Palácio dos Marqueses de Fronteira

IPA.00005598
Portugal, Lisboa, Lisboa, São Domingos de Benfica
 
Arquitectura residencial, maneirista e barroca. Casa nobre. Excelente exemplar de quinta de recreio seiscentista; arquitectura residencial erudita, cujo núcleo central parece veicular o modelo das "villae" renascentistas italianas. O edifício integra-se num espaço uno, abrangendo mata, pomares, hortas, e jardim, este último, surgindo como cenário de aparato de forte efeito cénico, devido em grande parte ao impacto decorativo do revestimento de azulejo. Espólio particularmente representativo da azulejaria portuguesa de temática profana, do último terço do séc. 17, apresentando grande diversidade de soluções decorativas aplicadas numa íntima relação com a arquitectura. Conjunto significativo de uma fase de transição estilística (coexistência de situações tardo-maneiristas e barrocas) e de uma fase de transição cromática (paralelamente aos painéis policromos, à base de amarelo, verde, azul e maganés em fundo branco, surgem os painéis em "bicromia", nos quais o azul de cobalto aparece associado à coloração roxa dos contornos escuros do manganês, anunciando a transição para a monocromia do azul de cobalto que caracterizará a azulejaria do século 18. Notáveis conjuntos nos quais se conjugam embrechados e revestimento de azulejos. Exemplo particularmente representativo da importância das fontes gráficas (gravura) nas oficinas dos pintores de azulejos.
Número IPA Antigo: PT031106390113
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  

