Catedral de Lamego / Sé de Lamego / Igreja Paroquial da Sé / Igreja de Nossa Senhora da Assunção
| IPA.00006431 |
Portugal, Viseu, Lamego, Lamego (Almacave e Sé) |
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Catedral construída no período românico-gótico, sofrendo sucessivas reconstruções nos períodos do manuelino, maneirista e barroco, patrocinadas pelos bispos e Cabido, mantendo a primitiva torre românica, a fachada e capelas claustrais manuelinas, ostentando, nas naves, vãos de perfis maneiristas, estilo também desenvolvido na estrutura claustral, e a capela-mor com cunho barroco. Conjunto composto por igreja de planta em cruz latina formada por três naves escalonadas, cada uma delas com quatro tramos divididas por pilares cruciformes, por transepto saliente, mas pouco desenvolvido, iluminado por torre lanterna, e cabeceira barroca com sacristia e capela adossadas. No lado esquerdo, torre de planta quadrada, com escassas e reduzidas fenestrações, único vestígio da construção primitiva e, no lado oposto, pequeno claustro quadrangular, tendo, em algumas alas, dois pisos e capelas particulares. A igreja possui coberturas interiores diferenciadas, em falsas abóbadas de berço na nave central, estas contrafortadas exteriormente, e capela-mor e de aresta nas naves laterais, as do corpo do templo pintadas em "trompe-l'oeil" de execução barroca. Encontra-se uniformemente iluminada por janelões barrocos e janelas termais maneiristas, rasgadas nas fachadas laterais. Fachadas em cantaria de granito aparente, rematadas por friso e cornijas, ritmada por contrafortes simples. A fachada principal deixa antever a estrutura interna das três naves, rasgada por três pórticos côncavos, em arcos apontados, formados por várias arquivoltas assentes em colunelos finos com farta decoração vegetalista manuelina, encimados por janelas em arco abatido. Torre sineira de construção românica, bastante robusta e pesada, evoluindo em quatro registos, os superiores reformados na centúria de seiscentos. Interior com coro-alto amplo, prolongando-se sobre as três naves, contendo cadeiral, um púlpito adossado a um dos pilares do Evangelho, rococó, e capelas retabulares à face, onde se integram estruturas de talha dourada rococó, estilo partilhado pelos demais retábulos e estruturas em talha dourada que integram a igreja. Pinturas de quadratura nos tramos da abóbada da nave, emoldurando cenas bíblicas. Existência de várias lápides com inscrições documentando intervenções, bem como sepulturas epigrafadas e armoriadas. Capela-mor profunda, barroca, com forte efeito cenográfico, exterior e interiormente, da autoria de Nicolau Nasoni, de três tramos, rasgados por tribunas, integrando cadeiral e dois órgãos confrontantes, de estrutura simétrica com três castelos e nichos, os primeiros encimados por esculturas de vulto. Retábulos profusamente decorados, optando por vários tipos de planta, reta ou convexa, ajudando a dinamizar o espaço, mantendo, alguns deles, frontais com vestígios de pintura. A Capela do Santíssimo Sacramento encontra-se adossada à capela-mor, no lado do Epístola, destacando-se na sua exuberante decoração e o frontal de prata rococó. Sacristia adossada ao lado direito. O claustro, de dois andares, em duas das alas, mantém duas das primitivas capelas particulares, construídas com finalidades funerárias, com a decoração íntegra, embora se tenha alterado uma das invocações primitivas, comportando grades maneiristas, talha dourada e azulejo. A de São João Baptista com cobertura de abóbada estrelada, manuelina, azulejos e retábulos de talha do estilo nacional. |
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Número IPA Antigo: PT011805210001 |
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Registo visualizado 10991 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Catedral
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Descrição
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Planta poligonal, composta por igreja, claustro, casa do Cabido e dependências, adossadas à fachada lateral direita, de volumes articulados e disposição horizontalista das massas, com coberturas diferenciadas em telhados de uma (naves laterais), duas (nave central, capela-mor e ala N. do claustro), três (dependência a E.) e quatro águas (cruzeiro, torre, lanternim, capela adossada à mor e casa do cabido) e em terraços sobre duas alas do claustro. IGREJA de planta em cruz latina, composta por três naves escalonadas, transepto, capela-mor, flanqueada por sacristia e capela lateral, e torre sineira adossada à lateral direita. Fachadas em cantaria de granito aparente, flanqueadas por cunhais apilastrados, firmados por pináculos, os da nave de bola e os da capela-mor em fogaréus, e rematadas em frisos e cornijas. Fachada principal voltada a O., tripartida, rematada em empena no corpo central e em meia-empena nos laterais, com o pano central mais largo, elevado e levemente saliente, revelando a estrutura interna das naves; são divididos por pilares compostos por colunelos finos, encimados por pináculos e decoração rendilhada e apresentam uma estrutura semelhante, com pórticos escavados, em arco apontado, de seis arquivoltas no central e cinco nos demais, assentes em colunelos e bases altas; as portas são de duas folhas, em madeira de angelim almofadada. O conjunto é encimado por platibanda e janelas em arco abatido, a central mais larga e com moldura múltipla. No lado direito, a torre sineira, de planta quadrada, de quatro registos definidos por frisos, sendo o primeiro cego, o segundo com seteira de arco apontado, o terceiro com janela em arco de volta perfeita assente em colunelos e o último com duas sineiras, fórmula, neste nível, comum aos restantes alçados. A face E. tem porta de acesso no nível superior e fresta de volta perfeita com três arquivoltas assentes em colunelos e decoradas com pequenas esferas. Remate em platibanda, interrompida na fachada principal por pequena sineira, encimada por pináculos de bola equidistantes. Fachada lateral esquerda parcialmente adossada à Casa do Cabido, tendo visíveis, no corpo das naves, três tramos escalonados, correspondentes à central e colateral N., ambas com contrafortes encimados por telheiros e pináculos de bola, unidos por aletas, sendo, cada um deles, rasgado por janela em arco abatido, que na colateral é ladeada por meia luneta. Fachada lateral direita marcada por três corpos escalonados, os dois superiores correspondentes aos três tramos das naves, semelhantes às da fachada N., e, no inferior, corpo que liga o transepto à torre, coberto por terraço, com porta de acesso e pequenas fenestrações jacentes, algumas entaipadas. O corpo do transepto, possui janelão de perfil recortado e remata em frontão de lanços curvos, cruz e pináculos; segue-se o volume da capela-mor, com janelão de frontão curvo e, em plano superior, duas fenestrações de perfil recortado; a este adossam-se dois corpos escalonados, o mais alto com dois registos divididos por cornija com uma janela retilínea em cada e, no mais baixo, janela com o mesmo perfil. Sobre o transepto é visível a torre lanterna, rebocada e pintada de branco, rasgada, em cada face, por óculo quadrilobado com moldura esculturada e remates em friso, cornija e pináculos. Fachada posterior em empena curva com cornija e frontão recortado de lanços, sendo visível um anterior arco de volta perfeita entaipado, pequena janela octogonal com moldura recortada e cornija; na zona superior, surge um escudo episcopal. INTERIOR rebocado e pintado de branco com os elementos estruturais em cantaria, de três naves, cada uma delas com quatro