Jardins da Avenida da Liberdade
| IPA.00005172 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António |
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Arquitectura recreativa. Jardim romântico, sentimental e intimista, constituía o espaço ideal para a vida social oitocentista da nobreza e burguesia lisboeta. Transformação do Passeio Público original, construído à semelhança dos boulevard à francesa. A Avenida da Liberdade constitui parte fundamental da Estrutura Ecológica de Lisboa, por promover a ligação entre a Baixa e o Parque Eduardo VII que, por sua vez, faz a ligação a Monsanto, constituindo o Corredor Verde de Monsanto. «Foi o primeiro espaço verde de Lisboa com carácter colectivo e institucional» (Ana Tostões, Monsanto, Parque Eduardo VII, Keil do Amaral, Arquitecto dos Espaços Verdes de Lisboa, p. 9). Importância da vegetação enquanto elemento unificador de um espaço compartimentado pela imposição física a que está sujeito pela sua localização no tecido urbano. Apesar da intensidade do tráfego que caracteriza esta artéria, a sua vivência enquanto passeio público sobrevive pela massa densa de vegetação e pela dimensão, convidando à circulação pedonal e à estadia. A luminosidade é factor fundamental na vivência das diferentes ambiências que se oferecem ao longo deste espaço. Do topo da Avenida, a vista sobre a junção cromática entre o azul do Tejo e do céu é singular. |
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Número IPA Antigo: PT031106450428 |
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Registo visualizado 7643 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Jardim Passeio público
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Descrição
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O Passeio Público, desenvolvendo-se segundo uma plataforma rectangular (1500 m por 90 m), é delimitado nos seus extremos pela Praça Marquês de Pombal e pela Praça dos Restauradores. De pendente regular com orientação NNO. - SSE. é compartimentado longitudinalmente por um eixo viário principal central. Transversalmente, divide-se em talhões cuja composição se repete simetricamente e emparelhada em relação ao eixo principal; esta compartimentação é atenuada pela imposição dos alinhamentos arbóreos periféricos dos talhões e pela densidade arbórea interior, pelo que a longitudinalidade da composição é reforçada. Da Praça Marquês de Pombal aos Restauradores, a compartimentação tranversal, entre talhões, é fisicamente assumida pelo atravessamento das Ruas Alexandre Herculano, Barata Salgueiro, pela ligação entre a Praça da Alegria e a Rua das Pretas, e ainda, pela ligação entre a Travessa da Glória e o Largo da Anunciada. Os alinhamentos arbóreos que reforçam a periferia dos talhões são constituídos por duas fiadas de árvores, em regra lódãos e plátanos, constituindo um túnel contínuo ao longo da Avenida. Estes alinhamentos definem, para o interior dos talhões, um relvado que se pode apresentar simples, pontuado por herbáceas (regra geral Agapanthus umbellatus) ou ainda por palmeiras (Phoenix canariensis), por vezes cruzadas com Agapanthus nos compassos de plantação. Os alinhamentos de palmeiras, compassadamente distribuídos ao centro dos relvados surgem isolados a marcar a abertura da Avenida relativamente à Praça Marquês de Pombal. Estes alinhamentos, estando envolvidos pelo maciço arbóreo formado pela restante vegetação a partir do último terço do primeiro talhão (relativamente à Praça Marquês de Pombal), terminam a poente do eixo longitudinal a meio da Avenida e, a nascente, na ligação entre a Praça da Alegria e a Rua das Pretas. O último talhão nascente é pontuado por duas palmeiras. No lugar dos referidos relvados os talhões entre a ligação Praça da Alegria - Rua das Pretas e Travessa da Glória - Largo da Anunciada apresentam um lago com cascata e estatuária evocando os rios Tejo e Douro. Excepcionalmente, a meio da Avenida e a O., abre-se uma clareira pavimentada, pontuada pelo monumento aos Combatentes da Grande Guerra. Também os pavimentos, em calçada portuguesa, promovem a unidade espacial do conjunto; quer pela área que revestem, quer pela repetição de motivos e padrões, em regra florais, que integram os elementos de composição, por exemplo aqueles que pontuam os extremos dos talhões, como estatuária ( de que são exemplo Alexandre Herculano, Almeida Garrett, António Castilho e Oliveira