Descrição

Planta irregular composta por corpo central sensivelmente quadrado, enquadrado por torreões em três dos ângulos, ligeiramente avançados e precedidos a N. por pátio de estrutura quadrangular que marca o acesso à entrada principal. Coberturas diferenciadas com telhados de 4 águas. O edifício organiza-se em 3 corpos de 2 pisos: no corpo central, ao nível do 1° piso, um pórtico dá acesso ao átrio por cima do qual se abre uma loggia de três arcos de volta perfeita. Os torreões laterais, ladeados por cunhais rusticados no 1°piso e pilastras jónicas no piso superior, têm cada um 2 fiadas de janelas, sendo 2 de peito no piso inferior e 2 de sacada no superior. A fachada E., cuja loggia foi fechada no século 19 para servir de biblioteca, repete o esquema compositivo da fachada N. A fachada S. acompanha o desnível do terreno. Destaque na fachada E. para os painéis de azulejo policromos, entre as janelas e em rodapé, de composição figurativa, representando nobres e damas, sereias, tritões, e, em rodapé, cenas de pesca. O corpo NO, acrescentado posteriormente (3°quartel séc.18), forma um bloco rectangular adossado ao pátio, destacando-se o alçado N. marcado por três janelas coroadas de frontão, e varanda nobre apoiada em mísulas. INTERIOR: organiza-se a partir da dupla escadaria de aparato que liga o átrio ao andar nobre, do qual se acede a uma galeria ou terraço, em cujo topo se situa a capela. As salas, maioritariamente rectangulares, revelam pela sua decoração as várias campanhas de obras que decorreram no edifício. No vestíbulo e escadaria, de duplo pé-direito, a balaustrada de mármore e os azulejos de padrão monocromo remetem para a construção de origem (3°quartel séc.17), a pintura de marmoreados nas paredes, a ornamentação de estuque bem como a pintura do tecto (sobre estuque), representando Hércules, devem-se às obras do 3°quartel do séc.18. O salão nobre, dito Sala das Batalhas, tem silhares de azulejo de composição figurativa, alusivos às guerras da Restauração (3°quartel séc. 17), em bicromia azul e manganês em fundo branco; as paredes e tectos são decoradas de estuque ornamental e figurativo, destacando-se os retratos (em estuque) dos titulares da casa (3° quartel séc.18). Na Sala dos Painéis, silhar de azulejos holandeses, de composição figurativa, representando episódios da mitologia, cenas campestres e paisagens fluviais; nas paredes e tecto, decoração de estuque, enquadrando retratos a óleo (paredes) e paisagens (sobreportas e sanca). Destaque também para a biblioteca, situada na loggia E. coberta por abóbada de berço estucada, com motivos ornamentais alusivos a Mercúrio. Na ala NO é notável o dito "Quarto de Aparato" (actualmente sala de estar), com um singular conjunto decorativo coevo, composto por silhares de azulejos de composição figurativa, representando caçadas, revestimento de estuque nas paredes e tecto, cujos motivos ornamentais servem de moldura a um conjunto de pinturas murais de temática mitológica, que ornam a sanca e o centro do tecto. No seguimento desta sala, dois compartimentos de pequenas dimensões com silhares de azulejo pombalino, de padrão, pintura mural figurativa na parte superior das paredes (atribuída a Pillement) e decoração de estuque nos tectos. No alçado E. merece destaque a sala do piso 1 do corpo central (loggia que dá para o Jardim Formal ou Jardim Grande), com silhares de azulejo do 3°quartel do séc.17, policromos, de composição figurativa, representando caçadas. Ladeando esta sala, as torrinhas N. e S. têm também silhares de azulejo de composição figurativa, em bicromia azul e manganês em fundo branco, representado caçadas. No EXTERIOR, a parede do terraço dito "Das Artes", (corresponde à parede exterior da Sala das Batalhas e da Sala dos Painéis), é totalmente revestida de azulejos de composição figurativa e ornamental, essencialmente em bicromia, azul e manganês em fundo branco, de temática profana, destacando-se os painéis das 7 Artes Liberais e a Poesia. Entre estes, em nichos revestidos de azulejo policromo, representando aves e árvores floridas, foram colocadas estátuas de mármore (em tamanho real) representando divindades da mitologia clássica. Na parte superior da parede, conjugando-se com o revestimento de azulejo, tondos de faiança policroma (no estilo de DellaRobia) enquadram perfis de imperadores romanos. Ainda no terraço, as conversadeiras e os muretes dos canteiros são revestidos de azulejos de composição figurativa, em bicromia, azul e manganês em fundo branco, representando cenas de caça, cenas pastoris, aves, árvores floridas e todo o tipo de animais. Chão em lajes de pedra, rosa, preta, e branca, dispostas alternadamente. No topo do terraço, CAPELA, de planta em cruz latina, com nave única e transepto cobertos por abóbodas de berço que se intersectam no cruzeiro, precedida por nartex com singular decoração de temática profana, composta por painéis de azulejo de composição figurativa, alusivos a divindades fluviais, sendo a parte superior das paredes, bem como o tecto, totalmente revestidos de embrechados. Deste terraço, por escada revestida de azulejos de padrão, desce-se para o Jardim de Vénus, a sul do qual está a Casa de Fresco, construção invulgar pelo consenso da componente decorativa, à base de azulejo de composição figurativa e de embrechados de composição ornamental. A metade superior da frontaria, revestida de embrechado, reproduz um pórtico, cujo remate em frontão relevado, ladeado por 2 pináculos e preenchido por cartela com as armas da 1a Marquesa de Fronteira, D. Madalena de Castro, que duas figuras tenentes seguram, é também totalmente revestido de embrechados. A parte inferior tem revestimento de azulejo de composição figurativa, representando atlantes ladeados por colunas torsas. O interior conjuga magistralmente o revestimento de embrechado (tecto e parte superior das paredes) e os painéis de azulejo de composição figurativa/ornamental, em policromia azul, verde e manganês em fundo branco, representando atlantes diversos, e, nos nichos, aves e árvores floridas. Possui peças de um presépio. Em frente da casa de fresco, situa-se o RECINTO DO LAGO DA CARRANQUINHA, espaço em forma de ferradura que tem ao centro um lago, dito LAGO DOS S; este recinto é limitado por muros laterais com bancos adossados, conjunto integralmente revestido de azulejo policromo, de composição figurativa, representando macacarias, gatos na escola, cenas de pesca, cenas galantes (3ºquartel séc.17). O exterior da parede do lago é revestido de azulejo em bicromia, azul e manganês em fundo branco, de composição figurativa, representando toda a espécie de peixes. Do lado da fachada S. situa-se a Fonte da Carranquinha, com espaldar de três nichos separados por pilastras, conjunto totalmente revestido de embrechado. A S. situa-se o lago, limitado por um muro imponente, revestido de azulejos de composição figurativa representando 7 cavaleiros e respectivos cavalos. Nesta parede, abrem-se 3 grutas revestidas de embrechado, tendo a do meio um grupo escultórico alusivo ao Parnaso. A parte superior da parede, constitui uma galeria, dita "Galeria dos Reis", também revestida de azulejo e ritmada por nichos com bustos de mármore dos reis de Portugal; acede-se a esta galeria por escadarias laterais que conduzem a pavilhões de planta quadrada e cobertura piramidal, revestidos exteriormente de azulejo policromo, de composição figurativa, representando troféus de armas. O lago e a escadaria têm balaustrada de mármore.

Acessos

Largo de São Domingos de Benfica, n.º 1; Sítio do Barcal. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,740086, long.: -9,180367

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 / ZEP, Portaria n.º 1094/94, DR, 1.ª série-B, n.º 283 de 09 dezembro 1994 *1

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado por pátio, jardim e mata murada (v. PT031106390345), em colina de pendente suave da encosta N. da serra de Monsanto. Propriedade de perímetro hexagonal irregular, em que o palácio se implanta no seu extremo NO., tendo a S. o denominado Jardim de Vénus e a mata, e a E. o jardim formal, rematado pela Galeria dos Reis.

