Colégio de Santo Antão-o-Novo / Hospital de São José
| IPA.00004048 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Arroios |
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Colégio da Companhia de Jesus, de planta rectangular simples, desenvolvida em torno de dois claustros, com a igreja na zona central, longitudinal, de nave única, para onde abriam três capelas intercomunicantes, transepto inscrito e capela-mor pouco profunda, seguindo o esquema comum das igrejas da Ordem. Do edifício original, resta uma parte de uma das quadras, com fachada principal de três pisos e mansardas, tendo a zona central simétrica, organizada a partir de um eixo de vãos, composto pela porta rectilínea da primitiva portaria e por janelas de sacada, nos pisos superiores. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados e rematadas por friso e cornija, a lateral direita rasgada regularmente por janelas rectilíneas, apresentando ao centro do segundo piso, uma ampla janela de sacada, rematada por espaldar e cornija contracurvada, marcando os corredores de circulação. Antiga portaria, com cobertura em falsa abóbada de lunetas, ornada por painéis de azulejo, de onde partem as escadas de acesso ao piso superior, organizado por amplos corredores abobadados, para onde rasgam portas de verga recta. Na zona posterior da primitiva igreja, desenvolve-se a sacristia, de planta rectangular, com decoração barroca e pombalina, resultante de reconstrução após o terramoto de 1755. O actual Salão Nobre possui decoração azulejar alusiva a várias disciplinas, aos planetas e continentes, apontando para uma possível utilização como sala de aula. O actual complexo hospitalar é composto por mais quatro corpos, de execução mais recente, alguns deles datáveis do final do séc. 19 e inícios do 20, seguindo esquemas funcionalistas, de arquitectura simples, marcada por amplos vãos rectilíneos. Ampla unidade hospitalar, situada no local onde se implantou um Colégio da Companhia de Jesus, de que resta parte da quadra e corpo do lado direito, a antiga sacristia, actualmente transformada em capela, e a Porta do Carro, tendo sido as restantes dependências demolidas para a construção dos corpos que hoje observamos. Contudo, a estrutura dos corpos da zona colegial e da igreja ainda são discerníveis na planimetria do conjunto, sendo visível a sua invulgar amplitude, especialmente da última, uma das maiores do país, e o único templo jesuíta português que seguiu, de forma rigorosa, as soluções da igreja-mãe da Companhia, em Roma, optando pela utilização de cúpula sobre o cruzeiro. A fachada principal da igreja, visível em vários desenhos oitocentistas, aponta para um esquema maneirista, tripartido, imposto pelas grandes pilastras colossais e pelos três pórticos, ladeados pelos volumes das sineiras, largamente divulgado pela Ordem ao longo de Seiscentos em todos os seus imóveis. No corpo sobrevivente, surge a portaria, com cobertura pintada após a extinção da Ordem religiosa, apontando para esquemas tardo-barrocos, com o escudo português, anjinhos e festões. Deve-se destacar uma enorme sala de três naves, hoje alterada pela introdução de uma escadaria, que pensamos terá constituído um espaço de circulação e, sobretudo, a enorme sacristia, totalmente em cantaria, com abóbada de caixotões em pedra, formando, nos topos, lunetas, os arcazes de madeira exótica, de grandes dimensões e profusa decoração, encimados por espaldar pintado com temática mariana, de produção joanina, o pavimento em embrechados; os topos da sacristia resultam de intervenções pombalinas, com a introdução dos típicos retábulos de cantaria, com painéis pintados centrais, rodeados por molduras contracurvadas. Inovadora para a época, será a solução adoptada para a iluminação deste espaço, com janelas num dos lados, cuja luz reflectia nos espelhos fronteiros, amplamente divulgada em Portugal no período rococó. A decoração azulejar de todo o edifício constitui um importante repositório cerâmico, possuindo azulejos do séc. 17, policromos, na "Porta do carro", bem como azulejos joaninos, nos seus vários tipos de produção, desde as composições seriadas de albarradas ao azulejo de composição figurativa, com molduras rectilíneas ou recortadas, destacando-se os exemplares da portaria, escadaria e actual Salão Nobre representando cenas de caçadas, batalhas, ou episódios do Antigo Testamento. Junto ao corpo do Conselho Administrativo, surgem dois grandes blocos de cantaria esculpida, constituindo os únicos vestígios da primitiva igreja; junto à fachada da antiga portaria, surgem várias esculturas marmóreas, o que subsiste dos Apóstolos que se encontravam no interior do templo, ali mandados colocar por um dos administradores do hospital, no séc. 19. Os corpos mais recentes, pelo seu carácter eminentemente funcional, de linhas simples, ajustam-se à planimetria da construção jesuíta, não destoando do conjunto. |
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Número IPA Antigo: PT031106240045 |
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Registo visualizado 11681 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Colégio religioso Colégio religioso Companhia de Jesus - Jesuítas
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Descrição
