Chafariz da Buraca

IPA.00005088
Portugal, Lisboa, Lisboa, Benfica
 
Arquitectura infraestrutural, tardo-barroca. Chafariz peri-urbano, ligado à distribuição de água a Lisboa, pelas Águas Livres, de espaldar simples, rectilíneo, mais largo na base, flanqueado por pilastras toscanas, com remate em cornija contracurvada, ostentando, ao centro, almofada recortada e cartela, também recortada, com as armas reais. Possui tanque central, pouco profundo, de planta rectangular, para onde verte uma bica simples, em cantaria.
Número IPA Antigo: PT031106080347
 
Registo visualizado 4072 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo espaldar

Descrição

Chafariz de cantaria de calcário lioz, de planta rectangular simples, composto por embasamento, onde assenta o espaldar simples, rectilíneo, encurvado e mais largo na base, flanqueado por pilastras toscanas, que sustentam friso e cornija contracurvada, de inspiração borromínica. Possui moldura recortada e curva na base, encimada por cartela convexa, com recorte inferior e superior, onde se adapta ao perfil da moldura relevada com acanto que envolve brasão, com as armas de D. José, encimada por coroa e ladeado por paquife e elementos concheados e volutados. Ao centro do embasamento, surge uma bica simples de cantaria, que verte para pequeno tanque rectangular, pouco profundo e com orifício de escoamento, tendo em frente um outro tanque maior, igualmente de planta rectangular, de profundidade mínima e bordo boleado, formando espelho de água. O acesso aos tanques é feito através de degrau de cantaria existente do lado esquerdo, entre o espaldar e o tanque maior. A caixa de água desenvolve-se posteriormente, adossada a muro de cantaria.

Acessos

Rua da Buraca; Estrada da Buraca

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5 DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1

Enquadramento

Urbano, adossado ao troço do Aqueduto das Águas Livres, compreendido entre as freguesias de São Brás e da Buraca (v. PT031105030003), possuindo entre eles grade metálica, e cujo aqueduto se encontra adossado ao muro da Quinta do Bom Pastor, da Buraca (v. PT031106080359). Implanta-se no antigo lugar de Calhariz, numa zona de terreno com declive pronunciado relativamente à Rua da Buraca, formando uma pequena plataforma rebaixada, circundada por duas vias de intenso tráfego automóvel, pavimentada a blocos de cantaria; esta é delimitada, lateralmente, pelo passeio, pavimentado a calçada à portuguesa, que acompanha o traçado da estrada, e pelo aqueduto, aqui rasgado por dois arcos, um de volta perfeita e outro abatido, que acedem à Estrada da Buraca, em direcção ao Calhariz, em Benfica. Posteriormente, é delimitado por muro, de dois registos, o inferior em alvenaria e, o superior em cantaria, de aparelho regular, prolongando-se o primeiro para o lado esquerdo, o qual é antecedido por pequeno jardim valorizando a imponente casa de águas que se adossa ao aqueduto. Junto ao tanque maior encontra-se um mourão fragmentado que provavelmente delimitava a plataforma.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Reinaldo Manuel dos Santos (1771).

Cronologia

1771, 23 Dezembro - na sequência da aprovação do Marquês de Pombal, a Junta das Águas Livres autoriza a execução do chafariz segundo o projecto do Arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos, então 2º arquitecto da Junta; 1772, Outubro - aprovação do risco; conclusão da obra; 1834 - despacho da Direcção das Águas Livres concedendo os sobejos da água do chafariz à Quinta da Buraca ou do Bom Pastor.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Espaldar, tanques e muro, em cantaria calcária; muro em alvenaria; pavimento em blocos de cantaria.

Bibliografia

ANDRADE, José Sérgio Velloso d', Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos de Lisboa, Belém, e muitos logares do termo, Lisboa, Imprensa Silviana, 1851; PROENÇA, Padre Álvaro - Benfica através dos tempos, Lisboa, 1964; D. João V e o abastecimento da Água a Lisboa, Lisboa, 1990; CAETANO, Joaquim de Oliveira, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, 1991; CONSIGLIERI, Carlos e OUTROS, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa, Benfica, Carnide, Ameixoeira, Charneca, Lumiar, vol. 1, Lisboa, 1993; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo, Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1994; FLORES, Alexandre M. e CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, Edições INAPA, 1999.

Documentação Gráfica

CML: Museu da Cidade

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, final - limpeza das cantarias.

Observações

*1 - Por decreto do Ministério da Cultura (dec. nº 5/2002 de 19 de Fevereiro) foi alterado o Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que designava o imóvel como "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte redacção: "Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa.". *2 - a caixa de água desenvolvia-se posteriormente, adossada a muro de cantaria.

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Marta Ferreira 2007

Actualização

 
 
 
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