tramos, definidos por pilares cruciformes, com coberturas em abóbada de berço na nave central e de aresta nas laterais, todas decoradas por pinturas murais com temática bíblica, envolvidas por quadraturas, e pavimentos em lajeado. Coro-alto tripartido, evoluindo sobre as três naves, assente em arcos abatidos e tendo guarda balaustrada de madeira, como acesso por porta no lado do Evangelho e pelo qual se acede às coberturas das naves laterais e à torre. Portal axial protegido por guarda-vento de madeira pintada. No sub-coro, no lado do Evangelho, porta em arco abatido com friso e cornija, de acesso ao segundo piso do claustro e ao coro-alto, e porta de verga reta, encimada por frontão curvo interrompido, de acesso ao claustro. No lado oposto, capela retabular dedicada a Santo André Avelino. Adossadas ao primeiro pilar das naves, duas pias de água benta, assentes em coluna galbada ornada por vieiras e taça ultra-semicircular ornada por acantos e enrolamentos. No lado do Evangelho, porta comunicante com o claustro e, fronteira a esta, porta com decoração de volutas de acesso ao anexo e sacristia. Confrontantes, surgem quatro capelas laterais, à face, com retábulos de talha dourada, inseridos em vão de volta perfeita, assente em pilastras almofadadas, dedicados a Santa Isabel e Nossa Senhora de Fátima, no lado do Evangelho, e a São Pedro e Nossa Senhora de Lourdes, no lado da Epístola. No lado do Evangelho, junto ao último pilar, púlpito quadrangular, de talha dourada e policroma, composto por plinto galbado assente em base de quatro pés decoradas por acantos e concheados, e a taça assente em consolas vazadas e guardas plenas, galbadas, decoradas por apainelados salientes, decorados por cartelas, rocalhas e lacrimais. Nos topos do braço do transepto, capelas retabulares de talha dourada, dedicadas a São Miguel e a Nossa Senhora das Graças. Para o braço S. do transepto, abre a Capela do Santíssimo. Cruzeiro com torre lanterna de planta quadrada rasgada por janelão de perfil recortado, em cada face. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, flanqueado por capelas colaterais dedicadas ao Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora do Rosário. Capela-mor com três tramos divididos por pilastras com rosetão no fuste e cobertura em falsa abóbada de aresta, com janelas acima do nível da cornija, as quais ostentam aletas volutadas e rematam, por seu turno, em cornija; os ângulos fundeiros são encurvados, onde se rasgam portas de verga reta com tímpano decorado e cornija, encimadas por tribuna, amplamente decoradas com fragmentos de frontão invertidos e acantos; duas outras tribunas rasgam-se no primeiro tramo, protegidas por balaustrada de madeira. Em ambos os lados surgem, nos dois primeiros tramos, os cadeirais de madeira em branco e, por cima destes, os órgãos de tubos gémeos. Retábulo-mor de talha policroma com apontamentos dourados, inscrito em arco de volta perfeita, assente em pilastras almofadadas; é de planta reta e um eixo definido por colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos e decorados com rosetões, integrando painel central a representar a "Assunção da Virgem". A estrutura remata em pilastras que sustentam frontão semicircular ornado por resplendor. Altar paralelepipédico, encimado por trono expositivo de quatro degraus. Sacristia dividida em três tramos por pilastras e com cobertura abobadada. CASA DO CABIDO desenvolve-se no lado esquerdo da igreja, evoluindo em dois pisos, com fachadas em cantaria de granito aparente, e dois registos separados por frisos, rematadas por frisos e cornijas. Fachada principal virada a O., rasgada por quatro janelas jacentes, sobrepostas por janelas de sacada, com bacias em cantaria, retilíneas e assentes em três mísulas, com guardas em ferro, para onde abrem portas-janelas, flanqueadas por pilastras almofadadas e rematadas em frontões triangulares, sendo a zona encostada ao corpo da igreja ligeiramente mais elevado. Fachada N. composta, no piso térreo, por fenestração retangular e, no superior, por duas janelas iguais às anteriores e porta retangular de acesso ao claustro, surgindo, no piso superior, loggia com colunas toscanas. CLAUSTRO quadrangular, de dois pisos, com cada ala aberta por seis arcos abatidos, assentes em colunas toscanas com bases oitavadas e com capitéis decorados no lado N., com motivos antro e fitomórficos, sendo o segundo piso arquitravado, com murete pleno em cantaria, onde assentam colunelos toscanos. A quadra tem chafariz central e canteiros recortados, contendo roseiras. As alas estão pavimentadas a lajeado e calhau rolado, com coberturas em tetos planos, de madeira. Na ala E., duas portas de arcos de volta perfeita, uma de acesso ao transepto, surgindo, ainda, duas capelas com acessos por vãos em arco abatido, gradeados, contendo sepulturas, dedicadas a Santo António e a São João Baptista. Na ala S., porta para a nave lateral e, na O., duas portas para divisões incaracterísticas. |
Acessos
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Largo da Sé |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2.ª série, n.º 95 de 02 abril 1960 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, destacado, implantado no Núcleo urbano da cidade de Lamego (v. PT011805010247), em zona plana, abrindo para uma ampla praça, formando um adro fronteiro, confinando com grande largo no lado esquerdo, o Rossio; a fachada posterior confina com via pública estreita. O adro está pavimentado a calçada de cubos de granito, gradeado e murado no lado S., aproveitando o espaço entre dois volumes salientes, e parcialmente ajardinado no lado oposto. Várias cruzes, compondo uma Via Sacra, surgem adossadas às fachadas. Nas imediações, situam-se o Cine-Teatro Ribeiro da Conceição (v. PT011805210020), o Museu de Lamego (v. PT011805210023) e o Seminário diocesano (v. PT011805210024). |
Descrição Complementar
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Na torre, existem sete SINOS, tendo o sino grande a inscrição: "Santa Ana - 1802". O sino N. com a inscrição: "IHS MARIA IOSE ANO DE 1745"; o E.: "AVE MARIA GRATIA PLENA 1802". A cobertura da nave ostenta PINTURAS MURAIS em "trompe l'oeil", compostas, na nave central, por colunas torsas com falsa espira sobre balaustrada e mísulas, as quais suportam frontões interrompidos e cúpula, envolvidas por profusão de anjos, acantos e festões; possuem cartelas em falsa sanguínea, no último tramo em grisaille, com temática bíblica: "Nascimento de Esaú e Jacob", "Venda de Jacob", "Bênção de Jacob", "Partida de Jacob", cenas da vida de Moisés, "Aarão com o faraó" e "Moisés e Aarão". Sobre o coro-alto, surgem as cenas: "David e Saúl", "Golias", "Banho de Betsabé" e os Evangelistas. As colaterais são diferentes com quarteirões e pequena cúpula, aparecendo à volta anjos, concheados, cornucópias e duas cartelas, também com temática bíblica, surgindo, na nave colateral N., a "Criação do Homem e da Mulher" e "Tentação de Adão e Expulsão do Paraíso", e, na nave S., "Sacrifício de Abraão", "Sonho de Jacó", cenas da vida de Tobias e os Profetas. No coro-alto, CADEIRAL em madeira de pau-preto, com duas fiadas, tendo, nos espaldares, a representação das Obras de Misericórdia, com 85x98 cm. A guarda possui um baldaquino, assente em colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, encimados por coruchéu bolboso rematado por cruz, contendo um Crucificado. No sub-coro, o RETÁBULO DE SANTO ANDRÉ AVELINO de talha pintada de marmoreados fingidos e dourado, com corpo de planta convexa e um eixo definido por colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assentes em dados almofadados