Igreja Paroquial da Ericeira / Igreja de São Pedro
| IPA.00002613 |
Portugal, Lisboa, Mafra, Ericeira |
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Igreja paroquial de características barrocas, apresenta uma planta poligonal composta pela articulação dos volumes da nave, capela-mor, sacristia e dependências, com coberturas internas diferenciadas, de madeira em masseira na nave e falsa abóbada de arestas na capela-mor, iluminada por janelas retilíneas e óculo nas fachadas principal e lateral direita. Fachada principal em frontão contracurvo, flanqueada por pilastras, com os vãos rasgados em eixo, composto por portal em arco de volta perfeita e por janela retilínea de moldura recortada. Fachadas circunscritas por pilastras, a direita apresentando sineira de três registos, em arco de volta perfeita. Interior com coro-alto em madeira, sustentado por duas colunas jónicas, capela batismal do lado do Evangelho e capela do Senhor do Passos no lado da Epístola. Nave com tribuna em arco abatido e púlpito no lado do Evangelho. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras flanqueado por altares laterais e colaterais, de talha dourada e policroma. Capela-mor com supedâneo de degraus centrais, onde surge retábulo-mor em talha dourada e policroma do estilo barroco joanino. Sacristia no lado da Epístola com teto em caixotões e retábulo. De salientar, neste templo, o contraste entre o exterior despojado e a riqueza do seu interior. A escultura de São Pedro, que se encontra no frontão do portal lateral direito, revela desadequação relativamente ao espaço onde foi colocada, o que leva a concluir que foi posta no portal posteriormente, não se sabendo se foi ou não realizada para esta igreja. O teto da nave, em caixotões, obedece a uma orientação nascente-poente, com os atributos o santo a corresponder cronologicamente a períodos da sua vida, isto com uma intenção catequética e doutrinária, que se complementa com as pinturas da capela-mor e com o revestimento azulejar da nave. A cobertura da sineira, apresenta um revestimento azulejar policromo, provavelmente vindo do interior da igreja, esta solução foi também utilizada na Igreja da Madre de Deus (v. IPA.00002547), na Sé do Funchal (v. IPA.00005015) e num coruchéu do Palácio Nacional da Pena (v. IPA.00006134). O aproveitamento de azulejo é igualmente notório no interior do templo, junto à capela batismal, perto do pavimento, onde é possível reconhecer-se alguns fragmentos de um antigo painel figurativo e de uma moldura que deveria ser semelhante às que se encontram na nave. O coro-alto, fruto de obras realizadas no séc. 19, mostra-se extremamente desproporcional em relação ao restante edifício, sendo o primitivo seguramente de menor dimensão |
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Número IPA Antigo: PT031109060020 |
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Registo visualizado 2185 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta poligonal composta pela articulação dos volumes retangulares escalonados da nave e da capela-mor, com o da sacristia, adossada ao lado direito, e das pequenas dependências da fachada posterior. Coberturas diferenciadas, telhadas a duas águas na nave e capela-mor, a uma água na sacristia e três em parte das dependências. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento saliente, com exceção da fachada norte em que é pintado de azul, adaptando-se ao ligeiro declive do terreno nas fachadas laterais, rematadas em friso e cornija. Fachada principal virada a oeste, rematada em frontão contracurvo, terminado em empena, com friso e cornija, encimado por cruz maçanetada e ladeado por duas aletas, flanqueada nos cunhais por pilastras em cantaria aparente, apoiadas em bases e plintos paralelepipédicos simples, encimados por fogaréus. É rasgada por portal de arco de volta perfeita e moldura em cantaria, com fecho saliente decorado por uma folha de acanto, apoiado em pilastras, coroadas por capitéis sem decoração. O portal é encimado por frontão curvo sem retorno, onde se encontram alguns atributos do orago: a tiara, a estola e as chaves. O vão é protegido por duas folhas de madeira com almofadas pintadas de castanho. Sobre o portal surge uma janela retilínea, de moldura recortada, em cantaria, com remate em empena, com friso e cornija, sob a qual se encontra, ao centro uma estrela de oito pontas. No lado esquerdo adossam-se as dependências, com cunhal em cantaria e remate em empena reta, rasgadas por duas janelas retilíneas, a do piso térreo, com moldura simples em cantaria e a do piso superior com moldura recortada, no mesmo material, ambas protegidas por vidro simples com caixilhos em quadrícula pintados de branco e grades de ferro. Fachada lateral esquerda voltada a norte, com seis janelas de guilhotina, de moldura recortada, e um pequeno óculo no piso superior, e