Mosteiro de Santa Maria da Vitória / Mosteiro da Batalha

IPA.00004061
Portugal, Leiria, Batalha, Batalha
 
Convento dominicano, composto por igreja gótica que emprega o modelo mendicante dominicano reformulado, com influências da arquitectura episcopal (Claustro da Sé de Lisboa) e conventual (Alcobaça), conjugando soluções nórdicas presentes nos elementos perpendiculares e verticalistas, na maioria neo-góticas (torres e contrafortes rematados por agulhas piramidais) e mediterrânicas (composição dos alçados, coberturas exteriores em terraço e volumetria predominantemente horizontal, acentuada por frisos). Igreja: fachada de 3 corpos escalonados contrafortados, com portal historiado, aproximado ao das catedrais francesas, inserto em alfiz estriado de tipo "perpendicular"; planta basilical com 3 naves escalonadas, 8 tramos e pilares cruciformes; fenestração ampla com decoração radiante; transepto saliente de topos rectilíneos com torres (evolução das escadarias de épocas anteriores: Sé de Lisboa) e grande janelão ao estilo "perpendicular"; portal lateral vinculado aos programas mendicantes, mas fragilizado e verticalista; cabeceira de 5 capelas comunicantes, com a ábside pouco mais elevada e profunda que os absidíolos, idênticos em área; naves abobadas de cruzaria de ogivas e hexapartidas, com cadeias longitudinais; cobertura da capela-mor com abóbada de cruzaria de ogivas, a que se juntam nervuras secundárias inspirada em soluções setentrionais. Capela do Fundador: espaço funerário com influências espanholas (Capela do Condestável de Burgos), a abóbada estrelada da laterna reflecte inspiração inglesa e os elementos estruturais são alvo de tratamento escultórico típico do gótico-final. Claustros e anexos monasteirais a N. da igreja. Portal das Capelas Imperfeitas em arco polilobado com decoração predominantemente vegetalista manuelina. O Claustro de D. Afonso V apresenta estrutura e sobriedade decorativa típica da arquitectura mendicante, com arcos duplos no 1º piso e alpendre sobre colunas no 2º e abóbadas de cruzaria de ogivas rudes. Na ligação superior da ábside com as Capelas Imperfeitas há 4 arcobotantes sem função de descarga, pois são de meio ponto e não aviajados. As Capelas Imperfeitas providas de um pórtico de 2 jambas, constituem um espaço aberto único com 8 capelas funerárias independentes, cuja dimensão, planimetria e estruturas aliadas à pujança e colocação dos pilares (sobre espaços ocos) dificilmente consentiriam uma cobertura. No séc. 15 os formulários batalhinos influenciaram pontualmente diversas igrejas: fragilização de suportes, emprego do arco contracurvado, ábsides de 3 tramos, janelas amplas no transepto, platibandas rendilhadas (Sé de Silves, Igreja da Graça de Santarém, Igreja do Carmo de Lisboa, Igreja de Santiago de Palmela e Sé da Guarda). A Sala do Capítulo possuí abóbada única, estrelada, sem apoios intremédios, aplicando pequenas abóbadas de cruzaria de ogivas nos cantos, com função de trompas de ângulo. No Claustro Real regista-se a inovação dos tramos possuírem arcos únicos, havendo um retorno de formulário no Claustro de D. Afonso V, embora posteror.
Número IPA Antigo: PT021004010001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Domingos - Dominicanos

