Monumentos 03: Convento de São Gonçalo, Amarante
|
Dossiê: Convento de São Gonçalo, Amarante
|
Setembro 1995, 24x32cm, 96 pp.
|
|
|
|
O Convento de São Gonçalo de Amarante, utilização e reutilizações
|
António Cardoso
|
|
|
O autor apresenta-nos a história do Convento de São Gonçalo de Amarante, cuja origem associa à “fonte de São Gonçalo”, na margem do rio Tâmega. Invoca a existência duma ermida onde, segundo a tradição, São Gonçalo teria sido tumulado. Data de 1544 a doação da igreja ao Convento de São Domingos feita pelo cardeal D. Henrique. Pressente-se que não há um projeto arquitetónico unitário mas, certamente, a sua ideação, pois, no que aos alçados respeita, há antes um processo aditivo de soluções e linguagens que quase, tão-só, o granito e os telhados religam. O destaque é óbvio pelo contraste da torre seiscentista e o zimbório. O restante texto descreve-nos com pormenor todo o conjunto monástico e as diferentes intervenções, funções e (re)utilizações de que foi alvo, ao longo da sua existência.
|
La fachada de la Iglesia de San Gonzalo de Amarante y su influencia en la arquitectura galaico-portuguesa
|
Ana Goy
|
|
|
A influência da arquitetura galaico-portuguesa na fachada da Igreja de São Gonçalo de Amarante resultou não só da proximidade geográfica entre Portugal e a Galiza, como da fácil mobilidade entre os mestres canteiros, na região do Alto Minho. Mateus Lopes, arquiteto português, é disso exemplo, pois enquanto trabalhava em Santiago de Compostela desempenhava o cargo de mestre-de-obras do Mosteiro de São Gonçalo de Amarante. A chegada de Mateus Lopes à Galiza coincidiu com o momento em que os mosteiros beneditinos iniciavam a reforma das suas fábricas conventuais, fazendo com que em apenas dez anos este mestre se tenha tornado no arquiteto preferido da ordem. É deste modo que se entende a importância da fachada de São Gonçalo de Amarante, peça relevante no panorama português e chave para compreender a génese das grandes “fachadas-retábulo” do último Renascimento galego.
|
O Convento de São Gonçalo de Amarante: o microcosmos da arquitetura maneirista no Noroeste de Portugal
|
Carlos Ruão
|
|
|
São Gonçalo de Amarante representa na arquitetura do Noroeste uma espécie de microcosmos do gosto artístico desenvolvido nesta região, concentrando, direta ou indiretamente, os seus grandes cultores: os Lopes e o grande arquiteto Manuel Luís, que cultivam um gosto apuradamente maneirista, adotando soluções “flamenguistas” reformadas, caracterizadamente diferentes do grosso do panorama arquitetónico nacional da altura, mas circunscritos a uma zona geográfica que se prolonga para a Galiza. Posteriores ao período maneirista, confirmam-se importantes obras que vêm perenizar o aspeto atual do edifício, nomeadamente no que diz respeito à igreja.
|
Convento de São Gonçalo de Amarante: intervenções
|
Augusto Costa
|
|
|
A DGEMN tem desenvolvido ao longo de várias décadas campanhas de obras para a consolidação, beneficiação e valorização do conjunto construído. No seguimento destas, a DGEMN tem por objetivo dar continuidade à intervenção no conjunto construído, tendo como intenção de projeto interligar as diversas utilizações do imóvel, mantendo como seu uso primeiro o culto religioso. Desenvolvem-se contudo outras atividades de vertente cultural, dinamizadas por instituições como a Câmara Municipal de Amarante e o Museu Amadeo de Souza-Cardoso, que contribuem para a revitalização do imóvel.
|
Alteração da pedra da Igreja de São Gonçalo de Amarante: a ação dos pombos
|
Maria do Rosário T. Cravo
|
|
|
A partir de dados de estudos anteriormente efetuados pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, apresentam-se algumas considerações sobre a possível ação dos pombos na alteração da pedra da Igreja de São Gonçalo de Amarante. O assunto é precedido de uma breve descrição dos principais fatores de deterioração dos granitos.
|
Recuperação e adaptação do Convento de São Gonçalo de Amarante: Paços do Concelho, 1973; Biblioteca-Museu Municipal, 1980
|
Alcino Soutinho
|
|
|
O município e a Biblioteca-Museu Amadeo de Souza-Cardoso ocupam o Convento de São Gonçalo, cujo traçado, heterogéneo, foi significativamente alterado por força das complexas vicissitudes por que passou ao longo de quatro séculos de história. A intervenção visou restituir ao convento a sua autenticidade, aceitando as contradições resultantes das suas múltiplas vivências, ora introduzindo estruturas modernas capazes de responderem às novas realidades funcionais, ora exaltando seletivamente percursos, espaços e elementos arquitetónicos mais expressivos. O tema sempre polémico do restauro arquitetónico encontrou aqui sobretudo motivações para a revitalização de um monumento que agora, ao adquirir um novo significado cívico-cultural, tornará a ser um fator de desenvolvimento para a cidade e o território envolvente.