quatro janelas de moldura simples, em cantaria no piso inferior, todas gradeadas. É rasgada por portal de verga reta, com moldura em cantaria, apoiada em plintos paralelepipédicos onde se inscrevem losangos, rematado por friso e cornija, flanqueado por pilastras da ordem toscana, e encimado por frontão triangular interrompido, apresentando, ao centro, remate em forma de esfera. Fachada lateral direita virada a sul, onde se destaca torre quadrangular desalinhada da restante fachada *2 e apresentando o corpo da sacristia saliente, rasgado por porta de verga reta, quatro janelas e um óculo semelhantes às da fachada oposta. O pano da nave da igreja é rasgado por duas janelas retilíneas de moldura simples, gradeadas, encontrando-se sob uma delas, o portal lateral que apresenta as mesmas características do que se rasga na fachada oposta, este recebendo ao centro, no frontão, uma escultura de São Pedro, em calcário, já muito erodida. A torre sineira, com cunhais definidos por pilastras em cantaria, evolui em três registos, delimitados por cornijas, tendo o primeiro uma fresta e uma pequena janela retilínea, com moldura em cantaria, o segundo cego, e o terceiro, quatro ventanas de arco de volta perfeita em cantaria, com sinos de bronze apoiados em cabeções de madeira; tem cobertura em cúpula revestida a azulejo policromo e recebe nos ângulos e ao centro pináculos encimados por bolas. Fachada posterior em empena, onde se adossa um corpo saliente, rasgado por quatro janelas retilíneas no piso superior e por duas janelas jacentes e uma porta de verga reta no inferior, ladeado por duas escadas que dão acesso a alpendre suportado por duas colunas sem decoração. Este espaço encontra-se cercado por pequeno muro rebocado e pintado de branco, percorrido por faixa cinzenta, e por canteiros de flores, no interior, com acesso por portão de ferro pintado de preto. INTERIOR: igreja de nave única, cujas paredes apresentam silhar de azulejos historiados. O pavimento é em madeira, com corredor central da nave em lajeado de calcário, o teto da nave é em masseira com caixotões octogonais, o central com uma pintura representando o "Arrependimento de São Pedro" e os restantes com atributos do orago. A entrada é protegida por guarda-vento em madeira almofadada, ladeado por duas pias de água benta, em cantaria gomeada de bordo boleado, apresentando, no lado do Evangelho, um banco de madeira e, no lado da Epístola, um confessionário no mesmo material. Coro-alto em madeira, assente em colunas jónicas de mármore, apoiadas num alto embasamento octogonal de calcário negro e encarnadão, e em modilhões de pedra embebidos na parede, com guarda balaustrada de côncavos e convexos em madeira, encontrando-se neste espaço um órgão de armário. Sob o coro-alto, rasgam-se, no lado do Evangelho, dois arcos de volta perfeita gradeados, um dando acesso a uma escada e o outro recebendo a capela batismal, que apresenta grade vazada ornada com peixes, cervos e também inscrições, com pia batismal em cantaria, com taça hemisférica ornada por caneluras, assente em balaústre. Frente a esta capela, no lado da Epístola, rasga-se um arco de volta perfeita onde se situa a capela do Senhor dos Passos, com grade com inscrição. No lado do Evangelho, ao nível do coro-alto, situa-se uma tribuna formada por dois arcos abatidos assentes em pilastras, protegida por guardas balaustradas, cada uma dividida em duas secções de balaústres torneados e rematadas por três urnas douradas*3. Sob parte da tribuna, rasga-se um vão de verga reta, onde se conserva um confessionário de madeira, perto do qual se situa uma pia de água benta, semelhante às que ladeiam a porta principal, ocultando parcialmente um pequeno silhar de azulejo decorado por anjo segurando a tiara e as chaves, e um outro, representando uma árvore inteira, ambos a ladear a porta de um antigo confessionário. Esta composição repete-se no lado contrário da nave, encontrando-se aí uma árvore de ramos quebrados. Sobre a porta, púlpito quadrangular, com bacia em cantaria de calcário decorada por acantos, motivos espiralados e óvulos, assente em consola com o mesmo tipo de decoração, apresentando guarda vazada de madeira, decorada por enrolamentos dispostos de forma simétrica e guarda-voz do mesmo material, rematado pela tiara papal, as duplas chaves em aspa, e pela pomba do Espírito Santo, no intradorso, com acesso pelas dependências anexas. Arco triunfal de volta perfeita, com o intradorso decorado por motivos florais e laçaria, tal como as pilastras onde se apoia, que apresentam capitéis salientes. A ladear o arco triunfal existem dois altares laterais e dois colaterais, os do lado do Evangelho dedicados a Nossa Senhora do Rosário e Sagrado Coração de Jesus, respetivamente, e os do lado da Epístola dedicados ao Calvário *4 e a Nossa Senhora da Conceição. Ainda no lado da Epístola, rasga-se