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Complexo hospitalar composto por cinco corpos rectangulares, construídos em épocas distintas, sem articulação entre si, dispostos num espaço rectangular, de acentuado declive. O corpo principal, correspondente a parte do antigo Colégio, é de planta rectangular irregular, com a ala E. de maiores dimensões, tendo, no lado esquerdo, pátio interno; evolui em quatro pisos, o superior de mansarda, com coberturas diferenciadas de duas, três e quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de rosa, rematadas em friso, cornija e beiral. Fachada principal virada a S., percorrida por embasamento em cantaria, escalonado, adaptando-se ao desnível do terreno, com dois panos definidos por pilastras toscanas e quatro pisos, os superiores divididos por cornija do mesmo material. No piso inferior, rasga-se, no extremo esquerdo, porta de verga recta de acesso ao pátio e, ao centro, porta com o mesmo perfil e moldura recortada, flanqueada por colunas toscanas encimadas por coroas fechadas e escudo português; servia de acesso à antiga Portaria, à qual se chega através de pequena escadaria, ligando ao primitivo pátio dos Estudos. Encostados à fachada e sobre plintos paralelepipédicos, rematados por cornija, as estátuas de 8 Apóstolos. O piso é, ainda, rasgado por nove janelas de peitoril e uma porta no pano do lado direito, todas com molduras recortadas. No segundo piso, seis janelas semelhantes às anteriores, surgindo, no imediato, 11 janelas de varandim, com guardas metálicas vazadas, surgindo, sobre a porta principal, janela de sacada, assente em 5 consolas, encimada por frontão triangular e flanqueada por orelhas recortadas; no piso superior, igual número de vãos, correspondentes a janelas de varandim, rematadas por cornija, a implantada sobre o portal com orelhas e remate em frontão semicircular. Ao nível das coberturas, onze janelas de mansarda, com cobertura a três águas. A fachada lateral esquerda, virada a O., abre para o pátio, antigo claustro, formando 3 alas de quatro pisos, rasgadas de forma aleatória por portas em arco de volta perfeita e janelas de peitoril rectilíneas. Fachada lateral direita virada a E., de quatro pisos e dois panos definidos por pilastras toscanas, rasgados de forma ritmada por portas em arco de volta perfeita no primeiro piso, a que se sucedem, janelas de peitoril como o mesmo perfil no segundo e quarto pisos, sendo rectilíneas no terceiro; a meio do terceiro, rasga-se amplo janelão de perfil contracurvado, emoldurado a cantaria e encimado por espaldar e cornija contracurvada; é de sacada com guarda de ferro. INTERIOR com acesso pela antiga Portaria, rebocada e pintada de amarelo, percorrida por painéis de azulejo azul e branco, de composição figurativa formando silhares recortados na parte superior e rematados por urnas, representando cenas do Antigo Testamento, truncados por bancos de madeira assentes em consolas de cantaria; tem cobertura em falsa abóbada de lunetas, ornada por anjos, festões de flores e vasos flanqueados por "putti", tendo, ao centro, o escudo português sustentado por "putti" e anjos, sendo o pavimento em lajeado. Lateralmente, as escadas de acesso ao piso superior, a do lado direito de três lanços, com guardas metálicas e arranques volutados, percorridas por silhares de azulejo de composição figurativa; no piso superior, situa-se o Salão Nobre e a Biblioteca. Ao primeiro acede-se por porta de verga recta, flanqueada por pilastras e rematada por friso e cornija, possuindo tecto plano sobre sanca, ornada pelo escudo português, e painéis de azulejo com temática alusiva às Ciências e estratégia militar. Na Biblioteca, silhar de azulejos de composição ornamental representando albarradas. A Sala do Administrador é de planta quadrada, chanfrada nos ângulos tornando-se oitavada, de grande profusão decorativa, com pilastras coríntias, entablamento com embutidos, aletas, portas coroadas por frontões e revestimento em mármore policromo com embutidos. No piso inferior, com acesso pelo pátio, surge a CAPELA, com portal de verga recta e moldura recortada, flanqueado por pilastras coríntias e colunas torças, assentes em plintos paralelepipédicos, de faces almofadadas, ornadas por elementos geométricos; o conjunto é encimado por duplo friso pontuado por querubins e remate em frontão interrompido por pedra de armas, sobrepujados por coroa aberta. É de planta rectangular, totalmente de cantaria, com cobertura em abóbada de berço com os topos em luneta, enquadrando janelas termais, dividida em caixotões de cantaria almofadados, assentes em entablamento, e pavimento em embutidos de mármore e calcário, formando roseta ao centro e motivos geométricos e fitomórficos. As paredes laterais dividem-se em seis tramos definidos por pilastras coríntias, assentes em paralelepípedos, os quatro centrais rasgados por amplas janelas rectilíneas, encimadas por pequenas janelas jacentes, as interiores protegidas por espelhos; os panos exteriores são compostos por portas de verga recta, de acesso ao espaço, encimadas por nichos em arco de volta perfeita, com molduras rectilíneas de embutidos a formar motivos fitomórficos, e por janelas jacentes, algumas entaipadas. Os topos são semelhantes, apresentando, ao centro, altares inseridos em nichos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas e com o fecho saliente, flanqueados por colunas coríntias sobre dupla ordem de plintos paralelepipédicos com as faces almofadadas, encimadas por cornija muito saliente e anjos de vulto; no interior do nicho, retábulo em cantaria, de planta recta e um eixo definido por duas pilastras com os fustes ornados por elementos fitomórficos, sobre plintos paralelepipédicos, surgindo, ao centro, painel pintado envolvido por moldura contracurvada; remate em frontão interrompido por espaldar recortado e rematado por cornija interrompida em volutas. A estrutura retabular é flanqueada por dois nichos rectangulares, os do lado E. contendo o túmulo da Fundadora da Igreja, com lápides epigráficas, e altar de Nossa Senhora de Fátima, surgindo, nos do lado O., pequenos altares; são encimados por nichos semelhantes aos das paredes laterais, contendo imaginária. Às paredes laterais adossam-se amplos arcazes de pau-preto, encimados por espaldar que integram os plintos das pilastras definidoras dos tramos e painéis pintados, flanqueados por quarteirões. No lado direito da capela, desenvolve-se a ala N. do primitivo claustro, sendo visíveis os pilares e as coberturas em abóbada de aresta, dando acesso ao actual bar, antecedido por amplo átrio de três naves assentes em pilares toscanos e com cobertura em abóbadas de aresta, tendo, ao fundo, escadas de acesso ao piso superior, ornadas, no primeiro patamar, por