Torre de Coelheiros / Paço dos Cogominhos
| IPA.00003821 |
Portugal, Évora, Évora, Torre de Coelheiros |
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Enquadrada no grupo de construções senhoriais que constituem símbolo de apropriação do território (domus-fortis), conjugando a função residencial temporária ou permanente com características formais associadas à arquitectura militar (torre), cuja edificação estava sujeita a autorização régia a partir dos reinados de D. Afonso III e D. Dinis. Apresenta planta quadrada, quatro registos e merlões piramidais com seteiras. Fenestração em três fachadas com vãos em arco quebrado, lintel recto biselado e frestas verticais; integra balcão com cachorros ornamentados e matacães. A maior parte destas torres apresentam, à semelhança da Torre de Coelheiros, edifícios anexos de época posterior, tal como acontece com a Torre das Águias (v. PT040707010002), Torre da Giesteira (v. PT040705010134) e Torre do Carvalhal (v. PT040706050026), entre outras. Assemelha-se no adossamento ao solar da Quinta da Amoreira da Torre (v. PT040706040030). Constitui uma das mais antigas casas-torre da região alentejana. Marco imponente de posse do território senhorial envolvente com justaposição de casa solarenga da época moderna, com escadaria exterior de aparato, edifício esse parcialmente reconstruído. |
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Número IPA Antigo: PT040705130052 |
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Registo visualizado 2499 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo torre
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Descrição
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Torre de planta quadrada com 4 pisos, articulada com volume horizontal a ela adossado a ESE e parcialmente a NNE. e SSO. O edifício da torre é rematado por merlões piramidais com seteiras e apresenta embasamento saliente. A torre apresenta fenestração nas fachadas ONO., NNE., e SSO. Fachada ONO. com vão de porta no segundo piso e de janela no terceiro, ambos alinhados e em arco quebrado; fachada SSO. com vão de janela de lintel recto biselado no terceiro piso e duas frestas; fachada NNE. com vão de janela em arco quebrado de moldura no terceiro piso e com fresta quadrada com gárgula no topo. Fachada ESE. coberta quase totalmente pelo volume horizontal adossado, excepto na zona mais alta, onde apresenta balcão com cachorros ornamentados e matacães. Edifício horizontal adossado, com orientação SSO. - NNE. e dois pisos. Na fachada ESE., apresenta ao centro escadaria exterior dupla de acesso ao segundo piso, e duas fileiras horizontais de janelas com vão em arco abatido de moldura granítica, com porta da mesma forma na extremidade S. do piso térreo. O vão da escadaria com cobertura em abóbada de berço abatida dá acesso a uma área vestibular com três portas de acesso com vãos: um em arco quebrado e dois em arco abatido. Fachada ONO. interrompida pelo edifício da torre, com uma fileira de janelas em arco semelhante à fachada oposta no primeiro piso e com uma fileira de janelas jacentes no piso térreo. Remate em telhado de quatro águas com chaminé cilíndrica rematada por cúpula no lado SSO. No lado SE., junto ao jardim, encontra-se o portão de entrada no recinto flanqueado por dois pilares de secção quadrada com aparelho pseudo-rusticado e ladeados por aletas. |
Acessos
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EN18, EM521, VWGS84: 38º24'44.48''N 7º50'10.51''O |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 41.191, DG, 1.ª série, n.º 162 de 18 julho 1957 |
Enquadramento
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Urbano, implantado no topo de uma pequena colina, a 262m de altitude, distando cerca 10 Km a S. de Évora, Do lugar avista-se Terena, Alandroal, Monsaraz, Portel, Évora, o sul da Serra de Ossa e parte da Serra Morena. A torre situa-se na extremidade N. da povoação, bem visível, inserida em recinto murado com pequeno jardim na área SE. Nas imediações, encontra-se a capela da família Cogominho, paroquial da freguesia, em ruína. |