Descrição Complementar

AZULEJO: EXTERIOR: FACHADA N: Silhar de azulejo de padrão; 6 x 6 azulejos; barra: motivos ornamentais; bicromia: azul e amarelo; rodapé: 1 fiada de azulejo azul esponjado e 1 fiada de ½ azulejo branco, liso; 9 azulejos de altura. FACHADA E: ENTRE AS JANELAS: 2 painéis de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganés; Temática: figura feminina, vestida segundo a moda do século 17 (as duas figuras são diferentes); cercadura de motivos geométricos em bicromia: azul e manganés; 11 x 4 azulejos. 2 painéis de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganês; Temática: figura masculina, vestida segundo a moda do século 17, capa e chapéu de plumas (as duas figuras são diferentes); 11 x 4 azulejos. 2 painéis de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganés; Temática: cavaleiro a galope (os dois cavalos e cavaleiros são diferentes); 13 x 8 azulejos. 6 painéis de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganês; Temática: figuras de sereias e tritões (todos os painéis são diferentes); 13 x 5 azulejos. Por baixo das JANELAS: 2 painéis de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganês; Temática: Nobres e damas sentados à mesa (cena de refeição?), vestidos à moda do séc. 17; 6 x 7 azulejos. 2 painéis de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganés; Temática: Nobres e damas sentados à mesa, vestidos à moda do séc.17. Num dos painéis uma figura masculina está a escrever, no outro conversam, um papagaio está em cima da mesa. 1 painel de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganês; Temática: cena de bebedeira; 6 x 7 azulejos. RODAPÉ: Azulejos de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganês; Temática: cenas de caça, cenas marinhas, pescadores em barcos, pesca da tartaruga, pescadores tirando os peixes dos barcos; 4 azulejos de altura. TERRAÇO DAS ARTES: Totalmente forrado de azulejos de composição ornamental e figurativa. A maioria é em bicromia azul de cobalto e manganés em fundo branco; os nichos onde se encontram as esculturas têm revestimento de azulejos policromos. Destaque para 8 painéis em bicromia: azul de cobalto e manganés em fundo branco; Temática: a Poesia e as 7 Artes Liberais: Gramática - no nartex da capela; 7 x 16 azulejos. Aritmética - parede lateral do terraço; 23 (na parte mais alta) x 19 azulejos; Música - parede lateral do terraço; 23 (na parte mais alta) x 19 azulejos; Dialéctica - parede lateral do terraço; 23,5 (na parte mais alta) x 20 azulejos ; Rétorica - parede do terraço, exterior à Sala dos Painéis; 24 (na parte mais alta) x 19 azulejos; Geometria - parede do terraço, exterior à Sala dos Painéis; 25 (na parte mais alta) x 19 azulejos; Astronomia - parede do terraço, exterior à Sala dos Painéis; 25 (na parte mais alta) x 19 azulejos; Poesia - parede do terraço, exterior à Sala das Batalhas; 25 (na parte mais alta) x 19 azulejos ; Na PARTE SUPERIOR DA PAREDE, entre os arcos revestidos por estes azulejos, destacam-se medalhões com bustos em relevo (estuque), limitados por cercadura de flores e frutos, em faiança policroma, realizados em Portugal no estilo dos tondo da Escola de Della Robia. Entre os painéis, nichos forrados de azulejos policromos, com motivos de aves e ramagens; na parede lateral do nicho, revestimento de azulejo policromo representando figuras atlantes, masculinas ou femininas. Ainda na parte superior da parede, por cima das janelas: nichos revestidos de azulejo de composição figurativa, representando bustos de figuras femininas, ilustrando as qualidades da alma: Memória, Entendimento, Vontade; e os sentidos : Gostar, Tocar; por cima das figuras 2 anjos seguram coroa de louros e filactera onde se lê qual a figura representada; bicromia: azul e manganês em fundo branco. PAREDE, entre as portas de acesso à Sala dos Painéis: 2 painéis de composição figurativa; policromia: azul, amarelo, verde e manganês; Temática: árvores com pássaros de cabeça humana (harpias?); 12 x 6 azulejos; MURETES E CONVERSADEIRAS: revestimento de azulejo de composição figurativa; bicromia: azul e manganês em fundo branco; Temática: cenas de caça ao javali, cenas pastoris, figuras de macaco, pavão, sátiro tocando guitarra, gato, mocho, lagarto e serpente, cão; bicromia: azul e manganês em fundo branco. Debaixo de um banco de pedra, à entrada da Sala dos Painéis, 1 painel de pequenas dimensões; policromia: azul, manganês e amarelo; Temática: 2 gatos. O revestimento de azulejos da parede é rematado por friso de dois azulejos de altura com motivos de pedrarias, em fundo de ramagens e animais. CAPELA: EXTERIOR: FACHADA: Ladeando a porta, 2 painéis de composição figurativa; bicromia azul e manganês em fundo branco; Painel 1 (à esquerda de quem entra): Fauno a tocar guitarra, acompanhado de figura feminina. Pequenos faunos seguram os livros de música. Friso de motivos geométricos. 15 x 4 azulejos. Painel 2 (à direita de quem entra): 2 figuras femininas, uma delas, com concha na cabeça, toca instrumento de sopro; a outra, segura num livro e numa pauta de música. 4 figuras infantis (uma delas é um fauno alado!) seguram pauta de música, arco e flecha. Friso de motivos geométricos. 15 x 4 azulejos. INTERIOR: Revestimento de azulejo de padrão (P 68) formando silhar. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco; Cercadura e friso (F 22) policromos: azul de cobalto, amarelo e branco. NARTEX da CAPELA: Paredes e pilares: atlantes (masculinos e femininos); bicromia: azul e manganês em fundo branco. Nas conversadeiras: azulejos de composição figurativa representando animais, seres marinhos, figuras humanas, pássaros; bicromia: azul e manganês em fundo branco. À direita (de quem entra), numa reentrância onde foi colocada uma fonte de mármore, parede revestida de azulejo de composição figurativa, representando a Gramática; bicromia: azul e manganês em fundo branco. Nichos laterais revestidos de azulejo policromo, de composição figurativa, representando figuras infantis a brincar, num fundo de árvores floridas e aves. Na parte inferior dos nichos (forma um banco): revestimento de azulejo de composição figurativa, representando seres marinhos; bicromia: azul e manganês em fundo branco. ESCADA que conduz ao Jardim de Vénus e Casa de Fresco: revestimento de azulejo de padrão dito de camélia, 2 x 2 azulejos, (variante P 225); monocromia: azul de cobalto em fundo branco. ALPENDRE entre a escada e o recinto do Lago dos S: Silhar de azulejo de padrão (P 68), 2 x 2 azulejos; monocromia: azul de cobalto em fundo branco; friso em amarelo e azul; 6 azulejos de altura. CASA DE FRESCO: EXTERIOR: Na frontaria, metade inferior da parede com revestimento de azulejo de composição ornamental: figuras atlantes ladeadas por colunas torsas; tricromia: azul de cobalto, verde, manganés em fundo branco. INTERIOR: revestimento de azulejo de composição ornamental; nichos: pássaros, árvores e ramagens floridas (este revestimento é feito de "meios" azulejos para maior adaptação ao arredondado da parede); paredes entre os nichos: figuras atlantes, masculinas e femininas; tricromia: azul de cobalto, verde, manganês em fundo branco. Parede por baixo dos nichos: grotescos, carranca, flores e frutos. Policromia: azul, verde, manganês em fundo branco. RECINTO DO LAGO DA CARRANQUINHA (dito Lago dos S): LAGO DA CARRANQUINHA (ou dos S): Paredes exteriores revestidas de azulejo de composição figurativa representando toda a variedade de peixes na água; bicromia: azul e manganês em fundo branco. 2 azulejos de altura. O revestimento compõe-se de "meios" azulejos para melhor adaptação à forma arredondada das paredes. BANCOS CORRIDOS que ladeiam o lago: PAREDES (formando espaldar aos bancos) e forro dos bancos, revestidos de azulejo de composição figurativa; policromia: amarelo, azul, manganés, verde. PAREDE 1 (à esquerda de quem vem do Jardim de Vénus): 4 painéis no espaldar: Cena galante, 5 x 21,5 azulejos; Cena galante, 5 x 21,5 azulejos; Divindades da mitologia clássica (este painel tem um acrescento do séc. 19, representando uma divindade, em monocromia azul e branco); 5 x 21,5 azulejos ; Albarrada; 5 x 3 azulejos; (este painel é do séc. 19/20). Forro do BANCO: 3 painéis: 1. Cena de pesca (barcos, pescadores com tridentes), 2 x 21,5 azulejos; 2. Apanha de pérolas, 2 x 20,5 azulejos ; 3. Cena de pesca (pescadores a pé com rede), 2 x 20 azulejos. Conjunto muito degradado provavelmente por esta parede estar mais exposta ao vento e chuva. PAREDE 2 (à esquerda de quem vem do Jardim de Vénus): 4 painéis no espaldar: 1. Vaso de flores, 5 x 4 azulejos ; 2. Divindade fluvial, casas, 4 divindades da mitologia clássica, debaixo de arcos de folhagem; 5 x 21 azulejos; 3. Gatos e macacos na escola e no barbeiro; 5 x 21 azulejos. Forro do BANCO: 2 painéis; 1. Cena de pesca (barcos a remos, pescadores com cana de pesca), 2 x 20 azulejos; 2. Apanha do coral, 2 x 19 azulejos. JARDIM GRANDE: PAREDE NASCENTE: Silhar de composição figurativa; temática: os 12 meses do ano; bicromia, azul e manganês em fundo branco; 5,5 x 25 azulejos. Janeiro - Em muito mau estado, faltam vários azulejos; Fevereiro - retirado para restauro; Março - Cenas campestres, quinta e várias casas ao longe, cavaleiro e força de cavalaria com bandeira; Abril - Palácio com jardim e terraço, ao centro uma fonte com dois golfinhos e uma figura feminina no topo com uma bandeira na qual se lê a palavra Abril. No jardim uma figura feminina e uma figura masculina, vestidas à moda do século XVII; estas figuras são idênticas às dos azulejos da frontaria do palácio; Maio - Fortificação à beira-mar; num cais uma figura masculina despede-se de um religioso. Ao longe duas naus. No castelo uma bandeira com a palavra Maio; Junho - Rebanho de ovelhas a pastar. Uma figura masculina tosquia uma ovelha, uma figura feminina está a ordenhar outra ovelha. Ao fundo cavaleiros correm atrás de touros; Julho - No meio de um campo de trigo uma figura masculina com uma bandeira na mão onde se lê a palavra Julho. No campo, vários coelhos e caçadores. Uns com uma rede apanham um coelho, outros com espingardas, atiram às perdizes; Agosto - Várias figuras masculinas ceifam um campo de trigo. Uma figura masculina apanha uvas, debaixo de uma árvore duas figuras masculinas contemplam dois pássaros que têm no bico a palavra Agosto; Setembro - Vindimas: Várias figuras masculinas com cestos de uvas às costas. Numa dorna, uma figura feminina pisa o vinho. Junto de uma casa, um religioso segura na mão uma bandeira com a palavra Setembro; Outubro - Junta de bois num campo. Figura masculina com um rebanho de ovelhas. Uma figura masculina segura na cabeça uma cabaça de onde sai a palavra Outubro; Novembro - Quinta e árvores. Pendurado num pau suspenso em duas árvores, vê-se a matança do porco. Noutras duas árvores está pendurado um caldeirão; uma figura feminina vigia; uma figura masculina, em cima de uma árvore, pendura um presunto no fumeiro. Uma figura masculina conduz uma vara de porcos; na mão tem uma bandeira que diz Novembro; Dezembro - Campo com árvores. Figuras masculinas caçam passarinhos. Ao centro, uma figura masculina com um grande chapéu de plumas segura uma fita que diz Dezembro. PAREDE NORTE: 4 painéis policromos (amarelo, verde, azul e manganês) representando os quatro elementos: 1. Água, 8 x 19 azulejos ; 2. Terra, 8 x 25 azulejos; 3. Fogo, 7 x 18 azulejos (este painel foi realizado em 1999 por Paula Rego); 4. Ar, 6 x 32 azulejos; cada um destes painéis serve de espaldar a um banco corrido, também revestido de azulejo, 2 azulejos de altura. 