painéis de azulejo azul e branco, representando Nossa Senhora da Misericórdia e, no lado esquerdo, uma "Visitação". Estas escadas levam aos amplos corredores dos antigos dormitórios, abobadados e percorridos por silhares de azulejo policromo, com padronagem geométrica, rasgados regularmente por portas de verga recta. Nos topos das alas do claustro, surgem novas escadas, revestidas a azulejo monocromo, azul sobre fundo branco, formando painéis de composição figurativa, a representar cenas campestres e de caçadas, flanqueados por figuras antropomórficas, na forma de atlantes que sustentam açafates de flores. O CORPO da Administração constitui um edifício de planta rectangular simples, de três pisos definidos por frisos de cantaria, com fachadas rebocadas e pintadas de rosa, tendo cunhais apilastrados e remates em friso e cornija. Fachada principal virada a S., simétrica, de três panos marcados por pilastras toscanas colossais, com eixo central composto por dois arcos de volta perfeita em aparelho rústico, que acede a pequeno átrio, rasgado por duas portas de verga recta; no piso intermédio, duas janelas com sacada comum, assente em bacia de cantaria e com guarda metálica, surgindo, no piso superior, duas janelas de peitoril; nos eixos laterais, surgem duas janelas de peitoril em cada piso. Todos os vãos apresentam molduras recortadas, de cantaria. Fachada lateral esquerda, virada a O., rasgada por janelas rectilíneas de peitoril, semelhantes às da fachada principal. Fachada lateral direita, virada a E., parcialmente adossada ao corpo principal, sendo visíveis os vãos rectilíneos dos pisos superiores, com tratamento semelhante às anteriores. INTERIOR formado por amplo vestíbulo, rebocado e pintado de amarelo, com as paredes percorridas por silhares de azulejo de composição ornamental representando albarradas, de produção recente, encimadas por apainelados de estuque, com tecto plano e pavimento em ladrilho cerâmico branco e preto, formando xadrez; para ele, abrem várias portas rectilíneas e, frontal à entrada, escadaria de 3 lanços, os superiores divergentes, que acedem ao segundo piso, também com várias portas de verga recta, que ligam a estreitos corredores laterais, para onde abrem vários gabinetes. No lado esquerdo do edifício da administração, surgem vários corpos, ao longo de via em forte declive, destacando-se um de planta rectangular e cobertura a duas águas, com fachadas rebocadas e pintadas de rosa, evoluindo em dois pisos, definidos por friso de cantaria, percorridos por embasamento de cantaria e remates em friso e cornija; fachada principal virada a E., rasgada uniformemente por vãos rectilíneos, com porta central e janelas de peitoril, algumas agrupadas e com molduras comuns em cantaria. |
Acessos
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Rua José António Serrano; Travessa do Hospital; Rua Manuel Bento Sousa |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 22 502, DG, 1.ª série, n.º 102 de 10 maio 1933 (antiga sacristia, atual capela do hospital) / IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 8/83, DR, 1.ª série, n.º 19 de 24 janeiro 1983 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado numa zona em declive, sobrelevada relativamente ao Largo do Martim Moniz, destacando-se na malha urbana. O recinto encontra-se murado em todo o perímetro, tendo três acessos, a S., N. e E., através de amplos portões, que surgem no topo de rampas. O principal, virado a S., adossa-se, no lado esquerdo, a edifícios de arrendamento, prolongando-se, no oposto, por muro de alvenaria rebocado e pintado de rosa; o portal é em arco abatido, com fecho volutado e seguintes decorados por rosetões, tendo moldura de cantaria; está flanqueado por quatro colunas e duas pilastras, de fustes lisos e capitéis coríntios, assentes em plintos paralelepipédicos, as pilastras encimadas por pináculos piramidais; o conjunto é rematado por entablamento, sobrepujado pelo escudo português e coroa fechada, sustentados por anjos rodeados por festões, ladeado por duas figuras alegóricas; no intradorso, as pilastras laterais possuem figuras antropomórficas. Acede a um amplo largo, de pendor inclinado, pontuado, no lado direito, por bancos, chafariz e várias árvores de grande porte. O portal E., denominado "Portal do Carro", dá saída das Urgências do Hospital e encontra-se adossado ao casario envolvente, sendo de verga recta no exterior, encimado por empena recortada e em arco abatido no interior, formando pequeno túnel coberto por abóbada de aresta; na face exterior, surge painel de azulejo tripartido por estrutura arquitectónica, na forma de pilastras, que sustentam entablamento ornado por enrolamentos, criando três falsos nichos, onde se integram as representações de São João Baptista, ao centro, Santo Antão e Santo Inácio de Loyola. No interior do portal, aparecem dois registos de azulejo, um a azul e branco, representando São João Baptista no deserto, e outro policromo, com a figuração do Crucificado sobre um altar, flanqueado por São Francisco Xavier e Santo Inácio de Loyola. Junto à fachada lateral esquerda do edifício da Administração, surge um espaço ajardinado, onde se implantam duas peças de cantaria, o que subsiste da primitiva igreja. |
Descrição Complementar
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Na antiga sacristia, sob uma lápide latina, rodeada por motivos fitomórficos relevados, surge uma segunda lápide de calcário, com letras gravadas, avivadas a branco: "A LAPIDA ACIMA COLLOCADA, TENDO PERTENCIDO AO MAUSOLÉO / QUE ELLA INDICA, DESTRUIDO PELO TERREMOTO DE 1755, HAVIA SIDO / CONCEDIDA, EM 1862, SEM ATTENÇÃO AO SEU VALOR HISTORICO, Á / IRMANDADE DO SANTISSIMO DA FREGUEZIA DE S. JOSÉ, RECONHECIDO / ESTE FACTO, EM JANEIRO DE 1882, A ADMINISTRAÇÃO DO HOSPITAL DE / S. JOSÉ RECLAMOU E OBTEVE A DITA LAPIDA, FAZENDO-A COLLOCAR / N'ESTE LOGAR, PARA CONSERVAÇÃO DA MEMORIA DE QUEM TANTO CONCORREU / PARA A EDIFICAÇÃO DO TEMPLO CUJA MAGNIFICENCIA AINDA É ATTESTADA / POR ESTA SACRISTIA".