Martins, no eixo formado pela Rua Alexandre Herculano ) e vegetação ( por exemplo as caldeiras em que se encontram exemplares da Palmeira das Vassouras ( Chamaerops humilis ). Ao longo da Avenida e de costas para os relvados, bancos de jardim convidam à estadia, nos talhões do extremo S. surgem esplanadas. Outros equipamentos, como telefones, entradas de metros, acessos ao estacionamento subterrâneo, sanitários e o Quiosque do Tivoli, surgem ao longo dos talhões. A circulação automóvel faz-se quer pelo eixo principal central, quer pelas vias transversais e laterais, sendo o estacionamento permitido ao longo destas últimas e ainda em duas bolsas que, a meio da Avenida, recortam os talhões. A N. da Avenida, a partir do Alto do Parque Eduardo VII, é perceptível a dimensão, forma e encaixe da Avenida relativamente às fachadas que a definem, destacando-se ainda a largura do eixo principal, tendo como cenário o Tejo e a Baixa Pombalina. Dos Restauradores, e dado que topograficamente a observação sobre a Avenida é feita a partir de uma cota inferior, destaca-se o eixo principal e as duas cúpulas longilíneas formadas pela vegetação. |
Acessos
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Praça Marquês de Pombal; Avenida da Liberdade; Praça dos Restauradores |
Protecção
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Enquadramento
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Urbano. Vale. Contido pelas fachadas dos edifícios que definem a Avenida da Liberdade (v. IPA.00005972). |
Descrição Complementar
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« o passeio Público encerrava poucos anos após 1879 altura em que começaram as primeiras obras para a abertura de uma larga avenida. Contra a nova avenida concepção bem tristemente pretensiosas », insurge-se Ramalho Ortigão que já em 1874 protestava nas Farpas: « Que é um boulevard aberto em semelhante ponto da cidade comunicando uma das extremidades dela com um dos seus subúrbios? É uma necessidade de viação? Uma criação de novo bairro? Um fim de comércio, de indústria, de civilização, de higiene, de recreio? Não. Este boulevard, segundo o critério municipal, é um luxo. Contudo, a Avenida toma um pouco o lugar do Passeio.» (VA, Lisboa em Movimento 1850-1920, p. 357); «A Avenida da Liberdade que é a mais larga e desafogada artéria de toda a cidade, (...) É uma esplêndida alameda arborizada e ajardinada, que vais desde a Praça dos Restauradores à do Marquês de Pombal, num comprimento de 1500 metros e 90 metros de largura. Não tem decerto o encanto e magnificência dos Campos Elísios de Paris, mas não deixa de ser uma das mais belas avenidas da Europa. (...) Na Avenida abrem-se uma larga rua central e duas laterais, separadas por placas arborizadas. Cada um dos talhões tem a sua arborização especial: ulmeiros, plátanos, olaias, lódãos, acácias, palmeiras, amoreiras da China. São sobretudo notáveis pela rica pompa de vegetação e emaranhado do arvoredo os talhões que medeiam entre a R. das Pretas e o Largo da Anunciada do lado este e a calçada da Glória e a praça da Alegria do lado Oeste. No começo da primavera é um belo espectáculo o das olaias floridas, que se cobrem então de lindos cachos róseos. No princípio da Avenida vê-se ao alto o Jardim de São Pedro de Alcântara, cujas palmeiras destacam no azul intenso do céu as suas cabeças emplumadas. E de toda a extensão das suas ruas laterais se desfruta a vista panorâmica dos montes de Santana e S. Roque. A avenida tem fraca ornamentação arquitectónica e poucos jogos de água, no primeiro talhão dois lagos; no segundo duas cascatas em que figuram, aproveitadas do antigo Passeio Público duas estátuas que representam os rios Douro e Tejo. (...) Na altura da R. de Alexandre Herculano, do lado Este., um coreto, e, nos topos dos talhões, as estátuas das quatro partes do Mundo (Europa, Ásia, África e Oceania) que deviam circundar o monumento à Rainha D. Maria I que está no Museu do Carmo. (...) Finalmente, no extremo Norte dessa longa artéria, como remate da cidade moderna, abre-se o diadema da Rotunda (Praça do Marquês de Pombal), de pavimento em empedrado lisboeta, com letreiros e desenhos alusivos à acção reformadora do estadista, plantada de acácias do Japão (Sophora japonica), e de onde a vista se enfia através da Avenida e as Ruas da baixa até morrer nos montes azuis da Outra Banda.» (Guia de Portugal, p.248/50) «A