sagrada, p. 64); no último painel, um edifício em construção, com a inscrição "Cogitavi ut aedificarem domum, in qua requiesceret / arca foederis Domini 2. Paralipomenos 28 v. 2", que consiste em: "Eu tinha considerado edificar casa, onde descansasse a Arca do concerto do Senhor" (A Santa Bíblia, p. 359). No lado da Epístola, quatro painéis, surgindo, antes do guarda-vento, dois representando a fuga num barco e a inscrição "Et erit transitus Virgo fundatus, quam re / quiescere faciet Dominus Isaias 30 v. 32", que significa "E a cada pancada do bordão do juízo que o Senhor lhe der" (Bíblia Sagrada, p. 701) e a representação das religiosas a entrar num mosteiro e a inscrição "Haec requies meã in saeculum saeculi hi habita / do, quoniam elegieam Psalm 131 v. 14, que significa, "Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei" (Bíblia Sagrada, p. 632). Depois do guarda-vento, dois painéis com a representação das religiosas guiadas por anjos e a inscrição "Et dedit requiem universis provinciis, ac dona largitus est iuxta ma- / gnificentiam principalem", que significa "e deu repouso às províncias, e fez presentes, segundo o estado do rei" (Bíblia Sagrada, p. 527); sucede-se uma cena com as religiosas, cada uma delas a transportar uma cruz e a inscrição "Videte ocluis vestris, quia modicum laboravi et inve / ni mihi multam requiem Ecclis 51 v. 35", significando "Vede com os vossos olhos o pouco que trabalhei, e como adquiri paz" (bibliacatolica.com.br/01/28/51.php). Os retábulos laterais são semelhantes, de talha pintada de marmoreados fingidos e dourado, de planta reta e três eixos definidos por duas colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, assentes em consolas, e duas pilastras adossadas às ilhargas, assentes em plintos paralelepipédicos. Ao centro, nicho de perfil contracurvo, com moldura saliente e remate em concheado, contendo peanha. Os eixos laterais, são formados por duas consolas, enquadradas por molduras douradas, que se prolongam nas ilhargas, formando apainelado decorado por acantos. A estrutura remata em friso, sobre as colunas ornado por acantos, cornija e frontão contracurvo, enquadrado por acantos e cornijas. Altar em forma de urna, ornado por rosetão. No pavimento, encostadas à parede fundeira, várias sepulturas, a central com a inscrição: "SEPULTURA DE YERONIMO / ANRIQVES E DE / GRACIA DA VEIGA / SVA MOLHER E DE / SEVS HERDEIROS / FALECEO A 29 / DE YUNHO DE 1588". No lado direito, a sepultura com a inscrição "SEPULTURA DE MANOEL DA SIL / VA LOUZADO E DE SVA MO / LHER ISABEL DA SILVA / E DE CEVS HERDEIROS O / QVAL FALECEO A 17 DE F / FEVEREIRO DE 1683 / PEDE HVM PADRE NOSSO E AVE / MARIA POR SVA ALMA". No extremo direito, a sepultura com inscrição "SEPVLTVRA DE DVARTE / SMITTE E DE JOANA GALOA / SVA MOLHER E DE SEVS / HERDEIROS ELLA FALECEO / A II DE FEVEREIRO ANO DE / 1604". Na capela-mor, surgem vários painéis de azulejo figurativo, a azul e branco, definidos por quarteirões e rematados em cornijas, possuindo pequenas cartelas recortadas e formadas por acantos, figurando símbolos alegóricos aos desaires das religiosas flamengas, com inscrições bíblicas. No lado do Evangelho, uma nau com a inscrição "Adificet Dominus secundo manum suam ad possidendum residuum populi sui / quod relinquetur ab Assyriis et ab insulis maris. Isaias 11 v. 11", ou seja "(...) que o Senhor tornará a estender a sua mão para adquirir, outra vez, os resíduos do seu povo, que restarem da Assíria (...) e das ilhas do mar" (Bíblia Sagrada, p. 687); sucede-se a barca com o templo e a inscrição: "Requievitque Arca Super montes Gen. 8 v. 4", ou seja "E a arca repousou sobre os montes" (Bíblia Sagrada, p. 11). No lado oposto uma árvore com a inscrição "Venite et sub umbra mea requiescite. Judic 