Descrição

Planta composta, irregular. Igreja de planta em cruz latina com cabeceira de ábside rectangular e topo poligonal, ladeada por 4 absidíolos rectangulares de topo facetado iguais em comprimento. A S. Capela do Fundador quadrangular; a E. Capelas Imperfeitas, de planta octogonal, Sacristia e Casa do Capítulo, quadrangulares; a N. Claustros Real e de D. Afonso V, quadrangulares; a O. Refeitório, rectangular. Massa de volumes articulados predominantemente horizontalista com elementos verticalistas: contrafortes, torreões e Torre da Cegonha rematados por pináculos poligonais. Coberturas diferenciadas de telhados a 2 águas sobre os Claustros, terraços lajeados sobre a Igreja, Capela do Fundador, Casa do Capítulo e Capelas Imperfeitas e coruchéu piramidal na Torre. IGREJA: Fachada principal orientada, dividida em 3 corpos escalonados separados por contrafortes e cintada por frisos em 6 andares; no 1º registo do corpo central, inscrito em alfiz estriado com entrelaços, portal profundo em arco quebrado de 6 arquivoltas decoradas com séries de serafins, anjos músicos, profetas, reis, santos e virgens mártires, coroados por baldaquinos que servem simultâneamente de mísula à figura seguinte, e assentam sobre colunelos com Apóstolos e Evangelistas; no tímpano relevo de Deus Pai sobre arco rebaixado com franjas trilobadas; o conjunto é envolvido por arco conopial decorado no extradorso com cogulhos e rematado por florão entre escudos de D. João I e D. Filipa; 2º registo: recuado, antecedido de platibanda rendilhada e flanqueado por contrafortes e arco-botantes; ao centro alfiz com grande janelão de vão rendilhado em arco quebrado cingido por conopial, com cogulhos e florão; remate em platibanda rendilhada; panos laterais: rasgados por janelas altas em arco quebrado, preenchidas por colunelos; remates em platibanda rendilhada. Para N. seguem muro do Claustro Real com porta em arco quebrado, corpo saliente do Refeitório e pano do Claustro de D. Afonso V contrafortados e rematados em platibanda rendilhada. A S. Capela do Fundador encimado por lanterna octogonal: no 1º registo 3 panos em cada face, o central mais largo, divididos por contrafortes e rasgados por janelas em arco quebrado preenchidas por colunelos e grilhagens; remate em platibanda rendilhada; no 2º registo lanterna recuada, vazada por janelas em arco quebrado entre contrafortes e arco-botantes. Fachada S., 1º registo: Capela do Fundador; pano da nave lateral contrafortado e vazado por 3 janelas em arco quebrado; pano do transepto flanqueado por contrafortes duplos, com portal de 4 arquivoltas em arco quebrado, denteadas e com meias-esferas, sobre colunelos de capitéis fitomórficos e com tímpano vazado em trilóbulo, inscrito em gablete saliente, com armas de D. João I e D. Filipa sob baldaquinos, entre pilastras rematadas por pináculos; pano do absidíolo com fresta em arco quebrado e contafortes nos vértices; pano de ligação às Capelas Imperfeitas com janela alta mainelada; remates em platibanda rendilhada; 2º registo: pano da nave central recuado e contrafortado com arcobotantes, vazado por janelas em arco quebrado; corpo do transepto com torres nos topos e janelões em arco quebrado com grilhagens sobre colunelos; pano da ábside com 2 janelas e 1 fresta em arco quebrado entre contrafortes; remates em platibanda rendilhada. Fachada E.: corpo das Capelas Imperfeitas composto por 7 capelas "pseudo-radiantes" de topos facetados contrafortados, com 3 janelas maineladas em arco quebrado; nos espaços intremédios panos de muro mais baixos vazados por janelas em arco quebrado com grilhagens; remates em platibanda rendilhada; pano de ligação com a cabeceira com porta em arco pleno encimada por janelão mainelado; pano do absidíolo contrafortado, com frestas em arco quebrado; panos da Sacristia e Casa do Capítulo, salientes, marcados por contrafortes e rematados em platibanda rendilhada; pano de muro dos Claustros recuado e contrafortado. Fachada N.: pano de muro do Claustro de D. Afonso V com contrafortes. INTERIOR - Igreja: 3 naves de alturas diferenciadas com 8 tramos, a central de 2 registos: arcada quebrada e clerestório; os arcos assentam em robustos pilares cruciformes de bases e ábacos quadrangulares e capitéis de 2 andares de folhagem e cabeças humanas, sustentando as abóbadas de cruzaria de ogivas com cadeia longitudinal nas naves laterais e também transversal na central; na caixa murária