e por apainelados ornados por motivos fitomórficos. Ao centro nicho de perfil curvo, com moldura recortada e dupla, percorridas por rocalhas, contendo fecho em cartela. A estrutura remata em frontão interrompido e espaldar recortado, decorado por cartela central. Altar em forma de urna com decoração de concheados, formando falsa cartela assimétrica. Os RETÁBULOS LATERAIS das naves apresentam duas tipologias diferentes, os dedicados a Nossa Senhora de Fátima e a Nossa Senhora de Lourdes são semelhantes, de talha pintada de marmoreados fingidos, verdes e rosa, e dourada, com corpo de planta côncava e um eixo definido por duas colunas de fustes lisos e ornados por elementos geométricos e fitomórficos, com o terço inferior marcado por anel, assentes em dados com a zona inferior galbada e decorada por acantos, e por duas pilastras ornadas por concheados e folhagem, assentes em plintos galbados e contendo mísulas; no espaço entre ambas, apainelados ornados por rocalhas e motivos vegetalistas sinuosos. Ao centro, nicho de perfil contrarcurco com moldura saliente, rodeada por friso de acantos, contendo peanha com imaginária. A estrutura remata em frontão interrompido por espaldar decorado por acantos, asas de morcego e concheados, surgindo, sobre o frontão, dois anjos tenentes, segurando símbolos marianos. Altares paralelepipédicos, com vestígios de pintura nos frontais. Os retábulos dedicados a São Pedro e a Santa Isabel são semelhantes, de talha pintada de marmoreados fingidos, verdes e rosa, e dourada, de planta côncava e corpo convexo, com um eixo definido por duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assentes em plintos galbados e decorados por motivos vegetalistas, ladeadas por apainelados de rocalhas, formando falsas pilastras com capitéis coríntios, os exteriores formando uma moldura que enquadra mísulas com imaginária, estes assentes em consolas. Ao centro, nicho de perfil semicircular e dupla moldura recortada, pontuada por concheados e rematada em tabela, contendo peanha galbada e ornada por concheados com cartela central, contendo a imagem do orago. A estrutura remata em frontão interrompido, rodeado por acantos relevados e centrando resplendor. Altares paralelepipédicos, o do lado do Evangelho com vestígios de pintura. No braço N. do transepto, retábulo de talha pintada de verde, com elementos dourados de planta côncava e um eixo definido por colunelos ornados por acantos, enquadrados por pilastras, assentes em amplas mísulas, que centram uma tela a representar São Miguel, envolto por moldura de concheados e cascatas fingidas. A estrutura remata em espaldar sustentado por quarteirões, ornado por rocalhas, festões e motivos vegetalistas vários, encimado por cornija contracurva, de inspiração borromínica, sobrepujada por enrolamentos. O retábulo de Nossa Senhora das Graças é de talha pintada de verde, com elementos dourados de planta côncava e um eixo definido por colunelos ornados por acantos, enquadrados por pilastras, assentes em amplas mísulas. Ao centro, tribuna de perfil lobulado e fecho em pingente com moldura de concheados, contendo trono expositivo de cinco degraus. A estrutura remata em espaldar sustentado por quarteirões, ornado por rocalhas, festões e motivos vegetalistas vários, encimado por cornija contracurva, de inspiração borromínica, sobrepujada por enrolamentos. Altar em forma de urna, do tipo expositivo, encimado pela imagem do orago. Os RETÁBULOS COLATERAIS são semelhantes, de talha dourada, planta convexa e um eixo definido por duas colunas coríntias assentes sobre consolas e duas meias-pilastras, assentes em plintos paralelepipédicos, tendo, entre elas, apainelados vegetalistas e com cartelas. Ao centro, nicho de perfil abatido com moldura e boca rendilhadas, contendo peanha de quatro degraus com a imagem do orago, envolvida por cordão e anjos de vulto. A estrutura remata em fragmentos de frontão, encimados por anjos tenentes, de vulto, que centram espaldar com resplendor central. Altares paralelepipédicos com vestígios de pintura, o do Evangelho encimado por nicho de volta perfeita com pequena imagem. A CAPELA DO SANTÍSSIMO tem cobertura abobadada, onde surgem representadas as armas do bispo Frei Feliciano e pinturas laterais, representando o "Lava-Pés" e "Cristo no Horto". Tem, inserido em arco de volta perfeita assente em pilastras toscanas e com fecho saliente, retábulo de talha dourada, com corpo de planta côncava e um eixo definido por duas colunas coríntias e duas pilastras, assentes em plintos paralelepipédicos decorados com elementos fitomórficos. Ao centro, painel de perfil curvo e moldura saliente, rematada em concheado, envolvendo painel a representar a "Última Ceia". A estrutura remata em fragmentos de entablamento, encimados por anjos tenentes de vulto, que centram espaldar recortado e com cornijas angulares, ladeadas por botões. Altar paralelepipédico encimado por sacrário circular, em forma de templete, com cobertura em domo e porta ornada por ostensório, tendo apainelados representando símbolos eucarísticos. Mesa de altar paralelepipédica com frontal em prata dourada, decorado com símbolos fitomórficos. No face posterior do arco triunfal, cartela com armas e a inscrição: "O EX(celentissi)MO E R(everendissi)MO S(e)N(ho)R / D(om) MANOEL DE VAZC(oncel)OS / P(ereir)A SENDO BISPO DE / LAM(ego) SAGROV ESTA / SE EM 20. DE NOV(embr)RO DE 1776". Noutra cartela semelhante, o brasão de Frei Feliciano de Nossa Senhora e inscrição igual, alterando-se o nome. Na capela-mor, no lado da Epístola, lápide com a inscrição: "DOM JOÃO DA SILVA CAMPOS NEVES, BISPO DE LAMEGO / DE 2 DE FEVEREIRO DE 1949 A 2 DE FEVEREIRO DE 1971. / NASCEV EM 31 DE JUNHO DE 1889. DEIXOU A VIDA PRE / SENTE EM 2 DE MARÇO DE 1980. AQUI ESTÁ O SEV / CORPO PORQVE A ESTA SANTA IGREJA E A LAMEGO / SE OFERECEV". CADEIRAL da capela-mor com 58 cadeiras de madeira em branco, disposto em duas filas, as interiores encimadas por altos espaldares, formando apainelados definidos por pilastras e com molduras recortadas centrais, rematando em cornijas e pequenos espaldares com cornijas curvas e folhagem. Os ÓRGÃOS da capela-mor são gémeos, com caixas de talha pintada e dourada, formada por três castelos em meia cana, sobrepujados por figuras escultóricas, e quatro nichos, dois sobrepostos, ostentando gelosias com motivos fitomórficos; na base, tubos em leque e consola em janela. Assenta em coreto de perfil contracurvado assente em pequena mísula. No someiro do órgão do Evangelho, a inscrição: "P. Honra e Gloria de Deos e de Maria Santíssima, Senhora N. mandou fazer este / orgão o Ex.mo e Rmº Sr. D. Fr. Feliciano de N. Sr.