9 v. 15", que significa "Vinde e ponde-vos à minha sombra", a representação de uma cidade com a inscrição "In civitate sanctificata similiter requievi Eccls, 24 v. 15" - Na cidade amada igualmente pousei, e a cena de duas freiras com cruzes e a inscrição "E Pascentur primogeniti pauperum et pauperes fiducialiter requiescent. Isaias 14 v. 30" - "Os primogénitos dos pobres serão apascentados e os necessitados se deitarão seguros" (Bíblia Sagrada, p. 689). As escadas de acesso ao coro-alto, em cantaria, estão parcialmente revestidas a azulejo de padrão policromo e reaproveitamento de várias peças azulejares. No acesso à torre sineira, painel de azulejos seiscentista, policromo, representando a Adoração do Santíssimo, e um órgão positivo de armário, com dez registos e caixa de madeira pintada de bege e amarelo, ornada por acantos dourados. |
Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro feminino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja / Residencial: edifício residencial |
Propriedade
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Pública: estatal / Privada: Igreja Católica (Diocese de Lisboa) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: Nicolau de Frias (atr., 1582-1586); Teodósio Frias (1626). ELETRICISTAS: José Manuel & Gomes dos Santos, Lda. (1965, 1970); Raiocoop (1984). EMPREITEIRO: Batista & Azevedo Júnior (1941); Belarmino Joaquim Ranhada & C.ª (1956); Fernando de Jesus Vieira (1959-1960); João Pedro Alves (1954, 1956); José António Fernandes Gonçalves (1961, 1964-1967); José Rodrigues Bernardes (1956-1957); Manuel Fernandes Porto (1940). PEDREIROS: Estácio Correia (séc. 17). PINTORES: Bento Coelho da Silveira (1685-1690, 1697); Gabriel del Barco (atr., séc. 17); Pedro Alexandrino de Carvalho (1800). |
Cronologia
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1582, 01 março - chegada a Lisboa de doze religiosas oriundas da Baixa Alemanha e da Holanda e fugidas das perseguições luteranas, pedindo proteção ao Provincial da Província dos Algarves, que as manda acolher no Mosteiro da Madre de Deus (v. PT031106410009), na Casa das Beatas; o frade pede uma audiência ao monarca D. Filipe I, que as acolhe e ordena que permaneçam na Madre de Deus, tendo permissão para entrar na clausura apenas duas vezes, na companhia de D. Maria, irmão do monarca; 11 dezembro - as religiosas são conduzidas ao Mosteiro da Glória, acompanhadas de mais nove religiosas, que haviam acabado de chegar de Alkmar; 1583, 29 outubro - fundação do Mosteiro de clarissas por D. Filipe I, sendo nomeada como madre superiora Ana da Glória; 1584, 27 julho - D. Filipe dá ordem para que possam entrar no Mosteiro até 24 religiosas, provenientes da Flandres, doando 363$630 anuais, bem como cera, azeite, arroz, trigo, cevada, milho, palha e tecidos; a capela-mor passa a pertencer ao monarca sendo as capelas da nave das religiosas; 1585, 20 setembro - aquisição do terreno para um novo edifício em Alcântara pelas religiosas a Jerónimo Henriques, por 1:400$000; 1586, 09 setembro - as religiosas transitam para o Mosteiro de Santo Alberto (v. PT031106370084), enquanto aguardam a conclusão das obras do futuro edifício em Alcântara, pois o Mosteiro da Glória foi considerado insalubre; 28 outubro - entrada das religiosas no novo mosteiro, sujeitas à Ordem de Santa Clara e dependentes da Província dos Algarves (Xabreganos); 1588, 29 junho - falecimento e sepultamento no local de D. Grácia da Veiga, esposa de João Henriques, em sepultura de família; 1592, 12 agosto - aquisição dos terrenos a SE., para instalação dos capelães a Manuel Ferreira e esposa por 1:000$000 (CAEIRO, 2006, Doc. 1A); 02 novembro - falecimento de Jerónimo Henriques, sepultado na igreja (SIMÕES, 1998, p. 15); séc. 17 - pintura