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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo e cerca urbana
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Descrição
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Planta irregular. 2 linhas diferenciadas de muralha, intercaladas por torres a intervalos irregulares, assentes na rocha e envolvendo o morro, uma do lado N., outra a S. Do lado N. a muralha e as torres, com adarve envolvente, são rematadas, em quase toda a sua extensão, por merlões quadrangulares; as torres mostram planta quadrangular; a NE., no extremo do circuito, a torre do Algipe, de base quadrada transformada em octógono por 4 taludes triangulares; no extremo NO. 2 torres mais elevadas flanqueiam um pano de muralha rasgado inferiormente por um arco redondo e superiormente por uma fiada de arcos menores, também a pleno centro. A S. resta apenas a parte inferior da muralha e da maior parte das torres; a SO. ergue-se uma torre ameada, a meio da linha de muralhas, a torre do relógio. Intramuros, encostado ao pano de muralha NO., as ruínas do Convento de Aracoeli, com comunicação com o corpo rasgado por arcos e flanqueado por torres; igreja com coro duplo, nave única rectangular já sem cobertura, capela-mor orientada, também rectangular, rematada por zimbório; do lado N. encosta-se o claustro de 4 alas e 2 pisos, o inferior rasgado por arcos redondos sobre pilastras, o superior por janelas de sacada, com moldura lisa e verga em arco rebaixado. O convento e a igreja abrem para o recinto do castelo. |
Acessos
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Encosta do Castelo, Est. do Bom Jesus dos Mártires, do lado N., ou por várias calçadas partindo do centro da vila, do lado S.. WGS84: 38º22'20.73''N.; 8º30'50.18''O. |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910; ZEP, Portaria n.º 492/2023, DR, 2.ª série, n.º 179 de 14 setembro 2023 |
Enquadramento
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Rural, cume de outeiro, isolado. Sobranceiro à vila, ao rio e aos terrenos adjacentes. Dentro do recinto do castelo encontra-se a Igreja de Santa Maria do Castelo (v. PT041501010004). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DRCAlentejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 200 |
Época Construção
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Séc. 12 / 13 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. 12 - construção provável do actual castelo, que terá sucedido a anteriores fortificações; 1158 - conquista por D. Afonso Henriques; 1191 - reconquista árabe - o torreão oitavado terá sido construído durante esta ocupação (CORREIA, 1971); 1217 - reconquista definitiva por D. Afonso II, que o doa à Ordem de Santiago, que aqui ficará sedeada até à sua transferência para Mértola; 1289 - reconstrução do castelo; 1570 - Rui de Salema e sua mulher D. Catarina de Souto Maior fundam o convento de Aracoeli de freiras clarissas, no interior do castelo, no local onde tinham funcionado os Paços dos Comendadores da Ordem de Santiago e os Paços Reais; 1969 - estragos provocados pelo sismo; séc. 20, anos 90 - início das obras de recuperação do castelo a pousada e a descoberta de um fórum romano; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1998, 16 Maio - inauguração da pousada; 2000 - anúncio de concurso público para adjudicação da empreitada de contenção e segurança dos taludes, publicado no DR III série, nº 215 de 16 de Setembro; 2003, setembro - proposta de definição de Zona Especial de Proteção pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal; 2005, 16 maio - nova proposta de Zona Especial de Proteção da Câmara Municipal de Alcácer do Sal; 2009, 07 abril - proposta de Zona Especial de Proteção da DRCAlentejo; 10 dezembro - despacho do Diretor do IGESPAR a devolver à DRCAlentejo para reanálise a proposta de definição de Zona Especial de Proteção; 2010, 25 outubro - nova proposta da DRCAlentejo de definição de Zona Especial de Proteção; 15 dezembro - parecer favorável da SPAA do Conselho Nacional de Cultura à definição de Zona Especial de Proteção; 2012, 7 dezembro - publicação do projeto de decisão relativo ao alargamento da Zona Especial de Proteção, em DR, 2.º série, n.º 237, anúncio n.º 13758/2012; 2020, 12 outubro - publicação do projeto de decisão relativo à fixação da Zona Especial de Proteção do Castelo de Alcácer do Sal e da Igreja Matriz de Alcácer do Sal ou de Santa Maria do Castelo, em Anúncio n.º 244/2020, DR, 2.ª série, n.º 198. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes e estrutura mista |
Materiais
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Taipa, alvenaria e cantaria de pedra, betão armado. |
Bibliografia
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CARDOSO, Pe. Luís, Diccionário Geográfico, I, Lisboa, 1767; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. IX, Lisboa, 1880; PROENÇA, Raúl, Guia de Portugal, vol. II, Lisboa, 1927?; CORREIA, Virgílio, Alcácer do Sal - esboço de uma monografia, in Obras, IV, Coimbra, 1971; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme, Diccionário, I, Lisboa, 1904; FALCÃO, José António, FERREIRA, Jorge Rodrigues, O Castelo de Alcácer do Sal em 1758 in Castrum, nº 1, 1984; LOBO, Susana, Pousadas de Portugal. Reflexos da Arquitectura Portuguesa no Século XX, Coimbra, Imprensa Universitária de Coimbra, 2006; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70159 [consultado em 5 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRML |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH / PT/TT/MF-DGFP/E/002/00059 |
Intervenção Realizada
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1958 / 60 - consolidação de muralhas do lado S: demolição de alvenaria de pedra e de taipa nas zonas em perigo de ruína; construção de alvenaria no recalçamento das fundações e em elevação para suporte de taipa e de terras subjacentes, em gigantes e muralhas; 1963 - consolidação de muralhas do lado N: demolição de zonas da muralha de difícil consolidação, recalçamento da muralha, reparação de paramentos, com encasque com pedra reaproveitada; 1966 - consolidação das muralhas a O nos mesmos moldes, reparação de coberturas de todos os elementos afectos à muralha; 1967 - continuação da consolidação da muralha do lado S; 1969/70 - consolidação da cobertura da igreja nas zonas mais destruídas, execução de cintas em betão armado no escoramento das paredes internas, de estrutura pré-esforçada na cobertura das alas do claustro, conservação das paredes e muralhas junto da igreja; 1971 - consolidação de troços instáveis da muralha: recalçamento de fundações, enchimento de vazios nos paramentos, acabamento com alvenaria imitando taipa; 1975 - recalçamento da muralha a O da torre do relógio e elevação da taipa até ao nível da rua; 1972 - continuação da conservação das muralhas em taipa e em alvenaria do lado N, elevação dos torreões do lado E., encasque da torre do relógio; 1982 / 1983 - recuperação de adarves e de ameias, continuação dos restauros da muralha em taipa e dos paramentos exteriores de muralhas e torreões; 1985 - reconstrução de torreão em alvenaria de pedra, com acabamento imitando taipa; 1986 / 1987 / 1988 - obras de valorização e recuperação: reconstrução, beneficiação e consolidação das muralhas e torreões; 1995 - obras de construção da Pousada; escavações arqueológicas. |
Observações
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O castelo teria inicialmente 30 torres, com mais de 25 m de altura e uma torre de menagem de maiores dimensões, 2 portas, uma a N., a Porta Nova, outra a E., a Porta de Ferro (CARDOSO, 1767 e LEAL, 1880). As escavações arqueológicas realizadas no Castelo de Alcácer do Sal revelaram construções da fase Almóada, Califal e do período da Taifas. |
Autor e Data
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Isabel Mendonça 1992 |
Actualização
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Luisa Cortesão 1997 / 1998 |
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