ª e Bispo deste Bispado por mim / Francisco António Solha, esto foi no Anno de 1757". CAPELA DE SANTO ANTÓNIO com paredes rebocadas e pintadas de branco, a do acesso revestida a azulejo de padrão policromo, tendo, nas ilhargas, dois bancos simples com espaldar dividido em quatro apainelados, encimados por painéis pintados sobre telha, envolvidos por largas molduras entalhadas, de profuso folhedo e imagens de querubins, representando o "Aparecimento da Virgem e do Menino a Santo António" (Evangelho) e um milagre de Santo António (Epístola). Tem cobertura em abóbada de aresta, rebocada e pintada de branco e pavimento em lajeado de granito, integrando sepultura. Sobre supedâneo de degraus centrais, com os maciços revestidos a azulejo de padrão, o retábulo, de talha dourada, com corpo de planta côncava e três eixos, definidos por seis colunas torsas, decoradas com pâmpanos e anjinhos encarnados, assentes em consolas, e prolongando-se em três arquivoltas torsas, unidas por aduelas salientes, dando origem a quatro painéis relevados, a representar milagres do taumaturgo: "Milagre da restituição de um pé amputado", "Visão mística", "Salvação de uma criança do fogo", "Pregação interrompida por Satanás". Sobre as colunas exteriores, duas esculturas de vulto de madeira estofada. Ao centro, nicho semicircular, com a imagem do orago, enquadrado por frisos de acantos. Os eixos laterais formam apainelados, narrando dois milagres do santo: "Sermão aos Peixes" e "Milagre da mula". Altar paralelepipédico com frontal tripartido, com ramadas de acantos e anjos. A estrutura é envolta por alfiz e remate em frontão, ambos profusamente decorados com acantos e anjos. A CAPELA DE SÃO JOÃO BAPTISTA é protegida por gradeamento com balaústres cinzelados, friso com querubins e ramos, rematado por atlantes que sustentam pequeno frontão armoriado. No interior, as paredes estão revestidas a azulejo azul e branco, formando painéis figurativos, tendo, no lado do Evangelho, em plano superior, uma varanda ou tribuna de dois arcos a pleno centro; cobertura em abóbada estrelada, com bocetes floridos, o fecho com pedra de armas, estando os panos pintados com elementos fitomórficos. Pavimento em lajeado, contendo sepultura armoriada. Sobre supedâneo de dois degraus, retábulo de talha dourada, de planta reta e dois andares definidos por frisos fitomórficos e cornijas, cada um deles divididos em três eixos, definidos por seis colunas torsas, as do andar superior de menores dimensões, com os fustes ornados por anjos e acantos, as do registo inferior com o terço inferior marcado e decorado. Este tem, ao centro, nicho de volta perfeita com pilastras e enquadrado por alfiz assente em duas colunas decoradas por acantos, que sustentam pináculos fitomórficos; possui peanha com a imagem do orago. Os eixos laterais possuem nichos pouco profundos, de volta perfeita, assentes em pilastras e com molduras de acantos, contendo imaginária e rematando em altos frisos de anjos e folhagem. O andar superior possui nicho central, ladeado por seis pilastras com fustes fitomórficos, contendo imagem, ladeado por dois nichos de volta perfeita, menos profundos e com duas pilastras de fustes fitomórficos. Remate em fragmentos de frontão com anjos de vulto e espaldar profusamente decorado por acantos. Altar paralelepipédico com frontal têxtil, formando elementos fitomórficos, ladeado por portas de volta perfeita. Nesta capela surge a inscrição: "AQUI. IAS. DOM. MANOEL. DE. NORONHA. BISPO. QVE. FOI. DE. LAMEGO. FILHO. DE. SIMÃO. GLZ. DA. CAMARA. CAPITÃO. DA. ILHA DA MADEIRA. E DE DONA IOANNA. VALENTE. SVA MOLHER. FALECEO AOS XXIII DIAS DO MES. DE. SETEMBRO. DE 1569. ANNOS". No lado esquerdo, a lápide: "DOM MANVEL DE NORONHA BPO. DE LAMEGO NO SPVAL E TEMPORAL. RESTAVROV ESTA SEE DE OBRAS. ORNAMENTOS E PRATA. FEZ ESTA. CAPELA PERA SVA SEPVLTVRA DOTOVA PERA QUE LEA DE GRAÇA LIVROS E CASOS DE CONSCIENCIA PERA CVRA DAS IGREIAS E SALVACAO DAS ALMAS ANO 1563". |
Utilização Inicial
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Religiosa: catedral |
Utilização Actual
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Religiosa: catedral / Religiosa: igreja paroquial / Assistencial: lar |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Paróquia de Santa Maria |
Época Construção
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Séc. 12 / 14 / 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ALFAIATE: José Pereira (1730-1732). ARQUITETOS: António Pereira (1723); Nicolau Nasoni (1723). CARPINTEIROS: André Pires (1526); António da Maia (1732); Domingos de Araújo (1739); Leonardo de Moura (1714); Manuel de Carvalho (1739); Manuel Francisco (1739); Manuel Vieira (1714). DESENHADORES: António de Almeida e Gouveia (1655-1658); Padre Pantaleão da Rocha de Magalhães (1678); Paulo de Carvalho (1660). ENTALHADORES: Ângelo Ravanel (1511, atr. 1523); António Rodrigues (1705-1707); Arnao de Carvalho (1511, atr. 1523, 1526); Bento Martins (1705); João Correia Lopes (1750-1751); João Correia Monteiro (1756, 1759, 1762); João de Utrecht (atr., 1523); Manuel de Gouveia (1738); Manuel Martins (1736, 1738, 1739); Manuel Machado (1736); Manuel Tavares (1720); Manuel Vieira (1710); Simão Antunes (1561); Timóteo José (1756). FERREIRO: Manuel Ferreira (1732). IMAGINÁRIOS: António Gomes (1678); Domingos Nunes (1678). ORGANEIRO: Francisco António Solha (1752-1755). OURIVES: Domingos Sousa Coelho (séc. 18); Domingos Vieira (1722); Manuel Correia (1730-1732); Manuel Pinto (1742); Manuel Vieira (1730-1732). PEDREIROS: António Mendes Coutinho (1736, 1746, 1752-1753); António Mendes de Valença (1746); António Ribeiro (séc. 18, 1736); Arnaldo da Cunha (1750-1755); Domingos João (1705); Duarte Coelho (1524); Francisco José Fernandes (1832); João de Pamenes (1508); João de Vargas (1508); João do Rego (1524); João Lopes (1508); João Martins (1736); João Monteiro (1732); Manuel Correia Monteiro (1757); Manuel Rodrigues Tirano (1709). PINTORES: André Reinoso (séc. 18); Nicolau Nasoni (1737-1738); Pedro Alexandrino de Carvalho (séc. 18); Vasco Fernandes (1504-1506). PINTORES - DOURADORES: António Ferreira de Muralles (1682); Fernão de Anes (1511); Luís António Ferreira (1742); Manuel José de Morais (1756, 1767); Pedro Cardoso de Faria (1655-1658, 1670); Vasco Fernandes (1511). REBOCADORES: António de Bastos (1739); António Rodrigues (1739). RELOJOEIROS: Francisco Rodrigues (1730-1732); Padre Manuel de Almeida (1713). SERRALHEIROS: Domingos Rodrigues (1660); Francisco Pinto (1732). NÃO DETERMINADOS: António Francisco (1739), Bento de Carvalho (1739), Domingos Gaspar (1739); Luís, servente (1739). |
Cronologia
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572 - o primeiro bispo de Lamego, Sardinário, está presente no II Concílio de Braga; séc. 12 - D. Teresa doa um Souto em Medões, para instituição da Capela de S. Sebastião *1, com dois capelães; 1159 - provável construção da Sé por ordem de D. Afonso Henriques, sobre a capela de São Sebastião; 1175 - sagração da Sé por D. Mendo; 1191, 21 novembro - doação de couto por D. Sancho I; 1246 - instituição da Capela funerária de São Miguel, pelo bispo D. Paio, à qual deixa uma vinha em Vale de Vacas e um olival, com a obrigação de manter uma lâmpada permanentemente acesa; 1271 - 1274 - fundação da Capela de Santa Margarida por D. Domingos Pais; 1280, 16 fevereiro - D. Afonso III deixa mil libras e herdamentos em Sande, Várzea, Queimadela e Moimenta; 1298, 09 abril - Geraldo Anes de Calvilhe doa ao Cabido uma vinha em Pedra Cavaleira, em Lamego; 1299, 21 setembro - o deão da Sé, Nicolau Peres, institui a Capela de Santa Marinha, com o consentimento da mãe, Maria Domingues, para missas de sufrágio por sua alma e de seus pais; 1300, 03 maio - D. Pedro Peres de Távora, cónego da Sé, institui a Capela de Santa Maria Madalena, deixando bens em Tondinhais, Veadonas, Benvivel, S. Martinho de Mouros, Penaguião, Lamego, Gondim, Britiande e Tarouca; 1301, 15 abril - D. Dinis confirma a doação do souto de D. Teresa; 1302, 01 janeiro - doação do padroado da Igreja de Santa Maria de Numão (SARAIVA, p. 27); 11 março - Gil Lourenço e a mulher, Maria Fernandes, doam herdamentos em Ferreiros; 27 Dezembro - D. Vasco Martins institui a Capela de Santa Maria do Tesouro; 1302 - criação da Capela de Santa Maria do Tesouro por D. Vasco Martins de Alvelos, deixando bens como a Quinta de Figueiredo e a Aldeia de Ladreda, Alvelos e várias propriedades em Lamego, nomeando para guardião da capela o seu irmão, Estêvão Martins (SARAIVA, pp. 29-30); 1308 - o cónego Nicolau Pires doa à Capela de São Miguel, um olival em Caroza, vinha do