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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Agrícola e florestal Quinta
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Descrição
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Planta composta em T, localiza-se no extremo S. da propriedade, definindo, com dependências que a confrontam a O., um grande pátio sensivelmente rectangular, por onde se produz o acesso e, a E., um pequeno pátio de serviço. O edifício desenvolve-se em 2 pisos, encontrando-se o inferior parcialmente enterrado devido à pendente S. / N. do terreno, e apresenta volumetria escalonada, de que se destaca uma chaminé cónica, no extremo E., sendo a cobertura efectuada por telhados a 4 e 3 águas, perfuradas por trapeiras. Um portão de ferro forjado, entre pilares de cantaria encimados por vasos do mesmo material, permite o acesso ao pátio definido pela construção de serviços e pela articulação das alas O. e S. da casa. O alçado principal, a O., é animado pela abertura, a eixo, da porta principal, de verga recta e emolduramento calcário, sobrepujada de ática, à qual se acede por escadaria de 2 lanços rectos convergentes, guarnecida por guarda de ferro forjado. De ambos os lados rasgam-se 3 janelas de peito com molduras pétreas, sendo o remate superior efectuado por beirado. O alçado S. é lateralmente delimitado por cunhais de cantaria, superiormente por beirado, acima do qual se elevam 3 trapeiras, e ritmado pela abertura de 5 janelas de peito, a que correspondem outras tantas aberturas no soco de placagem de cantaria. No interior, sucessivamente transformado, reconhece-se o desenvolvimento dos principais compartimentos em toda a ala S., merecendo apenas menção a cozinha - estruturada por fogão de grandes dimensões, servido pela chaminé cónica, cujo intradorso se encontra revestido por azulejos setecentistas reaproveitados. A N. da casa desenvolve-se o jardim formal, com 2 eixos ortogonais convergindo em tanque oval. |
Acessos
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Travessa Francisco de Resende, n.º 55 - 59 |
Protecção
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Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) |
Enquadramento
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Rural, destacado, isolado por pátios murados e jardim |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Agrícola e florestal: quinta |
Utilização Actual
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Educativa: colégio de ensino regular |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. 18, 1ª metade - fundação da quinta; 1750 - era proprietário o cónego Manuel de Aguiar (m. 1765), que aí residia com sua prima D. Catarina Maria Isidora da Assunção, 3 criadas, um caseiro e um escravo; 1769 - reside na propriedade o Desembargador José Pereira Sarmento, sua mulher D. Maria Bárbara, 3 criados e 4 escravos; 1772 - a quinta encontra-se entregue aos cuidados de um caseiro; 1777 - o Desembargador (então Corregedor do Bairro Alto) volta a usar a propriedade como residência permanente; 1827 / 1828 - a casa serve de residência à infanta D. Ana de Jesus Maria e ao seu marido marquês (depois duque) de Loulé; 1835 / 1840 - a propriedade encontra-se na posse de António Victor Pereira de Sousa Peres, que aí reside com a esposa, D. Tomásia, 3 filhos e 7 criados; 1847 - surge como proprietário Vicente Gonçalves Rio Tinto, 1º barão de Rio Tinto (1803 - 1867); 1849 - a expensas do barão, constrói-se o chafariz junto à quinta; 1867 - a propriedade é adquirida por José Iglesias, que posteriormente a lega a sua filha, Maria Ernestina, esposa do conselheiro José da Silveira Viana; séc. 20, década de 40 - expropriação de parte dos terrenos da quinta pela C.M.L., sendo proprietário o Dr. Francisco Cortês Pinto, que mais tarde a lega a sua filha, Maria Elvira Cortês Pinto de Carvalho Seixas; 1948 - instalação no edifício do Colégio Visconde de Garrett; 1959 - passa a funcionar no imóvel a escola "O Beiral"; 1959 - princípio de incêndio no 1º andar, provocado por fogão de sala; 1964 - funciona também na casa uma escola de educadoras de infância; 1965 - princípio de incêndio no 1º andar, provocado por fogão de sala; séc. 20, década de 90 - aquisição do edifício pela Câmara Municipal de Lisboa. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, ferro forjado, madeira, azulejos. |
Bibliografia
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ANDRADE, José Sérgio Veloso de, Memória Sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços de Lisboa, Belém, e Muitos Logares do Termo, Lisboa, 1851; PROENÇA, Pe. Álvaro, Benfica Através dos Tempos, Lisboa, 1964; CALDAS, João Vieira, A Casa Rural nos Arredores de Lisboa no Século XVIII, Lisboa, 1987 (texto policopiado); CONSIGLIERI, Carlos e OUTROS, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa, Lisboa, 1993 |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CML: Arquivo de obras, pº nº 13.974 e pº nº 41.785 |
Intervenção Realizada
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1896 - obras de reparação de canalizações; 1929 - obras clandestinas de reparação das coberturas; 1933 - obras de beneficiação geral; 1952 - pinturas e obras de beneficiação geral; 1960 - obras de reparação, na sequência do incêndio de Dez. 1959; 1961 - obras de beneficiação e limpeza; Proprietários: 1965 - reparação das coberturas. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 |
Actualização
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Lobo de Carvalho 1998 |
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