o apoio faz-se em meias-colunas entre as quais se rasgam janelas; transepto de 5 tramos iluminado nos topos e coberto por abóbada de cruzaria de ogivas; arco triunfal rendilhado; capela-mor profunda e alta, de 3 tramos, cujo topo poligonal é vazado por frestas com vitrais em 2 registos; cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas conjugadas com nervuras secundárias em losango e cruz; absidíolos de 2 tramos idênticos entre si e comunicantes, abrindo para o transepto por arcos quebrados com franjas polilobadas e cobertos por abóbada de cruzaria de ogivas com cadeia longitudinal, todos contendo tumulária. CAPELA DO FUNDADOR - Adossada a S. dos 3 primeiros tramos da igreja com a qual comunica por arco quebrado com franja polilobada; ao meio recinto octogonal com túmulo duplo de D. João I e D. Filipa, com jacentes, circundado por arcada peraltada, cairelada, sobre pilares fasciculados de secção triangular, volvidos para o centro, com capitéis vegetalistas de 2 andares, sustentando a abóbada da lanterna, estrelada de 8 pontas com fecho e bocetes rendilhados. O espaço periférico é coberto por abóbada de nervuras de 8 tramos trapezoidais e preenchido com arcosólios que conjugam arco quebrado e conopial, contendo tumulária de Infantes e Reis: o regente D. Pedro e D. Isabel de Aragão, sua mulher; D. Henrique, o Navegador; D. João; D. Fernando, o Infante Santo; D. Afonso V, D. João II; Infante D. Afonso; todos encimados por janelas. CAPELAS IMPERFEITAS - Ligadas à cabeceira por átrio abobadado, irregular, aberto a E. por grande portal polilobado decorado nas duas faces, que acede ao pátio octogonal central, descoberto, do qual irradiam 7 capelas rectangulares de topos chanfrados, perpendiculares aos lados do octógono e intercaladas por espaços triangulares, sobre os quais assentam grandes pilares trapezoidais truncados, com decoração vegetalista e heráldica e mísulas com feixes de nervuras. As capelas abrem em arco quebrado com franja cairelada, possuem altar e porta lateral e são cobertas por abóbadas polinervadas, com bocetes heráldicos; na capela E. túmulo de D. Duarte e D. Leonor de Aragão; remate em platibanda com armas reais nos ângulos. Sobre o portal Tribuna do Renascimento com dupla arcada e balaustrada, encimada por arquitrave esculpida com motivos clássicos. CLAUSTRO REAL - A N. da igreja; piso único com 7 tramos por ala, constituídos por arcos quebrados, de vãos dissemelhantes, com bandeiras rendilhadas apoiadas em colunelos esculpidos, entre contrafortes com ressaltos, rematados por pináculos piramidais; galerias cobertas por abóbadas de cruzaria de ogivas com cadeia longitudinal, assentes em meias-colunas fasciculadas com capitéis vegetalistas em 2 andares; remate em platibanda rendilhada com flores-de-liz. No canto NO. corpo quadrangular do lavabo, com arcos quebrados de intradorso cairelado tendo a meio faixa de grilhagem assente em colunelos; no cunhal torreão octogonal de remate piramidal; no interior fonte com bacia lobulada e 2 taças polilobadas escalonadas, a 1ª com máscaras semi-vegetalistas; cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas com cadeia, apoiada em pilares fasciculados. SALA DO CAPÍTULO - Abre para a galeria E. do Claustro por portal profundo em arco quebrado com arquivoltas em ambas as faces e intradorso rendilhado; ladeiam-no 2 janelas duplas em arco quebrado de intradorso trilobado rendilhado, encimadas por 3 óculos tetralobados, ambas emolduradas nas 2 faces por arquivoltas quebradas; no interior 2 óculos no eixo das janelas e janelão de 3 lumes na parede fronteira com vitral representando a Crucifixão; cobertura em abóbada única estrelada de 8 pontas inscrita num quadrado, com bocetes decorados, conjugada nos cantos com pequenas abóbadas de cruzaria de ogivas e suportada por feixes de colunelos embebidos na caixa-murária. REFEITÓRIO - A O., coberto por abóbada de berço quebrado de 4 tramos marcados por arcos torais e apoiada em mísulas sobre friso circundante. CLAUSTRO DE D. AFONSO V - A N., 2 registos; o 1º de 7 tramos por ala marcados por contrafortes entre arcos duplos quebrados assentes em colunas facetadas grupadas transversalmente sobre murete; galerias abobadadas de cruzaria de ogivas com arcos torais robustos, apoiadas em mísulas cónicas lisas; 2º piso: alpendre assente em colunas prismáticas sobre parapeito; nos ângulos SE. e SO. contrafortes diagonais que sobem até ao beiral.