AZULEJOS: EXTERIOR: Tunel dito "Porta do Carro": Face exterior do túnel: painel de composição figurativa (17 x 24 azulejos) monocromia, azul em fundo branco; iconografia religiosa; hagiografia; o painel simula três arcos sob os quais se destacam as figuras de três santos representados de corpo inteiro: São João Baptista, ao centro, Santo Antão, à esquerda, Santo Inácio de Loyola, à direita, fundador da Companhia de Jesus, identificado pelas siglas IHS e pelo livro que segura em cujas páginas se lê "Ad Majorem Dei Gloria", lema dos padres jesuítas. Interior do túnel: 1. Registo (6 x 7 azulejos), muito degradado, monocromia, azul em fundo branco, representando São João Baptista. 2. Painel polícromo (4 x 7 azulejos) delimitados por friso de motivos geométricos; composição figurativa, temática religiosa, representando ao centro um altar em cima do qual se encontra Cristo crucificado; à direita Santo Inácio de Loyola com uma cruz na mão direita, vendo-se em segundo plano a espada, capacete e armadura que usava antes de fundar a ordem; à esquerda, São Francisco Xavier (?) segurando um ramo com três flores brancas. Cabeceira do túnel: Totalmente revestida de azulejos de composição ornamental, tendo ao centro cartela de volutas sustentada por duas figuras infantis aladas, na qual se destacam as iniciais IHS, monograma da Companhia de Jesus. INTERIOR: ÁTRIO PRINCIPAL : oito painéis de composição figurativa, formando silhar recortado na parte superior, monocromia, azul em fundo branco; iconografia religiosa; dois dos painéis representam anjo com instrumento da paixão (colocados de um lado e de outro da escada de acesso ao "Pátio do relógio"); os outros seis ilustram cenas do Antigo Testamento: 1. Moisés faz brotar água do rochedo; 2. Exodo do povo judeu; 3. Arca da Aliança e destruição das muralhas de Jericó pelo som das trombetas; 4. Remissão dos cativos; 5. Moisés e o seu povo chegam à terra prometida; 6. David mata Golias. Todos os painéis são delimitados por motivos ornamentais simulando elementos arquitectónicos e vegetalistas. Na parte superior, cartela central enquadrada por profusão de motivos ornamentais sustentados, de um lado e de outro por duas figuras infantis aladas. ESCADA de acesso ao "Pátio do relógio": quatro painéis de composição figurativa; monocromia, azul em fundo branco; iconografia religiosa; cenas bíblicas; início do séc. 20, atribuído a Pereira Cão. ESCADARIA de acesso ao salão nobre: quatro patamares e quatro lances de escada revestidos de 26 painéis de azulejo, formando silhar recortado na parte superior (11 azulejos na parte mais alta); monocromia: azul em fundo branco; composição figurativa; todos os painéis são delimitados por guarnições barrocas simulando motivos ornamentais arquitectónicos, pilastras, urnas e volutas, sanefas e motivos ornamentais vegetalistas. Representam cenas de caça inspiradas em gravuras de Antonio Tempesta, cenas militares e batalhas navais. SALÂO NOBRE: Oito painéis formando silhar, (12 azulejos de altura), composição figurativa; monocromia, azul em fundo branco. Iconografia profana; alegorias alusivas a disciplinas científicas: óptica, geografia, geometria, balística, astronomia: 1. Atlas com coroa de louros, ajoelhado, sustenta o globo terrestre (12 x 14 azulejos); 2. Figura feminina rodeada de figuras infantis e de instrumentos destinados ao estudo da geometria e geografia; 3. Artes Liberais ligadas às disciplinas científicas; 4. Episódio do cerco de Siracusa em que Arquimédes utiliza espelhos e o reflexo do sol para incendiar a esquadra inimiga (12 x 25 azulejos); 5. Painel representando duas cenas distintas (12 x 25 azulejos): Uma figura infantil alada, em pé no mar, faz mover um mecanismo que produz nuvens a partir da evaporação. Esta representação copia minuciosamente uma gravura do livro Imago prima Saeculi Societatis Iesus, publicado em Antuérpia por Joannes Bollandus em 1640; 2ª representação: cena marítima representando três caravelas; na parte superior da composição lê-se a frase POR MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS. 6 Cena militar com fortificação, infantaria, artilharia (12 x 31 azulejos); 7. Cena militar: ataque a uma cidade fortificada (12 x 31 azulejos); 8. Figuras infantis aladas com sólidos geométricos; legenda: UNA TRIBUS RATIO EST (12 x 14 azulejos). Todos os painéis são delimitados por barras de motivos ornamentais arquitectónicos de gosto regência e rococó de forte impacto decorativo. BIBLIOTECA: parte superior da parede da entrada: painel de composição figurativa em monocromia, azul em fundo branco (8 x 8 azulejos); iconografia religiosa; natividade; adoração dos pastores; atribuído a Gabriel del Barco; proveniente do Hospital de Santa Marta. Paredes: silhar de azulejos de composição ornamental seriada figurando albarradas. SALA contígua à sala de leitura: silhar de azulejos representando paisagens. VESTÍBULO DA CAPELA: Painéis de composição figurativa formando silhares recortados na parte superior; monocromia: azul em fundo branco; iconografia profana; cenas de caça, cenas galantes. Estes painéis foram amputados quando da instalação do serviço de radiologia. ESCADARIA do topo norte: painel de composição figurativa, monocromia: azul em fundo branco; (26 na parte mais alta x 22 azulejos); iconografia religiosa; Nossa Senhora da Misericórdia; na parede fazendo ângulo com esta: painel de composição figurativa, monocromia: azul em fundo branco; iconografia religiosa: Visitação (21 na parte mais alta x 12 azulejos); colocados provavelmente cerca de 1769. ESCADAS de ligação às alas do claustro: silhares de azulejo de composição figurativa; monocromia; azul em fundo branco; iconografia pronana; cenas de caça; cenas campestres; todos os painéis são enquadrados por barras constituídas lateralmente por figuras de atlantes e horizontalmente por motivos ornamentais vegetalistas e grotescos. |
Utilização Inicial
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Educativa: colégio religioso |
Utilização Actual