Descrição Complementar
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O nome da vila provém da família dos Cogominhos, que habitou a torre e que era conhecida em Évora. A torre medieval mede cerca de 15m de altura e 10,90m na face O. (Espanca, 1966). |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Educativa: jardim de infância / creche |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 14 (conjectural) / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1357 - constituição do morgado da Quinta da Fonte dos Coelheiros, segundo diploma concedido a D. Maria Anes e Fernão Gonçalves Cogominho, cavaleiro fidalgo e meirinho-mor (ESPANCA, 1966); 1387 - doação do morgado a Rodrigues Álvares Pimentel (bastardo de Álvaro Gonçalves Pimentel, cavaleiro da Ordem de Avis) por D. João I; 1395, 22 de Janeiro - instituição do morgado da Quinta da Fonte de Coelheiros por Fernão Gil Cogominho e sua mulher Maria Annes (BARATA, 1904); 1395 - provável ano da construção da torre (Barata, 1904); séc. 17 e 18 - construção de um corpo de planta rectangular incorporando ligeiramente a torre na sua face ESE.; 1554 - Nuno Fernades Cogominho era senhor do morgado de Torre de Coelheiros; 1755, 1 de Novembro - a torre não sofreu danos com o terramoto de Lisboa; 1957, 14 de Fevereiro - doação da Torre de Colheiros à Câmara Municipal de Évora pelo proprietário João António Lagartixo, nas condições de serem instaladas na torre a Junta de Freguesia, uma escola primária e a Casa do Povo; 1978 - funcionamento da uma escola primária e da sede da Junta de Freguesia da Torre de Coelheiros no corpo O. adossado à torre. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma (torre) estruturas mistas (edifício adossado) |
Materiais
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Cantaria de granito, tijolo, alvenaria. |
Bibliografia
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BARATA, António - Évora e seus arredores. Évora: Typ. do Notícias de Évora, 1904; BEIRANTE, Maria Ângela - "O Alentejo na 2ª Metade do Século XIV - Évora na crise de 1383-1385". Estudos Medievais. Porto 1986, nº 7, pp. 119-154; ESPANCA, Túlio - Património Artístico do Concelho de Évora. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1957; ESPANCA, Túlio - Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Évora, Concelho de Évora, Lisboa, Academia Nacional de Belas Artes, 1966, vol. VI; GRILO, Maria Ludovina B. - "O Concelho de Évora nas Memórias Paroquiais de 1758 (Conclusão)". A Cidade de Évora. Câmara Municipal. Évora,. 1994-95, nº 1, pp. 89- 156; PEREIRA, Gabriel - "O Solar de Torre de Coelheiros", Boletim da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Lisboa, 1987; SEQUEIRA, Gustavo de Matos - Palácios e Solares Portuguezes. Porto: Livraria Lello, s.d.; SILVA, José Custódio Vieira da, "Paços Medievais Portugueses". Lisboa: IPPAR, 1995. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1957 - obras de reconstrução; à data faltavam metade do cunhal SO. e parte dos respectivos paramentos, metade do corpo solarengo de O. e todas as coberturas; 1959 - obras de restauro a nível da muralha e reconstrução de silhares em cunhais; 1960 - restauro do pavimento térreo da torre, da cobertura interior e do arco de cantaria que divide o piso térreo e da parede do piso nobre; CME: 1960 - intenção de instalar um museu na torre e uma escola no corpo adossado a O., sendo este último projecto realizado; 1966 - propósito de adaptação do corpo adossado a O. da torre a sede da Junta de Freguesia de Torre de Coelheiros, projecto que veio a ser realizado; 1976 - propósito de construção de um depósito de água no interior da torre, não aprovado pela DGEMN devido à adulteração que causaria; DGEMN: 1978 - obras de reparação do telhado da torre e assentamento de acabamentos nas janelas. |
Observações
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Autor e Data
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Manuel Branco 1993 / Margarida Contreiras 2012 |
Actualização
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