Castelo de Pombal

IPA.00003279
Portugal, Leiria, Pombal, Pombal
 
Castelo românico construído no séc. 12, pela Ordem do Templo, em local estratégico para a organização da defesa a sul de Coimbra, reforçado por várias linhas de barbacã, no séc. 14 ou 15, reformando-se o seu paço interior, no início do séc. 16, e sendo profundamente restaurado no séc. 20, sob o plano dos Centenários. Inserido num território doado em 1128 por D. Teresa aos Templários, segundo Mário Barroca, só em 1156 seria construído o castelo, constituindo uma das primeiras iniciativas do mestre D. Gualdim Pais à frente da milícia, possivelmente ainda sem torre de menagem. Apresentaria então planta ovalada irregular, composta por muralha e dez torres, retangulares ou quadrangulares, a reforçar as suas inflexões ou a longa frente retilínea, a nascente, numa distância média de cerca de 10 metros, aspetos que Mário Barroca considera revelar notável conceção e invulgar para a época e panorama nacional, fazendo recordar alguns paralelos dentro das fortalezas almorávidas. Os paramentos aprumados, em alvenaria de pedra e cunhais de cantaria, rematariam, possivelmente, em parapeito ameado, tal como acontecia em 1508, sendo interiormente percorridos por adarve. Inicialmente teria, pelo menos, uma porta de acesso, rasgada num apertado pano de muralha, flanqueado por torres, à semelhança do que acontece no castelo de Tomar (v. IPA.00003390). Os dois panos de muralha que ladeiam, à esquerda, a porta possuem pequeno alambor, visível após as obras de restauro. A torre de menagem só seria construída em 1171, isoladamente e quase em frente da porta, com planta quadrada e paramentos aprumados com alambor pétreo, de modo a manter afastado os engenhos de assalto e os assaltantes, inspirado na arquitetura militar dos Cruzados, no Próximo Oriente, o qual é menos saliente na face principal, por esta possuir também contrafortes laterais, de modo a conferir maior estabilidade à torre, o que a faz parecer mais larga e menos alta do que realmente é. Tem acesso sobrelevado, na face oposta à entrada do castelo, por porta de verga reta, possuindo interiormente três pisos, o térreo fechado e os restantes com pouca iluminação por seteiras retilíneas. No séc. 14 / 15, o castelo seria envolvido por barbacã, reforçada em frente das portas, e por uma segunda linha de muralha, de nascente a sul, aí integrando torres e possuindo porta de acesso, que integraria a Igreja de Santa Maria do Castelo. As barbacãs são descritas no Tombo de 1508 e ainda representadas numa planta de 1920, tendo as suas estruturas consolidadas e parcialmente reconstruídas nas obras da década de 1930. A barbacã da porta sudeste é rasgada por longas seteiras, revelando grande modernidade. Talvez ainda nos séc. 14 / 15, os edifícios do recinto seriam convertidos em paço, o qual estava a ser remodelado no início do séc. 16, por ordem de D. Manuel, altura em que a porta principal é transferida para a frente noroeste, um pano de muralha mais desafogado e virado à vila, e encimada pelas armas do rei, como regedor e administrador da Ordem. O paço que se desenvolvia em U, à volta das muralhas, era composta por várias dependências sobradadas, algumas abobadadas, com vãos rasgados na muralha e virados ao pátio, onde ficava a cisterna e uma capela. Após a cedência da alcaidaria aos condes de Castelo Melhor, no séc. 17, um dos alcaides coloca o brasão de família num dos vãos exteriores do paço.
Número IPA Antigo: PT021015090001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo    

