Igreja e Convento das Chagas / Pousada D. João IV
| IPA.00003950 |
Portugal, Évora, Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição e São Bartolomeu |
|
Arquitectura religiosa renascentista, maneirista e barroca. Convento de clarissas de planta rectangular, irregular, com igreja adossada, composta por nave única, com coro alto e baixo, com capela-mor ligeiramente mais estreita a que se adossa a sacristia, com coberturas internas diferenciadas em abóbadas estreladas, na nave e capela-mor, de nervuras no coro-baixo e de berço no coro-alto. A capela-mor recebe iluminação através de janela rectilínea em capialço e a nave é iluminada por janela em arco de volta perfeita. Fachada principal constituída por vários volumes, rasgada por vãos e janelas rectilíneos, com excepção da capela-mor e do portal principal, em arco de volta perfeita, assente em colunas de fuste liso, rematado por friso e cornija, encimado por frontão triangular. Torre sineira de três registos definidos por cunhais perpianhos; adufas, friso e cornija, o superior rasgado por ventanas de volta perfeita, com cobertura em coruchéu. Torre mirante rasgada por arcos de volta perfeita protegidos por adufas e encimado por lanternim octogonal. Os panos das fachadas são definidos por contrafortes em cantaria, rematados por friso e cornija. Interior com nave revestida a azulejo de tapete. Em ambos os lados da nave, altares laterais rasgados por arcos de volta perfeita, assentes em pilastras almofadadas. No lado da Epistola, o púlpito quadrangular, com bacia estriada em cantaria, com acesso por porta de moldura recta. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras e meios colunelos flanqueado por altares colaterais. Capela-mor contendo retábulo de talha dourada, de planta recta, com estrutura e decoração do estilo nacional. O claustro é quadrangular, de dois e três pisos, tendo em cada ala 10 arcadas no piso inferior, com acesso pela zona central, e o mesmo número de vãos no piso superior, protegidos por gelosias. No centro uma fonte de traçado contemporâneo. Em torno do claustro, organizam-se vários espaços destinados à vida da comunidade, nomeadamente a Sala do Capítulo e a Sala da Roda; internamente os corredores acedem a diversas salas, capelas e altares, alguns deles decorados com silhares de azulejos de composição figurativa e ornamental e apresentando quase todos pinturas murais, onde dominam os temas religiosos e os grotescos presentes igualmente na igreja em particular no coro-alto. A estrutura do claustro, apresenta semelhanças com o Convento da Saudação (v. PT040706040034) e com o Convento de Nossa Senhora da Assunção (v. PT050805050003). A parte conventual, apresenta uma forte assimetria de volumes, no que respeita às dependências das religiosas, que foram sendo acrescentados à medida que as necessidades iam surgindo. No interior, surgiram também com o passar do tempo novos espaços, mandados construir pelas religiosas, como capelas, altares etc. A presença da pintura mural, alguma já muito repintada e em mau estado de conservação, faz-se sentir em todo o edifício, desde a igreja, às alas do claustro e respectivos espaços constituintes, sendo dominantes os temas religiosos, nomeadamente com representações de santos franciscanos, destacando-se também a presença de grotescos. Quase todo o pavimento da igreja é constituído por tampas de sepultura, onde se revela o desalinhamento das mesmas, tratando-se de um aspecto pouco comum, e que pode ser consequência dos consertos que se foram executando ao longo dos anos. Junto ao altar-mor, no chão surge uma piscina circular, que servia para o sacerdote fazer abluções e lavar o cálice depois da comunhão, e que nos dias de hoje é pouco comum encontrar-se. O coro-baixo tornou-se panteão das duquesas da Casa de Bragança, encontrando-se lá a sepultura da fundadora D. Joana de Mendonça e de outras religiosas da mesma casa. Estabelecimento de hotelaria inserido na rede Pousadas de Portugal, integrando o grupo das Pousadas Históricas. |
|
Número IPA Antigo: PT040714030004 |
|
Registo visualizado 6654 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro feminino Ordem de Santa Clara - Clarissas (Província dos Algarves - Xabreganas)
|
Descrição
|
