Quinta da Fonte do Calhariz / Quinta do Peres

IPA.00004018
Portugal, Lisboa, Lisboa, Benfica
 
Arquitectura residencial e arquitectura agrícola, setecentista. Casa nobre rural e jardim histórico com árvore classificada (plátano).
Número IPA Antigo: PT031106080375
 
Registo visualizado 3860 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Quinta    

Descrição

Planta composta em T, localiza-se no extremo S. da propriedade, definindo, com dependências que a confrontam a O., um grande pátio sensivelmente rectangular, por onde se produz o acesso e, a E., um pequeno pátio de serviço. O edifício desenvolve-se em 2 pisos, encontrando-se o inferior parcialmente enterrado devido à pendente S. / N. do terreno, e apresenta volumetria escalonada, de que se destaca uma chaminé cónica, no extremo E., sendo a cobertura efectuada por telhados a 4 e 3 águas, perfuradas por trapeiras. Um portão de ferro forjado, entre pilares de cantaria encimados por vasos do mesmo material, permite o acesso ao pátio definido pela construção de serviços e pela articulação das alas O. e S. da casa. O alçado principal, a O., é animado pela abertura, a eixo, da porta principal, de verga recta e emolduramento calcário, sobrepujada de ática, à qual se acede por escadaria de 2 lanços rectos convergentes, guarnecida por guarda de ferro forjado. De ambos os lados rasgam-se 3 janelas de peito com molduras pétreas, sendo o remate superior efectuado por beirado. O alçado S. é lateralmente delimitado por cunhais de cantaria, superiormente por beirado, acima do qual se elevam 3 trapeiras, e ritmado pela abertura de 5 janelas de peito, a que correspondem outras tantas aberturas no soco de placagem de cantaria. No interior, sucessivamente transformado, reconhece-se o desenvolvimento dos principais compartimentos em toda a ala S., merecendo apenas menção a cozinha - estruturada por fogão de grandes dimensões, servido pela chaminé cónica, cujo intradorso se encontra revestido por azulejos setecentistas reaproveitados. A N. da casa desenvolve-se o jardim formal, com 2 eixos ortogonais convergindo em tanque oval.

Acessos

Travessa Francisco de Resende, n.º 55 - 59

Protecção

Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811)

Enquadramento

Rural, destacado, isolado por pátios murados e jardim

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: quinta

Utilização Actual

Educativa: colégio de ensino regular

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 18, 1ª metade - fundação da quinta; 1750 - era proprietário o cónego Manuel de Aguiar (m. 1765), que aí residia com sua prima D. Catarina Maria Isidora da Assunção, 3 criadas, um caseiro e um escravo; 1769 - reside na propriedade o Desembargador José Pereira Sarmento, sua mulher D. Maria Bárbara, 3 criados e 4 escravos; 1772 - a quinta encontra-se entregue aos cuidados de um caseiro; 1777 - o Desembargador (então Corregedor do Bairro Alto) volta a usar a propriedade como residência permanente; 1827 / 1828 - a casa serve de residência à infanta D. Ana de Jesus Maria e ao seu marido marquês (depois duque) de Loulé; 1835 / 1840 - a propriedade encontra-se na posse de António Victor Pereira de Sousa Peres, que aí reside com a esposa, D. Tomásia, 3 filhos e 7 criados; 1847 - surge como proprietário Vicente Gonçalves Rio Tinto, 1º barão de Rio Tinto (1803 - 1867); 1849 - a expensas do barão, constrói-se o chafariz junto à quinta; 1867 - a propriedade é adquirida por José Iglesias, que posteriormente a lega a sua filha, Maria Ernestina, esposa do conselheiro José da Silveira Viana; séc. 20, década de 40 - expropriação de parte dos terrenos da quinta pela C.M.L., sendo proprietário o Dr. Francisco Cortês Pinto, que mais tarde a lega a sua filha, Maria Elvira Cortês Pinto de Carvalho Seixas; 1948 - instalação no edifício do Colégio Visconde de Garrett; 1959 - passa a funcionar no imóvel a escola "O Beiral"; 1959 - princípio de incêndio no 1º andar, provocado por fogão de sala; 1964 - funciona também na casa uma escola de educadoras de infância; 1965 - princípio de incêndio no 1º andar, provocado por fogão de sala; séc. 20, década de 90 - aquisição do edifício pela Câmara Municipal de Lisboa.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, ferro forjado, madeira, azulejos.

Bibliografia

ANDRADE, José Sérgio Veloso de, Memória Sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços de Lisboa, Belém, e Muitos Logares do Termo, Lisboa, 1851; PROENÇA, Pe. Álvaro, Benfica Através dos Tempos, Lisboa, 1964; CALDAS, João Vieira, A Casa Rural nos Arredores de Lisboa no Século XVIII, Lisboa, 1987 (texto policopiado); CONSIGLIERI, Carlos e OUTROS, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa, Lisboa, 1993

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CML: Arquivo de obras, pº nº 13.974 e pº nº 41.785

Intervenção Realizada

1896 - obras de reparação de canalizações; 1929 - obras clandestinas de reparação das coberturas; 1933 - obras de beneficiação geral; 1952 - pinturas e obras de beneficiação geral; 1960 - obras de reparação, na sequência do incêndio de Dez. 1959; 1961 - obras de beneficiação e limpeza; Proprietários: 1965 - reparação das coberturas.

Observações

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1996

Actualização

Lobo de Carvalho 1998
 
 
 
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