|
Acerca da inserção urbana do Convento de São Gonçalo de Amarante
|
Jorge da Costa
|
|
|
À inserção urbana do Convento de São Gonçalo concorreram os reforços de diversos aspetos, como o valor estratégico da situação de Amarante no contexto do território e a acentuação da linearidade do seu desenvolvimento urbano. A fortuna da ermida fundada pelo Bem-Aventurado, que muitos viram como foco de (re)povoamento deste lugar, ocorre com a apropriação da sua figura pelos religiosos de São Domingos para os efeitos de catequização. A tal propósito se associou, desde o início, o poder régio. O imenso edifício permaneceu sempre austero e distante, divisável da ponte, mas privatizado pela ampla cerca que foi impondo limites à apropriação do espaço para ampliação do burgo. Junto ao mais dilatado espaço público, o Terreiro de São Gonçalo passou a constituir enquadramento nobre à rústica ponte medieval. Ao reedificado contexto urbano adicionou-se novo contexto jurídico e patrimonial. Neste quadro, o convento passou a assumir — desde meados de Oitocentos até aos dias de hoje — outro papel de relevância, quer pela incorporação de novas funções, quer pela inserção no tecido de espaços até aí exclusivos da comunidade monacal. Reservado o espaço sacro da igreja e claustro ao culto religioso, a mole do convento passou a albergar as funções de maior representatividade política, constituindo o coração de uma nova vila renascida das cinzas.
|
Contaminação liquénica no claustro do Mosteiro dos Jerónimos e correlação com fatores de alteração meteórica das rochas
|
Luís Aires-Barros e A. Maurício
|
|
|
Neste artigo apresentam-se os estudos de relação entre o padrão espacial de contaminação e as variáveis microclimáticas e as características da parede observadas, no espaço do claustro dos Jerónimos. O estudo realizado obedeceu à predeterminação duma metodologia do trabalho efetuado e ao tratamento dos resultados, com base nas variáveis observadas durante uma campanha de amostragem com cerca de dois anos.
|
A Fortaleza-Palácio de São Lourenço no Funchal
|
Rui Carita
|
|
|
A Fortaleza-Palácio de São Lourenço no Funchal foi construída entre 1529 e 1540, de acordo com diretivas gerais das construções medievais, apesar de ter sofrido ao longo dos séculos sucessivas reformulações e ampliações. Residência dos capitães e governadores militares na ilha, acabou por se transformar progressivamente num palácio residencial nacional, passando a designar-se, quando classificado monumento nacional em 1943, como “Palácio de São Lourenço, residência de governadores”. É-nos apresentada a história do palácio-fortaleza, um dos exemplares melhor conservados e idealizados da fortificação portuguesa dos séculos XVI e XVII.
|
Luís Benavente: uma obra singular
|
José Manuel Fernandes
|
|
|
Artigo de homenagem ao arquiteto Luís Benavente (1902-1992), cujo espólio documental foi doado aos arquivos nacionais, em 1995. Salientam-se no artigo as intervenções de Benavente em diversas áreas, nomeadamente arquitetónica, institucional, pedagógica, humana e cultural, desenvolvidas ao longo de sessenta anos de atividade profissional. Ao nível da arquitetura o autor destaca o percurso de Benavente pelas intervenções em monumentos e pelo inventário do património dos territórios ultramarinos. Do ponto de vista institucional foi fundamental o seu desempenho como diretor dos Serviços dos Monumentos Nacionais e como representante de Portugal na elaboração da Carta de Veneza, em 1964.
|
Conservação e restauro das pinturas murais do Convento de São Francisco em Beja
|
Mural da História
|
|
|
Com origens nos finais do século XIII, este convento sofreu, com a passagem dos séculos, profundas alterações e transformações. O restauro e a conservação das pinturas murais da sala do capítulo e da capela tumular de Duarte Pinto, cuja metodologia utilizada é aqui descrita, inserindo-se na recentemente terminada intervenção de adaptação do convento a pousada, são objeto deste artigo.
|
Prédio Ventura Terra, uma intervenção no romantismo urbano
|
Ângelo Costa Silveira
|
|
|
Artigo sobre a intervenção realizada no Prédio Ventura Terra, situado no n.º 57 da Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, agraciado em 1903 com o segundo Prémio Valmor da cidade, o primeiro dos cinco que o arquiteto Ventura Terra viria a receber até à sua morte. Classificado como Valor Concelhio, é composto por uma cave, quatro pisos que correspondem a quatro fogos e por umas águas-furtadas com dois fogos. O prédio em questão, propriedade do Estado, encontra-se afeto, por doação do arquiteto/proprietário, às Escolas de Belas-Artes de Lisboa e do Porto.
|
O escadório da Igreja de São João de Alfange, em Santarém: uma intervenção de emergência
|
José Fernando Canas
|
|
|
Imóvel classificado como Valor Concelhio em 1990, em estado de ruína há algumas dezenas de anos e a carecer de obra. Verificando-se que o muro de suporte em alvenaria, que constitui o pano central do escadório, ameaçava ruína iminente, solicitou-se a intervenção da DGEMN no sentido de proceder à sua consolidação e beneficiação que não pusessem em causa futuras e necessárias obras de fundo, quer ao nível da consolidação de fundações, quer em termos do futuro restauro do conjunto, de modo a impedir o seu total ou parcial desmoronamento. Após a reconstrução do pano de alvenaria, será reconstruído, numa segunda fase, o torreão sul e elaborar-se-á o projeto de restauro da igreja.
|
| |