uma porta de verga reta moldurada, que dá acesso a um pequeno espaço revestido a azulejo policromo apresentando três padrões diferentes, de 2X2, em tons de amarelo, azul e branco, apresentando, no lado direito, uma pia de água benta semelhante à que se situa no lado do Evangelho. Capela-mor com cobertura em falsa abóbada de arestas, com aplicação de dourados sobre fundos marmoreados em tons de verde e vermelho e apresentando um rosetão dourado como fecho. Nas paredes surgem painéis de azulejo de enchimento, com marmoreados fingidos policromos *5. A iluminação deste espaço é conseguida através de uma única abertura oval rasgada na parede sul *6. Sobre supedâneo de quatro degraus centrais e dois socos laterais revestidos a azulejo policromo, surge o retábulo-mor *7 de talha dourada e policroma, de planta convexa e três eixos definidos por quatro colunas coríntias, com o terço inferior estriado de forma distinta e duas pilastras, as primeiras suportando fragmentos de frontão encimados por anjos de vulto. Ático com espaldar central, ladeado por folhas de palma e sobrepujado por cornija contracurva, de inspiração borromínica, encontrando-se ao centro a tiara papal e as chaves cruzadas envolvidas por motivos florais e sobrepujadas por querubim. Ao centro, camarim em arco de volta perfeita, com moldura dourada e decorada por motivos vegetalistas, com cobertura em falsa cúpula de madeira a imitar mármore apresentando ao centro florão encerrado em moldura quadrangular de ângulos chanfrados, exibindo trono expositivo de quatro degraus dinamizados por côncavos e convexos, decorado com marmoreados e elementos dourados representando acantos e outros motivos vegetalistas. No último degrau, encontra-se um baldaquino trapezoidal rematado por cúpula encimada por vaso florido, apoiada em quatro colunas coríntias, unidas por arquitrave com pendentes com borlas e exibindo fogaréus nos ângulos. Sobre o ático do retábulo e fazendo a ligação com a cobertura da capela, encontra-se um arco de volta perfeita, decorado com seis caixotões, com medalhões centrais, cercados por acantos contendo símbolos eucarísticos, entre eles um cálice com hóstia, um molho de espigas de trigo e vides, a Arca da Aliança, o sol, um pelicano alimentando os filhos e um cordeiro místico. Nas ilhargas do retábulo, surgem dois painéis com elementos dourados entre laçarias e videiras, no lado do Evangelho encontram-se alguns símbolos iconográficos de São Pedro, como a tiara, o báculo, a cruz papal, o turibulo e a caldeirinha, e, no lado da Epístola, envolvidos numa palma, uma cruz latina, um livro, um tocheiro, um apagador e dois archotes. Adossadas a estas ilhargas, encontram-se quatro molduras de talha dourada contendo pinturas sobre a vida do orago. Altar paralelepipédico, em calcário vermelho e branco, ladeado por enrolamentos e volutas de madeira dourada, com motivos vegetalistas, sobre o qual surge sacrário em talha dourada e prateada, em forma de templete, com quatro faces, flanqueado por colunas coríntias que suportam entablamento desenvolvido composto por arquitrave, friso de acantos e cornija, rematado por cúpula oitavada, encimada no vértice por um Cristo crucificado e exibindo na porta o cálice eucarístico sobre uma glória, encerrados numa moldura sobrepujada por frontão triangular com decoração fitomórfica. De ambos os lados rasgam-se duas prateleiras e duas portas de verga reta, uma dando acesso à sacristia, de molduras recortadas, encimadas por friso e cornija. SACRISTIA: rebocada e pintada de branco, revestida até meio da parede por silhar de azulejo industrial policromo *8, coberta por teto de madeira composto por dois caixotões octogonais, decorados ao centro por círculo encerrando um motivo espiralado e pavimento em lajeado de calcário. Na parede este situa-se um altar em talha dedicado a Nossa Senhora do Carmo, na norte um arcaz em madeira de carvalho, com gavetas e portas molduradas, com ferragens de latão trabalhadas, e na parede sul um lavabo de mármore branco, rematado por friso e cornija, encimada por frontão recortado composto por volutas, coroado ao centro por cruz latina, apresentando no espaldar nicho em arco abatido, com o interior concheado, sob o qual existem duas torneiras em metal que jorram água para uma taça retilínea. |
Acessos
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Largo de São Pedro. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,966668; long.: -9,417162 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/84, DR, 1.ª série, n.º 145 de 25 junho 1984 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado. A igreja ergue-se na zona norte*1 da vila da Ericeira, inserindo-se numa malha urbana composta por arruamentos de linhas desencontradas. Implanta-se no centro de um terreiro pavimentado a cubos de granito, que forma um adro com ligeiro declive e pontuado por algumas árvores. Em frente ao portal principal, ergue-se sobre uma plataforma de quatro degraus, um cruzeiro em calcário, composto por um plinto com inscrições encimado por cruz de trevo. Nas suas traseiras encontra-se um equipamento lúdico infantil, nas imediações situam-se a Capela de São Sebastião (v. IPA.00005590) e o Pelourinho da Ericeira (v. IPA.00006368). |
