Igreja Paroquial de Armamar / Igreja de São Miguel
| IPA.00004286 |
Portugal, Viseu, Armamar, Armamar |
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Igreja paroquial românica, gótica e revivalista, de planta retangular composta por três naves, não visíveis no exterior, de quatro tramos, definidos por colunas, por cabeceira composta por ábside semicircular e dois absidíolos, sacristia e torre sineira adossada à fachada lateral esquerda, com coberturas internas diferenciadas, de madeira na nave e em abóbadas na cabeceira, de berço nos absidíolos e em quarto de esfera na capela-mor, iluminada por frestas. Fachada principal em empena, com os vãos rasgados em eixo composto por portal escavado com dupla arquivolta, e por óculo. Fachadas com remate em cachorrada, rasgada por portas travessas em arco quebrado, escavados e com dupla arquivolta; alguns capitéis são esculturados com motivos vegetalistas estilizados, com alguns elementos zoomórficos, tendo, alguns dos silhares, siglas de pedreiro. Influenciou as igrejas de São Martinho das Chãs, São Domingos de Fontelo e paroquial da Queimada. Torre sineira seiscentista, de dois registos, o inferior cego e o superior com sineiras de volta perfeita, apresentando gárgulas de canhão, típicas desse período. A cabeceira possui, nas frestas, colunas no interior e exterior, com capitéis decorados com motivos vegetalistas e historiados. O absidíolo do Evangelho, mantém vestígios de pinturas murais. O interior encontra-se muito adulterado, tendo sido removidos a primitiva cobertura e todos os retábulos de talha dourada e policroma, barrocos, bem como o exterior, com o desaparecimento dos suportes do primitivo alpendre, a substituição dos vãos barrocos frestas românicas e a remoção da imaginária e nicho maneirista da cabeceira. |
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Número IPA Antigo: PT011801030001 |
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Registo visualizado 2451 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal regular composta por corpo da igreja rectangular, de três naves, divididas em quatro tramos, não visíveis exteriormente, de absidíolos inscritos, cabeceira rectangular com remate semicircular, tendo adossada, à fachada lateral esquerda, torre sineira de planta quadrangular e sacristia, rectangular. Volumes articulados, com disposição holizontalista e torre verticalista, com coberturas diferenciadas com telhados a duas águas no corpo da igreja, a cinco na cabeceira, a três na sacristia e a quatro águas na torre. Fachadas em cantaria de granito aparente, percorridas por embasamento saliente, mais alto na zona da torre sineira, rematadas por cornijas, assentes em cachorrada nas fachadas laterais. Fachada principal voltada a O., em empena truncada por cruz latina no vértice, de dois registos separados por friso, o primeiro rasgado por portal escavado, em arco quebrado de duas arquivoltas sobre impostas salientes, com decoração geométrica, tendo uma moldura exterior formada pelas aduelas do arco, também sobre impostas com o mesmo tipo de decoração; o conjunto é encimado por seis cachorros; no segundo registo, óculo com moldura circular de anéis. No lado esquerdo, torre sineira de dois registos, o superior mais estreito, definidos por friso e cornija, flanqueada por cunhais apilastrados, firmados por pináculos piramidais com bola; o primeiro registo é cego, sendo o superior rasgado, nas quatro faces por sineiras de volta perfeita, sendo rematada em cornija. Fachada lateral esquerda virada a N., tendo porta travessa escavada, em arco abatido, de dupla arquivolta e com tímpano liso assente em impostas salientes; superiormente, a nave é marcada por cornija, acima da qual surge estreita fresta; no corpo da sacristia, duas frestas em capialço, surgindo, na face O., uma porta de verga recta. Fachada lateral direita virada a S., com dois registos separados por friso, o inferior com porta travessa semelhante à oposta, e o superior com duas frestas. Fachada posterior com capela-mor circular, tendo dois contrafortes nos extremos, formando três panos definidos por colunas adossadas, tendo bases com elementos antropomórficos nos ângulos e capitéis lisos, todos rasgados por uma fresta de volta perfeita, tendo, interiormente, duas colunas assentes em bases e com capitéis cúbicos, alguns com decoração geométrica e zoomórfica, que se prolongam em arquivolta; sobre esta é visível a empena do arco cruzeiro, rasgada por óculo; no lado direito, em plano recuado, a sacristia rasgada por janela em capialço. INTERIOR em cantaria de granito aparente, desnivelado, com acesso descendente por quatro degraus, com as naves separadas por colunas lisas de bases prismáticas e capitéis campaniformes de secção quandrangular, com cobertura de madeira em dois panos, com travejamento assente sobre as colunas, com decoração volutada, e pavimento em lajeado de granito; um soco saliente circunda as naves. No lado do Evangelho, vão de volta perfeita de acesso à torre e porta de verga recta de acesso à sacristia, surgindo, no oposto, a ladear a porta travessa, uma pia de água benta. Arco triunfal de volta perfeita, de dupla arquivolta, a exterior assente em impostas salientes e a interior sobre colunas com capitéis decorados por motivos fitomórficos, flanqueado por dois absidíolos em arco quebrado assente em impostas vegetalistas, que se prolongam em frisos interiores, contendo altares; sobre o absidíolo do Evangelho, vestígios de pinturas murais com cena bíblica, rematada por cornija; em frente ao absidíolo da Epístola, pia baptismal. Capela-mor com cobertura em quarto de esfera, assente em cornija, dividida em cinco panos por quatro colunas embebidas, sendo as três frestas de volta perfeita, com moldura exterior e tendo, interiormente, colunas com capitéis cúbicos, alguns com decoração historiada; junto ao arco, surge a mesa de altar e, no topo, altar paralelepipédico. |