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Saúde: hospital |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: Baltasar Álvares (1579, 1613); Caetano Tomás (1764); Diogo Marques Lucas (1614); João Antunes (1689 - 1702). AZULEJADOR: António Rodrigues (séc. 18). CARPINTEIROS: Manuel Gomes (1697 - 1711); Matias Rodrigues de Carvalho (1696). DESENHADOR: Padre Cristóvão (1689-1702). ENGENHEIRO: José Monteiro de Carvalho (1769). ENTALHADORES: António da Costa (1704); João Gomes (1734); José Antunes (1691); José Gomes (1734); Manuel Machado (1706-10); Matias Rodrigues de Carvalho (1682 - 1710). ESCULTORES: Carlos Baptista (1696); Domingos Maria Plura (1696-1733); João António Bellini (1734-37, 1740). FUNDIDOR: Máximo Rodrigues Palavra (1746). MARCENEIRO: Manuel Gomes (1697). MESTRES DE OBRAS: Barnabé Telo (1581); Gabriel Ramos (1612-23); Gonçalo Serra (1586-87); João Gomes (1694 - 1701); José Valeriano (1579-92); Manuel Ribeiro (1690); Padre João Delgado (1598-1608); Padre Silvestre Jorge (1581). OURIVES: António de Cruz (1697-1698); João Frederico Ludovice (1697 - 1711). PEDREIROS: António Fernandes (1663); António Rodrigues (1705); Jacinto Rodrigues (1663); João Baptista (1689 - 1702); João Francisco (1721); Tomás Francisco (1703). PINTOR: Manuel Franco (1693-1694). |
Cronologia
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1557, 3 dezembro - a Companhia de Jesus procura local para construção de um novo Colégio; 1574 - decide-se a mudança para Santo Antão-o-Novo; 1578, 29 outubro - o arcebispo de Lisboa concede 40 mil ducados para compra das propriedades necessárias; 1579, 11 maio - lançamento da primeira pedra do Colégio de Santo Antão-o-Novo, em terrenos adquiridos a Isabel Dias, foreira do Hospital de São Lázaro; foi mandado construir pelo Cardeal D. Henrique sob a traça de Baltazar Álvares; 30 junho - a planta não satisfaz a comunidade, que expõe o caso ao Geral da Companhia; este anuncia a vinda do arquiteto jesuíta italiano José Valeriano, o que se constituiu um fracasso; 1581, 30 abril - a segunda traça do colégio foi elaborada pelo Padre Silvestre Jorge; obras dirigidas por aquele e por Barnabé Telo; 30 junho - aprovação deste segundo projecto; 1 setembro - o Geral, Padre Aquaviva, ordena que se respeite a planta, revelando intenções de alteração; 1584, 10 fevereiro - instituição da Confraria da Anunciada; 1585, 2 maio - o Geral propõe alterações na traça; 1586 - 1587 - Gonçalo Serra dirige as obras; 1586, 28 agosto - nova traça do Padre Silvestre Jorge segue para Roma; 1592 - terceiro projeto pelo Padre José Valeriano; 22 março - Padre João Delgado apoia a traça de Roma, então contestada pelo Padre Silvestre Jorge; 27 julho - a construção segue a traça de Valeriano; 31 outubro - o Padre Pedro da Fonseca faz vários planos não aprovados; 1593, novembro - inauguração do Colégio; 1598-1608 - as obras são dirigidas por João Delgado; 1599, outubro - feitura do refeitório, sobre o qual existiam três habitações, por 4 mil ducados; séc. 17 - instituição da Capela de Nossa do Socorro por Manuel Rodrigues da Costa; instituição da Capela de Nossa Senhora da Piedade, por Gregório Mendes da Silva e esposa, deixando 20$000 para uma missa quotidiana; 1608, 21 maio - o rei oferece 30$000 anuais para a botica; 1611, 12 junho - testamento do Inquisidor Manuel Álvares Tavares, indicando que desejava ser sepultado na capela-mor, para o que deixava 500 cruzados, com obrigação de missas quotidianas, providas com o acréscimo de 40$000 anuais; 13 junho - morte de Manuel Álvares Tavares; 1612 - 1623 - obras dirigidas por Gabriel Ramos; 1612, 31 agosto - a condessa de Linhares, D. Filipa de Sá, propõe ser padroeira da igreja, exigindo que esta tivesse 11 capelães, residentes em habitação própria no local e tribuna para o canto, para o que deixava 600$000; 25 setembro - contrato entre D. Filipa de Sá e a Companhia, para garantir o padroado da igreja do Colégio; a padroeira definia o local da sua sepultura, na capela-mor, com missas diárias, rezadas e cantadas por clérigos; em troca, ela doava as casas à Cruz de Cata Que Farás, à Jubitaria, à Ribeira, a Quinta de Telheiras e os foros das Alfândegas; 2 outubro - renovação do contrato entre a Condessa e a Companhia de Jesus, pelo qual ela se comprometia a construir e dotar a fábrica da igreja, enquanto fosse viva; 1613, 1 janeiro - lançamento da primeira pedra na igreja, conforme um novo plano de Baltazar Álvares; 1614 - feitura do ante-refeitório e do tanque e nora da horta; 5 fevereiro - referência à traça da igreja, de Diogo Marques Lucas, tendo a pedra vindo do Vale de Cavalinhos; este fez um orçamento para a abóbada da nave e para o cruzeiro; 1615 -1618 - pedido para o início da obra da casa dos capelães; 1615, 20 julho - data do testamento da Condessa de Linhares, deixando os seus bens à igreja de Santo Antão e pedindo para ser sepultada na mesma; 1618, 2 setembro - morte da Condessa de Linhares, sepultada na igreja velha; 1621, 22 junho - avaliação da capela instituída pelo Inquisidor Manuel Álvares Tavares em 1:000$000, sendo a verba entregue pelo testamenteiro; 1625 - inicio da construção da abóbada da capela-mor; feitura da imagem de vulto de São Francisco de Borja; 1626 - execução dos painéis com cenas da vida de Santo Inácio de Loyola para colocação na igreja; 1628 - crise económica interrompe as obras; 1634, 6 outubro - nomeação de um almoxarife de obra; 1 outubro - confirmação da autorização para ter botica; 1644, 11 março - benfeitor financia a construção do corredor de baixo; 1653, 19 março - medição das capelas do cruzeiro por Mateus do Couto; 1653 - instituição da Irmandade de Santo Antão; 1655 - conclusão das obras do edifício; 1658 - aprovação da Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte; construção do altar para exposição do Santíssimo Sacramento; 1658 - 1664 - instituição e construção de capela, no transepto, por D. Joana de Sousa, dedicada a São Francisco Xavier, com retábulo, altar de mármore, com escudo dos Sousas de Gouveia, e carneiro abobadado, para o que doou 4.500 cruzados; 1663, 17 junho - arrematação da obra da capela pelos pedreiros Jacinto Rodrigues e António Fernandes, por 450$000; 1664, 24 agosto - quitação da obra da capela; 1660 - 1670 - feitura do túmulo da Condessa de Linhares; redecoração da capela doméstica, para a qual foi feito um painel e sacrário, decorado com pedras embutidas, e ornamentação das paredes com painéis representando cenas da vida da Virgem; 1670 - arranque das torres da fachada e parte da abóbada da nave; transferência da livraria; 