do teto em brutesco, atribuível a Gabriel del Barco; reforma da sacristia com a feitura do arcaz e painéis, pagos por Baltazar Teles Sinel, que se fez sepultar no local (AHMF, Cx 1963, capilha 1); 1604 - o altar-mor é mandado dourar por D. Bárbara de Tápia; 02 fevereiro - falecimento de Joana Galoa, esposa de Duarte Smitte, sepultada na igreja; 1626 - obras de remodelação por Teodósio Frias, com a destruição da igreja primitiva de Nicolau Frias (c. 1530 - 1610) e a quase reconstrução da zona regral, tendo trabalhado, no local, Estácio Correia (SIMÕES, 1998, p. 18); 1627, 18 dezembro - falecimento de Leonor Pereira, esposa de Teodósio de Frias, sepultada no local (SIMÕES, 1998, pp. 17-18); 1634, 11 novembro - falecimento de Teodósio de Frias, sepultado no local; 1666 - tem lugar na igreja o casamento de D. Afonso VI com D. Maria Francisca Isabel de Sabóia; 1683, 17 fevereiro - falecimento de Manuel da Silva Louzado, com sepultura no local para si, a esposa, Isabel da Silva, e herdeiros; 1685-1690 - pintura de várias telas para o templo por Bento Coelho da Silveira; feitura dos azulejos do ante-coro, possivelmente por Manuel Pereira (MECO, p. 50); 1686 - ereção da Irmandade de Nossa Senhora da Quietação, sediada na igreja; 1694 - D. Pedro II torna-se juiz perpétuo da Irmandade; 1697 - pintura da Sala do Rosário por Bento Coelho da Silveira; 1704, 27 março - falecimento de João Van Vassen, sepultado na sacristia, com altar dedicado à Santa Cruz (SIMÕES, 2002, pp. 257-259); 1706 - D. Pedro II falece, sendo depositado o seu coração na igreja, num local assinalado por lápide; 1755, 01 novembro - o terramoto causa poucos estragos no edifício; 1747 - o Mosteiro tem 33 freiras que pagam a quantia de 2 mil cruzados de dote (CAEIRO, 2006, Doc. 4B); séc. 18, meados - o mosteiro, sem qualquer ruína, tem 33 celas, refeitório, casa de lavor, noviciado, enfermaria e várias casas particulares; tem dois capelães, três irmãos donatos, um deles o sacristão, dois esmoleres, um procurador e emprega três moços para trabalhar a cerca; tem uma veleira, duas amassadeiras e uma cozinheira; a rainha D. Mariana Vitória dota o Mosteiro com 39$000 (CAEIRO, 2006, Doc. 6A) 1780 - 1786 - obras na igreja e no coro-alto, patrocinadas por D. Maria I; 1783 - remodelação da capela-mor; 1786 - execução do património integrado da nave; 1800 - feitura da decoração do teto da capela-mor, com painel pintado por Pedro Alexandrino de Carvalho (Inventário, 1860, caixa 1963, capilha 3); 1833 - Gonzaga Pereira descreve a Igreja como tendo a capela-mor, com Nossa Senhora da Quietação, e as duas laterais; possui as Irmandades de Nossa Senhora e do Santíssimo Sacramento; as paredes da igreja estão rebocadas e pintadas de branco, tendo um teto de estuque de João Grossi e tela de Pedro Alexandrino com a representação de Nossa Senhora; na sacristia de fora, um arcaz de madeira, de entalhe antigo (PEREIRA, pp. 332-335); 1834, 08 maio - extinção das Ordens Religiosas; 1860 - inventário dos bens móveis e imóveis do convento após a extinção, na presença da abadessa Leonor da Conceição *1; existem 6 monjas professas, a mais nova com 47 anos, D. Bárbara Teresa de Jesus, Maria, José, tendo a mais velha 80 anos, D. Ana Francisca de Jesus; tem 8 pupilas e meninas do coro; 1887, 29 outubro - a Irmandade da Quietação pede para que as suas alfaias não sejam incluídas no Inventário do Ministério da Fazenda, sendo-lhes pedida a prova da posse das mesmas; 09 dezembro - com a morte da última freira, as pupilas remanescentes são expulsas do edifício; as alfaias e objetos de culto são entregues à autoridades eclesiásticas, indo várias pelas para a Academia Nacional de Belas Artes e para o Museu Nacional de Arte Antiga; os livros são entregues à Inspeção das