Descrição

Fortificação de planta ovalada, formada por castelo e barbacã extensa a envolvê-lo, bem como à antiga Igreja de Santa Maria, na frente sudeste, onde forma uma segunda linha de muralhas. CASTELO composto por muralha e por dez torres desiguais, de planta retangular ou quadrangular, mais altas, dispostas nas inflexões da muralha e a reforçar a longa frente nascente, que é retilínea, tendo as torres a distância média de cerca de 10 metros. Apresenta paramentos aprumados, em alvenaria de pedra e cunhais de cantaria, rasgados por seteiras retilíneas, que nas torres surgem em cada um dos pisos, e rematados em parapeito ameado, de ameias prismáticas, interiormente circundados por adarve, com escadas de acesso adossadas a sudoeste. As torres são cobertas em terraço, com pavimento em alvenaria de pedra. É rasgado por duas portas, a principal, primitivamente virada a sudeste, e uma outra a noroeste. A porta principal abre-se num estreito pano de muralha, flanqueada por duas torres, com arco apontado sobre os pés direitos, encimado por vão retangular. A torre direita interiormente tem espaço em meia-lua. O pano de muralha à esquerda da porta possui alambor, bem como parte do pano seguinte, para poente, ainda que aí seja menos saliente. Nesse pano, abrem-se duas janelas do antigo paço, retilíneas e biseladas, a da direita de vão polilobado; no pano seguinte, a poente, abre-se janela de peitoril mainelada, com coluna biselada sustentando dois arcos apontados, igualmente biselados, tendo a meio brasão de família. A noroeste, num largo pano de muralha, flanqueado por torres, abre-se a atual porta principal, mais larga que a anterior, em arco apontado, de moldura biselada, encimada por moldura contendo, em eixo, as armas nacionais, entre a cruz de Cristo e a esfera armilar. Lateralmente, em plano superior, surgem duas seteiras. Na muralha a nordeste abre-se ainda uma seteira. INTERIOR do recinto com diferentes níveis de pavimento, sendo a zona fronteira à primitiva porta principal, onde se ergue isolada a torre de menagem, mais elevada. A TORRE DE MENAGEM surge quase em frente da porta, tem planta quadrangular e cobertura em terraço, com placas de cantaria, onde se construiu recentemente estrutura metálica sobrelevada, para desfrutar a paisagem, existindo à volta do parapeito guarda metálica. Possui paramentos aprumados, com alambor em cada uma das faces, ainda que seja menos saliente na face principal, onde é ladeada por dois contrafortes, bastante altos, e rematados em parapeito ameado, de ameias prismáticas. A face principal, virada ao recinto e a noroeste, é rasgada por porta sobrelevada e descentrada, acedida por estrutura recente em aço, tipo caixa retangular, criando "varanda" para apreciação do recinto, com guarda metálica e parcialmente envidraçada, precedida de escadas, de betão revestidas a aço; superiormente abre-se pequena seteira. Na face lateral esquerda, na direita e na posterior abrem-se seteiras, todas elas a formar nicho no interior, existindo ainda nas duas laterais uma gárgula e na direita porta de verga reta, biselada. No INTERIOR possui três pisos, o inferior fechado e os dois superiores, com pavimento em grelha metálica ou em betão, interligadas por escada metálica com guarda também metálica. No interior do recinto, a circundar a muralha e numa cota inferior, subsistem estruturas do antigo paço do comendador que a ela se adossavam, e que se desenvolviam em dois pisos, o inferior com o paramento da muralha de maior espessura, e, ao nível do segundo piso, com vários vãos abertos na muralha e com portas estreitas, de verga reta, de acesso às torres. As dependências a norte são seccionadas por dois amplos arcos, e, em frente, subsiste os alicerces da cabeceira curva da antiga capela de São Miguel. No pavimento do pátio existem caleiras de condução das águas pluviais para a cisterna, que se desenvolve sob o pátio, com planta retangular e duas bocas circulares, em cantaria. A primeira torre da frente poente e a disposta a nordeste possuem vãos para permitir a atual circulação no adarve. BARBACÃ: No topo da colina, o castelo é circundado, em quase toda a extensão, por muro, correspondendo possivelmente à antiga barbacã, que em frente da porta sudeste envolvia ainda barbacã da porta, retangular, com seteiras estribadas, longilíneas, apresentando vestígios de antigo portal entre ela e as torres que flanqueiam a porta. Na frente noroeste e contornando a torre norte, o muro passa a muralha, com merlões de corpo largo e seteiras intermédias. Nesta frente, existem ainda vestígios de estrutura tipo barbacã da porta, num nível inferior. Numa cota ainda mais baixa, desenvolve-se uma segunda linha de barbacã, de poente a sul, com muralhas aprumadas, rasgadas por seteiras, com troços a revelar a existência de dois pisos, reforçadas por três torres quadrangulares, a disposta mais a sul, acedida por amplo arco de volta perfeita; a poente existe pano de muralha perpendicular que liga ao muro que delimita o morro, possuindo amplo arco de volta perfeita sobre a estrada. No limite sul da barbacã, mas na sua continuidade, desenvolvem-se as estruturas da IGREJA DE SANTA MARIA DO CASTELO, de que subsiste a cabeceira, de planta retangular e interiormente curva, tendo adossado, à esquerda, pequena sacristia retangular, e, à direita, separado, ampla capela lateral. Esta tem planta retangular, com cobertura em telhado de duas águas, e sendo aberta na parede frontal, onde tem guarda em ferro. Apresenta as fachadas em alvenaria mista, rebocada e pintada e, na parede testeira do interior, caiada. Possui pavimento cerâmico e cobertura em abóbada de berço, formando caixotões, decorados com florões e grotescos, sobre friso e cornija de cantaria. Na parede do lado do Evangelho, abre-se janela de capialço e, na parede fundeira, possui amplo vão em arco de volta perfeita, para albergar o antigo retábulo.