Convento de planta rectangular, irregular composta por igreja de planta longitudinal, com capela-mor mais estreita, sacristia adossada a S. e claustro, à volta do qual se desenvolvem as dependências conventuais. Volumes articulados e massas dispostas na disposição horizontal, com cobertura diferenciada em telhados de uma, duas e quatro águas; fachadas rebocadas e pintadas de branco. IGREJA com fachada principal voltada a N., irregular, rematada por friso e cornija, dividida em cinco panos, definidos por cinco contrafortes, quatro deles em cantaria, sendo esquinados os que correspondem à capela-mor, rematados por friso e cornija, encimados por gárgulas zoomórficas. Ao centro rasga-se portal de arco de volta perfeita, almofadado, assente em duas colunas de fuste liso de cada lado, sustentadas por bases simples e encimadas por capitéis sem decoração. Ao lado destas existem duas pilastras almofadadas, terminadas em capitéis de decoração fitomórfica, junto das quais se encontram dois medalhões, com bustos masculinos em alto-relevo*1. A rematar esta estrutura, friso e cornija, sobre os quais se desenvolve um frontão triangular com uma vieira ao centro sobrepujado por dois fogaréus estilizados nos ângulos. O vão é protegido por porta de madeira de duas folhas com almofadas recortadas, pintadas de verde e decoradas com motivos vegetalistas, entrançados em relevo, e bandeira onde se destaca ao centro, dentro de um circulo decorado com motivos vegetalistas, o escudo português encimado por coroa fechada, ladeado à esquerda pela insígnia da ordem franciscana e à direita pela insígnia particular do convento, os cinco estigmas das chagas de Cristo. Sobre o frontão encontra-se uma placa de mármore com uma inscrição. No pano que se encontra à esquerda do portal, situa-se um janelão em arco de volta perfeita, em capialço, protegido por gradeamento de ferro pintado de preto e sobrepujado por friso e cornija, ladeado por duas pilastras almofadadas, ostentando na base mísulas decoradas por motivos vegetalistas. O pano que corresponde à capela-mor, é rasgado por duas janelas rectilíneas, a que se encontra no registo superior, em capialço, apresenta pilastras que serviam de moldura a um vão primitivo, e a do registo inferior apresenta moldura em cantaria de mármore, ambas com gradeamento de ferro pintado de preto. À direita do portal principal, no que corresponde à área dos coros, encontram-se dois arcos de volta perfeita, cegos, e uma janela rectilínea em capialço. A estrutura é rematada por pináculos piramidais nos ângulos e por cruz latina ao centro. A separar a igreja da parte conventual, a torre sineira quadrangular, de três registos sendo o primeiro delimitado por cunhais perpianhos; o segundo, apresentando adufas, delimitado por friso e cornija e o terceiro, rematado pelos mesmos elementos, com ventanas de arco de volta perfeita e sinos de bronze. A torre é rematada nos ângulos por pináculos piramidais, encimados por pequenas cruzes, e ao centro da cobertura em coruchéu por bola, que serve de apoio a uma cruz latina. Fachada lateral esquerda voltada a E., delimitada por dois contrafortes-cunhais, apresentando ressalto, rematada em empena e apoiada em dois fragmentos de tampa de sepultura com inscrição*2. INTERIOR: de nave única, dividido em dois tramos delimitados por um arco toral, com paredes integralmente revestidas a azulejo de tapete com padrões diferentes em azul e amarelo, com excepção da capela-mor que apresenta paredes rebocadas e pintadas de branco, com cobertura em abóbada estrelada de quatro pontas assente em mísulas, com bocetes decorados por escudetes das chagas de Cristo, sendo que à volta dos maiores se encontram pequenas cabeças de querubins. Os panos da abóbada são decorados por putti, anjos e motivos fitomórficos, o pavimento é em lajeado de mármore, onde se encontram diversas sepulturas de nobres e religiosas, identificadas por lápides com inscrições. A parede fundeira, estabelece a ligação entre a igreja e os coros alto e baixo, é rasgada por portas de molduras rectas em cantaria, rematadas por friso e cornija, protegidas por grades de ferro, estando a inferior ladeada por dois vãos rectilíneos de pequenas dimensões, com molduras de cantaria, protegidos por portas de madeira com almofadas que correspondem aos antigos confessionários e por um confessionário em madeira, rematado por cornija, com porta almofadada com cartela decorada. Sobre a moldura do vão do coro-alto encontra-se a data "1628". Na parede do lado do Evangelho surge pia de água benta gomeada em cantaria, decorada por motivos vegetalistas, assente em mísula com o mesmo tipo de decoração, e uma lápide com inscrição comemorativa da fundação do altar lateral de São João Evangelista. Este apresenta arco de volta perfeita em cantaria, assente em duas pilastras almofadadas, com impostas salientes, que enquadram a