Avenida da Liberdade (...) Foi dividida em dois lanços: um da praça dos restauradores até á Praça da Alegria de Baixo (...), outro seguiria dali até aos terrenos do Vale do Pereiro, onde se abriria uma rotunda. (...) Placas laterais ajardinadas com árvores, estátuas, lagos e cascata, percorrem a avenida até ao topo e dão-lhe ainda, apesar dos sucessivos cortes no espaço verde, um aspecto de calma, em enorme contraste com o trânsito ininterrupto que as circunda. Nestas placas, de Sul para Norte, podemos encontrar o pequeno lago que, perto dos Restauradores, ostenta dois grifos jorrando água pela boca (um deles tem sido vitima de toda a espécies de vandalismos), os riachos com cisnes e pequenas pontes (terminados em 1924) onde forma colocadas as duas cascatas do Passeio Público: pequenas estátuas do Tejo e do Douro. Temos também os monumentos, que começam, cá em baixo, no busto de Pinheiro Chagas, com uma Morgadinha algo "kitsch" a proteger-lhe o pedestral, e terminam no conjunto já dos anos 40 (Leopoldo de Almeida e Barata Feyo) representando os escritores Almeida Garrett, Feliciano de Castilho, Alexandre Herculano e Oliveira Martins» (Marina Dias, Lisboa Desaparecida, p. 59); «A Avenida da Liberdade tomou-lhe ( ao Passeio Público ) o lugar em prole de uma cidade maior, mais europeia; mas sob cada gesto largo jaz sempre um punhado de mortos. Rosa Araújo rasgou a sua bela avenida deixando sob ela todo um tempo, todo um modo de se ser lisboeta...» (Marina Dias, Lisboa Desaparecida, p. 51) |
Utilização Inicial
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Recreativa: passeio público |
Utilização Actual
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Recreativa: jardim |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Câmara Municipal de Lisboa (Direção Municipal de Ambiente e Espaços Verdes - Departamento de Espaços Verdes) |
Época Construção
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Séc. 19; séc.20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: Reinaldo Manuel dos Santos (séc. 18), Malaquias Ferreira (séc. 19), Domingos Parente da Silva (séc. 19). ARQUITETOS PAISAGISTAS: Francisco Caldeira Cabral e Gonçalo Ribeiro Telles (séc. 20). ENGENHEIRO Frederico Ressano Garcia ( projecto da Avenida da Liberdade ) (séc. 19). |
Cronologia
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1755, após - plantado e construído sobre hortas, do largo do Passeio Público do Rossio até à Praça da Alegria, era um jardim cercado de muros com 15 janelas gradeadas de cada lado, do risco do arquitecto Reynaldo Manuel; 1764 - inauguração, pelo Marquês de Pombal; Séc. 19 - construção dos Recreios Whitoyne conforme projecto de Domingos Parente da Silva, no local onde se ergue o Hotel Avenida Palace; 1835, após - reformado segundo planta do arquitecto Malaquias Ferreira Leal, gradeado em toda a volta, com lago e cascata a N.; 1851 - iluminação do Passeio Público; 1852 - o Passeio Público é definitivamente aberto; 1863 - surge a ideia de construção de uma via que ligasse o Passeio a São Sebastião; Severo de Carvalho, vereador, propõe a abertura de uma grande avenida, desde o passeio até São Sebastião da Pedreira; 1870 - o Engenheiro B. Dejante retoma a ideia de construção da grande via; 1873 - de acordo com o projecto do Arquitecto Parente da Silva, Saraiva de Carvalho, Ministro das Obras Públicas, leva à Câmara a ideia da construção da referida via; 1879, 24 Agosto - início solene dos trabalhos, por Rosa Araújo, presidente do município. Início da demolição do Passeio Público pelo desaparecimento do Teatro de Variedades Dramáticas; 1882 - inauguração do primeiro troço; 1886 - Inauguração da Avenida. É também inaugurado o monumento aos Restauradores, no local antes ocupado pelo tanque; 1914 - aprovação do projecto para o monumento a Pombal, a colocar no topo da Avenida; 1924 - são concluídas as pequenas pontes sobres os riachos alusivos ao rio Douro e Tejo; 1934 - realização da estátua em homenagem a Marquês de Pombal; 1955 - Ribeiro Telles, elabora uma proposta intitulado "Avenida da Liberdade. Projeto de Remodelação de Arborização e Ajardinamento.", na memória descritiva, este começa por reconhecer na árvore "o seu principal e mais valioso elemento, como valor estético." e considera que "Não existe qualquer razão de ordem estética ou biológica para que se encontrem as placas duas a duas povoadas com espécies de porte, volume