Acessos

Pombal, Rua da Encosta do Castelo; Rua do Castelo

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2.ª série, n.º 12 de 15 janeiro 1947 *1

Enquadramento

Rural, isolado, implantado numa colina sobranceira à vila de Pombal, na margem direita do Rio Arunca. O castelo é circundado por via de acesso, que a sudeste corre entre a plataforma mais elevada e a barbacã, erguendo-se a norte edifício recente de apoio aos visitantes. A partir deste lado, desenvolve-se rampa e escada de acesso ao castelo, com guarda em ferro.

Descrição Complementar

Na janela mainelada da frente poente, dispõe-se brasão de família, com as armas dos Sousas, de Arronches: esquartelado, o primeiro e o quarto de prata, com cinco escudetes de azul, postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes do primeiro esmalte, postos em sautor; bordadura de vermelho, carregada de oito castelos de ouro, tendo um filete de negro, posto em barra, atravessante sobre tudo, salvo o escudete do centro; o segundo e o terceiro de vermelho, com uma caderna de crescentes de prata. Timbre: um castelo de ouro. Nem todos os membros da família, usaram a bordadura, nem o filete, o que foi o caso do que habitou no castelo de Pombal. No trânsito da porta, do lado esquerdo, existe lápide em calcário (50x66), inserida na parede, sem moldura nem decoração com a inscrição, em letra capital quadrada do séc. 20: "A HISTÓRIA / DESTE CASTELO / FOI RECORDADA / COM GRATIDÃO / PELOS / PORTVGVESES / DE / 1940". No interior, à entrada da porta sudeste existe lápide (31x105) em campo epigráfico (12x33) relevado para o efeito, com letra capital quadrada do séc. 20: "PATRIMÓNIO DO ESTADO. PRAÇA DE ARMAS". Junto ao muro de uma construção arruinada, existe, apoiada num suporte (39,5), lápide em calcário (49,5x79,5x5), sem moldura nem decoração, com a seguinte inscrição de homenagem aos antigos templários gravada, a jacto de areia, com letra maiúscula e minúscula do séc. 20: "COMEMORAÇÃO DO DIA DA COMENDADORIA DE COIMBRA, RAINHA SANTA ISABEL Aos quatro dias do mês de Julho do Ano da Graça de dois mil e quatro, nesta mui nobre cidade de Pombal, na presença do seu Grão Mestre Sua Alteza Eminentíssima Don Fernando Pinto de Sousa Fontes e Grã Prioresa de Portugal Sua Alteza Sereníssima Dona Maria da Glória Pinto de Sousa Fontes, com o Alto Patrocínio do Excelentíssimo Senhor Engenheiro Narciso Ferreira Mota, Presidente da Câmara Municipal de Pombal, os actuais templários recordam e homenageiam os seus ancestrais". No interior da torre de menagem existe lápide (66x65,5x12) com inscrição comemorativa da instituição de uma quinta em morgado, com campo epigráfico delimitado por filete poligonal, e letra caligráfica comum do séc. 19 "ESTA QUINTA FOI INSTITUÍDA / EM MORGADO NO ANNO / DE 1551 PELLO VALEROZO CAPITÃO / JORGE BOTELHO CAVALEIRO FIDALGO NATURAL DA / VILLA DE POMBAL E A TOMOU EM SUA / 3. COMO CONSTA DO SEU TESTAMEN - / TO: ESTA MEMÓRIA MANDOU FA- / ZER SEU UNDÉCIMO ADMINISTRADOR / JORGE COELHO DE VASCONCELOS BOTELHO / E SOUZA CAPITAM MOR DA DITA VILA / NO ANNO DE 1818". Existe um fragmento de uma tampa de sepultura (35x75x17), em calcário, com inscrição funerária gravada em letra capital quadrada de traçado irregular: "SEPULTURA DE SEBASTIÃO DE [A]LMEIDA [...]". Um outro fragmento de uma tampa de sepultura (34x70x15), em calcário, possui inscrição funerária muito delida, com sulcos das letras mais grafitados do que gravados, predominantemente em letra capital quadrada: "AqUI JAS LA[ZAR]O(?) DE ME[...]".

Utilização Inicial

Militar: castelo

Utilização Actual

Cultural e recreativa: monumento

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Câmara Municipal de Pombal, Auto de cedência de 07 outubro 2015

Época Construção

Séc. 12 / 15 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Luís Miguel Correia (2000). ENGENHEIRO: António Monteiro (2000). EMPREITEIROS: Anselmo Costa (1970), António Domingues Esteves (1937, 1939-1940), Bernardo Rosa (1938), Cadimarte, Construções, Lda (2000-2002), Delfim Crispiano (1936), José Neves (1975), Manuel Pinto (1938). EMPRESA: Electro-Reclame, Ldª (1956-1959). ENGENHEIRO ELETROTÉCNICO: Carlos Pessoa (2000).