moldura de uma tela representando o santo a quem é dedicado, surgindo na banqueta decoração vegetalista, sob a qual se encontra o altar paralelepipédico. Frente a este altar, no lado da Epistola, existe outro idêntico, dedicado a São Francisco, que expõe uma tela representando o santo a receber os estigmas. Aproveitando uma das pilastras do altar, rasga-se uma porta de moldura recta, em cantaria, que dá acesso ao púlpito quadrangular, com bacia estriada em cantaria com a data "1616", assente em mísula, tendo guarda balaustrada em cantaria. Meias-arcadas nas paredes laterais, recebem os altares colaterais, de Santo António, lado do Evangelho e o de São Francisco, lado da Epistola, ambos constituídos por nichos polilobulados e altares tipo urna. Arco triunfal de volta perfeita, em cantaria, sobrepujado por escudo de moldura octógona onde estão pintadas as armas reais coroadas e as chagas de Cristo, encontrando-se por baixo a data "1829", assente em pilastras almofadadas e em meios colunelos, rematados por imposta. Capela-mor com abóbada estrelada, com bocetes decorados por motivos vegetalistas, sendo o central de maior dimensão, e apresentando uma coroa de espinhos dentro da qual se encerram as cinco chagas de Cristo. Os panos da abóbada são decorados por motivos vegetalistas e o pavimento é semelhante ao da nave, também com lápides de sepulturas esculpidas. Sobre supedâneo de três degraus de cantaria, o retábulo-mor, de talha dourada, de planta recta e corpo côncavo, constituídos por um eixo, definido por quatro colunas torsas decoradas por pâmpanos, assentes em consolas com putti e motivos vegetalistas policromos, e pilastras com folhas de acanto assentes em plintos. As colunas prolongam-se em duas arquivoltas, unidas no sentido do raio, a interior, torsa apresenta ao centro um par de anjos que segura um escudo com as chagas de Cristo e a exterior, decorada por anjos, é rematada por volutas sobre as quais se encontra o escudo português amparado por dois anjos sobre coroa aberta. Ao centro tribuna de volta perfeita, contem o trono expositivo de três degraus, na base do qual surge o sacrário em forma de templete, com três faces, e colunas torsas, tendo na porta a Ressurreição de Cristo. Altar paralelepipédico pintado com motivos vegetalistas, perto do qual existe uma piscina. No lado da Epistola, uma porta de verga recta, com moldura em cantaria decorada por motivos geométricos e vão protegido por uma folha de madeira almofadada, abre para a sacristia, rebocada e pintada de branco e amarelo, com almofadas recortadas, coberta por abóbada de berço assente em friso e cornija, e pavimento em soalho, rasgada por janela rectilínea em capialço, perto da qual se encontra lavabo em cantaria. No lado direito, sob arco abatido encontra-se um arcaz, composto por nove gavetões com puxadores e fechaduras em metal, e no lado oposto, um armário de dois corpos, flanqueado por balaústres retorcidos, que tem a seu lado uma pequena pia de água benta. CONVENTO de planta irregular, composto por quatro alas paralelepipédicas, organizadas em torno de um claustro quadrangular com dois e três pisos. O alçado principal voltado a N., correspondendo às casas particulares das religiosas, com diferentes corpos, rematado por friso, rasgado por duas portas de verga recta, com vãos protegidos por duas folhas de madeira, encimadas por pequenas janelas rectilíneas com molduras de mármore, sobre estas, outras semelhantes, mas de maior dimensão protegidas por gelosias de madeira, situadas um pouco mais acima. Ao lado, encontra-se a torre mirante, de planta quadrangular, rematada por friso e cornija, com telhado de quatro águas, sobrepujado por lanterim octogonal, rasgada por seis arcos de volta perfeita em cada uma das fachadas, com excepção da E., que só apresenta quatro, protegidos por adufas e por porta de acesso de arco de volta perfeita, com vão protegido por porta de vidro com gradeamento em ferro. A fachada lateral esquerda, está voltada a E., é terminada em beiral e rasgada por duas portas de verga recta, com molduras em mármore, e por treze janelas rectilíneas de diversos tamanhos, sendo algumas delas gradeadas. No INTERIOR, abre-se um claustro de planta quadrangular, com fonte central, constituído por quatro alas, de seis tramos, divididos por pilastras em silharia de mármore, e por arcos duplos de volta perfeita, apoiados em colunas de fuste liso e ábacos bastante largos e achatados no piso térreo, apresentando ao nível do andar superior, vãos rectilíneos arquitravados, decorados por pequenos losangos