Bibliotecas; 1888 - realização de um novo inventário, mais pormenorizado que o anterior; 22 janeiro - planta do convento do arquiteto Manuel Vitor Marques; 1889, 28 junho - concessão provisória do edifício conventual à Condessa de Sampaio e outros nobres moradores na zona para a instalação de uma instituição de beneficência operária; 25 abril - a Real Irmandade da Nossa Senhora da Quietação consegue que lhe sejam concedidas a igreja, sacristia, casa do despacho e casas da residência do capelão; 16 setembro - são doados à Irmandade os seguintes objetos: uma Nossa Senhora da Quietação de roca, um São Francisco de madeira, uma Santa Clara de madeira com a respetiva peanha; um Santo António de madeira, um São Domingos de madeira, um São José de roca, uma pequena Nossa Senhora de madeira, um São Sebastião de madeira, uma Santa Catarina de madeira, um São Bento de madeira, um Santo Cristo com cruz de pau-santo e remate metálico, uma Nossa Senhora das Dores de roca, inserida numa maquineta, dois Santos Cristos de madeira, um Senhor dos Passos de barro, um crucifixo sem peanha e a figura de Verónica; recebeu, ainda, um sacrário de talha dourada, uma maquineta do mesmo material, uma colunata com o Coração de Jesus, uma maquineta para o Santíssimo, uma maquineta de madeira, peanhas, andores, um banco pequeno com embutidos de pau-santo e duas credencias; 1890, 23 julho - decreto entregando o templo à Irmandade; 1891, 11 janeiro - concessão do convento e cerca ao Instituto Ultramarino para Beneficência, de apoio a senhoras de famílias de oficiais falecidos em serviço nas colónias; 14 maio - proposta para a conversão do edifício em quartel da Guarda Municipal e instalação dos cavalos da mesma; 18 maio - entrega da igreja e das dependências ligadas ao culto à Irmandade da Quietação; 08 julho - ofício a conceder o edifício ao Instituto de Proteção às Famílias dos Oficiais e Praças do Exército e Armada; 1898, 20 janeiro - a Secretaria de Estado das Obras Públicas, Comércio e Indústria declara que a casa do despacho da Irmandade da Quietação e a casa do capelão são propriedade do Estado; séc. 20, década de 30 - habitam as antigas dependências conventuais 24 famílias descendentes de oficiais; 1938, 22 março - a Direção-Geral da Fazenda Pública informa que a cerca, situada a N. do edifício irá ser vendida e pergunta se os edifícios existentes no local podem ser aproveitados para a instalação de qualquer serviço público (SIPA, txt.05251021); 02 maio - uma comissão composta pelos engenheiros Francisco de Melo Ferreira de Aguiar e José Ribeiro de Carvalho e Silva e pelo arquiteto Francisco dos Santos informa que os edifícios existentes no local são barracões de um único piso, utilizados como zonas de armazenamento e de oficinas, não tendo qualquer tipo de utilidade; é sugerido que a cerca poderia ser aproveitada para construções se os edifícios fossem demolidos (SIPA: txt.05251028); 22 novembro - o Instituto Ultramarino solicita o arranjo dos telhados do edifício (SIPA: txt.05251032); 1940, 22 junho - a Direção-Geral da Fazenda Pública informa que uma parte do mosteiro fora cedida à paróquia de São Pedro de Alcântara para funcionamento de uma escola e instalação da residência paroquial (SIPA.txt.05251088); 1943 - uma fiscalização reconhece a necessidade de reparar um muro de suporte de terrenos, aumentar o número de moradias e, após classificação, arranjar o interior da igreja (SIPA: txt.05251403); 1944 - sugestão do Instituto Ultramarino para que as moradias fossem redimensionadas, de forma a albergar mais viúvas necessitadas (SIPA: txt.05251435); 09 junho - é reconhecido que algumas moradias não podem sofrer alterações, devido à implantação das chaminés e canalizações de água e esgotos (SIPA: txt.05251437); 1956, 10 janeiro - as recolhidas pretendem abrir nichos nos arcos do claustro, sendo desaconselhadas pelo fato de estes estarem em mau-estado (SIPA: txt.11977662); 1961 - ruína e derrocada da velha abóbada em tijolo de um dos corredores no lado N., correspondente ao prédio n.