Cronologia

Época romana - data da primitiva ocupação humana do lugar, possivelmente com um ponto fortificado, que posteriormente é ocupado por muçulmanos, conforme apontam os testemunhos arqueológicos no morro do castelo; 1128 - D. Teresa, viúva do conde de Borgonha, doa à Ordem do Templo o castelo de Soure e os territórios circundantes de Ega, Redinha e Pombal, com a condição de neles construírem fortificações e igrejas; 1156 - inicio da reconstrução do castelo de Pombal pela Ordem do Templo, constituindo uma das primeiras iniciativas do mestre D. Gualdim Pais à frente da Ordem, possivelmente sem torre de menagem; 1159 - no foral da Redinha estipula que os foros devem ser pagos segundo o foro de Pombal ("per forum terrae palumbarii"), o que parece revelar que Pombal já existia nessa data, com o seu espaço estruturado em Terra; 1171 - construção da torre de menagem no recinto do castelo, conforme inscrição de uma lápide que nela é afixada, e reforma do sistema defensivo no acesso ao interior do castelo, tendo-se acrescentado, segundo Mário Barroca, um corpo defensivo mais baixo, tipo barbacã da porta; 1174 - D. Gualdim Pais concede foral a Pombal para fixação de habitantes, cuja povoação se desenvolve na encosta sul do morro do castelo, onde se localizavam a porta principal e as Igrejas de Santa Maria do Castelo e de São Pedro; 1176 - o Mestre da Ordem concede novo foral a Pombal, esclarecendo as disposições penais; 1178, abril - instituição da comenda de Pombal, da Ordem do Templo; 1183 - 1185 - na Inquirição realizada na cidade de Coimbra, o presbítero Cipriano revela que se recordava do povoamento de Ega, Redinha e Pombal e que essas terras teriam sido ganhas oito anos depois da reconquista de Santarém e Lisboa (outubro 1147), ou seja, por volta de 1155, e que elas haviam sido tiradas aos mouros pelos Templários; 1187, 22 maio - bula "Cum pro Defensione" de Urbano III, confirma as doações que D. Afonso Henriques, D. Teresa e seus vassalos tinham feito em diversas ocasiões à Ordem do Templo, declarando expressamente que o castelo de Pombal, juntamente com os de Tomar, Zêzere, Almourol, Cardiga e Lapignera, fora um dos vários erguidos por iniciativa dos Templários; séc. 12, finais - séc. 13 - Pombal perde a sua importância estratégica e militar com o progressivo avanço da fronteira de Portugal para o sul; 1307, 12 agosto - o papa Clemente V, pela bula "Regnans in ecclesis triumphans", dirigida a D. Dinis, convida o rei a acompanhar os prelados de Portugal ao Concílio de Viena, onde se procuraria determinar o que fazer da Ordem do Templo e dos seus bens, por causa dos erros e excessos que os seus cavaleiros e comendadores haviam cometido; 1309, 27 novembro - sentença judicial a favor do rei contra a Ordem do Templo, pela qual se diz pertencer ao rei a vila e o castelo de Soure, com seus termos, bem como Pombal, Ega e Redinha; 1312, 22 março - extinção da Ordem do Tempo, pela bula "Vox clamantis"; 02 maio - bula "Ad Provirem" concede aos soberanos a posse interina dos bens da Ordem do Templo, até o conselho decidir o que fazer com eles; 1319, 14 março - bula "Ad ea ex quibus" de João XXII institui a Ordem de Cavalaria de Jesus Cristo, ou a Ordem de Cristo, para quem passam todos os bens e pertenças da Ordem do Templo: "outorgamos e doamos e ajuntamos e encorporamos e anexamos para todo o sempre, à dita Ordem de Jesus Cristo (...), Castelo Branco, Longroiva, Tomar, Almourol e todos os outros castelos, fortalezas e todos os outros bens, móveis e de raiz"; 1321, 11 junho - divisão em 38 comendas da Ordem de Cristo dos antigos bens pertencentes aos Templários; 1323 - por intervenção da rainha D. Isabel e do conde de Barcelos, D. Dinis estabelece a paz com seu filho D. Afonso, estando o rei no castelo de Leiria e o Infante no de Pombal; 1353 - o castelo e a vila são doados à Ordem de Cristo, constituindo-se em comenda de São Martinho de Pombal; 1383 - na carta de Procuração do Concelho de Pombal às Cortes, refere-se ter sido passada " (...) dentro do Castelo da dicta vila nos Paacos umde pousa o Mestre de Christios..."; 1385, 10 agosto - no âmbito da crise de sucessão, as tropas de Castela, acampam em Pombal, na viagem de Coimbra a Soure, a caminho de Lisboa; 1420 - 1460 - Infante D. Henrique manda remover a lápide alusiva à construção do castelo e transferi-la para o convento de Cristo, estando atualmente na parede exterior da sacristia Velha *1; 1508, 27 março - data do tombo dos bens pertencentes à comenda de São Martinho de Pombal, feito por frei Francisco capelão notário apostólico e escrivão da visitação *2; nesta data decorriam obras à custa do rei, referindo-se que o castelo tinha muro ameado, tendo no interior torre de menagem, forte e de boa altura e três sobrados, um terreiro lajeado tendo no meio grande cisterna com boca de canto lavrado, e os aposentamentos, que então se faziam de novo e reparavam, com salas e câmaras madeiradas, casas abobadadas, algumas com chaminés e todas com lojas térreas, e, perto da torre uma estrebaria e uma capela dedicada a são Miguel, madeirada e ladrilhada e com imagem de pedra pintada; refere ainda a existência de vários baluartes, um junto à porta principal da Igreja de Santa Maria, a ligar a entrada principal com a entrada da "porta nova", um outro junto à porta da traição, chamado de baluarte da Redinha, e, dentro da cerca, onde está a adega do mestre, existe um pomar e um outro baluarte pequeno na "serventia do castelo"; por esta data, a porta virada à vila terá recebido as armas do rei; 1509 - D. Manuel visita a vila e seu castelo; 1512, 01 junho - concessão de foral novo à vila por D. Manuel; 1536 - data da