Paiol da Porta Velha
| IPA.00035792 |
Portugal, Portalegre, Elvas, Caia, São Pedro e Alcáçova |
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Paiol geral construído no séc. 17 / 18, por promoção régia, sem ser à prova de bomba, no interior da praça, em local desafogado, na gola de um baluarte, e reformado sucessivamente no séc. 18, 19 e 20. Apresenta planta quadrangular, composta por armazém quadrangular, interiormente octogonal, coberto por cúpula, e de volumes exteriores escalonados, com falso domo coroado por lanternim, precedido por casa de recebimento retangular, envolvidos por muro corta-fogo da mesma altura, possivelmente resultantes de uma reforma posterior. Caracteriza-se pela grande sobriedade das linhas e despojamento decorativo, com as fachadas do muro corta-fogo terminadas em friso e platibanda plena, a virada à parada em talude e com cunhais em cantaria, à semelhança do edifício do Quartel do Casarão, com o qual se harmoniza, certamente devido a uma campanha de obras aquando da construção daquele. O muro corta-fogo tem duas fachadas coincidentes com as do armazém, numa outra, integra dois contrafortes do armazém e, na fachada noroeste, é rasgado por vão de acesso em arco e por janela retilínea da casa de recebimento. Uma das fachadas do armazém possui três arcos estruturais. A casa de recebimento é acedida por porta de verga reta e comunica com o armazém por alto vão retilíneo, de feitura moderna. Segundo Manuel de Azevedo Fortes, as portas dos armazéns deviam ser feitas em forma de janela de peitoril e não abertas até abaixo, como a existente. Interiormente o armazém possui cinco amplos nichos, em arco, o central maior, e três respiradouros tubulares, que também não devem ser primitivos, visto a tratadística preconizar frestas cuja "embocadura" exterior e interior não fosse sequencial, mas tivesse muro intermédio. |
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Edifício e estrutura Edifício Armazenamento e logística Paiol
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Descrição
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Planta quadrangular, composta por armazém, interiormente octogonal, e casa de recebimento ou de ressalva retangular, disposta a noroeste, envolvido por muro corta-fogo de planta quadrangular, sem espaço circundante a sudoeste e a sudeste e de perfil convexo ao centro da fachada nordeste. Volumes escalonados, com coberturas diferenciadas, no armazém, em telhados de quatro águas e, ao centro, em falso domo, cego, de oito águas, coroado por pequeno lanternim quadrangular, com remate piramidal, e de duas águas na sala de recebimento. O muro corta-fogo é bastante alto, da altura do paiol, termina em platibanda plena, sobre friso retilíneo, e possui as fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, com faixa vermelha e os cunhais, o friso e a face interior de branco. A fachada sudoeste, correspondente à do paiol, é em talude e integra dois contrafortes dos cunhais do paiol e, virada a noroeste rasga-se vão simples, com arco em asa de cesto, contendo portão de madeira, e, na casa de recebimento, janela retilínea com verga curva. O paiol, de cunhais contrafortados, tem as fachadas rebocadas e pintadas de branco, rematadas em cornija, a do corpo inferior, em cantaria, e a do falso domo em betão, ambas pintadas de branco; a fachada nordeste é ritmada por três arcos cegos, de volta perfeita. O INTERIOR, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, é acedido por porta de verga reta, a partir da sala de recebimento. Uma outra porta, mais alta e de verga reta, comunica com o armazém, o qual tem pavimento em cimento e a cobertura em cúpula, tendo ao centro lanternim. Nas paredes rasgam-se cinco nichos, em arco de volta perfeita, de diferentes tamanhos, sendo o central maior, interiormente com pavimento cerâmico, sobrelevado, e três respiradouros tubulares, protegidos por rede. |
Acessos
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Caia e São Pedro, Parada D. Nuno Alvarez Pereira. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,881850; long.: -7,158413 |
Protecção