º 22, devido a infiltrações, carga excessiva do pavimento colocado e falta de resistência dos materiais que compunham a abóbada; 1996 - queda de uma viga de ferro da Ponte Vinte e Cinco de Abril, tendo danificado o telhado da área das residências; 1998, 08 outubro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria mista, rebocada e pintada; modinaturas, escudos, pilares, colunas, pavimentos, altares, supedâneo, tribuna, pia de água benta em cantaria de calcário; estuques pintados; apainelados e retábulos de talha pintada e dourada; silhares de azulejo; guardas e grades em ferro forjado; painéis pintados a óleo sobre tela; guarda-vento e mobiliário de madeira; arcaz de madeira e marchetados de bronze; cobertura em telha cerâmica. |
Bibliografia
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ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em Lisboa. Lisboa: Parceria A.M. Pereira, 1938-1939, livro 9; BRITO, José Joaquim Gomes de - Quatro Cartas ao Director sobre a História do Convento das Flamenga. Comércio de Portugal. n.º 2259, 2265, 2280 e 2298; BRITO, José Joaquim Gomes de, Convento das Flamengas em Alcântara. Os Arquitectos Frias. Revista de Archeologia, Lisboa: 1888- 1889, vols. II e III; CAEIRO, Baltazar Matos - Os Conventos de Lisboa. Lisboa: Distri Editora, 1989; CAEIRO, Maria Margarida Castro Neves Mascarenhas - Clarissas em Portugal. A Província dos Algarves. Da Fundação à Extinção - em busca de um paradigma religioso feminino. Lisboa: s.n., 2006. Dissertação de doutoramento apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; MECO, José - Azulejos de Gabriel del Barco na Região de Lisboa in separata do Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa. Lisboa: Assembleia Distrital de Lisboa, 1979, III série, nº 85; Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa: Assembleia Distrital de Lisboa, 1988, tomo III; PEREIRA, Luís Gonzaga - Monumentos Sacros de Lisboa em 1833. Lisboa: Oficinas Gráficas da Biblioteca Nacional, 1927, pp. 332-335; SERRÃO, Vítor - Os Silva Paz, uma família de pintores em obra. A Cripto-História de Arte. Lisboa: Livros Horizonte, 2001, pp. 101-124; SERRÃO, Vítor - História da Arte em Portugal - o Barroco. Barcarena: Editorial Presença, 2003; SIMÕES, João Miguel - O Convento das Flamengas ao Calvário. Monografia histórico-artística. Lisboa: 1998. Trabalho da Cadeira de Seminário do Curso de História - variante em História da Arte apresentado à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; SIMÕES, João Miguel - «A Capela sepulcral de João Van Vessen no Convento das Flamengas. Reintegração do ciclo o Caminho da Perfeição de Bento Coelho» in SERRÃO, Vítor (coordenador) - Estudos de História da Arte - novos contributos. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 2002, vol. I, pp. 93-107; SIMÕES, João Miguel Ferreira Antunes - Arte e Sociedade na Lisboa de D. Pedro II - ambientes de trabalho e mecânica do mecenato. Lisboa: s.n., 2002, 2 vols. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; SOUTO, António de Azevedo Meyrelles do - Uma Relíquia Setecentista em Via de Desaparecer. Olisipo. Lisboa: Abril, 1963, Ano XXVI, n.º 102; Vária. Monumentos. Lisboa: Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 1998-1999 e 2004, n.ºs 9 a 11 e n.º 20. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DRELisboa/DIE, DGEMN/DRELisboa/DRC, DGEMN/DSARH |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa, SIPA; Fundação Ricardo Espírito Santo Silva |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSARH-005/125-4423/01, 4423/02, 4423/03, 4423/04, DGEMN/DSARH-005/125-4650/21, DGEMN/DREL-3293/04, DGEMN/DREL-3393/05, DGEMN/DREL-3541/01, DGEMN/DSID-Carta de Risco; DGLAB/TT: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças - conventos extintos, Convento de Nossa Senhora da Quietação, caixa 1963; BNP: Secção de Reservados, Codice 7784; CAMLisboa: Arquivo Histórico (Obra nº 15401, Processo 1655 e 580/I/61), Arquivo de Obras, processo n.º 15.401 |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1856 - obras de limpeza do edifício por 11$600; DGEMN: 1939 / 1940 - fixação do teto de madeira da igreja; substituição das canalizações de chumbo; no claustro, substituir uma arquitrave e demolição de um pilar de tijolo, pintura de beiradas; limpeza das cantarias; pintura das ferragens e das madeiras, incluindo os tetos; caiação dos tetos em abobadilha; tratamento de rebocos e pinturas; colocação de vidraças e de portas; tratamento dos rebocos e pinturas das fachadas exteriores; construção de novo vigamento e colocação de telhas; obras realizadas por Manuel Fernandes Porto; 1941 / 1942 / 1943 - remodelação da instalação elétrica de 25 moradias; tratamento de rebocos e pinturas dos paramentos exteriores e interiores; pintura das madeiras; demolição de dois corpos de um piso e respetivo telheiro; obras executadas pelo empreiteiro Batista & Azevedo Júnior; 1943 - reparação de um muro de suporte de terrenos, por Manuel Fernandes Porto; 1945 - reparação da instalação elétrica; 1954 / 1955 - substituição da cobertura e pavimento do recolhimento por João Pedro Alves; 1956 / 1957 - obras de conservação dos telhados por João Pedro Alves; obras de conservação periódica nos pavimentos, a cargo de José Rodrigues Bernardes; remodelação da escada da residência do capelão e beneficiação da respetiva caixa da escada; remodelação da instalação elétrica na igreja, sala da Irmandade e sacristia; remodelação das instalações sanitárias dos capelães e sacristão, com substituição de vigamentos e soalhos, construção de portas e caixilharias, colocação de mosaico e lambris de azulejo e estuque no teto; colocação de novos sanitários; remodelação das cozinhas; as obras ficam a cargo de Belarmino Joaquim Ranhada & C.ª; 1957 - arranjo do claustro, com picagem, reboco e caiação das paredes, assentamento da tijoleira e reconstrução dos muretes dos canteiros e ajardinamento; tratamento dos ramais de água e finalização da instalação elétrica; instalação da canalização do gás; obras a cargo de José Rodrigues Bernardes; 1958 / 1959 / 1960 - substituição dos pavimentos em soalho por ladrilho hidráulico, sendo em duas casas, sem abóbadas no piso inferior, colocado soalho, a cargo de Manuel de Oliveira Soares e Fernando de Jesus Vieira; 1961 - escoramento das abóbadas que se mantinham nas alas N. e E. e demolição das demais; assentamento de pavimento em taco de pinho e tijoleira nos corredores, sendo em mosaico nas cozinhas e casas de banho; reposição das instalações sanitárias e respetivas ligações no segundo piso; reconstrução de tetos do primeiro em vigamento de esteira e pintura destes e das paredes; beneficiação da moradia n.º 8, com colocação de nova placa de betão, construção de paredes em tijolo, assentamento de pavimento em mosaico hidráulico, colocação de silhares de azulejo e reforma da instalação elétrica; alteração de uma das águas da igreja, para evitar infiltrações, substituição dos estuques da nave; consolidação da cobertura do púlpito; obras adjudicadas a José António Fernandes Gonçalves; 1964 - vistoria da abóbada da igreja por José António Fernandes Gonçalves; 1965 - restauro das pinturas da abóbada e altar-mor; pintura das paredes da nave; remodelação do coro, com