visitação das igrejas do Mestrado da Ordem de Cristo, por frei António de Lisboa *3; 1560 - reconstrução da Igreja de Santa Maria do Castelo pelo alcaide Pedro de Sousa Ribeiro, sendo a obra normalmente atribuída a João de Ruão e Jácome de Bruges *4; 1663 - D. Afonso VI faz mercê da comenda de São Martinho de Pombal e sua alcaidaria ao conde de Castelo Melhor, em cuja família permaneceria; descrição do castelo no denominado Tombo de São Martinho, sendo referida a existência de uma praça de armas com um "jardim cerrado de muitas árvores de espinho", bem como um conjunto de "aposentos dotados de varandas com colunas, salas de janelas rasgadas sobre a paisagem, amplas e confortáveis chaminés e paredes forradas a madeira"; 1733 - Tombo da comenda de são Martinho de Pombal, sendo comendador D. Afonso de Vasconcelos e Sousa; 1755, 01 novembro - no terramoto caem algumas pedras das suas ameias, mas para dentro do castelo; 1758 - segundo as Memórias Paroquiais, a freguesia pertence à comarca de Leiria, bispado de Coimbra e pertence à Ordem de Cristo, que nesta data é administrada pelo rei, sendo donatários os condes de Castelo Melhor; 1811 - no âmbito da Guerra Peninsular, as tropas francesas comandadas pelo general Ney causam grande prejuízo no castelo e na vila; 1812 - transferência da pia batismal da Igreja de Santa Maria do Castelo para a igreja de São Martinho; 1837 - extinção das comendas, sendo os seus bens integrados nos Próprios Nacionais; 1920, 23 novembro - data da planta do castelo e propriedades circundantes, com marcação da barbacã, algumas zonas em pontilhado, correspondendo, possivelmente, às partes arruinadas; o castelo está demarcado com 33 marcos de cantaria com a sigla M.G.; 1923 - a Câmara Municipal de Pombal solicita ao Ministério da Guerra a entrega do castelo; 1924, 07 dezembro - auto da entrega do castelo e terrenos envolventes pelo Ministério da Guerra ao Núcleo da União dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo em Pombal, que constituem o prédio militar nº 1: "nos Paços do Concelho foram entregues as ruínas do Castelo ao Núcleo dos Amigos, demarcadas com 32 marcos de cantaria devidamente numerados seguidamente a partir de norte para sul, seguido por nascente, e tendo por cima de cada número as siglas M.G.-. (...)"; o Núcleo fica reponsável pela conservação e guarda do prédio, podendo o Ministério de Guerra auxiliar, quando o entender; a concessão é a título gratuito e tempo indefinido, conservando o Ministério de Guerra a Propriedade; o Núcleo não poderá realizar quaisquer obras no prédio, mesmo de conservação, "que importem demolições ou novas construções de alvenaria, ou ainda movimentos de terra nas esplanadas, sem licença prévia e escrita do Ministério de Guerra"; 1931 - tendo sido dissolvido o Núcleo da União dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo, caduca a concessão feita pelo Ministério da Guerra, tendo sido feito, nas mesmas condições, o auto de cedência do usufruto do prédio militar n.º 1, constituído pelo castelo e esplanada de acesso, à Comissão de Iniciativa e Turismo de Pombal; 1933 - pedido de autorização da Comissão de Iniciativa do Concelho de Pombal para construção de uma estrada de ligação entre a vila e o castelo, e respetiva autorização pelo Ministério da Guerra; 1934 - a Comissão de Iniciativa e Turismo de Pombal apresenta uma proposta para arborização do monte do castelo, a qual é aprovada pela Comissão Executiva da Câmara Municipal e autorizada pelo Conselho Superior de Belas Artes; 1936 - 1940 - obras de restauro no castelo, pela DGEMN, integrado no plano dos Centenários *5; 1939, 13 de abril - auto de entrega do Castelo de Pombal ao Ministério das Finanças, descrito como tendo dez torres retangulares em estado de ruína com terreno anexo, medindo 25.437 m2, avaliado em 200.000$00, estando as respetivas torres ligadas por muralhas ao interior da Torre de Menagem. Fora do castelo existe uma capela em ruínas e uma torre. Tem placa a que se refere o Dec.- Lei nº. 24.489, demarcados com as iniciais P. E. e está também demarcado com 33 marcos de cantaria com as iniciais M. G. e com os respetivos números. A confrontar de norte com caminho público e António Lopes Teixeira; do sul com António Lopes Teixeira e caminho de acesso ao Castelo, e de nascente e poente com António Lopes Teixeira e Ribeiro Faria"; 1953 - a Câmara manifesta interesse em utilizar as cisternas do castelo como centro de receção de águas para o abastecimento local, visto o atual depósito se encontrar numa zona muito baixa, impedindo o seu fornecimento além do primeiro andar, mas acaba por desistir da intensão; 2004 - a Câmara Municipal apresenta projeto de requalificação e valorização do Castelo de Pombal e encosta envolvente para apreciação do IPPAR (Diário das Beiras, 16 agosto 2004); 2005 - musealização da torre de menagem; 2007, 13 dezembro - proposta de alteração à definição de Zona Especial de Proteção da DRCoimbra; 2008, 06 fevereiro - parecer favorável à alteração de definição de Zona Especial de Proteção do Conselho Consultivo do IGESPAR; 2010, 20 janeiro - despacho de homologação à alteração de definição de Zona Especial de Proteção da Ministra da Cultura; 2012 - encerramento do castelo para execução de obras; 2014, abril - reabertura do castelo ao público; 2015, 07 outubro - auto de cedência do castelo pela Direção-Geral do Património à Câmara Municipal de Pombal, por um período de 40 anos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria e alvenaria de pedra calcária ou mista; placas de betão; estrutura e escada em aço corten; pedra ataíja azul; guardas e pavimento em grelha metálica; vidro simples.