Descrição Complementar
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O teto da nave é composto por dezoito caixotões de madeira, dispostos em três fileiras e forrados com tela onde foi aplicada pintura e onde podemos identificar o "Arrependimento de São Pedro" e alguns atributos de São Pedro, como a rede de pesca, a barca, o lago de Genesaré, as chaves, o galo, a cadeira pontifícia, o livro, o báculo, a tiara, a cátedra, a cruz de três travessas, a cruz do martírio, a prisão, a barca de vela quadrangular, um cálice e uma hóstia, palma envolvida por uma coroa de rosas e uma flor *9. As paredes da nave encontram-se revestidas por silhar constituído por seis painéis historiados, de padrão oitocentista, 2X2. As composições centrais dos painéis são compostas por azulejos a azul e branco, representando cenas da vida de São Pedro e anjos. As molduras são policromas, com tons de amarelo, manganés e verde-azeitona, constituídas por pilares marmoreados, com pequeno florão no capitel e cornija, e decoradas por asas de morcego, concheados, acantos e pequenas flores. No centro das cartelas surgem seis episódios historiados da vida de São Pedro, no lado do Evangelho, "O batismo do centurião Cornélio e da sua família e amigos mais próximos"; "São Pedro e os animais impuros" e "A cura do paralítico". No lado da Epístola encontram-se, "Encontro de São Pedro e São Paulo em Roma"; "Queda de Simão Mago" e "São Pedro recebe as chaves". No gradeamento da capela batismal, surge a seguinte inscrição: "ANO 1950. SICUT CERVUS AD ONIES AQUORUM", surgindo, na Capela do Senhor dos Passos: "ANO 1966". Os altares laterais e colaterais são rematados por um esquema idêntico, formado por frontões contracurvos, com cartela ao centro com as insígnias das respetivas irmandades, apoiando-se numa arquivolta sustentada por pilastras decoradas com pintura e marmoreados, sobressaindo elementos fitomórficos. O altar de Nossa Senhora do Rosário é de planta reta e um eixo, definido por duas colunas coríntias e duas pilastras, as primeiras com o terço inferior totalmente dourado e o restante em marmoreados. Ao centro, nicho envidraçado, em arco trilobado encimado por cornija. Arquitrave encimada por frontão triangular, com duas inscrições "REGINA: SANTISSIMI ROSARII: ORA: PRONOBIS" e "ESTA: CAPELA: MANDOV: DOVRAR: ANTÓNIO: GOMES: FERREIRA: E SEUS COMPANHEIROS", apresentando ao centro uma palmeta estilizada e laçaria. Sobre o frontão, de ambos os lados, dois anjos de vulto segurando uma coroa aberta. O intradorso do retábulo encontra-se seccionado por caixotões com motivos geométricos e fitomórficos, que se estendem às ilhargas, que recebem também vasos e acantos. Altar paralelepipédico, com frontal composto por dois painéis com a representação de vários motivos referentes à Paixão de Cristo, provenientes da tribuna da capela-mor. Altar do Calvário, de planta reta e um eixo, constituído por um arco de volta perfeita, emoldurado por motivos fitomórficos, torçais, feixes de óvulos e torsos de louro, rosetas e acantos, delimitando um painel dourado. As ilhargas formam quatro painéis decorados por enrolamentos, acantos, conchas e festões com rosas e girassóis. Altar paralelepipédico com decoração fitomórfica e concheados, onde se encontra um esquife sobre um relicário com várias ossadas. Altar do Sagrado Coração de Jesus, de planta convexa e três eixos definidos por tribuna e nichos laterais, seccionado por pilastras com fustes ornamentados por elementos fitomórficos. Apresenta tribuna bastante ampla e profunda, em arco de volta perfeita decorado por duplo enrolamento, que ladeia o emblema da insígnia da Irmandade com cruz e açucena, com interior pintado de marmoreado vermelho. O arco do camarim apoia-se em pilastras, a que se adossam elementos decorativos dourados. O ático recebe moldura de acantos clássicos e os nichos laterais são constituídos por apainelado encimado por concheados e acantos que emolduram duas mísulas. Sotobanco com pinturas sobre fundo branco: ao centro resplendor rodeado das iniciais IHS, à esquerda coroa e palma, e à direita cruz e livro. Altar em forma de urna, com cartela central, com volutas, encerrando cruz e resplendor. Altar de Nossa Senhora da Conceição, de planta convexa e três eixos seccionados por pilastras com fustes decorados por elementos fitomórficos, ao centro rasga-se tribuna em arco de volta perfeita, decorado por duplo enrolamento, apresentando no seu interior peanha elevada, com fundo pintado de marmoreado vermelho