Monumentos 37: O Convento de Cristo e a cidade de Tomar
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Monumentos 37: O Convento de Cristo e a cidade de Tomar
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Novembro 2019, 24x32 cm, 240 pp.
Disponível aqui.
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Tomar e as lógicas territoriais no Médio Tejo (séculos XII-XV)
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Manuel Sílvio Alves Conde
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Este artigo apresenta uma reflexão sobre as concepções territoriais e as práticas ensaiadas pelos diversos atores sociais no Médio Tejo, sobretudo na área de Tomar, na Baixa Idade Média, no sentido de garantirem o domínio e a organização desse espaço. Este processo enquadra-se num vasto movimento europeu ocidental de expansão e “fabricação” territorial, induzido pela senhorialização, pelo crescimento demográfico, pela renovação agrícola e pela urbanização.
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A evolução urbana de Tomar. Uma interpretação da morfologia urbana de fundação templária
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José Júlio Cabral Dias
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A leitura de Tomar, a partir dos seus antecedentes e derivações, permite uma aproximação alternativa aos processos de povoamento europeus e uma outra interpretação das bastides. A hipótese que aqui se formula (que estudos complementares poderão aprofundar) visa questionar, em síntese, se a partir do forte poder urbanizador das ordens militares, e particularmente da Ordem do Templo, poderemos identificar um modelo ou um modo de fazer templário.
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A casa da câmara de Tomar
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Carlos Caetano
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A casa da câmara de Tomar foi construída algures nos fins do século XVI ou nas primeiras décadas do século seguinte. No presente estudo evocam-se as estruturas e os edifícios que a precederam e considera-se a sua tipologia específica, enquanto sede multissecular do poder local. Analisa-se, finalmente, a estrutura global do edifício e em particular as suas fachadas, de um classicismo e de uma monumentalidade ímpares, que fazem da casa da câmara de Tomar um monumento maior da velha arquitectura concelhia portuguesa e do património artístico português.
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O gótico em Tomar (igrejas de Santa Maria do Olival e de São João Batista)
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Pedro Redol e João Pedro Feteira
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As igrejas aqui abordadas situam-se nos extremos do arco temporal em que se desenvolve a arquitetura gótica portuguesa, sendo significativas para a problematização e esclarecimento das fontes correspondentes. Com base na escassa documentação disponível e na arqueologia, e crítica dos edifícios, propõe-se a afinação de cronologias e a identificação daquelas fontes.
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Arquitetura do Renascimento na região de Tomar
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Ricardo J. Nunes da Silva
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A partir dos finais da década de vinte do século XVI, a região do Médio Tejo vai ser marcada pela difusão do gosto da arquitetura do Renascimento. Para esta redescoberta dos valores do all’antico, onde o tratado de arquitetura de Diego de Sagredo é incontornável, muito contribuiu a influência do Convento de Cristo e a oficina de João de Castilho, assim como o gosto escultórico de João de Ruão. É destas oficinas artísticas que saem alguns dos protagonistas que ditaram os novos valores culturais e arquitetónicos na região, contribuindo desta forma para uma ampla difusão dos modelos “ao romano”.
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Histórias do velho muro do laranjal do Convento de Cristo
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Ana Carvalho Dias
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Em finais de 2013, na sequência de fortes chuvadas, desmoronou-se parte de um muro “de suporte” no laranjal do Convento de Cristo. O conhecimento histórico do que foi o atual laranjal ditou a realização dos trabalhos arqueológicos de que este artigo se ocupa. A escavação do muro do laranjal, ocorrida em 2015, trouxe novas informações sobre a evolução urbanística da almedina, nomeadamente sobre a sua ocupação medieval, confirmando a sua densa ocupação ao longo do século XII- XIII, o que terá obrigado à construção de casas e dos seus logradouros em todo o seu alcandorado, até ao limite das muralhas internas que separavam os espaços civis, dos militares e religiosos.
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A janela do coro do Convento de Cristo. Fontes, autoria, significado
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Rafael Moreira
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Esta é uma primeira tentativa de descrever, analisar e traçar as fontes literárias e de interpretar como um todo o processo de construção e o significado completo da célebre janela do coro do Convento de Cristo em Tomar (1510-1513), descoberta em 1843. É proposta uma nova autoria, são revelados alguns detalhes, dessa perfeita obra-prima, que é, sem dúvida, "o motivo mais conhecido na arte portuguesa" (R. Smith): e que constitui uma experiência pioneira e de primeiríssima qualidade na decoração arquitetónica.