Bibliografia

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Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMCentro/DM, Carta de Risco; Direção de Infraestruturas do Exército: Tombo Militar, prédio militar n.º 1

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMCentro/DM, DGEMN:DRMLisboa

Documentação Administrativa

DGPC DGEMN:DSID (DGEMN:DSID-001/010-1167, DGEMN:DSID-001/010-1168/1, DGEMN:DSID-001/010-1168/2), DGEMN:DSARH (DGEMN:DSARH-010/200-0001, DGEMN:DSARH-010/200-0002), DGEMN:DSARH-010/200-004, DGEMN:DSARH-010/200-0005, DGEMN:DSARH-010/200-0006, DGEMN:DSARH-010/200-0007, DGEMN:DSARH-010/200-0008), DGEMN:DSMN (DGEMN:DSMN/SE-0069/03); Direção de Infraestruturas do Exército: Tombo Militar, prédio militar n.º 1; DGLAB: Ordem de Cristo e Convento de Tomar, Livro 268 (Visitação das Igrejas do Mestrado da Ordem de Cristo, efetuada por Frei António de Lisboa -http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4251366))

Intervenção Realizada

JUNTA AUTÓNOMA DE ESTRADAS: 1934 - elaboração de projeto da construção de estrada de ligação da EN 59 ao castelo, mas que a DGEMN não aprova, por cortar muralha numa grande extensão; DGEMN: 1936 - obras de beneficiação e restauro, pelo empreiteiro Delfim Crispiano, com apeamento de paredes de alvenaria e reconstrução de paredes em alvenaria iguais às existentes; 1937 - obras de restauro e consolidação, pelo empreiteiro António Domingues Esteves, com apeamento e reconstrução completa de muralhas de alvenaria argamassada, incluindo cunhais em cantaria rusticada, adarves, parapeito, ameias e abóbadas em granito, nas fachadas sul e poente; construção da armação do telhado da torre de menagem, bem como construção de pavimentos e escadas de acesso entre os pisos na mesma; construção de portas exteriores; escavações para desaterro na praça de armas; 1938 - obras de conservação e restauro pelo empreiteiro Manuel Pinto e Bernardo Rosa: construção de muralhas em pedra tosca, incluindo cinta de betão encoberta; reconstrução completa da barbacã da porta sul, incluindo consolidação e remate do ameado, seteiras, degraus em cantaria tosca e empedrado à antiga; construção de muralhas de alvenaria argamassada, incluindo cunhais em cantaria iguais às existentes; reconstrução de adarves; 1939 / 1940 - diversos trabalhos por António Domingues Esteves: construção de muralhas de alvenaria argamassada, com pedra tosca, assente à fiada, incluindo cinta de betão encoberta, reconstituição completa da barbacã da porta sul, incluindo a consolidação e remate ameado, seteiras, degraus em cantaria tosca e empedrado à antiga; 1956 - colocação de portas novas no castelo; 1956 / 1958 / 1959 / 1960 - iluminação elétrica exterior, pela empresa Electro-Reclame, Ldª e em colaboração com a Câmara Municipal; 1970 - obras de restauro pelo empreiteiro Anselmo Costa, com construção e assentamento de tampa em betão armado, em tapamento de vão ao nível do adarve, refechamento de juntas de alvenaria solta no ameado, reparação geral da porta principal; 1975 - trabalhos de execução da cobertura na torre de menagem pelo empreiteiro José Neves: apeamento da cobertura existente, armação e telha, e construção de uma nova em esteira de cerâmica e vigota de betão pré-esforçado, substituição de pavimento, fornecimento e assentamento de escadas metálicas, construção de alçapão de madeira para o terraço da torre, fornecimento e assentamento de porta, reparação da atual escada de acesso à torre, refechamento das juntas; 2000 / 2001 / 2002 - valorização e reparação da torre de menagem, de modo a permitir aceder ao seu interior, com projeto do arquiteto Luís Miguel Correia e fiscalização do engenheiro António Monteiro; o projeto de instalações elétricas é da autoria do engenheiro Carlos Pessoa; o empreiteiro é Cadimarte, Construções, Lda; DGEMN / CMP: 2012 / 2013 / 2014 - obras de conservação e valorização do Castelo, avaliadas em cerca de meio milhão de euros, e que contemplaram a construção de um posto de acolhimento, com sala multimédia para projeção de filmes, recuperação da torre menagem e sua adaptação a espaço museológico, conservação e consolidação de estruturas arquitetónicas, limpeza e consolidação da praça de armas (estrutura e pavimento), e colocação de bancos, papeleiras, iluminação e sonorização do recinto.