Acessos

Praça do Mosteiro. WGS84: 39º39'33.12''N.; 8º49'33.55''O.

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 10-01-1907, DG n.º 14 de 17 janeiro 1907, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria n.º 714/77, DR, 1.ª série, n.º 268 de 19 novembro 1977 / Património Mundial - UNESCO 1983

Enquadramento

Peri-urbano. Em amplo lg. plano, na periferia da vila da Batalha, a pouca distância da E.N. 1. Isolado, rodeado a E., S. e O. por grande adro lajeado, parcialmente arborizado a S., E. e O.. Defronte da fachada S. estátua equestre de D. Nuno Álvares Pereira, sobre pedestal de cantaria.

Descrição Complementar

CAPELAS IMPERFEITAS - Partindo de um vasto octógono centralizado dispõem-se 7 capelas que se podem denominar de pseudo-radiantes, pois as paredes não são convergentes, no eixo dos raios do octógono, mas perpendiculares aos lados do mesmo e paralelas entre si, de planta rectangular com os topos chanfrados. No exterior o intervalo entre as capelas é preenchido por pano de muro baixo que abarca os contrafortes daquelas, formando 6 espaços intermédios triangulares iluminados por janelas em arco quebrado com recortes variados. Grandes pilares ou gigantes de secção trapezoidal (incompletos) erguem-se nos vértices do octógono, sobre os espaços intermédios e parte das abóbadas das capelas, são decorados com pares de nichos ladeados por bandas de decoração naturalista e heráldica, tendo ao centro uma mísula de onde arranca um feixe de nervuras. O pórtico de acesso à quadra é de fachada dupla, apresentando uma estrutura e decoração diferenciada na face anterior e posterior, com arquivoltas convergentes de ambos os lados, sobre bases facetadas com anéis, inferiormente rendilhadas. A face volvida para o terreiro conjuga dois arcos policêntricos de curvaturas opostas, cujos segmentos cairelados, contracurvados e festonados se entrecruzam, os superiores rematados por florões, apoiados em colunelos cingidos por anéis lisos e rendilhados, em andares; perifericamente série de pequenos cogulhos. Nos pés-direitos a 1ª arquivolta possui 2 nichos e 1 baldaquino rendilhados e a 2ª e 3ª são preenchidas com entrelaços vegetalistas entre pares de finos colunelos, sustentando 2 arcos polilobados concêntricos com franja rendilhada, sendo os segmentos do menor rematados inferiormente por florões. A face voltada para o corredor é mais profunda, com 6 arquivoltas totalmente preenchidas com rendilhados vegetalistas entre colunelos lisos e esculpidos com motivos geométricos, que suportam a série de arcos concêntricos em convergência de escalas: 2 festonados de saiméis contracurvados, 2 trilobados e 2 polilobados, todos decorados continuamdo a temática dos pés-direitos. CLAUSTRO REAL - Os vãos dos arcos maiores são preenchidos com bandeiras rendilhadas que alternam 2 motivos: quadrícula formada pela junção de elementos florais com cordões e entrelaços vegetalistas a envolver cruzes da Ordem de Cristo, que se apoiam em séries de colunelos totalmente esculpidos com folhas, meias-esferas, nastros e anéis; os arcos cantonais são de vão menor e têm bandeiras decoradas com coroas vegetalistas.