a demolição da armação de madeira e da parede falsa que cobre os dois arcos laterais; colocação de uma grade de ferro; feitura de novo teto do coro e substituição do soalho; conservação da talha da casa do Capítulo e reposição dos azulejos em falta; pintura das caixilharias; pintura da torre sineira; abertura de vãos de janela e modificação dos enxalços; obras por José António Fernandes Gonçalves; remodelação da instalação elétrica da igreja por José Manuel e Gomes dos Santos, Lda.; 1966 - substituição do soalho da igreja por lajeado; reparação dos painéis de azulejo; modificação das banquetas do altar-mor; modificação dos degraus de acesso ao templo e construção de um novo guarda-vento; reparação e marmoreamento das sancas, molduras, arco do cruzeiro e altares laterais; construção de portas da nave, sacristia e da dependência sobre o altar-mor; modificação do acesso à sacristia pelo pátio; remoção de um altar e painel de azulejo de feitura recente, completando-se os silhares de azulejo existentes, obra da Fábrica de Louças Viúva Lamego; obras por José António Fernandes Gonçalves; 1967 - reparação das fachadas, com colocação de impermeabilizante e novo reboco; limpeza de cantarias; conserto e pintura de grades de ferro; reposição de elementos de talha e consolidação e limpeza das telas da casa do Capítulo; obras adjudicadas a José António Fernandes Gonçalves; 1967 - revisão e limpeza dos telhados por José António Fernandes Gonçalves; 1970 - remodelação do sistema de iluminação do coro da igreja por José Manuel & Gomes dos Santos, Lda.; 1984 - renovação da instalação elétrica, pela empresa Raiocoop; 1998 / 1999 / 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 - recuperação das coberturas do corpo nascente e da galeria superior que circunda o claustro; recuperação das coberturas da igreja e do corpo correspondente ao ante-coro). |
Observações
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*1 - no inventário é descrito o Mosteiro como sendo composto pela Igreja, Zona Regral e Cerca, esta avaliada em 1:900$000, tendo jardim, tanque e arbustos, a que se seguem três grandes tabuleiros superiores, um deles destinado a horta e os dois restantes a sementeiras, com oliveiras, árvores de fruto e vinha em latada. A O., a casa da mina, com água nativa e a E. uma escada de pedra que liga ao quintal da horta, também esta com latada, árvores de fruto, um engenho real e tanque de rega. O terreiro tem acesso por portal de verga reta, estando rodeado pelas casas de acomodação, a da veleira, e a casa dos padres, de dois pisos, o primeiro com uma arrecadação e duas dependências, surgindo, no segundo piso, duas salas, a casa de jantar e uma cozinha com galeria de sete colunas toscanas de pedra, que dá para a horta. No lado esquerdo do terreiro, protegidas por dez colunas de pedra, a Portaria e Casa da Roda. A Portaria tem as paredes percorridas por silhares de azulejo e possui maquineta com um fundo azulejado representando a Adoração do Santíssimo, que estabelece o acesso ao Lucotório, com abóbada e pavimento em tijolo, tendo duas janelas que abrem para a cerca; uma porta no lado direito da Portaria liga ao corredor de acesso ao claustro de dois pisos, com escada na quadra, com dois lanços de 14 degraus e com patamar inferior protegido por colunas. No lado SE., o Celeiro, com pilar central que sustenta teto em abóbada de perfil abatido, estando iluminado por duas frestas, sob as janelas do coro-alto e duas que abrem para o Pátio do Caminho de Belém. No lado SO., situa-se a Sacristia de dentro, totalmente revestida a azulejo e com cobertura em abóbada abatida, tendo pavimento em tijoleira, iluminada por duas frestas viradas para o Pátio do Caminho de Belém; adossada a esta, a Casa do Capítulo, marcada