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Incluído no Núcleo urbano da cidade de Elvas / Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas (v. IPA.00001839) e na Zona de Proteção da Fortaleza de Elvas (v. IPA.00035956) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, no interior da praça de Elvas, no seu limite nascente. Inserido no interior das instalações do Quartel do Casarão, atual Museu Militar de Elvas (v. IPA.00035793), ergue-se adaptado ao declive do terreno, na gola do baluarte da Porta Velha, ladeado por rampas. Junto ao paiol desenvolve-se uma das alas do quartel e, nas suas imediações, implanta-se a poterna da Porta Velha e ergue-se uma das torres da antiga muralha fernandina. Em frente desta e do paiol, existe tanque bebedouro, de planta retangular. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Armazenamento e logística: paiol |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Defesa Nacional |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 17 / 18 - época provável da construção do paiol; séc. 18, 2ª metade - uma planta da praça de Elvas, da autoria de Guilherme Frederico Westernacher (Direção de Infraestruturas do Exército, GEAEM, SIDCarta, cota: 1703-1A-14-19), anterior à construção do quartel do Casarão e do cavaleiro no baluarte do mesmo nome, cuja construção normalmente se considera ter iniciado em 1767, representa o paiol na gola do baluarte da Porta Velha, com a legenda "armazém de pólvora"; é representado com uma planta circular inserida num quadrado, tendo adossado dois corpos; junto ao paiol e ao orelhão do baluarte da Porta Velha erguia-se um edifício do quartel da cavalaria; 1767 - com a construção do atual Quartel do Casarão, deve ter-se procedido a algumas alterações ao paiol, de modo a uniformizar as fachadas de ambos os edifícios; 1817 - referência ao paiol da Porta Velha numa "Relação dos diversos Paiois e Depósitos de Pólvora existentes na Praça de Elvas", por Mathias José Dias Azedo, tenente general comandante, implantado quase no canto da gola do baluarte da Porta Velha, não sendo à prova de bomba, e descrito como tendo planta "circular isolado com casa de ressalva e cujo diâmetro interior he de 42 palmos"; séc. 19 - colocação de para-raios na fachada a sudeste, alterando o muro corta-fogo para perfil curvo; 1859, 15 março - planta do Paiol da Porta Velha, da autoria de José Maria d'Alincourt Braga, representa-o com planta circular, circundado por corredor de ressalva, mais baixo, interiormente seccionado na zona da entrada do armazém, e com muro corta-fogo poligonal (Direção de Infraestruturas do Exército, GEAEM, SIDCarta,cota: 1499-1A-13A-18); 1875 - é um dos oito paióis referidos numa relação de paióis e armazéns da praça; 1935 - planta do Quartel do Casarão representa o paiol com a atual planimetria (Direção de Infraestruturas do Exército: GEAEM, SIDCarta, cota: 10749-2A-29-41); 1977, 26 abril - transferência da unidade RIE, que utilizava o paiol de Nossa Senhora da Conceição (v. IPA.00028667), para as instalações do ex RL1 ou ex-CICAE (PM79/Elvas - Quartel da Cavalaria), que então passa a utilizar o paiol da Porta Velha. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; frisos em massa; cornijas em cantaria ou em betão; portão, portas e caixilharia do armazém de madeira e a da casa de recebimento em metal; vidros simples; pavimento cerâmico na casa de recebimento e em cimento no armazém; cobertura de telha. |
Bibliografia
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BUCHO, Domingos - Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações. Lisboa: Edições Colibri; Câmara Municipal de Elvas, 2013. |
Documentação Gráfica
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Direção de Infraestruturas do Exército: GEAEM, SIDCarta |
Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA |
Documentação Administrativa
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Arquivo Histórico Militar: 3.ª Divisão, 9.ª Secção, cx. n.º 67, n.º 41 ("Relação dos diversos Paioes e Depozitos de Polvora existentes na Praça de Elvas, por Mathias José Dias Azedo, Tenente General Commandante, 1817), cx. 73, n.º 11 (Relatório sobre a defesa da Praça de Elvas feito pelo seu actual governador, o General de Brigada Francisco Xavier Lopes, 1875) |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 2017 |
Actualização
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