em relevo, protegidos por gelosias de madeira. Na ala O. do piso térreo situa-se a Capela do Corpo de Deus; na N. as capelas do Senhor Jesus Ressuscitado e a do Evangelista que dá acesso ao Coro-baixo, também denominado Panteão das Duquesas, e o Altar do Calvário; na ala E. encontra-se a Sala da Roda (?) e na ala S. a Sala do Capítulo, junto à porta da qual existe um poço. A articulação entre o piso térreo e o superior faz-se através de escadas situadas a E. e a N., sendo que ao cimo destas últimas se encontra o Antecoro, que dá passagem ao Coro-alto. Na ala O. do piso superior situa-se a Sala do Beija-mão e a Sala do Senhor Arcebispo. Na ala E. localiza-se uma Capela (?), ao lado da qual se situa a Capela de São João Baptista, seguida do altar de Santo António. Ala S. com o altar de São Tiago (?); o oratório do Senhor da Cana Verde (?) e o altar de Santa Clara (?). Na cerca existe ainda uma piscina, lagos, tanques, uma nora e a Capela de São João Baptista. |
Acessos
|
Terreiro do Paço |
Protecção
|
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 33 587, DG, n.º 63 de 27 março 1944 (igreja e claustro) / ZEP Conjunta, Portaria n.º 527/2011, DR, 2.ª Série, n.º 88, de 06 maio 2011 |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, em terreiro, pavimentado a cubos de calcário, com pilares de separação em mármore, encontrando-se a O. o jardim e a horta do próprio convento, delimitado por muro recortado, rebocado e pintado de branco, rematado por friso e cornija, com pequeno nicho onde se encontra um bebedouro em cantaria, rasgado por janela rectilínea e por porta de verga recta, ambos com molduras em mármore e gradeamentos de ferro. Nas proximidades encontram-se o Paço Ducal (v. PT040714030009), o Paço do Bispo (v. PT040714030016) e Convento dos Agostinhos (v. PT040714030005). |
Descrição Complementar
|
A CAPELA DO CORPO DE DEUS, é rasgada por moldura de rectilínea com trabalho de estuques, apresentando friso com querubins, encimado por enrolamentos e rematado por pináculos de bola; o vão é protegido por porta de madeira de quatro folhas e duas gelosias do mesmo material. O acesso é feito através de um arco de volta perfeita com pintura mural, onde se encontram representados: a " Pomba do Espírito Santo", ao centro, a ladeá-la "Santo António pregando ao peixes" e "São Jerónimo". A cobertura é em abóbada de aresta com grotescos; na parede do lado do Evangelho, um medalhão com "São Francisco a receber os estigmas" e frente a ele, um outro com "São João Baptista". O retábulo, é em estuque, de planta e corpo recto, de um eixo definido por duas pilastras decoradas por motivos vegetalistas estilizados e cabeças de querubins, tal como o friso que o remata, sob o qual se encontra a legenda: " LOVVADO SEIA O S. SACRAMENTO"; ao centro encontra-se a representação da "Veneração da Santa Partícula". A ladear o retábulo, medalhões com São Sebastião, lado do Evangelho e São Bento (?), lado da Epistola. A CAPELA DO SENHOR JESUS RESSUSCITADO, é rasgada por arco de volta perfeita, com vão protegido por porta de madeira de quatro folhas e duas gelosias do mesmo material. Apresenta como cobertura abóbada de berço, decorada com pintura mural, onde se destaca ao centro círculo com a abreviatura de Jesus "IHS" que se liga a cartelas com inscrições. O pavimento é em tijoleira e azulejo verde e branco, tendo no centro uma tampa de sepultura epigrafada. As paredes são revestidas de pintura mural, sendo que no lado do Evangelho se encontram "As Santas Mães" e "A Aparição de Cristo à Virgem" e no lado da Epistola estão "A Aparição de Cristo a Maria Madalena" e "Santa Clara rodeada por santos da Ordem". Sobre o portal encontra-se representada a "Identificação da Santa Cruz pelo Imperador Heráclio". Ao lado desta capela, surge a CAPELA DO EVANGELISTA, com acesso por arco de volta perfeita, decorado por círculo onde se encerra a pomba do Espírito Santo, com cobertura em abóbada de berço, revestida a pintura mural, com quatro painéis recortados representando cenas da vida de Cristo e um medalhão central com figura de "Cristo abençoando". O pavimento em lajeado de mármore integra duas lápides sepulcrais, e junto a ele rasga-se o vão do primitivo altar. O retábulo tem representado um santo, e sobre esta estrutura encontram-se "São Francisco a receber os estigmas e São João Baptista", a ladeá-la, no lado do Evangelho, "São Damião", perto do qual existe um painel de azulejo figurativo com Santa Clara, e no lado da Epistola, a representação de um abade dominicano e uma porta de moldura