Observações

*1 - Alguns historiadores consideram que esta lápide era proveniente do castelo de Almourol e não do de Pombal. Contudo, o recente estudo epigráfico da inscrição, feito por Mário Barroca aponta com bastante probabilidade para a última hipótese (BARROCA, 2000, tomo I, pp. 352-353). O estudo deste autor demonstrou ainda que a epígrafe e a inscrição do castelo de Almourol (v. IPA.00003404), apresentam características paleográficas, nomeadamente no tipo de letra utilizada e no recurso sistemático a inclusões anexos, e epigráficas, no que respeita à organização da inscrição, semelhantes, o que comprova terem sido executadas na mesma oficina epigráfica sendo o ordinator membro da Ordem do Templo. *2 - Segundo o Tombo da visitação de 1508, "Acima da dita vila em huu cabeço. tem a hordem huu castello formoso e forte. cuja entrada há por huu baluarte que estaa junto da porta principal da egreja de santa maria. o qual castello ee bem cercado de boom muro ameado. e baluartes a ligares asi aa entrada principal como aa entrada da porta noua e tem outro baluarte atrauees da porta da treicom e chama se o baluarte da redinha. Dentro na cerca e muro do ditto castello. tem huua torre de menagem forte e de bõoa altura de três sobrados e huu terreiro lageado .e no meyo huua grande cisterna com seu local de canto laurado. Aa mãao seestra da entrada do dito terreiro .estaa huu aposentamento a que sobem per huua escalada de pedra com seu mainel bem obrada. e logo huua salla de bõoa brandura oliuellada de pinho em três painees .e della três janellas .huua no muro ferrada e junto della huua chamjnee de pedraria. e as outras duas janellas sobre o terreiro outrosi Ferradas. E junto da dicta chaminee. huua casa d aboueda ladrilhada. Aa maao seestra da entrada da dita salla tem huua camera oliuellada de pinho sobre as asnas com huua janella ferrada. e junto della huua chaminee de pedraria. e outra casa d aboueda. Aa mãao direita da dita sala. tem outra camara grande oliuellada. com sua janela e chaminee .e alem desta tem outra câmara asi oliuellada sobre as asnas e outra casa d aboueda e outra janella ferrada contra a villa da parte do norte. Aa maao direita da dita câmera. estaa huua grande casa bem madeirada. e tem mujtos repartimento. telhada de telha vãa e no cabo della huua chamjnee. Todas estas casas. leuam suas logeas per baixo. Ao pee da dita torre de menagem tem huua grande estrebaria com suas manjadoiras .e junto com ella huua casa armada sobre esteos e arcos que serue de palheiro. Aa maao seestra da entrada da torre da menagem estaa huua capella da jnuocacom de sam miguel oliuellada e ladrilhada e bem guarnecida. e nella huua bõoa jmagem de pedra bem pintada: E sobre a porta principal. huua casa de bemguarda. e outra sobre a dita capella ladrilhada. Aalem da dita capela outra casa argamassada com sua chaminee e huua janela pequena ao ponente e debaixo della huua logea. Ao pee da dita torre. outra casa ladrilhada e mal madeirada .com quatro janelas pequenas e huua chamjnee de barro velha. Dentro na dita cerca bonde se chama a adega do mestre estaa huu pomar em que estam os figueiras madeiras. Pereiras. Pereiros e outras aruores de fruto. E antes este pomar e a seruentia do castello estaa huu baluarte pequeno em que estam os dous aciprestes e huua palmeira e cidreiras e limoeiros e alegretes. As sobreditas câmaras e casas som ora de nouo feitas e reparadas. aa custa d el rey nosso senhor. *3 - Em 1536, frei António de Lisboa descreva a Igreja de Santa Maria do Castelo com 9 braças de comprimento e 3,5 braças de largura, com capela-mor de abóbada, tendo 3 braças de comprimento e 2 de largura. A igreja tem dois sinos pequenos e um campanário sobre a porta principal. Tem "no meio dela", à entrada da igreja, tem uma cisterna com um "entabulamento alto", "que peja a mor parte da casa". Do lado esquerdo, existe uma pia