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A Charola do Convento de Cristo de Tomar como obra de arte total, entre D. Manuel I e os Filipes
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Luís U. Afonso e Vitor Serrão
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O presente texto interpreta a Charola do Convento de Cristo dentro do conceito de “obra de arte total” (Gesamtkunstwerk). Analisa-se o modo como no período manuelino, e nas sucedâneas fases do Renascimento e do Maneirismo, se procedeu à aplicação e combinação de diferentes artes na estrutura românica da antiga rotunda templária de Tomar, especificamente a pintura mural, os guadamecis, os vitrais, a talha dourada, a escultura em madeira, as aplicações em cera, a pintura de cavalete, os estuques, e também a paramentaria e a ourivesaria. Da concatenação destas artes criou-se uma obra de arte total do século XVI, antecipando soluções que viriam a ser seguidas nas igrejas barrocas em Portugal e no mundo português.
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O "Convento Novo" (1529-1551)
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Paulo Pereira
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O chamado “Convento Novo” e a “Obra Nova” no Convento de Cristo em Tomar, constituem autênticas obras-primas, pioneiras do Primeiro Renascimento português. A sucessão das obras, a respetiva cronologia e os aspetos de linguagem usados no ambicioso programa, são abordados já numa perspetiva que leva em linha de conta os contributos devidos a Rafael Moreira (1990), entre outros investigadores, numa síntese que pretende, sobretudo atualizar a informação disponível e sinalizá-la. Alguns aspetos da “forma mentis”, fontes de inspiração e da tipologia da enorme mole, edificada ex-novo em tempo “record” — sensivelmente entre 1530/1533 e 1551- serão explicados de uma forma que se pretende compendial e acessível, funcionando como uma introdução universal
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O “Claustro Principal” do Convento de Cristo de Tomar. A obra maior de Diogo de Torralva
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Rui Lobo, Vítor Murtinho e Nuno Maia da Silva
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O Claustro Principal do Convento de Cristo foi considerado uma "obra notável da arquitetura do século XVI em Portugal" por George Kubler, que também lhe chamou world masterpiece. A autoria de quase todo o desenho deve ser atribuída ao português Diogo de Torralva (como vários autores apontaram e como aqui sublinhamos), o “melhor leitor de Serlio em Portugal”, que supervisionou a campanha original de 1557-1565. O engenheiro e arquiteto italiano Filippo Terzi, que assumiu o cargo entre 1587 e 1593, deve ser creditado por respeitar o desenho de Torralva (exceto algumas pequenas mudanças) e por finalizar, habilmente, o claustro, abandonado há duas décadas. O projeto de Torralva revela-se complexo na análise geométrica e composicional que propomos, no layout geral, no arranjo de suas diferentes camadas e alinhamentos, na articulação entre estrutura e vazio e na solução original dos cantos que permite a sequência dinâmica das quatro fachadas.
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El Convento de Cristo de Tomar en sus contextos
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Fernando Marías
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En este ensayo se revisará los problemas de autoría, referentes italianos librescos o estrictamente arquitectónicos del Claustro Grande de Tomar, como parte de unos diferentes contextos contemporáneos así como del contexto conceptual y estilístico en el que se ha movido la interpretación moderna de esta fábrica.
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O aqueduto do Convento de Cristo. Análise técnica do conjunto construído
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Tiago Molarinho Antunes
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A construção do aqueduto do Convento de Cristo em Tomar é iniciada em 1593 e tem como principal função o abastecimento de água potável ao convento. Apresentamos uma sinopse histórica da logística da construção do sistema hidráulico e do planeamento da sua execução. Apresentamos, igualmente, o levantamento arquitetónico do seu traçado superficial, subterrado e aéreo, assim como, os edifícios das nascentes, os diferentes tipos de captação de água e a sua decantação ao longo dos seus 6.223 metros de extensão linear. Identificamos a integridade do conjunto arquitetónico que permite a recuperação do aqueduto inaugurado em 1619, com a chegada de água ao Convento de Cristo.
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Tomar enquanto reflexo imaginal de Jerusalém
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Manuel J. Gandra
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A 1 de Março de 1160, Gualdim Pais refundou o castelo de Tomar, adoptando para ele uma planta evocativa da constelação do Boieiro. Ao complexo castelo-urbe tomarense, configurou-o, igualmente, mediante uma geometria depuradíssima, de molde a torná-lo uma réplica da Cidade Santa de Jerusalém, plano ao qual, quer os cavaleiros do Templo e de Cristo, quer os autarcas de Tomar, coevos da extinção de 1834, asseguraram a posteridade.