Soego e herdade em Vila de Rei; 1310, 06 novembro - Aparício Bento deixa os seus bens no termo da cidade, em troca de missas por sufrágio; 1314, 03 novembro - Pedro Juliães faz-se sepultar na Sé, deixando 5 soldos em pão e vinho; 1317, 28 abril - D. Geraldo, bispo de Évora, institui a Capela de Santa Catarina para cabeça do morgado de Medelo; 1327, 10 março - André Esteves e a mulher, Sancha Antão, doam ao Cabido uma herdade na Ribeira; 1331, 27 julho - D. Afonso IV confirma direitos e privilégios da Sé de Lamego; 1332, 31 julho - D. Frei Salvado doa ao Cabido o seu terreno, onde estava instalado um celeiro, para a execução do novo claustro; 1342, 16 abril - D. Guiomar de Berredo institui a Capela de São João para sua sepultura, deixando em testamento todas as igrejas de que era padroeira; 30 Maio - Martim Raimundo é provedor e administrador da Capela de Santa Maria do Tesouro, na qualidade de sobrinho do instituidor; 1344, 26 maio - instituição da capela funerária de Santo Antão por Domingos de Penude; 1346, 27 junho - Deão e Cabido gerem os bens afetos à obra da igreja, com a condição de darem anualmente 200 libras; 1363 - 1393 - Bispo D. Lourenço faz-se sepultar na Capela de São Lourenço; 1377 - João Anes faz-se sepultar junto à Capela de Santa Luzia; 1441 - referência à Capela de São Brás; 1445 - sagração da Sé, indiciando uma remodelação profunda; possui uma torre sineira, no lado esquerdo, apeada com a construção do claustro; 1470 - referenciada a Capela de São Tiago; 1470 - 1480 - fundação da Capela de Santa Ana; 1490 - referência à Capela de Santa Cruz, no claustro; séc. 16, 1.º quartel - auto de demarcação do adro da Sé; alteamento da torre a mando de D. Manuel de Noronha; 1502 - D. João de Madureira toma posse do bispado, iniciando-se a construção da atual fachada; 1504 - contrato entre o bispo D. João Camelo de Madureira e Vasco Fernandes para a pintura das tábuas do retábulo-mor, por 350.000 reais; 1506, 04 Setembro - aumento do número de quadros a pintar, sendo o preço de 450.000 reais *2; 1508 - construção da fachada principal, manuelina, pelos mestres João Lopes, João de Vargas e João de Pamenes; 1509 - 1510 - quitação de Vasco Fernandes a uns carpinteiros acerca do retábulo que tinham concluído; 1511, 30 abril - contrato do Cabido com Vasco Fernandes e Fernão de Anes para dourar e estofar, por 400.000 reais, a Árvore de Jessé, dos entalhadores, Arnao de Carvalho e Ângelo Ravanel; 1513 - após curto interregno, reinicia-se a construção da fachada principal por ação do bispo D. Fernando de Meneses Coutinho; encomenda de vitrais com temática sacra e o brasão do bispo; 1523 - construção do coro-alto e respectivo cadeiral, em madeira de bordo, talvez por Arnao de Carvalho, Ângelo Ravanel e João de Utrecht; execução do púlpito; 1524, 03 novembro - contrato para a execução do claustro e das respetivas capelas, dedicadas a São João, Santo António e São Nicolau (1557-1563), com o pedreiro Duarte Coelho, a primeira sob a ordem do bispo D. Manuel de Noronha e com intervenção do pedreiro João do Rego; 1525 - criação do arciprestado da Sé; 1526 - execução das portas da Sé por Arnao de Carvalho; obras do carpinteiro André Pires; 1541, 26 outubro - carta do bispo de Lamego pedindo 200 bordos para acabar o coro; 1549, 01 junho - carta da Câmara ordenando que se tire dinheiro das rendas da Sé para as obras da mesma; 1551 - 1564 - conclusão da ala N. do claustro; 1561 - execução de uma "Lamentação de Cristo morto" por Simão Antunes, para colocar junto à sepultura de Jorge Andrade; 11 Março - Jorge de Anreade e a esposa, Leonor Nunes, deixam, em testamento, todos os seus bens à Capela do Santíssimo, onde se fariam enterrar e obrigação de execução de um retábulo com o "Descimento da Cruz", semelhante ao de Mesão Frio, com a imagem da Senhora do Rosário e, aos pés, os retratos dos testadores ajoelhados; 1569, 23 setembro - morte do bispo Manuel de Noronha, filho de Simão Gonçalves da Câmara, governador da Madeira e de D. Joana Valente, sepultado na capela de São João Baptista, que ele fundara; 1573 - 1574 - pintura das letras do púlpito e da porta que vai para a Casa do Cabido; 1596 - existência de um órgão na Capela de São Nicolau; séc. 17 - o Bispo D. Frei Luís da Silva Teles (1677-1684), manda edificar nova capela-mor; oferece relíquias das catacumbas romanas à Capela do Santíssimo *3; na capela-mor, existem as imagens de Cristo crucificado e Nossa Senhora do Rosário em prata; existe a Capela da Santíssima Trindade, instituída por Álvaro Pinto da Fonseca e Violante Borges de Távora, morgados de Balsemão, tendo porta gradeada e retábulo de talha, Capela de Santa Catarina, São Pedro, fundada por Nicolau Pires, tendo arco dourado e tribuna com sepulcro, São Miguel, Santa Isabel e São Bento; 1626 - sacristia devastada por um incêndio; 1643 - instituição da Capela de Santa Isabel pelo Dr. Manuel Gaspar Furtado, arcediago de Côa; 1647 - instituição da capela de São Bento, pelo cónego Pedro da Fonseca de Carvalho; 1655 - 1658 - pintura da capela-mor por Pedro Cardoso Faria, segundo projecto de António de Almeida e Gouveia, por 280$000 *4; 1660, 11 Maio - contrato com o serralheiro Domingos Rodrigues para a feitura das grades das janelas, conforme desenho de Paulo de Carvalho; 1670, 17 julho - contrato com Pedro Cardoso de Faria para o douramento e estofo do retábulo de São Bento e das três imagens, por 17$500; 1676 - visitação à Capela de Santa Catarina obriga à reforma do retábulo e imagem; 1678 - risco do Sepulcro da Sé, da autoria do Padre Pantaleão da Rocha de Magalhães, executado pelos imaginários António Gomes e Domingos Nunes, ambos do Porto, pela quantia de 355$000 (BRANDÃO, vol. I, pp. 469-470); 1680 - reconstrução da Capela do Santíssimo, por D. Frei Luís da Silva com retábulo, zimbório dourados e grande painel com a "Última Ceia"; 1682 - António Ferreira de Muralles fez e dourou o retábulo da Capela de São Nicolau, por 65$000; 1689 - execução do relógio da torre; 1694, 09 fevereiro - fábrica da Sé passa a administrar as capelas de São Bento e Santa Isabel; séc. 18 - obra de pedraria por António Ribeiro, de Barcelos; douramento do retábulo da Capela de Santo António, no claustro; pintura de uma "Assunção da Virgem" por André Reinoso; 1705 - colocação de painéis na Casa do Cabido, por 600; obras nas janelas, pelo pedreiro Domingos João; execução do candeeiro por Bento Martins, por 4$500; 1705 - 1707 - construção dos púlpitos por António Rodrigues; 1709, novembro - obras na capela de São João por 20$000; feitura das escadas para o coro; 1710, 24 fevereiro - contrato com Manuel Vieira para a execução de portas; 1713, 07 maio - contrato com André Martins Robião para a feitura do retábulo da Capela de Santo António, que não teria efeito; 1714, 24 fevereiro - feitura das portas da fachada em angelim, por 662$500 por Manuel Vieira e Leonardo de Moura; 1720, cerca - colocação dos azulejos na Capela de São João Baptista, no claustro; obra de talha por Manuel Tavares; 1722, 05 maio - quitação com o ourives Domingos Vieira pela feitura de uma sacra, seis castiçais e um turíbulo, em prata, para a confraria da Senhora do Desterro; 1723 - decisão de renovação da igreja a partir do arco cruzeiro, segundo risco de Nicolau Nasoni e António Pereira, que custou 73$000; 1730 - é referida a existência, na fachada posterior da capela-mor, de um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Vitória, de vulto e estofada, a qual tinha confraria; 1732 - o pedreiro João Monteiro adapta a torre à instalação de novos sinos, onde trabalharam António da Maia (carpinteiro), o serralheiro Francisco Pinto e o ferreiro