pontuado por dez estrelas douradas, onze cabeças de querubins. A ladear esta estrutura, dois nichos. A estrutura é rematada por um tímpano decorado com friso de acantos e por festões dourados. Inferiormente o retábulo é composto por quatro painéis pintados com fundo branco e com medalhões envolvidos por palmas e laçaras, com símbolos marianos (estrela, espelho, vaso fechado e uma rosa), dois dispostos em concavidade para permitir a introdução de um sacrário com o rosto de Cristo pintado na porta. Altar em forma de urna ladeado por enrolamentos concheados, apresentando ao centro uma cartela decorada por motivos vegetalistas encerrando a letra "M". Nas paredes da capela-mor, surgem pinturas em óleo sobre tela, representando, no lado do Evangelho, "Pedro lança-se ao mar ao encontro de Jesus" e "Ceia junto ao Mar de Tiberíades" e no lado da Epístola "Pesca Milagrosa" e "Cristo caminha sobre as águas". Todas elas apresentam molduras em talha dourada, ornadas por duas cercaduras, a interior com uma fita espiralada e a exterior com conchas espaçadas entre si e encimadas por pequeno frontão triangular, ladeado por motivos vegetalistas, sob o qual se encontra um circulo encerrando uma estrela de dezasseis pontas. Retábulo da sacristia de planta reta e três eixos definidos por pilastras, rematado por arco de volta perfeita e friso, encontrando-se ao centro um nicho de volta perfeita, protegido por vidro simples e rematado superiormente por um frontão encimado por friso rendilhado, terminado em volutas e ladeado por duas mísulas. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Lisboa) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CARPINTEIRO: José António Colares (1802); António Bernardino (séc. 19); DESENHADOR: Dr. Bento Franco (1950); ENTALHADOR: Matias José de Faria (1745); FERREIRO: Julião Ferreira (1950); ORGANEIRO: José Carlos de Sousa Machado (1822); OURIVES: Manuel Martins Torres (1751); PINTORES: Manuel António de Góis (1763); Manuel João (1789 / 1790 / 1791 / 1792); Joaquim José da Rocha (1790 / 1791); António Manuel da Fonseca (1876); RESTAURADOR: João Maria Casimiro (1839 / 1840); António Simões (1986). |
Cronologia
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1446 - autorização do arcebispo de Lisboa, D. Pedro de Noronha, para a existência de uma pia batismal na igreja; 1482, 29 julho - João Regalia, morador na Ericeira, doa ao círio de São Pedro uma herdade, denominada Carmujo, nos arredores da vila; séc. 16 - primeiras obras de ampliação da igreja; 1507, 01 setembro - elaboração de um inventário de toda a prata e paramentos da igreja por ordem do ouvidor *10; 1530 - os beneficiados da Igreja de Santo André de Mafra (v. IPA.00002340) são superiormente obrigados a colocar um capelão permanente na Igreja de São Pedro; passagem da igreja a matriz; séc. 16, 2ª metade - instituição da capela de Gonçalo Anes da Barba, com 5$000 réis de renda; 1578 - é publicada no interior da igreja a Bula da Cruzada pelo padre Frei Luís de Cácegas; o templo ganha estatuto de igreja paroquial; 1594 - demarcação judicial das propriedades pertencentes à igreja; séc. 17 - colocação de altares colaterais e do revestimento azulejar; séc. 17, 1ª metade - instituição da capela de Pêro Neto, assim como das Irmandades do Santíssimo Sacramento e de São Pedro; 1607 - reorganização do tombo da igreja e subsequente aforamento de muitas das suas propriedades pelo corregedor Tomás Pinheiro da Veiga; 1609 - é instituída a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição; 1615 / 1616 / 1617 - colocação de uma cobertura de madeira; 1622 - iniciam-se os registos de nascimentos, casamentos e óbitos; 1633 - o visitador, António Carvalho de Parada, incumbe o prior de mandar fazer um púlpito para a igreja por se tratar de uma obra necessária; 1648 - início da campanha de obras de remodelação e de ampliação; 1660 - realização de algumas obras na igreja e no arcaz da sacristia, por iniciativa do padre Manuel Maria Ferreira; 1678 - Vicente Carvalho de Rojas e a mulher, Josefa Pereira da Silva, deixaram todos os seus bens à Confraria de Nossa Senhora do Rosário; séc. 17, último quartel - obras de ampliação, construção do novo coro da igreja; 1678 - ladrilhamento do chão; 1693 - conclusão das obras de ampliação; por ordem do visitador, Sebastião Dias Camelo, é enterrada a imagem primitiva, de roca, de Santa Luzia, e executada uma de vulto para a substituir; séc. 18 - instituição das capelas de Bento Lopes, Francisco Franco e Manuel Lopes Baleia; zelavam pela decoração da capela-mor a Irmandade de São Pedro e a Irmandade do Santíssimo Sacramento *11; 1740 - reedificação; 1745 - celebração de um contrato entre o juiz e os oficiais da igreja e o entalhador lisboeta, Matias José de Faria, para a execução do trabalho de talha do altar-mor, pela quantia de 900 mil réis *12; 1746 - recibo relativo