e cor totalmente diferentes."; 1955, 3 outubro - verificam-se reações negativas ao projeto. Nessa data, a pedido do Presidente da CML, José Pulido Garcia submete à apreciação do diretor da DSTE os argumentos que a RAJ pretende utilizar em resposta a afirmações realizadas na exposição apresentada pela Junta Diretiva do Grupo "Amigos de Lisboa" tais como: "a conservação da Avenida da Liberdade tal como é e a fizeram as gerações anteriores."; 1956 - os arquitetos paisagistas Francisco Caldeira Cabral e Gonçalo Ribeiro Telles, apresentam uma proposta de reformulação da Avenida da Liberdade, revisão do projeto apresentado no ano anterior. Esta proposta é parte integrante do "Projeto de Remodelação da Avenida", coordenado pelo engenheiro Luís Guimarães Lobato, mais abrangente já que inclui o contributo de outras especialidades implicadas, da responsabilidade do Gabinete de Estudos de Urbanização, da CML. Os técnicos que mais diretamente intervêm na elaboração do projeto definitivo são Francisco Caldeira Cabral e o engenheiro Magalhães de Figueiredo, ambos consultores externos da Câmara. Este projeto tem em vista a adaptação da avenida às novas exigências do seu tempo. Estas modificações têm por base necessidades tais como: a regeneração do arvoredo que apresenta então francos sinais de decrepitude, um alargamento das vias central e laterais para fazer face a um aumento significativo do volume de trânsito que circula e, finalmente, a instalação de uma linha do metropolitano, ao longo desta avenida; 1957, fevereiro - a Raínha Isabel II, na sua visita a Portugal percorre a Avenida da Liberdade estando o projeto executado nas placas do lado poente entre a Praça Marquês de Pombal e a Avenida Alexandre Herculano; 1957, 23 março - no jornal "Diário Popular é feita uma crítica severa ao novo aspeto da avenida afirmando-se: "A beleza da Avenida estava em grande parte nas suas proporções, na largueza e desenho dos empedrados, na disposição geométrica das árvores. Nada disso se mantém. A Avenida fica às avessas, virou uma avenida ao contrário. Dos lados das placas há zonas verdes desiguais e rua ao meio ensaibrada (…)",em seguida compara o lado ocidental da avenida, onde o novo projeto já tinha sido construído, com o lado oriental, que se mantinha ainda inalterado afirmando: "Do lado nascente, apesar da vegetação descuidada e não valorizada em condições, de uma ou outra estreita rua que poderia suprimir-se em proveito dos canteiros, o aspeto é bem diverso: - há incontestavelmente uma avenida, de traça regular, desafogada, cheia de claridade, visibilidade e grandeza, cuja conceção não tem paralelo com aquela outra, por muito superior."; 1957, outubro - na revista Arquitetura nº 60 Carlos Duarte comenta o projeto. Este assume porém uma posição diferente de muitas outras ao afirmar: " (…) desejamos esclarecer que - ao contrário de muitos críticos do projeto - cremos que hoje não seria aceitável, mesmo se possível, refazer integralmente o que existia antes das obras. Uma cidade não é um museu."; 1958, 3 março - Caderno de encargos do concurso de fornecimento de 21600 plantas herbáceas para a Avenida da Liberdade e Praça Marquês de Pombal, não tendo sido recebida qualquer proposta para este concurso; 1959, 14 março. - Álvaro Salvação Presidente da CML - pede a Ribeiro Telles e a Caldeira Cabral que elaborem cada um deles, um parecer a justificar a necessidade da existência de um pavimento em mosaico de vidraço na Avenida da Liberdade; 1958, 12 março - vereador Francisco Ribeiro Ferreira contesta o projeto relativamente ao trânsito, no que diz respeito à largura das faixas de rodagem centrais da avenida, com base no volume de veículos que entrava na mesma, no diâmetro da placa central da Praça Marquês de Pombal e das suas placas de triagem, ao perfil transversal da avenida, ao estacionamento e ainda em questões de caráter estético, tentando adjetivá-la como possuidora de um "aspeto demasiadamente informal", já que ambicionava ver aqui "ajardinamentos formais geométricos e definidos (…) ", considerando a sua tipologia indicada para parque ou jardins dos bairros modernos de então; 1959, 9 outubro - Ribeiro Telles apresenta: "Avenida da Liberdade. Relatório sobre o aspeto geral e estado sanitário das árvores de alinhamento (Plantadas em caldeiras). Mês de Setembro", no qual constata, em relatório destinado a um estudo comparativo com a situação