Manuel Ferreira; 1734 - execução do confessionário em talha; 20 dezembro - execução das cruzes adossadas à igreja, parte integrante da Via Sacra, pagas pelo Cabido (190$000); 1736 - forro e apainelado da tribuna da Capela do Desterro, por Manuel Martins e Manuel Machado; assume a direção dos trabalhos o pedreiro António Mendes Coutinho, onde participam os mestres João Martins e António Ribeiro, ambos minhotos; 03 Janeiro - contrato com o entalhador Manuel Machado para a execução do retábulo principal da Capela de Nossa Senhora do Desterro, segundo risco fornecido pela Irmandade, com tribuna de volta perfeita, surgindo talha a envolver o arco triunfal e as frestas; feitura de duas frestas fingidas no lado oposto; porta almofadada para a sacristia; banqueta suportada por atlantes; 1737, 14 julho - relíquias da Sé são transferidas para o Paço Episcopal, constando de 65 relicários e quatro cofres; 1737 - 1738 - reconstrução do corpo da igreja e pinturas das abóbadas de autoria de Nicolau Nasoni; 1738, 29 maio - contrato com Manuel Martins e Manuel de Gouveia, entalhador, morador na Rua Torta, para a feitura dos retábulos colaterais da Capela de Nossa Senhora do Desterro, com a altura de 2,5 palmos acima do arco triunfal, tendo quarteirões com anjos em vez de colunas e pilar junto às paredes com atlantes; sacrário, guarda para o púlpito com sanefas e cortinas; 1739 - construção do altar da Senhora do Rosário; trabalham na Sé: António Rodrigues, rebocador, Luís, servente, Domingos de Araújo, Manuel Francisco, Manuel de Carvalho, carpinteiros, António Francisco, Bento de Carvalho, Domingos Gaspar, António de Bastos, rebocadores; feitura do púlpito por Manuel Martins; 1742 - risco da capela-mor por um padre agostinho descalço de Coimbra, por 44$800; 1741, 23 maio - contrato para execução de uma cruz de prata para a Confraria de Nossa Senhora do Rosário, por Manuel Pinto, morador na Rua da Corredoura; a cruz seria igual à do cónego António Pinheiro da Fonseca; 1742 - 1771 - execução do transepto; por ordem de Fr. Feliciano de Nossa Senhora, é retirada a função de prisão à torre sineira, sendo construído o aljube para esse fim; 1742, dezembro - a Confraria de Nossa Senhora do Desterro contrata o mestre Luís António Ferreira para dourar o retábulo-mor e demais talha, por 480$000 *5; 1745 - feitura do sino N.; 1746 - direção das obras por António Mendes de Valença; 18 fevereiro - começam as obras na capela-mor, dirigidas por António Mendes Coutinho; 30 outubro - concluída a Capela do Senhor dos Passos; 1748 - 1749 - execução das abóbadas da capela-mor e da Capela do Santíssimo; 1750 - 1755 - colocação de lajeado nos pavimentos por Arnaldo da Cunha; 1750, 11 abril - 1751, 13 abril - contrato com o entalhador João Correia Lopes, de Fafel, subúrbio de Lamego, para a execução do retábulo de Nossa Senhora o Rosário, pela quantia de 150$000, segundo risco do próprio, com sacrário e remate com serafins, semelhante ao da Capela de São Sebastião do Convento das Chagas (v. PT011805210014); 1750, julho - João Correia Lopes arremata a execução do retábulo do Santíssimo, por 299$000; séc. 18, 2.ª metade - execução do frontal de altar da Capela do Santíssimo pelo ourives portuense Domingos Sousa Coelho; 1751, 20 novembro - D. Fr. Francisco de Nossa Senhora benze a igreja; 1752 - conclusão do lavabo e lajeamento da sacristia, por António Mendes Coutinho, pela quantia de 2.053$800; execução do órgão do Evangelho por Francisco António Solha; 1753 - início da execução do retábulo-mor e caixas dos órgãos de António Mendes Coutinho; 1754 - execução do retábulo de São Bento, por 135$000; séc. 18, meados - pintura de uma "Visitação" por Pedro Alexandrino de Carvalho; 1754 - 1755 - execução do órgão da Epístola por Francisco António Solha; 1756 - Manuel José de Morais pinta e doura o retábulo do Senhor Jesus, por 121$525 e também o de São Bento, por 345$800; acrescento do retábulo-mor, talha do órgão e acrescento do de São Bento, por João Correia Monteiro e filho Timóteo José Correia, por 72$000; o cadeiral possui apainelados com molduras douradas e pintados com as representações das "Obras da Misericórdia"; o retábulo dedicado ao Sagrado Coração de Jesus tem o orago do Senhor Jesus Crucificado, executado por João Correia Lopes e dourado por Manuel José; João Correia Lopes executa, ainda o retábulo dedicado a São Miguel; na banqueta do retábulo de Nossa Senhora do Rosário está uma imagem do orago em prata dourada do séc. 17 (47 cm.), atualmente arrecadada; a Capela de Nossa Senhora das Graças é dedicada à Santíssima Trindade, efetuada por Timóteo José e o pai João Correia Monteiro de Mós, sendo o antigo transferido para o Santuário dos Remédios; 1757 - montagem do órgão do Evangelho, que importa em 1:100$000; feitura do nicho da sacristia por Manuel Correia Monteiro, por 79$000; 1757, 21 agosto - feitura dos retábulos do transepto e sepulcro do Senhor, por 700$000; 1762 - retábulo de Nossa Senhora do Rosário é dourado a pedra fingida, por 91$090; execução do retábulo de Nossa Senhora da Vitória, hoje Nossa Senhora de Fátima por João Correia Monteiro, pela quantia de 19$200; feitura de um púlpito pelo mesmo, por 19$200; 1767 - retábulos de Nossa Senhora das Graças e o de São Bento são dourados, este último por Manuel José; 1776 - sagração da Sé por D. Manuel Pereira de Vasconcelos; 1802 - execução do sino de Santa Ana e o do lado E., por iniciativa do bispo D. João António Binet Pincio; 1832 - alteamento da fachada pelo pedreiro Francisco José Fernandes; séc. 19, 2.ª metade - mudança do orago da capela de São Bento para Nossa Senhora de Lourdes; 1894 - execução do sino de Santa Bárbara; 1954, 26 junho - publicação do perímetro da Zona Especial de Proteção e Zona "non aedificandi" da Sé de Lamego, em Portaria publicada no DG, 2.ª série, n.º 146, revogada pela de 1960; 1964, 31 janeiro - o Cabido informa que a torre sineira da catedral se encontra desabitada (SIPA: txt.007944694); 1965, 02 setembro - estudo para deslocar a mesa de altar para o cruzeiro (SIPA: txt.06843894); 09 dezembro - pedido do Ministro das Obras Públicas para se verificar a disponibilidade da Fundação Calouste Gulbenkian financiar a 50% o restauro dos órgãos (SIPA: txt.00794732); 1981, 11 setembro - definição das características da sepultura do bispo D. João da Silva Campos Neves, bispo de 1949 a 1971, a trasladar do cemitério para o templo (SIPA: txt.00796089); 2002 - queda de um raio provoca danos da torre sineira. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito; modinaturas, pináculos, cunhais, colunas, contrafortes, pilares e pavimentos em cantaria de granito; portas, vigamentos e coberturas do claustro de madeira; púlpito, retábulos, cadeirais e órgãos em talha pintada e dourada; grades em ferro forjado; revestimentos e painéis de azulejo; cobertura em telha cerâmica. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Carlos A. Ferreira de - História de Arte em Portugal. O Românico. Lisboa: Edições Alfa, 1993, vol. II; ALVES, Alexandre - Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu. Viseu: governo Civil de Viseu, 2001, vols. I e III; AZEVEDO, Correia de - Arte Monumental Portuguesa. Porto: s.n., 1975, vols. IV; AZEVEDO, D. Joaquim de - História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego. Porto: Typographia do Jornal do Porto, 1877; BRANDÃO, Domingos de Pinho - «Nicolau Nasoni e a Reconstrução da Catedral de Lamego». Beira Alta. Viseu: 1977, vol. XXXVI; BRANDÃO, Domingos de Pinho - Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação (séculos XV a XVI). Porto: Diocese do Porto, 1984, vol. I; COSTA, M. Gonçalves da - História do Bispado e Cidade de Lamego, Lamego, s.n., 1979-1992, 6 vols.; CORREIA, Vergílio - Artistas de Lamego. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1923; CORREIA, Vergílio - Vasco Fernandes, mestre do retábulo da Sé de Lamego. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1924; DIAS, Pedro - A Arquitectura Manuelina. Porto: Livraria Civilização, 1988; FERNANDES, A. de Almeida - As Origens nas Igrejas da Diocese de Lamego. Porto: 1963; FERREIRA-ALVES, Natália Marinho - «De arquitecto a entalhador. Itinerário de um artista nos séculos XVII e XVIII» in Actas do I Congresso Internacional do Barroco. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto / Governo Civil do Porto, 1991, vol. I, pp. 355-369; FRIAS, Duarte Nuno Oliva de - A pintura decorativa de Nicolau Nasoni na Sé de Lamego. Lisboa: s.n., 2005. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Lusíada de Lisboa; LARANJO, F. J. Cordeiro - Cidade de Lamego - Igreja Catedral. Lamego: Câmara Municipal de Lamego, 1990, n.º 4; Leituário da Sé de Lamego, Lisboa: Ática, 1942; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1957; ROSEIRA, Maria João Queiroz - Lamego, Um Passado Presente. Lisboa: 1981; SARAIVA, Anísio Miguel Bemhaja - A Sé de Lamego na primeira metade do século XIV. Coimbra: s.n., 2000, 2 vols. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; SERRÃO, Vítor - André de Padilha e a Pintura Quinhentista entre o Minho e a Galiza. Lisboa: Estampa, 1998; SERRÃO, Vítor - «O bispo D. Fernando de Meneses Coutinho, um mecenas do Renascimento na Diocese de Lamego» in Propaganda & Poder, Actas do Congresso Peninsular de História da Arte. Lisboa: Edições Colibri, Dezembro 2001, pp. 259-283; SERRÃO, Vítor - «A Arte da Pintura na Diocese de Lamego (séculos XVI-XVIII)» in O Compassao da Terra - a arte enquanto caminho para Deus. Lamego: Diocese de Lamego, 2006, vol. I; VALENÇA, Manuel - A Arte Organística em Portugal. Braga: Editorial Franciscana, 1990, vol. II. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMCentro/DM, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSMN/REM |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC, Espólio Pessoal de Frederico George |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID-001/018-2333/1 (1936-1939), DGEMN/DSID-001/018-2333/2 (1940-1947), DGEMN/DSID-001/018-2333/3 (1948-1952), DGEMN/DSID-001/018-2333/4 (1953-1955), DGEMN/DSID-001/018-2334/1/1 (1955-1956), DGEMN/DSID-001/018-2334/1/2 (1956), DGEMN/DSID-001/018-2334/2/3 (1957), DGEMN/DSID-001/018-2334/3/2 (1961), DGEMN/DSID-001/018-2334/3/3 (1962), DGEMN/DSID-001/018-2335/1/1 (1963-1964), DGEMN/D-SID-001/018-2335/3/1 (1964-1965), DGEMN/DSID-001/018-2335/3/2 (1966), DGEMN/DSID-001/018-2335/3/4 (1966), DGEMN/DSID-001/018-2336/1/1 (1968-1970), DGEMN/DSID-001/018-2336/2/3 (1971), DGEMN/DSID-001/018-2336/2/4 (1972), DGEMN/DSID-001/018-2336/2/5 (1973), DGEMN/DSID-001/018-2337/1/1 (1974), DGEMN/DSID-001/018-2337/1/3 (1974), DGEMN/DSID-001/018-2337/1/4 (1975), DGEMN/DSID-001/018-2337/1/5 (1975), DGEMN/DSID-001/018-2337/1/6 (1976), DGEMN/DSID-001/018-2337/1/7 (1977), DGEMN/DSID-001/018-2337/1/8 (1978), DGEMN/DSID-001/018-2337/1/9 (1979), DGEMN/DSID-001/018-2337/2/1 (1980-1990), DGEMN/DSID-001/018-2337/2/4 (1985-1992), DGEMN/DSMN/SE-0077/02 (1956-1975), DGEMN/DSMN/SE-0077/03 (1965-1970), DGEMN/DREMN-1323/02 (1930-1935), DGEMN/DREMN-1323/04 (1933), DGEMN/DREMN-1323/05 (1963), DGEMN/DSARH-010/123-0078 (196-1976); ADViseu: Pergaminhos; BMViseu: Manuscritos de Viterbo; DGLAB/TT: Chancelaria de D. Dinis, Corpo Cronológico: Parte I, maço 70, doc. 118; maço 82, doc. 109; Diocese de Lamego: Cabido da Sé de Lamego, Livros de Notas n.º 172 (fl. 56-57, 63, 65v, 76-77v, 121-123, 132-133); nº 175 (fls. 30-30v, 64v-65v, 151v-152, 165v-166v); n.º 176 (fls. 20v-21) |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1709, Novembro - conserto dos muros por Manuel Rodrigues Tirano, por 9$600; 1713 - reparação do relógio pelo P. Manuel de Almeida, por 7$200; 1730 - 1732 - Manuel Vieira arranja o pé da cruz, em prata; reforma do Santo Cristo em prata, por Manuel Correia; Francisco Rodrigues da Corredoura conserta o relógio; José Pereira, alfaiate, conserta os panos de rás; 1759 - reforma do retábulo por João Correia Monteiro; 1830 - reparação do órgão do Evangelho; 1889 - arranjo do órgão do Evangelho; novo douramento do retábulo de Nossa Senhora do Rosário; DGEMN: 1930 - remoção das grades e portões do adro da Sé; 1933 - revisão das coberturas; construção do novo pavimento em cimento no segundo piso do claustro; obras de António Domingues Esteves; 1936 - consolidação e reparação das guardas e colunas do alpendre da galeria; apeamento do telhado de zinco em pirâmide da torre; reconstrução da armação do telhado e sua cobertura com telha; obras de António Domingues Esteves; 1937 -apeamento da passagem de madeira e estuque que comunica entre o claustro e o adro, incluindo o entaipamento de duas portas; reforma do lanço superior da escada de cantaria para novo acesso ao coro; demolição do pavimento superior do claustro de madeira de castanho; obras por Francisco Ferreira da Silva; 1938 - execução de parte do pavimento superior do claustro em laje vigada por Francisco Ferreira da Silva; aquisição de cantaria a Luís Monteiro para as obras; 1939 - cobertura e cachorros em madeira de castanho, forrados a telha mourisca no claustro; entaipamento de janelas com silhares de cantaria; obras de Manuel Ferreira Morango; 1940 - reconstrução da parede exterior do claustro, obra de Manuel Ferreira Morango; 1941 - recuperação das coberturas exteriores por Manuel Ferreira Morango; 1942 - tratamento de rebocos e colocação de gatos nas paredes exteriores; limpeza das cantarias e refechamento de juntas; arranjo da escada de acesso ao coro, com execução de um portal em cantaria, modificação do corrimão e transformação do portal de acesso ao claustro em janelas; abertura de uma escada em cantaria para comunicação do coro com o claustro superior; redução e regularização do pavimento do adro, com a remoção das grades de ferro; substituição do pavimento de madeira dos anexos ao coro; colocação de portas exteriores em madeira; tratamento de rebocos interiores com isolamento das paredes; obras de Manuel Ferreira Morango; 1943 - execução dos degraus no adro; arranjo dos degraus de cantaria da escada de acesso ao coro; arranjo geral do pavimento do claustro; obras de Manuel Ferreira Morango; 1944 - substituição do pavimento de madeira da antiga sala do consistório com substituição de traves em mau estado e tratamento de rebocos; apeamento do teto de madeira de uma sala e feitura da armação do mesmo; limpeza do pavimento superior do claustro; obras de Manuel Ferreira Morango; 1945 - remoção de um barracão existente no claustro; construção do teto da sala junto à entrada do segundo piso do claustro, em madeira de castanho, formando caixotões lisos, mas emoldurados; abertura de um novo vão de acesso ao claustro e entaipamento do antigo; obras de Manuel Ferreira Morango; 1946 - construção de seis portas de madeira para o exterior; colocação de lambris de madeira de castanho no corredor de acesso ao claustro, com rodapés simples, também de madeira; caiação das paredes do corredor; reparação das coberturas das capelas do claustro; obras de Manuel Ferreira Morango; 1947 - colocação de um teto em madeira de castanho na sala do claustro, sobre vigas e barrotes de madeira, e de novo pavimento de madeira, por Manuel Ferreira Morango; 1948 - colocação de portadas em madeira de castanho, guarnecimento de paredes, enceramento de tetos; tratamento de uma parede salitrada