ao pagamento do trabalho de talha do retábulo do altar-mor, o qual devia estar então concluído; séc. 18, 2ª metade - colocação de painéis de azulejo na nave, retratando cenas da vida do orago; 1751 - conserto da lâmpada de prata do altar de Nossa Senhora da Conceição pelo ourives Manuel Martins Torres; 1763, 11 abril - celebração de um contrato com o mestre Manuel António de Góis para dourar e pintar o retábulo, pelo valor de 900 mil réis e pintar o teto da capela-mor; 1781 - registos da visita do visitador do arcebispado; 1782 - colocação do cruzeiro frente ao portal principal; 1784 / 1785 / 1787 / 1788 / 1789 - lajeamento dos pavimentos, colocação de vidros nas janelas, caiação da igreja, limpeza de pedraria, execução de novos retábulos para a capela-mor e altares colaterais; conservação e restauro no telhado e conceção do teto em caixotões; 1789 - redouramento do púlpito despendendo-se 4$800; 1789 / 1790 / 1791 / 1792 - assentamento dos painéis de azulejo da nave pela quantia de 960 réis, e sua decoração, executada pelo pintor Manuel João, pela quantia de 206$640 réis; 1791 - pintura do teto da nave e da capela-mor e respetivas paredes, pintura da sacristia, do cruzeiro, de todas as portas, do coro e do guarda-vento, pelo pintor Joaquim José da Rocha, no total de 884$475; séc. 19 - nova ampliação no sentido longitudinal, em cerca de quatro metros, avançando a fachada principal em relação à torre; apeamento de dois painéis de azulejo que flanqueavam o pórtico principal; obras nas coberturas realizadas pelo carpinteiro António Bernardino pela quantia de 15$220; construção do actual coro-alto e colocação do guarda-vento da porta principal; abertura da tribuna no muro norte da nave; edificação da atual capela batismal; execução do atual coro-alto; acrescentamento de uma fiada transversal de caixotões no teto, sobre a zona ampliada; supressão do altar de Nossa Senhora do Carmo, removido para a sacristia e ampliação desta última; redouramento do retábulo de Nossa Senhora do Rosário; 1802 - execução da teia da capela-mor por José António Colares *13; 1808, 10 de março - por ordem das chefias militares, são levadas, pelas tropas francesas, da igreja várias peças de prata: quatro lâmpadas, seis castiçais, dez cruzes, seis varas de Palium, um turíbulo, uma naveta, uma caldeirinha, um aspersório, duas lanternas, um purificador, uma concha de batizar e um vaso de lavatório; 1816 - encarnação da imagem de roca de Nossa Senhora da Conceição; 1819 - execução de uma maquineta para o altar de Nossa Senhora da Conceição no valor de 80 mil réis; séc. 19, década de 20 - concertos nos telhados, na sacristia e na torre, arranjo dos fogaréus e colunas, colocação de vidros nas janelas do coro, concerto do teto da igreja e respetivos painéis pela quantia de 9.440 réis; 1822 - construção do órgão de armário que se encontra no coro-alto pelo organeiro José Carlos de Sousa Machado; 1837, 27 outubro - Junta da Paróquia autoriza a construção do primeiro cemitério no terreno do lado nascente da igreja; 1839 - 1840 - restauro de três das quatro telas do conjunto "Pesca Milagrosa", da capela-mor, por João Maria Casimiro pela quantia de 6.200 réis; 1864 - pároco da igreja pede à Biblioteca Nacional alguns quadros de temática religiosa, pertencentes ao depósito das livrarias dos conventos extintos, para adornar as paredes da igreja; 1869, 20 julho - falece o padre Octaviano Augusto Pereira Delgado, que se faz sepultar juntamente com outros membros da sua família, junto à porta da sacristia; 1870 - a igreja sofre reformas e acrescentamentos; 1876 - excussão da tela "O Batismo de Cristo" *14 para a capela batismal, por António Manuel da Fonseca; 1877 - extinção da Irmandade do Santíssimo Sacramento; séc. 19, década de 80 - foram edificadas algumas construções junto à cabeceira da igreja, com o custo total de 250 mil réis; 1880 - data da compra do arcaz da sacristia; 1884 - deixa-se de praticar enterramentos no cemitério paroquial; 1889 - as imagens de Nossa Senhora do Rosário e do Menino possuíam coroas de prata; séc. 20 - intervenção na tribuna com remoção de alguns elementos apainelados que decoravam o seu interior, com o objetivo de avançar com a estrutura do trono para construir um pequeno corredor entre os edifícios flanqueiam a capela-mor; nos espaços anexos funcionou durante seis anos uma escola, que posteriormente foi adaptada a habitação do pároco; 1902 - o altar de Santo António passa a ter duplicação de orago, tornando-se mais conhecido como altar do Coração de Jesus; substituição de algumas imagens dos altares colaterais; Junta da Paróquia exige o restauro do retábulo de Nossa Senhora do Rosário, desconhecendo-se se a intervenção se chegou efetuar; reforma geral do retábulo de Nossa Senhora da Conceição; excussão da imagem de Nossa Senhora da Conceição pela casa Párzeres; 1903 - a imagem de São