8 painéis de composição figurativa; policromia: amarelo, verde, azul, manganês; Temática: personificação dos planetas: 1.Lua, 8,5 x 31 azulejos ; 2. Vénus, 11 x 27 azulejos; 3. Marte, 11 x 26 azulejos; 4. Júpiter, 11 x 26 azulejos; 5. Saturno,11 x 26 azulejos; 6. personificação do Sol, 11 x 25 azulejos; 7. Andrómeda, 8,5 azulejos x 16 azulejos; 8. Cassiopeia, 11 x 10,5 azulejos; todas as figuras são representadas dentro de cercadura de folhagens e flores; PAREDE SUL: silhar de composição figurativa; temática: os 12 signos do zodíaco; bicromia: azul e manganés em fundo branco. 5,5 x 22 azulejos; estes painéis revestem o muro organizados em grupos de três, entre os quais se intercalam bancos corridos, com revestimento de azulejo de composição figurativa na parede do banco e espaldar; temática: cenas de brincadeira com meninos e animais; 3 azulejos de altura. GALERIA DOS REIS: Paredes das escadas laterais: painéis de composição figurativa: Temática: divindades fluviais; Neptuno no seu carro triunfal; bicromia: azul de cobalto e manganés em fundo branco. PAREDE que liga o lago à GALERIA: 12 arcadas com painéis representando 12 cavaleiros, 28 azulejos (na parte mais alta); nas paredes laterais, 2 outros cavaleiros. Os arcos são separados por colunas pintadas em trompe l'oeil (nos azulejos) e enquadrados por cercaduras de faiança modelada, policroma, representando flores e frutos no estilo de Della Robia. PAREDE DA GALERIA: azulejo azul, liso; delimitando paredes e nichos: azulejos de produção espanhola relevados e dourados. TORREÕES DA GALERIA: paredes exteriores: revestimento de azulejos de composição ornamental; temática: troféus de armas. INTERIOR DO PALÁCIO: RÉS-DO-CHÃO: ÁTRIO (fachada N): Revestimento de azulejo de padrão, 4 x 4 azulejos; motivo de camélia; monocromia; azul de cobalto em fundo branco. Último terço séc. 17. LOGGIA ( fachada E): 4 painéis de composição figurativa, formando silhares; Temática: caçadas; policromia: amarelo, verde, azul e manganés; 1. Caça ao elefante, 11 x 17 azulejos; 2. Caça ao javali, 11 x 12 azulejos; 3. Caça ao leão, 11 x 12 azulejos; 4. Caça à perdiz; 11 x 17 azulejos. Os 4 painéis são delimitados horizontalmente por cercadura e verticalmente por figura atlante. Último terço séc. 17. TORRINHA SUL: Azulejos de composição figurativa, formando silhares; 10 azulejos de altura; por baixo das 5 janelas, parede e conversadeiras revestidas de azulejo de composição figurativa; temática: Caçadas com cavalos, cavaleiros, caçadores a pé: Caça ao touro, caça aos patos, caça ao veado...; pássaros, árvores e ramagens; bicromia: azul e manganés em fundo branco. TORRINHA NORTE: Azulejos de composição figurativa, formando silhares; 10 azulejos de altura; por baixo das 5 janelas, parede e conversadeiras revestidas de azulejo de composição figurativa; temática: Caçadas com cavalos, cavaleiros, caçadores a pé; pássaros, árvores e ramagens; bicromia: azul e manganés em fundo branco. ANDAR NOBRE: HALL de acesso à Sala das Batalhas, Biblioteca, Sala de Jantar: Silhares de azulejo de padrão; 4 x 4 azulejos; motivo de camélia; monocromia; azul de cobalto em fundo branco; 8 azulejos de altura; último terço séc. 17. TORRINHA SUL (1º andar): Azulejo de padrão formando silhares; 2 x 2 azulejos, motivo de camélia; monocromia: azul de cobalto em fundo branco. 8 azulejos de altura. TORRINHA NORTE (1º andar): Azulejo de padrão formando silhares; 2 x 2 azulejos (P 67); monocromia: azul de cobalto em fundo branco; friso (F 10) em azul e branco; cercadura em bicromia: azul e amarelo; 9 azulejos de altura. LOGGIA (fachada N): Azulejo de padrão formando silhares, 4 x 4 azulejos; monocromia: azul de cobalto em fundo branco; 8 azulejos de altura; último terço séc. 17. BIBLIOTECA (fachada E): Silhares de azulejo de Gabriel Constante, c.1925. Temática: cestos de flores. (tapados pelas estantes dos livros). SALA DAS BATALHAS: 8 painéis de composição figurativa, formando silhares; 12 azulejos de altura; temática: Batalhas das Restauração; Bicromia: azul e manganês em fundo branco. 1. Batalha de Montes Claros, 23 azulejos de largura; 2. Batalha de S. Miguel, 24 azulejos de largura; 3. Batalha das linhas de Elvas, 41 azulejos de largura; 4. Batalha do Montijo, 11azulejos de largura; 5. Batalha de Castelo Rodrigo, 11,5 azulejos de altura; 6. Batalha de Arronches, 10,5 azulejos de largura; 7. Batalha de Trás-os-Montes, 10 azulejos de largura; 8. Batalha do Ameixial, 40 azulejos de altura. Barra: motivos ornamentais; carranca nos cantos. Último terço séc. 17. (Nestes painéis, rios, igrejas, castelos e outros pontos estratégicos são identificados pelo nome escrito em azul de cobalto no próprio azulejo, bem como são identificadas as figuras representadas).