e refechamento das juntas com cimento, reboco de paredes, fornecimento de ferragens e assentamento de uma porta; obras de Francisco Pinto Loureiro; 1949 - abertura de vão para a ligação dos dois salões capitulares, por Francisco Pinto Loureiro; 1955 / 1956 - construção de instalações sanitárias e reconstrução das coberturas das capelas do claustro, por Francisco Pinto Loureiro; CMLamego / DGEMN: 1956 - colocação de iluminação exterior; demolição de uma parede transversal na ala O. do claustro e escoramento da divisória do andar superior; abertura de caixa para os caboucos das novas paredes do piso inferior da ala O.; execução da parede e teto do cofre forte; rebaixamento do peitoril e colocação de barras de ferro nas janelas da sala capitular; colocação de pavimentos em tijoleira e teto de madeira; impermeabilização das paredes da fachada principal; instalação elétrica na ala O. do claustro; tratamento de rebocos das instalações sanitárias do piso inferior; colocação de porta chapeada na Casa Forte; colocação de serviço sanitário na sacristia; reforma das canalizações e câmaras de visita; obras de Francisco Pinto Loureiro; 1957 - ligação das instalações sanitárias ao coletor público e reparação da cobertura da sacristia e impermeabilização da placa de betão da galeria S. do claustro, por Francisco Pinto Loureiro; 1961 - revestimento dos tetos de betão do claustro, com apainelados emoldurados a madeira por Altino Coelho; 1962 / 1963 - reparação das coberturas e construção das guardas de cantaria das alas E. e S. por Francisco Pinto Loureiro; 1962 / 1963 / 1964 / 1965 / 1966- renovação da instalação elétrica por Francisco Luís; 1963 - construção da guarda em cantaria nas alas E. e S. do claustro; 1964 - execução dos tetos em madeira de castanho das alas E. e S. do claustro; conclusão do pavimento do segundo piso do claustro e refechamento das juntas do terraço S. da igreja; 1964 / 1965 / 1966 - instalação elétrica e sonora no templo por Francisco Luís; 1966 - abertura do concurso de restauro do mecanismo do órgão do lado do Evangelho, ganho pela firma Invicta, Lda., não efetuado por cancelamento de concurso pela Fundação Calouste Gulbenkian; 1968 - colocação de bancos para os assistentes, cofinanciados pelo Cabido; reparação do sino de São João por Francisco Pinto Loureiro; remoção das grades dos altares laterais, cedidos ao Museu de Lamego; 1968 / 1969 / 1970 - trabalhos de consolidação da torre, com a construção de pavimentos e tetos, reparação de portas e restauro ligeiro da cobertura exterior; entaipamento de um vão na fachada S. da torre e feitura de uma fresta, reparação de cantarias e limpeza e refechamento de juntas; obras por Manuel Pinto da Cruz; DGEMN / CMLamego: 1968 / 1969 / 1970 / 1971 - arranjo do Rossio da Sé, transformando-o num adro; DGEMN: 1970 - eletrificação do claustro por Lourenço Borges; DGEMN / FCGulbenkian: 1970 / 1971 / 1972 / 1973 / 1974 - restauro do mecanismo do órgão do lado do Evangelho por João Sampaio & Filhos; DGEMN: 1971 / 1972 - impermeabilização e pavimentação da galeria superior do claustro, com o arranjo dos respetivos telhados, por Francisco Pinto Loureiro e Manuel Domingues Chaves; 1972 - conservação dos telhados do templo por Manuel Domingues Chaves; 1973 - tratamento de rebocos e pinturas e caixilharias da sacristia; arranjo do arcaz e abóbadas interiores; obras por Manuel Domingues Chaves; 1974 - restauro das coberturas da sacristia por Manuel Domingues Chaves; 1975 - restauro das coberturas das naves por Manuel Domingues Chaves; arranjo de rebocos e pinturas, de caixilharias, grades de proteção de vãos e construção da laje do segundo pavimento da torre por Manuel Domingues Chaves; 1976 - arranjo da entrada lateral S., beneficiação de vãos e conserto do guarda-vento por Manuel Domingues Chaves; 1977 / 1978 / 1979 / 1980 / 1981 / 1982 - arranjo das coberturas da nave, com remoção da estrutura de madeira e colocação de betão pré-esforçado por Manuel Domingues Chaves, Afonso Ferreira de Oliveira e Oliveira, Pereira e Valente, Lda.; 1982 - tratamento de rebocos e das cantarias colocadas a descoberto; arranjo das bases das portas protegidas por grades artísticas nas capelas do claustro; restauro das portas da fachada principal; impermeabilização do terraço da fachada lateral; obras por Oliveira, Pereira e Valente, Lda.; 1985 - revisão dos rebocos e cantarias interiores na capela-mor e nave por Oliveira, Pereira e Valente, Lda.; 1986 - limpeza das ervas das cantarias da fachada principal e do guarda-vento por Oliveira, Pereira e Valente, Lda.; 1991 / 1992 / 1993 - tratamento e restauro das pinturas murais das abóbadas, pela firma CRESUL - Conservação e Restauro de Edifícios do Sul, Lda.; 2001 / 2002 - reparação das coberturas das naves, torre do cruzeiro, torre sineira e torre de acesso ao museu, com colocação de telha de canudo, caleiras, rufas e prumadas em chapa de cobre; substituição dos rebocos da torre do cruzeiro; remoção do entulho do extradorso das abóbadas da nave; 2003 - colocação de um pára-raios e reparação da torre sineira. |
Observações
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*1 - no local onde hoje é a Sé, existia, antes do séc. 12, uma capela com colegiada, dedicada a São Sebastião, a qual foi integrada na estrutura da Sé, razão porque ainda nesse tempo esta era dedicada a São Sebastião e Santa Maria; a capela situava-se junto à entrada da sacristia, desaparecendo com as obras do séc. 18. *2 - dos 20 painéis que formavam o retábulo, somente 5 se encontram, presumivelmente, depositados no Museu de Lamego, os quais representavam: "Criação", "Deus Pai", "Virgem com o Menino", "Anunciação", "Visitação", "Natividade", "Adoração dos Magos", "Circuncisão", "Apresentação do Templo". *3 - nesta data, existiam várias relíquias de São Tiago Alfeu, São Lourenço, São Brás, São Gião, Santa Margarida, São Vicente, Santa Catarina, Santa Ana, São Sebastião, São Cristóvão e São Pedro. *4 - a capela-mor tinha "arcos com duas cintas de oiro e entre estas anjos e atributos da Conceição; espelho novo no remate do altar, duas frestas com fingimento de jaspes, pedestais para descanso do retábulo e o espaço de arco a arco dividido em três painéis por meio de rompantes de um palmo de largura" (COSTA, vol. III). *5 - "será dourada, assim a tribuna como os painéis do forro, com ouro subido, e os rompantes de toda a obra que nela estão, também dourados, e na mesma forma as rosas com as boquilhas e cantoneiras, e as molduras lisas que circulam os painéis em roda serão de charão encarnado, com seus ramos de ouro, com mais condições que as pinturas dos painéis serão pintadas com a Geração da Virgem Nossa Senhora, na mesma forma que estão na Capela de Nossa Senhora dos Remédios (...) que todos os florões, flores, a roupa dos rapazes a tocar e anjos será tudo muito bem estofado, da melhor forma que puder ser (...) as roupas dos anjos todas terão suas rendas douradas (...) e as almofadas da porta da sacristia que se acham de talha serão douradas, (...) e que os claros da cal e entre os painéis serão pintados a óleo, com bons florões, e entre estes levará suas mecelas de ouro e que os presbitérios serão oleados de cores; com mais obrigações que no sacrário se hão-de pôr mais quatro anjos, e nos quartelãos que estão por cima da tribuna dois, os quais serão também feitos com seus festões" (ALVES, pp. 352-353). |
Autor e Data
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João Carvalho 1998 / Paula Figueiredo 2002 |
Actualização
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Maria Fernandes 2002 |
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