batismal. Sobre a porta principal, possui coro de madeira desmanchado, já velho e com falta de muitas tábuas. Tem o altar principal, com dois degraus, e dois altares no cruzeiro, forrados de azulejos. A sacristia tem 1,5 braças de comprimento e 1 braça e 2 palmos de largura. *4 - Dois retábulos renascentistas considerados pertencentes à Igreja de Santa Maria do Castelo, atribuídos a João de Ruão e Jácome de Bruges, conservam-se atualmente, um na Igreja de São Martinho (v. IPA.00001803), e outro na Igreja do Cardal. *5 - As obras de restauro que a DGEMN realizou no castelo de Pombal, durante a década de 1930, são descriminadas no Boletim n.º 21 com maior pormenor, permitindo entender o que facto foi feito. Esses trabalhos constaram de: limpeza geral da praça de armas, compreendendo o arranque da vegetação, materiais de alvenaria ali acumulados, e escavação do entulho para desaterro das ruínas de antigas construções; reconstrução de uma das torres que guarnecem a cerca na face meridional do castelo, sua ligação à muralha e reconstituição da primitiva abóbada da mesma torre; demolição de algumas paredes de alvenaria que, em época relativamente recente, tinham sido construídas entre a torre de menagem e a muralha; demolição de um grosso muro que, junto da porta do nascente, se mascarara a muralha primitiva; escavação do terreno exterior, em frente da mesma porta, para desaterro da barcabã ali existente, que foi parcialmente reconstituída, e regularização da antiga passagem empedrada que a ligava ao castelo; reconstituição parcial dos remates das torres da cerca e ligação de todas essas torres à muralha; reconstituição e consolidação dos adarves, com lajes de betão armado, encobertas, assim como dos respetivos parapeitos e das ameias existentes; apeamento parcial e reconstrução cuidadosa de um trecho da torre contígua à porta do nascente; consolidação geral da torre de menagem, onde foi colocado um novo telhado (armação e cobertura), e recomposição das respetivas ameias, pavimentos e escadas interiores; escavação do terreno que corre exteriormente ao longo da face ocidental do castelo e reconstituição parcial da barbacã ali erguida para defesa da respetiva porta; reconstituição de dois arcos de cantaria pertencentes a uma das primitivas construções da praça de armas, de acordo com os elementos encontrados no decurso das escavações; reconstituição de uma janela geminada, manuelina, da antiga alcáçova, com os elementos originais que puderam ser salvos; reconstituição das bocas da cisterna com as pedras primitivas, que apareceram durante o desaterro, e reconstituição parcial da vedação das mesmas aberturas; reconstrução e consolidação das fortificações exteriores, incluindo a reconstituição de uma torre e longos trabalhos de escavação e desaterro; limpeza geral, exterior e interior, dos paramentos da muralha, assim como de todas as demais paredes; regularização das antigas obras de acesso às antigas entradas do castelo; reconstituição das barreiras que defendiam exteriormente o castelo; reconstrução da cobertura da capela anexa ao castelo; construção e assentamento de duas portas. Nas obras de restauro do imóvel pela DGEMN, encontraram-se das barbacãs dois lanços junto às portas do castelo, um deles, por estar ainda "muito robusto e quási indemne" pode ser facilmente reconstituído, enquanto que o outro, de construção mais antiga, já não conservava entre os restos desmantelados elementos que permitissem uma "idónea reconstituição". Pôs-se a descoberto as ruínas dos antigos edifícios do recinto interior do castelo, nomeadamente restos de pavimento de tijolos, ombreiras de porta biseladas, cantarias lavradas, lisas, colunas, mós, etc. Descobriu-se ainda apreciável quantidade de moedas, sobretudo do reinado de D. Manuel.

Autor e Data

Paula Noé 2016

Actualização

 
 
 
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