1672, 8 e 9 julho - discussão sobre a solução para o remate da fachada, existindo várias opiniões; 1685 - a Irmandade de Santo Antão comprou uma capela no lado da Epístola; 1689 - discussão sobre o material com que se devia fazer o retábulo-mor, em pedra ou madeira; 1689 - 1702 - feitura do retábulo-mor em pedra (proveniente de Génova), com risco do Irmão Cristóvão, que recebeu 4$200, ainda que tivesse existido um primeiro projecto do entalhador José Antunes, que recebeu 20$000 do reitor Padre Sebastião de Lima; 1690 - obras supervisionadas por Manuel Ribeiro; 1691, até - liderava os pedreiros o mestre João Baptista, substituído por João Antunes até 1709; este fez o retábulo-mor por 72$000; 1691-1697 - Carlos Baptista Garvo fornece pedra no valor de 2:216$020; 1693, outubro - pintura do tapume que separava a capela-mor, por concluir, por Manuel Franco; 1694, 27 março - o mesmo fez o desenho do retábulo de Santa Luzia; 1696, 7 janeiro - encomenda de quatro anjos a Carlos Batista; execução do trono em madeira pelo carpinteiro Matias Rodrigues de Carvalho; 1694, 27 março - pagamento de 46$500 a Manuel Franco por pintar o desenho do retábulo-mor; 1694 - 1701 - execução do corredor dos confessionários com risco de João Antunes e direcção das obras por João Gomes; feitura de 13 grades de ferro para as capelas do corredor, por 132$493; 1696, 18 Agosto - inicia-se a abertura dos caboucos para o corredor dos confessionários; 1696 / 1733, entre - feitura das 12 esculturas dos Apóstolos, pelo escultor Domingos Maria Plura, por 6:240$000; 1697, 22 julho - feitura da caixa para o sacrário pelo marceneiro Manuel Gomes, por 90$400; 1697 - 1711 - feitura de sacrário de prata por João Frederico Ludovice, conforme moldes de madeira do carpinteiro Manuel Gomes; a obra orçou em 1:117$800; 1697, 16 dezembro - feitura de um vaso de comunhão, em prata, por António da Cruz; 1698, 15 novembro - execução de lâmpada de prata para a capela-mor pelo ourives António de Cruz, que iniciou a obra do sacrário; 1699 - 1706 - feitura do trono por Matias Rodrigues de Carvalho, por 179$960; séc. 18, meados - provável execução dos riscos dos retábulos gémeos da sacristia por João Frederico Ludovice; 1701 - instituição da Capela de Santa Luzia, com missa quotidiana; 7 julho - anulação do contrato instituído pelo Inquisidor Manuel Álvares Tavares por falta de bens; 1703, cerca - descrição do Colégio e igreja por autor anónimo *1; 24 agosto - contrato com Tomás Francisco para a feitura da Capela de Santa Luzia (COUTINHO: 382); 1704, 24 abril - a Irmandade de Santa Luzia contrata o entalhador António da Costa, morador na Rua da Barroca, no Bairro Alto, para a execução do retábulo da capela (FERREIRA, 2009, vol. II, p. 479); 1705, 14 março - feitura da abóbada do corredor de cima por António Rodrigues; 1706, 23 janeiro - o mestre entalhador Matias Rodrigues de Carvalho emite recibo de $090 aos Padres do Colégio como quitação por parcela do pagamento pela feitura do trono do retábulo-mor da igreja, em parceria com Manuel Machado; 1710 - testamento de Matias Rodrigues de Carvalho referindo que parte do pagamento da obra que fazia em Santo Antão e recebera dos Padres, dera a Manuel Machado, seu colaborador; 1712 - a sua mulher recebeu as quantias que os Padres da Companhia deviam ao marido pela feitura do trono e camarim do retábulo-mor; 1719 - compra de um relógio por 450$000; 1720 - 1749 - feitura de livraria com três salas; 1721, 25 outubro - a Irmandade de Santa Luzia contrata João Francisco para a feitura dos embutidos da capela (COUTINHO: 328); 1722 - 1749 - mandato do Padre João Baptista Carbone que ordenou a feitura de seis sinos da torre nova (o 1.º dedicado a Santo Inácio e o 2.º a São Francisco Xavier), a casa da torre, lajeada e rebocada para aposento do sineiro, o acesso à sacristia, revestido a azulejos, o alpendre na portaria comum e reboco, a calçada do terreiro e a frontaria do colégio (133$595), novas latrinas em cantaria, escada de pedra para o pátio dos moços, novo cubículo para o cárcere, douramento do retábulo da capela doméstica de São Francisco Xavier, executado pelo mestre José Gomes, por 2:843$000; para onde se fez também a coroa de prata dourada para a imagem de Nossa Senhora da Conceição e seis castiçais prateados; mudança do presépio para debaixo deste altar, tendo sido pintado e ornado; feitura de nova parede da porta do pátio dos estudantes e de armário para a rouparia; início da construção da segunda torre; colocação de vidros cristalinos nas janelas sobre a capela de São Francisco Xavier e de vidraças no pátio dos estudantes; colocação de ladrilho na casa dos alfaiates (17$170) e na casa do forno de pão, e de dois fogões na cozinha; 1728 - data na porta da antiga Portaria; 1733, cerca - inauguração da igreja; 1734 - 1737 - execução de dois púlpitos em mármore por João António Bellini, de Pádua; este também trabalhou em várias estátuas; 1734, 24 setembro - medição da obra executada pelo entalhador José Gomes para a Capela de São Francisco Xavier (FERREIRA, 2009, vol. II, p. 479); 3 novembro - contrato da talha da capela doméstica de São Francisco Xavier, por 2:843$953; 1740 - feitura de oito Apóstolos por João António Bellini; 1746, 6 fevereiro - segundo um relatório de obras, havia-se terminado a torre, ajustando-se o respectivo sino, executado por Máximo Rodrigues Palavra; feitura do busto de São Luís Gonzaga em prata, confessionário no corredor e 6 castiçais de madeira prateada para o altar de São Francisco Xavier; vinda de dois braços relicários de Roma; o Padre João Baptista Carbone ofereceu uma imagem de pedra de Nossa Senhora da Conceição para a Capela do Santíssimo Sacramento; execução do forro do armazém de azeite e da cozinha dos despejos; colocação de fornalha de ferro, proveniente da Fábrica de Figueiró dos Vinhos, paga pelo rei; 1753, 21 setembro - colocação de novo telhado com telhas da Holanda, dadas pelo tenente-general da artilharia Manuel Gomes de Carvalho; feitura de janelas nas retretes, abóbadas nos corredores, que foram azulejados e ladrilhados; colocação de azulejos nas três escadas para o corredor de cima; execução de portada grande do corredor da livraria, cachorros no pátio das escolas; encomenda de dois quadros para as retretes em Roma; relógio na retrete da