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Cultural e recreativa: monumento

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DGPC, Decreto-Lei n.º 115/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012

Época Construção

Séc. 14 / 15 / 16 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: Afonso Domingues (1386/1402); Baltazar de Castro (séc. 20); Huguet (1402/1438); Martim Vasques (1438/1448); Fernão de Évora (1448/1477); Mestre Guilherme (1477/1480); ENTALHADOR: Bartolomeu de Sá (1697). ESCULTORES: João Rodrigues (1480); João Arruda (1485), Mateus Fernandes (pai) (1480/1515) e Mateus Fernandes (filho) (1516/1528) (pilares e portal das Capelas Imperfeitas); João de Castilho (1520/1532); Miguel de Arruda (1533/1563) (Tribuna do Renascimento).

Cronologia

1386-1388 - início da construção por vontade de D. João I, em comemoração da vitória na Batalha de Aljubarrota, sendo numa primeira fase erguida uma igreja provisória com a denominação de Santa Maria-a-Velha, em terrenos comprados a Egas Coelho; 1388 - doação da "casa e mosteiro", dedicada a Nossa Senhora, à Ordem de São Domingos; 1388-1402 -1ª campanha de obras, com a construção do corpo da igreja e 1º registo da ábside, portal do transepto, início do Claustro Real e Sala do Capítulo, Refeitório, Dormitórios e Sacristia; 1402-1438 - 2ª campanha de obras: conclusão da igreja, reformulação da ábside, conclusão do Claustro Real, Capela do Fundador, início da construção do Panteão de D. Duarte (Capelas Imperfeitas) e cobertura da Sala do Capítulo; 1416 - deposição dos restos mortais de D. Filipa de Lencastre na capela-mor; 1426 - conclusão da fachada principal; em testamento D. João I refere a construção da Capela do Fundador para Panteão Real; 1434 - trasladação dos restos mortais de D. Filipa e D. João I para a Capela do Fundador; conclusão das obras da igreja e capela do fundador, claustro real e dependências anexas; 1437 - compra de terreno junto à cabeceira para a construção do Panteão de D. Duarte; 1438-1448 - 3ª campanha de obras, continuando a anterior; 1448-1477 - 4ª campanha de obras: Claustro de D. Afonso V e anexos; túmulos dos Infantes e do Rei, por João Eanes Rabuço, acaba-se a torre do relógio, lajeiam-se os Claustros, ladrilham-se varandas e aposentos; 1501-1528 - campanhas manuelinas, sendo Álvaro da Guarda e Diogo Lopes almoxarifes e recebedores das obras, João Pires aparelhador, Diogo Seixas e Pedro Lopes escrivães, Gonçalo Pires, João Afonso, Luís Dias, Brás de Figueiredo e Afonso Carreira homens-das-obras, Rui Fernandes vedor, mestres Pedro e João vidraceiros, Diogo Anes e Salvado Pires vedores dos cabouqeiros, Fernando e Álvaro Pires assentadores, Gonçalo Rodrigues recebedor do assentamento: 2ª fase das Capelas Imperfeitas - pórtico, construção dos pilares para receberem cobertura; átrio de ligação à igreja; preenchimento das bandeiras dos arcos do Claustro Real e do corpo do lavabo, vidraças na Sacristia; o rei concede alvarás e cartas de privilégio aos mestres, oficiais e carreteiros; 1517 - D. Manuel, no seu testamento, ordena a conclusão das Capelas Imperfeitas e a sua ligação com a igreja "como melhor de achar"; séc. 16, 2º