existente em outubro de 1955, o mau estado fitossanitário das árvores situadas em zonas ainda não remodeladas da avenida, como as placas do lado nascente, referindo a morte de algumas destas, ao invés do que sucedia nas faixas ajardinadas do lado poente, que exibia um bom desenvolvimento vegetativo; 1960, fevereiro - num artigo de jornal intitulado "O Problema da Avenida", assinado por apenas G. de A.M., comentando as obras da avenida testemunhava o movimento de opinião que se produziu no sentido de reaver o estado inicial desta artéria, demonstrando o poder da imprensa na manipulação da opinião pública. Nesse mesmo artigo o seu autor anuncia que França Borges, o novo Presidente da CML em funções desde o ano anterior, tinha ordenado a destruição do projeto de Ribeiro Telles e Caldeira Cabral e a reposição da situação anterior; 1960 - França Borges pretendeu que fosse Ribeiro Telles, coautor do projeto e técnico da CML, a repor a situação inicial da avenida. Este recusou esta tarefa, o que levou a um desentendimento com o Presidente, e consequentemente à sua demissão desta instituição. 1960 - Reposição do projeto anterior, de Frederico Ressano Garcia, com exceção da largura dos arruamentos, que se manteve; 1970, 11 março - assume funções o novo Presidente da Câmara, Fernando Santos e Castro; 1970-1972 - Caldeira Cabral escreveu uma carta ao novo Presidente da Câmara e seu amigo, o engenheiro agrónomo Fernando Santos e Castro, num desabafo em que assumiu ter sido um dos períodos mais penosos da sua vida profissional, ver destruir a sua obra que "(…) ia crescendo e se ia afirmando, inteiramente de acordo com o que nós os autores tínhamos sonhado, e também com aquilo que o público, não prevenido pela campanha jornalística, afinal desejava. O último resto de todo esse sonho era a Rotunda. Aí as árvores que tinham deixado atingiam agora já o seu pleno desenvolvimento.". |
Dados Técnicos
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Materiais
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Inertes: pavimentos em calçada portuguesa com motivos florais. Vegetal: árvores - lodãos (Celtis australis), palmeiras (Phoenix canariensis), talhões relvados, plátanos (Platanus sp.). |
Bibliografia
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ANDERSEN, Teresa. CAMARA, Teresa Bettencourt. CARVALHO, Luís Guedes - "Lugares da Arquitetura Paisagista: 1940-1970" in ANDERSEN, Teresa. Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian - Francisco Caldeira Cabral e a primeira geração de Arquitetos Paisagistas (1940-1970), Lisboa, 2003, pág. 237-241; AAVV - Lisboa em Movimento 1850-1920, Livros Horizonte, Lisboa, 1994; ALMEIDA, Fialho - D', Barbear, Pentear ( Jornal d'um vagabundo ), Lisboa, 1910; BASTOS, Sousa - Lisboa Velha - Sessenta Anos de Recordações ( 1850 a 1910 ), CML, Lisboa, 1947; CAMARA, Teresa Bettencourt - “Contributos da Arquitetura Paisagista para o Espaço Público de Lisboa”, Porto, 2015, p.185-201 Dissertação de Doutoramento. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, texto policopiado; DIAS, Marina Tavares - Lisboa Desaparecida, volume I, 7ª edição, Quimera, Lisboa, 1987; FRANÇA, José A - A Arte em Portugal no séc. XIX, 1º volume, Livraria Bertrand; Lisboa de Frederico Ressano Garcia 1874-1909, CML, Fundação Calouste Gulbenkian, 1989; PROENÇA, Raul - Guia de Portugal, 1º volume, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1924; TOSTÕES, Ana, Monsanto - Parque Eduardo VII, Keil do Amaral, Arquitecto dos espaços Verdes de Lisboa, Editorial Salamandra, Lisboa, 1992; VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. II. |
Documentação Gráfica
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UE |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN/DSID; UE |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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CML: 1955-1960 - execução de novo projeto; 1960 - reconversão no projeto primitivo; 1999 - realização de obras de conservação de parte dos pavimentos e arruamentos laterais da Avenida. |
Observações
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A Avenida da Liberdade foi, desde o projecto de ampliação do Passeio Público, objecto de grandes polémicas. |
Autor e Data
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Ana Aguiar 1999; Teresa Camara 2018 |
Actualização
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