por pilastras que truncam os paramentos, iluminada pelas frestas do pátio de Belém, tendo cobertura em abóbada e pavimento com sete sepulturas das abadessas. Está rodeada por bancos corridos, guarnecidos a azulejo e possui um retábulo de talha dourada, avaliado em 25$000 e uma maquineta com Cristo Redentor. No ângulo NO., a Cozinha Grande, com corredor de acesso com teto de madeira, tendo cobertura em abóbada e pavimento em tijolo, com porta para um pátio, onde surgem várias estruturas arruinadas e ligando às arrecadações, estas com tetos de madeira. Ligado a esta pela ministra, o Refeitório, iluminado por três janelas que abrem para a cerca e uma que dá para o claustro, para onde liga uma porta; é abobadada e tem pavimento em tijoleira, possuindo um armário embutido e o púlpito de leitura, com bacia e escadas em cantaria e guarda em balaústres de pau-santo. Uma porta liga à Despensa, com abóbada e pavimento em tijoleira, tendo duas portas de acesso ao claustro, entre as quais surgem dois bancos em alvenaria, forrados a azulejo. A ala NE. encontra-se quase toda ocupada por uma Cozinha (Cozinha pequena) e pela Casa da Abadessa, com teto em abóbada e pavimento em tijoleira, tendo um terço coberto por estrado de madeira, com três janelas a abrir para a cerca. O segundo piso do claustro possui cinco capelas embutidas nos muros, protegidas por vidraças. Neste, fica o Coro-alto com duas janelas para a rua e uma para o Pátio de Belém, possuindo cadeira de madeira de carvalho pintado, teto e pavimento de madeira, o primeiro pintado; possui comungatório na grade, ladeada por duas capelas com retábulos de talha e dois nichos envidraçados; no lado direito, porta para o Ante-coro, teto pintado, possuindo 23 quadros com molduras em talha, representando o Mistério do Rosário, avaliados em 2:000$000; tem porta de acesso à torre e uma para o Dormitório, situado a SO., tendo as necessárias num dos ângulos; possui 34 celas e teto de madeira em masseira, com pavimento em tijoleira e 17 janelas para o Pátio de Belém, sete janelas e quatro frestas para o claustro, tendo sete para a cerca. A NO., a Casa do Lavor, com três janelas e uma porta para o claustro e quatro para a cerca; tem cobertura abobadada e pavimento em tijoleira, possuindo dois retábulos de talha, avaliados em 150$000. No lado NE. do claustro, a Casa das Convalescentes, com acesso pela Escada dos Reis (de 2 lanços com 26 degraus) para a cerca, a Enfermaria, com abóbada e janelas protegidas por grades de ferro, com pavimento central em tijoleira, rodeado por soalho; possui retábulo de talha, com nicho central, ladeado por quatro mísulas com imaginária, enquadrados por pilastras, tendo adossados a cozinha da enfermaria, com abóbada e pavimento em tijoleira e casas de arrumos. Estas ligam ao corredor dos mirantes, que estabelece o acesso à casa de espera, com três janelas para a cerca e porta para o terreiro, o qual acede ao Ante-confessionário e ao Confessionário, ambos com tetos e pavimentos de madeira, o primeiro com janela para a cerca, e o Confessionário com duas janelas para o claustro pequeno, situado sobre a sacristia da igreja. A casa de espera liga a uma casa forrada a azulejos, possuindo uma capela com as relíquias. Possui, ainda, os mirantes, com acesso por corredor, o primeiro andar com duas janelas para a Rua de São Joaquim, tendo grades de ferro e rótulas e teto de madeira, com escada de madeira com 15 degraus, de acesso ao segundo piso, com teto de madeira em gamela e pavimento também em madeira, com quatro janelas, duas para a rua e duas para o claustro pequeno, sobre a sacristia da igreja. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 / Paula Figueiredo 2012 |
Actualização
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