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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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De planta pentagonal irregular composta pela justaposição de corpo quadrado adossado a estrutura em forma de pentágono (definida por muros), dispostos em planos altimétricos diferenciados, o edifício apresenta volumetria escalonada sendo a cobertura efectuada por terraço. Em reboco pintado e com os cunhais destacados em aparelho de cantaria rusticado, o forte apresenta alçado principal (a N.) vazado a eixo por portal de verga recta e emolduramento simples de cantaria, encimado por inscrição e pedra de armas real. No alçado em que os corpos se apresentam contíguos observa-se a presença de 2 guaritas de planta circular e cobertura em cúpula articuladas por muro. No INTERIOR reconhecem-se 2 entidades espaciais correspondentes respectivamente aos 2 corpos que se adossam: no corpo rectangular (estrutura de apoio) observa-se a existência de um corredor central no seu sentido transversal, a partir do qual se assegura a distribuição da compartimentação interna, composta por 4 espaços de planta rectangular, servidos cada um por janela de peito de verga recta. Do lado S., reconhece-se a abertura de vãos no muro, correspondentes a 6 canhoneiras, distribuídos pelos diferentes alçados. |
Acessos
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Avenida Marginal, junto ao rio Tejo, em Paço de Arcos. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,697392; long.: -9,282547 |
Protecção
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Em estudo |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado, implantado na orla marítima sobre uma ponta rochosa entre Paço de Arcos e Caxias. |
Descrição Complementar
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Inscrição sobre a porta de entrada: REINANDO EL REI NOSSO SENHOR DOM IOAO 4 SE FES ESTA OBRA POR MANDADO DO CONDE DE CANTANHEDE DOS SEUS CONSELHOS DE ESTADO E GUERRA VEDOR DA DE SUA FAZENDA NO ANNO DE 1649. |
Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Política e administrativa: política e administração central |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Marinha |
Época Construção
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Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Nuno Teotónio Pereira (1947-1952). |
Cronologia
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1649 - reconstrução do forte (então designado como bateria do Guincho e só mais tarde tomando a denominação de Nossa Senhora de Porto Salvo, devido à proximidade desta povoação e à existência aí de uma ermida com esta invocação), no contexto da Guerra da Restauração, por iniciativa de D. António Luís de Menezes, conde de Cantanhede, membro do Conselho de Estado e do Conselho de Guerra de D. João IV, que a dota de 4 peças de artilharia; 1695 - encontrava-se no comando do forte o cabo Inácio Gomes; 1735 - a fortificação encontrava-se artilhada com 2 peças (de calibre 24) em serviço e 5 incapazes; 1740 - o cabo Inácio Gomes, comandante do forte, passa a capitão de infantaria; 1741 - o comando do forte é confiado ao cabo Estevão José de Brito; 1793 - o cargo de comandante passa a ser ocupado pelo sargento-mor José António de Andrade, do Regimento da Armada Real, encontrando-se então o forte artilhado com 7 peças de ferro (de calibre 18); 1765 - regressa ao comando do forte o alferes Estevão José de Brito; 1798 - é feita mercê do governo do forte a João Pinto Ribeiro de Vasconcelos e Sousa, alferes do Regimento de Cavalaria de Évora; 1804 - o comando do forte estava entregue ao tenente João Francisco da Cruz Alagoa; 1824 - a fortificação encontrava-se artilhada com 2 peças; 1832 - a fortificação encontrava-se artilhada com 7 peças e guarnecida com 22 artilheiros, 1 cabo, 1 oficial inferior e 1 sub-oficial, para além de 22 soldados de infantaria, 2 cabos e 1 oficial inferior da mesma Arma (certamente devido ao contexto de guerra que então se verificava); 1873 - nomeação como governador do forte do tenente reformado D. José António Lócio; 1874 - obras de restauro da fortificação (num montante de 273$000 reis); 1877 - entrega do forte à Comissão de Defesa de Lisboa e seu Porto, para aí ser depositado material de torpedos; 1911 - o forte, que continua a funcionar como dependência do Serviço de Torpedos Fixos, sofre obras de beneficiação geral; 1942 - por ocasião da abertura da avenida marginal e afim de que o forte fosse restaurado no âmbito do arranjo paisagístico da orla marítima as autoridades militares entregam-no ao Ministério das Finanças, que o cede seguidamente à Junta Autónoma das Estradas; 1943 - pedido da Legião Portuguesa de cedência do forte (desabitado e arruinado) para aí instalar um pavilhão de regatas de vela; 1747-1952 - intervenção do arquitecto Nuno Teotónio Pereira; 1954 - transferência da Associação Naval Portuguesa para a Brigada Naval da Legião Portuguesa dos direitos sobre o forte; 1962 - o edifício pertence À Associação Náutica de Lisboa; 1974 - na sequência da Revolução de 25 de Abril o forte é ocupado e no mesmo ano, por iniciativa da Comissão Liquidatária da ex-Legião Portuguesa, é proposta a entrega do forte à Marinha de Guerra; 1975 - a antiga fortificação passa a estar à guarda da Direcção das Infraestruturas Navais. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira. |
Bibliografia
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LEAL, A. de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vols. VI e VII, Lisboa, 1875 - 1876; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme, Portugal. Diccionário Histórico, Chorographico, Biographico, Bibliographico, Heráldico, Numismático e Artístico, Vol. V, Lisboa, 1905 - 1912; COLAÇO, Branca de Gonta, ARCHER, Maria, Memórias da Linha de Cascais, Lisboa, 1943; VIDEIRA, M. P., Monografia de Paço de Arcos, Caxias, 1947; SANTOS, H. Madureira dos, Catálogo dos Decretos do Extinto Conselho de Guerra, Vol. 3, Lisboa, 1961; AZEVEDO, Carlos, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Vol. II, Lisboa, 1963; CALLIXTO, Carlos Pereira, Fortificações Marítimas e Fluviais do Concelho de Oeiras, Oeiras, s.d.; BRAGA, Jorge Eduardo Salazar, Algumas Questões que se Prendem com os Dois Fortes da Margem Norte do Tejo - O Forte de São Bruno e o de Nossa Senhora de Porto Salvo, in Livro do II Congresso Sobre Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1984; GUEDES, Lívio da Costa, O Arco Belém - São Julião da Barra. Contorno da Enseada de Paço de Arcos, Lisboa, 1986; CRISPIM, Mário Núncio, LOBO, Pedro Vasconcelos, (coord. de), Retratos de Oeiras, Oeiras, 1994; ROCHA, Filomena Isabel, Oeiras. O Património, a História, Oeiras, 1996; Plano de Salvaguarda do Património Construído e Ambiental do Concelho de Oeiras, DPGU, Oeiras, 1999. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML, Arquivo de Nuno Teotónio Pereira |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: Arquivo de Nuno Teotónio Pereira; DGARQ/TT: Conselho de Guerra - Caixa 56, Maçço 73, Caixa 81, Maço 99B, Compartimento 25, Maço 78; AHM: 3ª Divisão, 9ª Secção, Arquivo de Carlos Pereira Callixto - Fundo 38, Série 9, Caixa 558, Nº 173 e Nº 182, Livro Nº 7.200; ARQUIVO GERAL DA MARINHA: Processo do Forte de São Paulo, Caixa 307, Estante 10, Sala 1, Prateleira 4; BN: Secção de Reservados - Relação das Fortalezas e Fortes de Toda a Marinha da Província da Extremadura Declarando o Estado em que se Acham as suas Fortificações, Artilharia e Munições de Guerra, do que há Pronto e do que Falta, 1735; DSFOE: Processo do Prédio Militar Nº 13 de Oeiras; MFPLANO: Repartição do Património, pº 2 / LJ / 33; CMOEIRAS: Plano de Salvaguarda do Património Construído e Ambiental do Concelho de Oeiras, Oeiras, 1998 (Inventário) |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 |
Actualização
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