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa nobre

Propriedade

Privada: Fundação

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: João Nunes Tinoco (atr., séc. 17). ESCULTORES: P. Mignard; Silvestre Faria Lobo (séc. 18). PINTOR: Paula Rego.

Cronologia

1584 - data de uma inscrição visível na capela, pelo que se depreende a existência de um primitivo núcleo datável do séc. 16; c. 1665 - 1673 - edificação do palácio por iniciativa do 1º marquês de Fronteira, D. João de Mascarenhas (1633 - 1681), sendo possível atribuir o risco a João Nunes Tinoco (COUTINHO: 297); 1669 - visita do grão-duque da Toscânia, Cosme de Medicis, à propriedade, cujo palácio se encontrava em construção; 1660 - 1670 - aplicação da maior parte dos azulejos (Galeria dos Reis, Terraço das Artes, Sala das Batalhas, Vestíbulo); 1671 - 1672 - inauguração do palácio, então residência sasonal dos Mascarenhas, na presença do príncipe regente D. Pedro; 1678 - o palácio estaria completamente concluído; 1755, 1 novembro - tendo o terramoto arrasado a residência lisboeta dos marqueses de Fronteira a família muda-se para o palácio de Benfica que assim se converte em residência permanente; séc. 18, último quartel - importantes obras de ampliação (acrescento da ala perpendicular à fachada N.) e redecoração da casa (estuques acima dos lambris de azulejos) empreendidas pelo 5º marquês D. José Luís Mascarenhas (1721 - 1799); séc. 18, último quartel - prolongamento da Galeria dos Reis com bustos de D. José, D. Maria e D. João VI; transformação em terraço do lago que circundava as fachadas nascente e sul; execução de um presépio por Silvestre Faria Lobo; séc. 18, finais - séc. 19, início - transformações no jardim grande e no jardim de Vénus, obedecendo ao espirito romântico; plantação de várias espécies vegetais exótica; fecho das duas loggie da fachada norte, sobre o grande pátio da entrada, e da loggia superior da fachada nascente, sobre o jardim grande; pintura exterior do edifício, em losangos alternados.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, estuques pintados, azulejos (sécs. 17, 18 e 20), cerâmica majólica, chumbo, ferro forjado