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Ecos de Umberto Eco
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Paulo Pereira
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Depois do êxito de O Nome da Rosa (1980), Umberto Eco (1932-2016) abalançou-se na escrita de um romance intrincado que punha em cena os “mistérios templários” e todo um conjunto de teorias da conspiração que atravessam os séculos: O Pêndulo de Foucault (1988). O esoterismo é o tema central. A obra é uma acérrima crítica a estas crenças que, segundo ele, são desprovidas de racionalidade. Não deixará, porém, de fazer com inconfessada paixão, um percurso de descoberta de fontes e comentadores, muito deles epigonais, versados nas matérias do hermetismo que, afinal, visivelmente o seduziram: mais do que tudo, o Convento de Cristo será, na obra, um protagonista esencial.
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Sinagoga de Tomar e o Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto Projeto de Conservação e Reabilitação
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Fernando Sanchez Salvador e Margarida Grácio Nunes
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A antiga Sinagoga, de meados do século XV, está classificada como Monumento Nacional, desde 1921, e encontra-se situada no centro da antiga judiaria, em pleno centro histórico da cidade de Tomar. A construção foi adquirida em 1923 por Samuel Schwarz, engenheiro polaco, que fez a doação do edifício ao Estado Português em 1939, destinando-a ao Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto. O projeto de arquitetura abrange tanto o conjunto edificado da antiga Sinagoga de Tomar como a adaptação de um edifício adjacente, no qual se efetuaram escavações arqueológicas em meados dos anos de 1980 e em 2018. A intervenção arquitetónica visa sobretudo o restauro, a conservação e reabilitação do edificado, adotando a forma de intervenção cirúrgica e a instalação do núcleo museológico. O projecto integra-se na requalificação e revitalização do tecido urbano de que faz parte, e insere-se numa Rede de Judiarias de Portugal (Rotas de Sefarad), com o apoio internacional de EEA/GRANTS.
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A Levada de Tomar, singular conjunto arquitectónico, tecnológico e industrial do património cultural em Portugal
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Graça Filipe
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A Levada de Tomar é um resultado tangível de muitos séculos de uso do rio Nabão para obtenção de força motriz empregue em atividades produtivas e industriais em sucessivas épocas e contextos históricos: medievais, modernos e contemporâneos. Este artigo visa contribuir para o conhecimento geral e a divulgação do património imóvel e do património móvel integrado da Levada de Tomar e tenta aprofundar uma perspetiva de valorização e futuro uso integral do conjunto, no seu contexto urbano.
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Arquitetura em Tomar, dos anos de 1920 aos de anos 1970. Alguns temas
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José Manuel Fernandes
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O tema refere-se às três grandes fases da arquitetura em Tomar sensivelmente nos anos 1920-1970: o Modernismo (1920-30), a arquitetura Neo-tradicional (1940-50) e arquitectura Moderna (1950-70). Analisam-se obras modernistas do levantamento executado pelo autor nos anos 1979-81, muitas delas já desaparecidas ou alteradas — como o Cineteatro Paraíso, e obras de habitação, equipamentos e comércio; refere-se a Arquitetura do Estado Novo, neo-conservadora, como o Palácio de Justiça; e enumeram-se obras da arquitetura moderna, como o Colégio Nuno Álvares e o Hotel dos Templários.
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Núcleo de Arte Contemporânea em Tomar. Coleção José Augusto França
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Raquel Henriques da Silva e Cristina Azevedo Tavares
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Parte da coleção de arte contemporânea da incontornável personalidade da História da Arte portuguesa, José-Augusto França, através de doação do próprio à Câmara Municipal de Tomar, foi o que deu origem ao Núcleo de Arte Contemporânea (NAC), inaugurado em 2004. Sobre as razões desta doação, afirmou (…) Duas razões tem esta doação… de ordem moral, sentimental a outra. (…).
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O Sítio Arqueológico da Quinta do Almaraz: investigação, conservação e valorização
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Ana Olaio, Telmo António, Fernando Henriques e Sérgio Rosa
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O Sítio Arqueológico da Quinta do Almaraz (Almada, Portugal) foi identificado em 1986 e revelou vestígios de um povoado de inequívoca importância no contexto da influência fenícia no Ocidente da Península Ibérica. A ausência de um projeto de investigação culminou num longo período de estagnação e abandono, com consequências diretas no seu desenvolvimento científico e usufruto pela comunidade. Este artigo percorre o historial das intervenções realizadas, concretizando uma revisão do estado dos conhecimentos sobre a estação e dá a conhecer o processo de valorização iniciado em 2017 pelo Município de Almada com o objetivo de garantir a salvaguarda, a conservação e a divulgação do sítio arqueológico.
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