quartel - obras promovidas por D. João III, sendo Gaspar da Guarda almoxarife, Álvaro da Guarda recebedor do dinheiro, João Afonso de Oliveira e Roque Ferro homens-das-obras, João de Arruda escrivão, Francisco Nunes e João Pires aparelhadores, João Homem e Pedro Salvado vedores: Tribuna e varanda balaustrada das Capelas Imperfeitas, claustros a E, destinados aos noviços e à Hospedaria; 1697, 14 abril - Bartolomeu de Sá é contratado pelo juiz da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário para a feitura da talha do retábulo da sua capela (FERREIRA, 2009, vol. II, p. 488); 1755, 01 novembro - o terramoto provoca queda da cúpula da Capela do Fundador e da Torre da Cegonha; 1795 - James Murphy faz um levantamento arquitetónico do Mosteiro, acrescentando elementos que não existiam (arcobotantes da Capela do Fundador, coruchéu da Cegonha, platibandas) com um aspeto mais inglês; 1811 - ocupação pelas tropas francesas que mutilaram os túmulos e destruiram o Claustro de D. João III; incêndio nas instalações conventuais a E.; 1834 - extinção das ordens religiosas e abandono do convento; 1836 - D. Fernando visita o Mosteiro que estava muito degradado, solicitando ao Governo um subsídio para restauro; 1840-1843 - 1ª campanha de restauros *1 pelo Eng. Militar Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque, sob responsabilidade da Direcção de Obras Públicas do Distrito de Leiria, baseado nos desenhos de Murphy, o que levou a modificações e acrescentos com finalidade estética e acentuando o carácter inglês do edifício: molduras e grilhagens das janelas, pináculos dos contrafortes, vitrais e arcobotantes; 1844-1852 - continuação das obras pelo Apontador Major Joaquim Guilherme Rebelo Palhares; 1852-1884 - visita de D. Fernando e nomeação do arquiteto. Lucas José dos Santos Pereira para dirigir os restauros: demolição de dependências conventuais a E., reconstrução do coruchéu da Cegonha, cabeceira (fenestração e platibandas), Capela do Fundador (arcobotantes), Claustro Real (gigantes, bandeiras dos arcos, fonte, platibanda, pavimento), Casa do Capítulo, Refeitório e Adega (muros e telhado), portal das Capelas Imperfeitas (novas pedras lavradas), abóbadas das naves laterais, desaterro e reconstrução do adro, início do restauro do portal com substituição de toda a estatuária; 1884-1900 - José Augusto Fragoso prossegue as obras e introduz algumas alterações às propostas de Mouzinho: restauro da abóbada do cruzeiro, reconstrução dos túmulos da Capela do Fundador e colocação de novos na parede O., Capelas Imperfeitas e ligação à igreja, portal lateral, púlpito, construção de capela baptismal e novos altares, restauro da Capela de Santa Maria da Vitória (posteriormente destruída); séc. 20, meados - trabalhou nas obras o arquiteto Baltazar de Castro; 967, 23 setembro - portaria fixando Zona Especial de Proteção, DG, 1.ª série, n.º 223; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1997 - sai do Mosteiro a Repartição de Finanças; 2007, 29 março - o imóvel é afeto ao IGESPAR, pelo Decreto-lei nº 96/2007, DR, 1.ª série, n.º 63; 2017, 18 abril - lançamento do concurso público para o projeto de proteção ambiental do mosteiro.