capela do Santíssimo; reforma do soalho dos cubículos; colocação de ladrilho no ante-refeitório, ampliação da cozinha e da casa da louça; novo relógio para a torre; feitura do remate do frontispício da igreja por 231$080; conclusão da segunda torre (10:486$557); a pedra para os corredores foi fornecida por Francisco Xavier Pinto e Caetano Tomás; 1755, 1 novembro - o terramoto danificou muito o colégio, não afectando grandemente a igreja, apesar de ter caído o zimbório; cai uma das torres; 1758 - com a expulsão dos Jesuítas o colégio passa para a Coroa; 1759, 5 fevereiro - inventário dos bens do colégio *2; possuía uma Quinta, no termo de Punhete, a Quinta de Alagoa e a de Caniços, bem como algumas propriedades na Ilha Terceira, na Ribeirinha, administradas pelo Colégio local; são referidas dívidas ao azulejador António Rodrigues, por aplicação de azulejos; 23 junho - alvará extinguindo as Classes e Escolas jesuíticas; 1764, 04 fevereiro - levantamento de todos os edifícios pertencentes ao Colégio de Santo Antão por Caetano Tomás; 1769, 26 setembro - por carta régia foi instalado no edifício o Hospital Real de São José, que sucedeu ao Hospital Real de Todos os Santos (então situado na actual Praça da Figueira e destruído pelo Terramoto de 1755), administrado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; 27 setembro - é encarregado das obras de adaptação a hospital José Monteiro de Carvalho; 1775 - entrada dos primeiros doentes, após obras de adaptação; 1779, 30 janeiro - a Paróquia da Igreja do Socorro solicita à rainha D. Maria I que reedificasse a sua igreja primitiva e abandonasse o projeto de instalação da paróquia na igreja do Colégio, o que foi diferido; 1789, 18 agosto - caderno com avaliação da prata que do Erário Régio se mandou avaliar ao ourives João de Sousa Jorge, contraste da Corte; 1798, 2 abril - o recinto da igreja foi transformado em cemitério da paróquia do Socorro, até 8 de abril de 1800; 1807 - apeamento da torre E. por ameaçar ruína; 1811 - D. Francisco de Almeida, então Enfermeiro-Mor, ordena a colocação, na fachada S., de 8 das 12 esculturas dos Apóstolos, provenientes da antiga igreja do colégio, que ficaram assentes em pedestais de cantaria, executados com materiais provenientes da torre E. da igreja, que ameaçava ruir; feitura do portal de acesso, o denominado Portal dos Pessegueiros; 1835 - demolição da torre O.; 1840 - concessão de cantaria para o edifício da Escola Médica de Lisboa, para conclusão da livraria, secretaria e sala do Conselho; 1841, 17 maio - portaria concede alvenarias e cantarias da torre e igreja para o Teatro Nacional, que se repetiria a 21 junho de 1842; 1844, 21 agosto - cantaria cedida às Obras Públicas, repetindo-se em 1851; 1850 - data sobre a porta da ala S. do claustro; séc. 19, meados - existia, dentro do pátio, uma construção que servia de ala de loucos, que o Marechal Saldanha mandou transferir para o Hospital Miguel Bombarda;1853 - a administração solicita orçamento para ampliar o edifício para a zona da antiga igreja, onde se instalaria o cartório geral e a tesouraria; 1857 - D. Francisco de Almeida ordena a construção do pórtico exterior e do muro, bem como a plantação de árvores no antigo terreiro e a feitura de um chafariz; 1862 - a Irmandade do Santíssimo da freguesia de São José pediu mármores, mosaicos, colunas e retábulo da capela-mor para a Igreja da Anunciada, o que foi concedido; 1872, 28 maio - cedência de duas colunas da igreja para o Asilo D. Maria Pia de Xabregas; 1884 - demolição da antiga igreja; séc. 19, final - o enfermeiro-mor, Curry Cabral, instala na antiga igreja os serviços administrativos do hospital; Séc.19, final - demolição da frontaria do colégio e utilização dos materiais na construção da Escola Médica de Lisboa (referência pela DGMEN em 1948); 1910 - com a implantação da República, a capela do Hospital, a funcionar na antiga sacristia da Igreja do Colégio, é encerrada; séc. 20 - esteve instalada, numa parte dos edifício, a antiga Maternidade Magalhães Coutinho; década de 30 - o culto é reposto na antiga sacristia, depois deste espaço ter sido utilizado como arrecadação do Hospital; 1950 - refere-se a necessidade de remover os depósitos de água existentes sobre a sacristia; 1959, 15 Maio - início de obras de melhoramento no hospital; séc. 20, década de 70 - construção de um andar amansardado; 1992, 17 agosto - aprovação da Zona de Proteção do Hospital, tendo em vista o seu normal funcionamento, em DR n.º 791; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de calcário, tijolo e betão, rebocada e pintada; modinaturas, colunas, plintos, pilastras, pavimentos, cobertura da sacristia, retábulos, túmulos em cantaria (de calcário e mármore); portas, caixilhos e arcazes de madeira; silhares e painéis de azulejo tradicional e industrial; janelas com vidro simples; janelas da sacristia com espelhos; coberturas exteriores em telha. |
Bibliografia
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Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DRELisboa, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRLisboa/DRC/DIE; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DESA; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSARH; DGP: Proc. nº 26-LFB -F-70; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra; ATC: Cartório da Junta da Inconfidência, Companhia de Jesus (Colégio de Santo Antão - Lisboa, mç. 25, n.