Bibliografia

ADELMAN, M., SMITH, R., MECO, José, Azulejos, Lisboa, 1986; ANDRADA, Ernesto de Campos, Memórias do Marquês de Fronteira e d'Alorna D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto Ditadas por Ele Próprio em 1861, Lisboa, 1926 - 1932; ARANHA, Pedro W. de Brito, Quinta dos Marqueses de Fronteira em São Domingos de Benfica, in Annuario do Archivo Pitoresco, Vol. I, Lisboa, 1859; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1969; BARBOSA, Inácio Vilhena, Monumentos de Portugal, Lisboa, 1886; BOWE, Patrick, Jardins en Portugal, Lisboa, 1989; CASTELO-BRANCO, Cristina, Fronteira, An Analisys and Restoration Proposal for a Seventeenth Century Garden, Boston, 1989 (Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade de Massachussets); CASTELO-BRANCO, Cristina, Os Jardins dos Vice-Reis, Lisboa, 1992; CORREIA, Ana Paula Rebelo, Estampa e Azulejo no Palácio Fronteira, in Azulejo, nº 3/7, Lisboa 1995-1999; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corographia Portugeza, Vol. III, Lisboa, 1712; COUTINHO, Maria João Fontes Pereira, A produção portuguesa de obras de embutidos de pedraria policroma (1670-1720). Lisboa, Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa, 2010, 3 vols.; EELEN, Guy, O Azulejo, Lisboa, 1992; GEORGE, Frederico, BASTOS, Jorge, The Palace Fronteira North Loggia Ristoration, Lisboa, 1993; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, GALRÃO, João, Relatório da intervenção na estátua representando D. João VI, no Jardim de Vénus (por João Galrão), Cacém, 1996; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatório da intervenção nos azulejos que revestem o muro que sustenta o Jardim de Vénus, junto à escada para a Galeria dos Reis (Maria João Gonçalves), Cacém, 1996; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatório da intervenção na estátua de chumbo representando Diana, no Jardim do Buxo, Cacém, 1996; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatórios da intervenção na fonte do Jardim de Vénus, 2 vol., Cacém, 1999; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatório da intervenção na escultura em chumbo representando Pã, no Tanque dos Loureiros ou dos Pretos, Cacém, 2000; JELIWE, Geoffrey, JELIWE, Susan, The Landscape of the Man, Londres, 1975-1987; LEITE, Ana Cristina, Fronteira, Palácio, in Dicionário da Arte Barroca em Portugal, Lisboa, 1989; MASCARENHAS, Fernando, Notas Para uma Análise Estético-Histórica dos Painéis da Sala Das Batalhas do Palácio Fronteira, in AAVV., Encontro Sobre História da Azulejaria em Portugal II - Da Passagem da Monocromia Seiscentista à Azulejaria Joanina, Lisboa, 1991 (texto policopiado); MASCARENHAS, Fernando, Notas sobre o Uso do Manganés nos Azulejos do Palácio Fronteira do Período de transição para a Monocromia, (Comunicação apresentada ao Congresso Internacional de História da Arte), Lisboa, 1992 (no prelo); MECO, José, Azulejos de Lisboa, Lisboa, 1984; MECO, José, Azulejaria Portuguesa, Lisboa, 1985; Monumentos, n.º 6 e n.º 12, n.º 16, Lisboa, DGEMN, 1997, 2000 e 2002; MOSSER, Monique, TEYSSOT, Georges, L' Architettura dei Giardini d'Occidente Rinascimento / Novecento, Milão, 1990; NEVES, José Cassiano, Jardins e Palácio dos Marqueses de Fronteira, Lisboa, 1954; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota [dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa ], Lisboa, 1998; PEREIRA, Gabriel, São Domingos de Bemfica, Lisboa, 1905; QUIGNARD, Pascal, A Fronteira, Lisboa, 1992; SANTOS, Reynaldo dos, O Azulejo em Portugal, Lisboa, 1957; SANTOS, Reinaldo dos, Oito Séculos de Arte Portuguesa, Lisboa. s.d.; SIMÕES, J. M. Santos, Carreaux Céramiques Hollandais au Portugal et en Espagne, Haia, 1959; SIMÕES, J. M. Santos, Azulejaria Portuguesa do Século XVII, Lisboa, 1971; STOOP, Anne De, Quintas e Palácios nos Arredores de Lisboa, Porto, 1986.