Dados Técnicos

Estruturas autónomas (igreja); estruturas mistas (Claustros, Capela do Fundador, Capelas Imperfeitas); paredes autoportantes (Casa do Capítulo).

Materiais

Cantarias de calcário brando das pedreiras de Pidiogo e Valinho do Rei, em Reguengo do Fetal, de Cabeço do Roxo, na Batalha e Pedreira dos Carvalhos, em Porto de Mós; alvenarias de pedra calcária rebocada, tijolo, telhões em pedra, telhas, madeira, vidro, betão armado.

Bibliografia

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Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREMCentro/DM, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSID, SIPA, Arquivo pessoal António Viana Barreto

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DREMCentro/DM, DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN / DREMCentro / DSID / DSARH; IAN/TT: Corpo Cronológico, Parte I, maço 12, doc. 102; maço 17, doc. 46; maço 23, doc. 2; maço 24, doc. 82 e 104; maço 25, doc. 17; Parte II, maço 4, docs.31 e 32; maço 13, doc.21; maço 14, doc. 103, 112, 114, 115 e 118; maço 15, docs. 21, 23, 24; maço 17; docs. 34, 58, 94 e 96; maço 18, doc. 144, 147 e 149; maço 19, doc. 110 a 113, 120 e 140; ; maço 20, doc. 22; maço 21, doc. 68, 73, 74, 97 e 98; maço 23, doc. 10 a 12, 243; maço 24, doc. 89, 179; maço 27, doc. 101; maço 33, doc. 25 e 58; maço 46, doc. 11; maço 47, doc. 181, 182 e 189; maço 48, doc. 97; maço 49, doc. 3; maço 51, doc. 12; maço 58, doc. 92; maço 75, doc. 48; maço 81, docs. 81 a 63, 100 e 141; maço 83, doc.7, 9, 10 e 41; maço 84, doc. 21; maço 86, doc. 7; maço 109, doc. 65; maço 118, doc. 39; Chancelaria de D. Manuel, Liv. 25, fl. 78; Chancelaria de D. João III, Doações, Liv. 3, fl. 22v; Liv. 14, fl. 138; Liv. 19, fl. 196; Liv. 30, fl. 190v.

Intervenção Realizada

DGEMN: 1928/1935 - Reparação das coberturas do Claustro de D. Afonso V, arcobotantes do lado S. da nave e Capela do Fundador; consolidação de coruchéus; substituição do frontal e cimalha do túmulo do Infante D. Henrique; reparação dos túmulos do infante D. Fernando e de D. João II; execução e assentamento de vitrais na nave; reparação de vitrais da Sala do Capítulo e capela-mor; substituição de telhões do Refeitório; demolição dos degraus e transferência do altar da capela-mor; rebaixamento do pavimento das capelas laterais e da Capela do Fundador; reconstrução da cobertura do Refeitório e da nave lateral S.; substituição da grilhagem dos arcobotantes da Capela do Fundador; 1935/1939 - Arranjo da zona envolvente; apeamento de um altar em mármore com embutidos, transferido para a Igreja Matriz (v.PT021004010002); apeamento de dois altares em pedra de Ançã e um altar de madeira, transferidos para a Direcção-Geral dos Serviços Jurisdicionais de Menores; apeamento de um altar de pedra transferido para a Sé de Beja (v. PT040205130036); apeamento de um altar transferido para o Semi-Internato de Nossa Senhora da Conceição (v. PT031106460409); 1947/1960 - Reparação de coberturas e fachadas; assentamento de lajedo nas Capelas Imperfeitas e Claustro de D. Afonso V; reparações para instalação de serviços públicos; 1965 - Projecto e posterior concretização dos arranjos exteriores do mosteiro; 1969/1970 - Reparação das celas e reconstrução do telhado do Claustro de D. Afonso V; arranjo da zona envolvente, sob projecto da DGU: pavimentação, muretes, escada junto ao refeitório, monumento a D. Nuno Álvares Pereira, do escultor Leopoldo de Almeida; reconstrução da cobertura da capela-mor e revisão da do Refeitório, Adega e Casa do Capítulo; reparação de ornatos exteriores; restauros no Claustro de D. Afonso V; 1971/1980 - Substituição de coberturas da zona ocupada pelas Finanças; obras gerais de manutenção; 1981/1986 - Substituição de pavimentos no Claustro de D. Afonso V; beneficiações nas futuras instalações do Museu; substituição de elementos em cantaria no claustro real; IPPAR: 1986/1999 - Trabalhos de conservação e consolidação no coruchéu da Torre das Cegonhas e nas coberturas em geral e fixação de pináculos, iluminação monumental no interior da Igreja, instalação de loja; 1997 / 1998 - Conservação das coberturas da nave central e transepto da igreja; levantamento fotogramétrico das pinturas murais e do portal principal; sondagens arqueológicas relativas às fundações do mosteiro; reafectação de espaços e distribuição funcional.

Observações

*1 - O primeiro restauro monumental executado em Portugal. *2 - A Portaria nº 714/77 de 19 de novembro de 1977 fixa o perímetro de proteção de zona vedada à construção do Mosteiro

Autor e Data

Isabel Mendonça 1992 / Lina Marques 2002

Actualização

Cecília Matias 2004
 
 
 
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