º 96 e 97); PT DGEMN:DSARH-010/125/01. |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1951 - obras de remodelação profunda do Banco do hospital e obras de melhoramento pelas Direcções dos Serviços de Construção e Conservação; 1953 - obras de beneficiação; 1954 - obras de remodelação e de conservação pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação; 1955 - execução de obras na cozinha pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação; 1957 - construção de um piso intermédio no banco do hospital, beneficiação dos serviços de farmácia, criação de uma enfermaria de oftalmologia, ampliação dos serviços de Raio X do banco, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1958 - continuação das obras de construção de um piso intermédio e instalações de diversos serviços do hospital pelos Serviços de Construção e Conservação; 1959 - instalação de uma central térmica, construção civil, e monta-cargas, para o Serviço 3 - salas 1 e 2 e a remodelação do Serviço 6 Sala 1, bem como diversos trabalhos de beneficiação, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1959 / 1960 / 1961 - obras na sacristia, com lavagem de cantarias, desmontagem dos arcazes e reparação dos mesmos, com nova colocação e reposição de madeiras em falta; reparação de caixilhos e colocação de vidro do tipo catedral nas janelas; reparação das grades e das portas; reparação da instalação eléctrica; substituição da tampa do baptistério; douramento e limpeza dos espelhos; desentaipamento de vão; reforma dos telhados; 1966 - reparação da instalação eléctrica da sacristia e substituição das lâmpadas florescentes; DGEMN: 1961 - Execução de obras de reparação da antiga sacristia de Santo Antão-o-Novo; instalação do oxigénio e de vácuo no serviço de otorrinolaringologia e obras de beneficiação do bloco operatório e sala de audiometria do serviço 8, pelos Serviços de Construção e de Conservação; SUCH: construção do serviço de Radiologia, tendo sido arrancados painéis de azulejo da ante-sacristia; 1977 / 1978 / 1979 - construção das coberturas dos corpos E. e S.; 1984 - obras de remodelação da ala NO. e reparações internas na ala O.; DGEMN: 1986 / 1991 / 1992 - Restauro do pavimento da sacristia; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 1994, Julho - intervenção nos azulejos figurativos joaninos da fachada da Porta do Carro, no lado leste do edifício, com fixação de vidrados, abertura de juntas, levantamento dos azulejos com maiores problemas de conservação, limpeza a seco por via húmida, colagens, desinfestação, fixação de vidrados e protecção das chacotas expostas, preenchimento de lacunas e de juntas; manufactura e colocação de azulejos em falta; restauro do tecto do salão nobre, financiado pela Fundação Ricardo Espírito Santo; 1999 / 2000 - conservação e restauro do pórtico principal, o Pórtico dos Pessegueiros; correcção de colagens e limpeza da estatuária. |
Observações
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*1 - Igreja com fachada virada a S., ladeada por duas torres e antecedida por terreiro, com acesso por 3 portas flanqueadas por colunas e nichos; sobre estes, 5 janelas, a do meio de maiores dimensões, duas delas a iluminar as tribunas, surgindo, sobre a central, uma janela flanqueada por nicho com frontão triangular; no interior, possuía guarda-vento em madeira de angelim, estando o coro-alto assente em colunas de pedra; a nave possuía 3 capelas de cada lado, com acesso por arcos de volta perfeita, encimados por tribunas, constituindo dois registos separados por friso e cornija; possui cobertura de abóbada e, sobre o cruzeiro, zimbório; a capela-mor não se achava concluída, tendo tapume com retábulo fingido, em pintura, o mesmo sucedendo com os retábulos do transepto; no lado do Evangelho, a Capela de Nossa Senhora do Socorro, com sepultura do instituidor e painéis laterais representando a "Última Ceia" e "Natividade"; tinha retábulo de talha dourada com nicho para a imagem do orago; a segunda Capela ainda não tinha ornato, sendo a terceira dedicada a Santa Luzia, com retábulo de talha e banqueta de embutidos de mármore; no lado da Epístola, a Capela de Nossa Senhora da Piedade, com cobertura pintada e dourada e retábulo com a imagem do orago e as pinturas de São João Evangelista e Santa Maria Madalena; nas ilhargas, quadros com molduras de talha, representando Passos da Paixão; a segunda capela era dedicada a Cristo Crucificado e a terceira a Santo Antão, com retábulo de talha e nicho do santo, tendo banqueta de embutidos e, nas ilhargas, quadros com a vida do orago; nos topos do transepto, os retábulos de São Francisco Xavier, no lado do Evangelho, com relíquias "que se ocultam", a imagem e painel com o Santo; no lado oposto, a Capela de São Francisco de Borja, reservada para sepultura de Francisco de Sá, irmão da padroeira da Igreja, tendo retábulo com nicho e escultura do santo, encimado por painel com o mesmo a celebrar missa; sobre cada uma das capelas, 3 janelas; na capela-mor, estão previstos dois nichos para túmulos, surgindo nichos para estatuária, um Evangelista e São Pedro; o altar será de pedraria, tendo painel pintado com "Visão que Santo Inácio teve da Santíssima Trindade"; no colégio, 2 corredores com 22 cubículos cada, existindo, ainda, mais cinco cubículos; no lado direito, ficaria o Pátio dos Estudos. *2 - no Inventário, refere-se a existência das imagens de Nossa Senhora do Socorro e São José, no retábulo-mor, surgindo, nos demais, São Francisco Xavier e Santa Luzia; na sacristia, as imagens de São Francisco de Borja, São Luís Gonzaga e São Estanislau; sobre a banqueta do altar-mor, surgiam 3 meios-corpos de prata, um Crucificado de prata com cruz em bronze dourado; lâmpadas de prata nas capelas de Santa Luzia, Nossa Senhora da Piedade e Santo Antão; no altar da Portaria comum, um Santo Cristo de vulto e quatro quadros, com molduras acharoadas, representando Padre António Vieira, Padre Sebastião Barradas, Padre Francisco de Mendonça e Padre Pedro da Fonseca; no patamar do 3.º lanço da escada, um quadro de São Francisco Xavier, surgindo, no último lanço, quatro quadros de D. João III, D. Sebastião, Cardeal D. Henrique e Papa Paulo III; no Refeitório, 12 quadros com a vida de Santo Inácio de Loyola, uma "Última Ceia", um São Pedro de Alcântara e São Francisco Xavier; na Casa dos Lavatórios, quadros de Santo Inácio e de São Estanislau Koska com a Virgem; na Capela, quadros de "Santo Inácio e São Francisco Xavier", "Santo Inácio e a Santíssima Trindade", Nossa Senhora, "Sacrifício de Abraão", "Despedida de Agar", "Adoração dos Magos" e o "Trânsito da Virgem"; existência de vários instrumentos matemáticos e mapas; na Capela da Confraria dos Estudantes, dedicada a Nossa Senhora; a botica tinha 3 salas. O Colégio tinha o Padroado das igrejas de Nossa Senhora da Assunção de Enxara do Bispo, São Silvestre do Gradil e bens da Colegiada da Igreja de Ourém. |
Autor e Data
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João Silva 1992 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1993 / Paula Correia e Paula Figueiredo 2005 |
Actualização
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