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/Arquivo Pessoal de Frederico George; BNP: Secção de Iconografia, Palácio do Senhor Marquês de Fronteira, por Charles Legrand, c. 1850, litografia (E. 4.724 P.); Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/Arquivo Pessoal de Frederico George; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSARH; CML: Arquivo de Obras, pº nº 25.046; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, início - realização do pátio empedrado da entrada e instalação da porta com grade envolvente que dá para o Jardim Grande; colocação da pedra de armas dos Mascarenhas no centro da ala setecentista, a poente *1; 1915 - restauro dos painéis de estuque da Sala das Batalhas; o 10º Marquês de Fronteira manda tirar as portas de madeira que fechavam a loggia inferior e construir os dois lances de escadas com balaustrada em mármore de Carrara, rematada por 4 esferas do mesmo mármore que fazem a ligação ao patamar; 1925 - realização de silhares de azulejo (Gabriel Constante) com motivos de cestos de flores, para a loggia que serve actualmente de biblioteca *2; 1926 - conservação das coberturas; 1932 - limpeza e pintura da fachada principal e muros; 1936 - conservação das coberturas, limpeza de paramentos exteriores e interiores; 1939 - limpeza e pintura de paramentos interiores; 1938 - construção de chaminé; 1940 - limpezas interiores e exteriores, reparação de estuques e pinturas; 1943 - beneficiação da cobertura exterior e interior; 1995 - aprumo do muro da vedação; 1957 - conservação das coberturas e pinturas interiores; 1950-1960 - campanha de conservação e remodelação, em grande parte sob a orientação do arquitecto Frederico Geoge; transferência da biblioteca para a loggia E.; construção de uma nova cozinha, copas de apoio, lavandaria, casas de banho; colocação de azulejos de padrão nos corredores da ala N.; 1974 - obras de beneficiação geral; Década de 80, início - restauro dos medalhões do terraço pelo escultor Rocha Correia; 1989 / 1996 - recuperação da cobertura em fases sucessivas; IPPAR: 1991 - limpeza do busto da Galeria dos Reis; DGEMN: 1995 - recuperação estrutural da Sala das Batalhas (estuques e azulejos); PROPRIETÁRIO: 1996 - limpeza do busto de D. João VI, pela Escola Superior de Restauro de Sintra; DGEMN: 1995 / 1996 / 1997 - recuperação e restauro da Sala das Batalhas, da Biblioteca, da Torrinha Sul e da cobertura da Escadaria principal; recuperação da Capela; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 1996 - intervenção nos azulejos que revestem o muro que suporta o Jardim de Vénus, junto à escada para a Galeria dos Reis, com remoção de argamassas, consolidação, aplicação de fungicida, preenchimento de lacunas e falhas, com pintura afrio, manufactura e colocação de azulejos em falta; intervenção na estátua de chumbo, representando Diana, no Jardim do Buxo, com limpeza e remoção das camadas que revestiam o metal, restauro do pé direito, em chumbo, criando-se interiormente um suporte para o mesmo, preenchimento de todos os orifícios com soldadura, remoção dos restauros anteriores com estanho e preenchimento destas lacunas, manufactura de parte do arco, colocação de nova estrutura interna em aço inoxidável, substituindo a que existia, em ferro; limpeza do pedestal e fixação da estátia ao mesmo; intervenção na estátua de D. João VI, no Jardim de Vénus, com limpeza, conservação da superfície pétrea, restauro de vários elementos fragilizados, recriação e colocação da base da estátua; IPPAR: 1997 - obras de recuperação e restauro da ala poente do palácio e muros de suporte do jardim; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 1999 - intervenção na fonte do Jardim de Vénus, com limpeza, remoção das infestações biológicas, tratamento das oxidações e concreções, remoção dos espigões, chumbo, cimento, argamassa; consolidações e colagem de elementos, preenchimento de juntas e lacunas, colcação de hidrofugante; DGEMN: 1999 / 2000 - beneficiação das alas do pátio; 2000 - intervenção na estátua de chumbo representando Pã, no Tanque dos Loureiros ou dos Pretos, com limpeza exterior, remoção das argamassas interiores, colocação de nova canalização de chumbo, reforço das estruturas, soldadura de fissuras. 2001 - intervenção no lago da Galeria dos Reis; limpeza do lago, nova canalização, limpeza das estátuas; restauro do pombal, recuperação da pintura exterior com motivos de losangos.

Observações

*1- DOF: Palácio, jardins, horta e mata dos marqueses de Fronteira. Zona Especial de Proteção Conjunta do Palácio Fronteira e do Convento de São Domingos. *1- a pedra de armas vem da fachada do prédio do café Chave d'Ouro, no Rossio, antiga propriedade da família; *2-- Os azulejos estão actualmente tapados pelas estantes; os azulejos das torrinhas N e S, os azulejos da loggia que dá para o jardim grande, os azulejos da fachada, foram realizados a partir de gravuras flamengas e francesas.

Autor e Data

Paula Noé 1990 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Paula Correia 2001

Actualização

Paula Correia 2002
 
 
 
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