Pedro já se encontrava, sobre o frontão do portal lateral direito; 1930 - obras de ampliação do adro paroquial; restauro, por ação da Comissão de Iniciativa e Turismo, de algumas telas da igreja que se encontravam abandonadas numa arrecadação, as quais foram depois colocadas, junto com outras obras de arte, numa sala anexa à igreja; 1950 - a Comissão de Festas de Nossa Senhora da Nazaré manda executar a grade da capela batismal com desenho do Dr. Bento Franco e trabalho de Julião Ferreira; séc. 20, décadas de 60 - 70 - obras na sacristia de que resultou a supressão de um nicho onde se encontrava a imagem de Cristo crucificado; acrescento do banco do altar lateral de Nossa Senhora do Rosário com um frontal constituído por painéis provenientes da tribuna do retábulo da capela-mor; repinte dos caixotões do tecto da sacristia; 1966 - execução da grade da Capela do Senhor dos Passos; 1981 - as telas da capela-mor encontram-se em mau estado de conservação; 24 fevereiro - a Câmara Municipal de Mafra propõe a sua classificação, a qual merecerá parecer favorável do IPPC para Valor Concelhio; 1986 - Comissão Paroquial encarregou António Simões de restaurar o órgão; 1995 - obras de restauro e conservação, procedendo-se designadamente á substituição da cobertura exterior, e da abóbada da capela-mor, restauro dos altares laterais da nave, substituição da instalação elétrica; 1995 - limpeza do conjunto de telas representando a "Pesca Milagrosa", com óleo de linhaça; obras de restauro e conservação, procedendo-se designadamente á substituição da cobertura exterior, e da abóbada da capela-mor, restauro dos altares laterais da nave, substituição da instalação elétrica; 1998 - renovação da instalação elétrica, passando cada altar a ter luz própria; substituição de toda a armação do telhado e respectivas telhas; 2004 - 2006 - conservação e restauros dos caixotões e telas da nave pela empresa Tacula Marcenaria e Restauro. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes; estrutura mista. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria mista, embasamento, cruz, pilastras, plintos, bases, frisos, altares, cornijas, pias de água benta, pia batismal, cunhais, bacia do púlpito, colunas, modinaturas, escultura de São Pedro, pináculos, lajeado em cantaria de calcário; portas, cabeção de suporte do sino, guarda-vento, caixotões do teto; pavimento, banco, coro-alto e respetiva guarda, confessionários, arcaz da sacristia em madeira; sinos em bronze; coberturas exteriores em telha simples; vidro simples; grades, portão de ferro; revestimentos em azulejo; retábulos, sacrário, molduras em talha dourada e policroma; ferragens em latão, lavabo da sacristia em mármore; torneiras em metal. |
Bibliografia
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ASSUNÇÃO, Guilherme - Mafra. Efemérides do Concelho. Mafra, 1967; AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa, 1963, vol. 3; COSTA, António Carvalho da (Padre) - Chorographia Portugueza. Lisboa, 1712; BASTOS, Fernando Pereira - Apontamentos Sobre o Manuelino no Distrito de Lisboa. Lisboa, 1990; GORJÃO, Sérgio P. Martins (org. de) - Arte Sacra, 1994; LOPES, Flávio (coord. de) - Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Distrito de Lisboa. Lisboa, 1993; "Igreja de São Pedro Está a ser Restaurada". O Carrilhão. Mafra, 01 jul.1995, n.º 358; Monumentos. Lisboa: DGEMN, 1998, 2004, n.ºs 9 e 21; PEREIRA, Gabriel - Pelos Subúrbios e Visinhanças de Lisboa. Lisboa, 1910; PEREIRA, Gabriel - A Villa da Ericeira. Lisboa, 1903; PEREIRA, Isaías da Rosa - Subsídios para a História da Diocese de Lisboa do Século XVIII. Lisboa, 1980; SILVA, Jayme d'Oliveira L. e - Anais da Vila da Ericeira. Mafra, 1985 (1ª ed. 1943); SOARES, Clara Moura, FIGUEIREDO, Paula, A Igreja de São Pedro da Ericeira - Memória Histórica e Artística. Ericeira, 2002; Tacula Marcenaria e Restauro, www.tacula.com [acedido a 29 abril 2007]. |
Documentação Gráfica
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DGPC/SIPA: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC/SIPA: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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DGPC/SIPA: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: DRML: 2004 - 2005 - conservação e restauros dos caixotões e telas da nave pela empresa Tacula Marcenaria e Restauro; 2006 - conservação e restauro da pintura "Lava-pés de São Pedro" e de todos os caixotões do teto pela empresa Tacula Marcenaria e Restauro. |
Observações