Acessos
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Praça da República. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,109432, long.: -7,692711 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 8 175, DG, 1.ª série, n.º 110 de 03 junho 1922 / ZEP, Portaria, DG, 2.º série, n.º 192 de 14 agosto 1956 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, em amplo largo com declive para E., circundado por arruamentos e casas comerciais e de habitação de 2 e 3 pisos a O. e S., pela Câmara Municipal a E. e por jardim com miradouro a N.. Possui como elemento separador um adro sobrelevado relativamente ao pavimento do largo, a compensar a inclinação do mesmo, com degraus a S. e E.. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 12 (conjectural) / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 12 - parte da região de Lamego foi honrada a Egas Moniz para povoamento, tendo sido criadas freguesias e erigidas igrejas paroquiais; Egas Moniz foi senhor de uma propriedade na Queimada, freguesia contígua a Armamar, atribuindo-se-lhe a fundação da Igreja Matriz de Armamar, na freguesia de São Miguel, no local onde já existia uma Ermida da mesma invocação, sendo construída com pedras provenientes do castelo *1; 1189 - Armamar já possuía a categoria de vila e sede de concelho, justificando a existência de uma igreja paroquial; 1211 - 1ª referência documental à Igreja de São Miguel numa escritura onde se alude a Diogo Ooriz como seu prelado; séc. 13 / 14 - a igreja de São Miguel era uma das mais importantes do Bispado de Lamego, em termos de rendimentos, sendo padroado do Mosteiro de Salzedas e passando posteriormente para a coroa; séc. 16, antes de - pertencia ao Mosteiro de Salzedas, que apresentava o reitor; a partir deste século passa a ser de apresentação real; 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra o território da Diocese de Lamego; séc. 17 - a Igreja de São Miguel fica na dependência da Ordem de Cristo como Colegiada, sendo deste período a reconstrução da torre sineira; o 1º conde de Val-de-Reis, Nuno de Mendonça foi comendador de São Miguel, título que se manteve na posse dos sucessores da Casa até à sua extinção no séc. 19; 1615 - primeiro registo de baptismo; 1618 - primeiro registo de casamento e de óbito; séc. 18 - um dos comendadores mandou colocar um nicho na fresta central da ábside e outro mais acima, com a imagem de São Miguel, encimados pelo brasão de armas dos Mendonças e inscrição epigráfica alusiva a um dos condes de Val-de-Reis, no interior foram rebocadas as colunas e paredes, onde se rasgaram 2 janelas e foram colocados vários altares e um grande retábulo na capela-mor que provocou a destruição parcial das colunas embebidas na parede da ábside e o entaipamento das frestas; 1797 - pertencia à Comenda da Ordem de Cristo; séc. 19 - construção de dependência adossada à fachada N., para servir de Sacristia, encobrindo a porta lateral; na fachada S. fora entaipada a porta original e aberta outra com uma janela superior, na cabeceira todas as frestas estavam ocupadas com nichos, o arco triunfal e o absidíolo S. ameaçavam ruína e a armação do telhado estava apodrecida, havendo várias telhas partidas. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista (capela); paredes autoportantes (nave) |
Materiais
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Pedra granítica; madeira; telha |
Bibliografia
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CARDOSO, Padre Luis, Dicionário Geográfico, s/l, 1747; LEAL, Augusto Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; BATISTA, João Maria, Corografia Moderna, vol. 3, Lisboa, 1875; AZEVEDO, Joaquim, História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, Porto, 1877; Igreja Matriz de Armamar, in Boletim da DGEMN, nº 85, Lisboa, 1956; MONTEIRO, J. Gonçalves, Subsídios para a Monografia do Concelho de Armamar, Viseu, 1984; Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais, vol. I, Lisboa, 1993; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70540 [consultado em 2 janeiro 2017]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMA |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1956 - apeamento de todos os altares de talha, do coro-alto, dos anexos da fachada N. e dos nichos exteriores da ábside; picagem dos rebocos; apeamento e reconstrução de telhados e armações, parte da parede S. da cabeceira, arco triunfal e respectiva empena, absidíolo S., sacristia (erguendo-a noutro local), quase toda a fachada S., empena O., pavimentos da torre e escada; reconstrução de parte dos paramentos da abóbada da capela-mor, da cachorrada da ábside e da fachada S.; restauro das frestas originais da ábside; desentaipamento das portas laterais e entaipamento dos vãos modernos; consolidação da cachorrada da fachada N.; construção de frechais de betão para travamento e apoio das asnas dos telhados; limpeza e refechamento de juntas dos paramentos de cantaria com cimento hidrófugo; lajeamento do pavimento interior, adro e passeios circundantes; instalação do baptistério; colocação de portadas de madeira de castanho e vitrais; reparação das armações dos sinos e do arcaz e acessórios da Sacristia; instalação de pára-raios. |
Observações
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*1 - esta tradição não será verídica, pois o castelo é mencionado nos séc. 13 / 14. |
Autor e Data
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Madeira Portugal 1992 / Lina Marques 1998 |
Actualização
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