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*1 - a sua localização, junto às portas da vila, é justificada pelo facto desta ser, inicialmente, uma capela de peregrinação, com culto às relíquias que hoje se encontram na Capela do Calvário; *2 - segundo a opinião de Clara Soares e Paula Figueiredo, a explicação para o que sucede com a sineira prende-se com as diversas campanhas de obras que a igreja foi sofrendo, tratando-se de uma solução frequentemente aplicada quando era necessário ampliar os edifícios religiosos no sentido longitudinal, também por ser mais económica; *3 - este espaço foi provavelmente concebido como local reservado para os oficiais e mordomos das Confrarias e Irmandades, para poderem assistir ao culto e a certas cerimónias e chegou a ser utilizada como sala das sessões da Junta de Freguesia e, posteriormente, da Comissão Fabriqueira; existe a hipótese de o utilizar para um museu; *4 - inicialmente o retábulo foi dedicado a São Miguel e Almas; *5 - estes azulejos vieram, provavelmente, substituir pintura sobre estuque como o mesmo programa decorativo; *6 - a capela-mor chegou a receber luz natural através de dois óculos colocados nas faces sul e norte, tendo o último sido obstruído pelo acrescento de mais um piso às construções anexas, sobre a sacristia; *7 - o retábulo anterior, segundo Clara Soares e Paula Figueiredo, era tipicamente maneirista, de talha dourada, com várias fiadas verticais e horizontais de pintura, separadas por colunas ou pilastras e por frisos e entablamentos correspondentes às molduras e ao remate; apresentava, no centro da estrutura, uma tribuna e sobre a banqueta de altar um pequeno sacrário em forma de tabernáculo, em madeira policromada ou dourada, rematado por cúpula; neste retábulo, existiam ainda nichos laterais, o do lado do Evangelho com uma imagem de São Pedro, e o do lado da Epístola com uma imagem de São Frei Pedro Gonçalves Telmo; ao centro, em lugar destacado estava colocada a imagem de Nossa Senhora do Rosário; *8 - é possível que ainda subsistam vestígios de pintura mural sob esta camada azulejar, pois o trabalho pago a Joaquim José da Rocha, em 1791, inclui a pintura do teto da nave e a pintura mural da sacristia; *9 - os três últimos símbolos, representados nos caixotões situados sobre o coro-alto, foram possivelmente acrescentados em época posterior à elaboração do tecto original, aquando do acrescento da nave; *10 - este inventário foi entregue por João Meão ao Juiz Álvaro Anes e segundo J. de Oliveira Lobo e Silva faziam parte dele: "Dois cálices de prata com suas patenas a saber: um pesou um marco e cinco onças, branco; e outro pesou um marco e três onças, dourado na maçã e nos bordos. Um turibulo de prata branco com suas candeias" com duas argolinhas, tudo de prata, e pesou dois marcos e duas onças. Uma custodia dourada, com duas candeiasinhas e com dois fechos de prata e com uma cruzeta com o crucifixo e com 4 pedras de vidro e com a caixa em que anda a hóstia quando dizem missa: toda dourada e pesa dois marcos. Duas coroas de prata a saber: uma branca, que pesou dois marcos e tem duas pedras de rubis, e com uns crescentes dourados; e outra dourada com um esmalte grande e "Uma cruz grande de prata dourada, com um crucifixo todo dourado, com uma maçã grande no pé, e dali para baixo, branca. Uma vestimenta de veludo, preta, com sua alva comprida. Uma vestimenta que se deu por Dona Izabel: pano brunido de linho, com a cruz vermelha comprida. Vinte e cinco manteis, novos e velhos, linho estopa. Outros manteis novos, tirados de lã vermelha. Duas mezas de toalhas francezas. Dez lençoes novos e velhos. Dois panos de veludo vermelho com que se cobre a gaiola do Corpo de Deus, e uma estola, todo com enxarfas. Uma brandeira grande, com enxarafas. Quatro vestimentas brancas, usadas. Uma vestimenta usada, de sirgo, pintada. Uma vestimenta que se deu por o Anjo, listada de roxa e amarela, comprida. Uma dalmatica amarela e com enxarafas, a saber: de feição de camisa. Um pano azul, do cruzeiro. Dois frontaes. Dois livros de missas. Um psalterio de escriptura, de rezar. Uma sentença dos bens de Gonçalo Anes, e instrumento de petição. Arca com fechadura, em que toda esta fazenda está, e 50 reaes da rendição das coroas.". *11 - esta Irmandade contribuía para as despesas gerais do conserto da igreja e tinha como principais funções garantir o culto da Sagrada Partícula e a manutenção do sacrário; *12 - este valor deveria ser pago em três prestações, a última em junho de 1746, o que não veio a acontecer por falta de verba; a Paróquia da Ericeira teve de recorrer a empréstimos de dinheiro a juros, sendo que os pagamentos se prolongaram até 1750, ficando o valor total do retábulo em 1.6000 réis; *13 - esta teia terá sido removida do seu local original na década de 1970; *14 - esta obra veio a ser furtada depois de 1977, visto ainda constar no inventário da igreja realizado neste ano. |
Autor e Data
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Paula Noé 1991 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 / Rute Antunes 2007 |
Actualização
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Paula Tereno 2017 |
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