rectilínea, que dá acesso ao Coro-baixo, coroada por coroa de espinhos em relevo, tendo ao centro as chagas de Cristo. CORO-BAIXO, de planta rectilínea, dividida em dois tramos, com paredes revestidas até meio por silhar de azulejos de tapete policromos, que cobrem também o banco corrido, que se estende a toda a volta da sala, rasgada por duas janelas rectilíneas. Cobertura em abóbada de nervuras, pintadas de amarelo e com falsos marmoreados, apoiada em mísulas e coluna central, de fuste liso. O pavimento é em lajeado de mármore, sendo que parte dele comporta tampas de sepulturas de duquesas da Casa de Bragança. As paredes são superiormente decoradas por pintura mural, representando atributos da Paixão de Cristo; o Cordeiro Místico; a Águia Mariana e a Santa Partícula. A ladear a grade na parede fundeira existem dois vãos rectilíneos, que correspondem aos antigos confessionários, na parede em frente situa-se um nicho concheado, ladeado por pilastras almofadadas, com remate em frontão interrompido*3. O ALTAR DO CALVÁRIO apresenta-se revestido de azulejos de tapete policromos, com frontal enriquecido por painel figurativo, sobre este, existe uma pintura mural que se estende até à abóbada representando "O Calvário". À esquerda deste altar, existe um painel de azulejo, com de moldura de cantaria, onde figura Nossa Senhora do Carmo. SALA DA RODA (?) com acesso por porta de verga recta, com moldura de mármore, encimada por frontão recortado, com concheados, apresentando ao centro cartela com coroa de espinhos, encerrando ao centro as chagas de Cristo sob coroa aberta; o vão é protegido por duas folhas de madeira e as paredes revestidas até meio por silhar de azulejos decorados com cestos de flores, com excepção dos dois painéis figurativos que ladeiam a porta de acesso e que se estendem até ao tecto; cobertura em abóbada de aresta com grotescos e pavimento em lajeado de mármore. Na parede do lado direito rasgam-se duas molduras de cantaria, uma onde se mantém a roda de madeira e outra com gradeamento de ferro. SALA DO CAPÍTULO, de planta rectangular, com entrada rasgada por arco de volta perfeita à volta do qual existem azulejos de figura avulsa, tal como os que revestem as paredes do interior da sala, com cobertura em abóbada de arestas decorada com grotescos e anjos a segurarem escudos, e pavimento em tijoleira. Na parede fronteira à da entrada, surge o antigo altar de alvenaria, com moldura recortada, rematada por friso e cornija, o altar é em forma de urna e apresenta ao centro almofada recortada decorada por motivos vegetalistas. A anteceder a porta da Sala do Capítulo, existe um poço quadrangular, de gargalo marmóreo, com armação de ferro forjado e um tanque decorado com barra de azulejo policromo. ANTECORO com paredes revestidas a azulejo de tapete, policromo, com tecto decorado por motivos vegetalistas, conserva ainda um oratório saliente, protegido por gelosias de madeira pintadas de vermelho, dedicado a Nossa Senhora da Conceição. É rasgado por uma porta rectilínea, com moldura em mármore, com vão protegido por duas portas de madeiras com almofadas recortadas, que dá acesso ao coro-alto. Perto desta, existe uma pequena pia de água benta gomeada, em cantaria e um nicho recortado, com enrolamentos e motivos vegetalistas. CORO-ALTO de nave única, com cobertura em abóbada de berço decorada por grotescos, anjos segurando medalhões com insígnias, alegorias e um grande medalhão central com a representação da "Santíssima Trindade". A ladear o óculo da parede testeira, encontram-se as pinturas de São Pedro e São Paulo e na parede oposta, o grande painel apresentando ao centro a "Incredulidade de São Tomé", sob este e separados por colunas pintadas, as cenas da "Profissão de Santa Clara" e de "São Francisco de Assis". Aos lados, sobre os antigos altares de Nossa Senhora da Boa Morte*4, lado da Epistola, e do Sagrado Espinho, lado do Evangelho, que são formados por pequenos balaústres, e possuem frisos com as seguintes inscrições latinas: EST MONUMENTUM VOLVENTES LAPIDEM ADOSTIUM MONUMENIS e ASSVMPTA EST MARIA INCOELVM GAVDENT ANGELI. Encontram-se separadas por pilastras jónicas, as telas representando o "Calvário", sobrepujado por "Santo António", e no lado oposto a "Assunção da Virgem", sobrepujada por "São João Baptista". Nas paredes, sobre o cadeiral, um apainelado dividido por pilastras idênticas conserva algumas pinturas murais em mau estado, podendo-se ainda identificar, a "Última Ceia"; "O Aparecimento do Menino Jesus às Três Marias"; "O Casamento da Virgem (?)"; "O Presépio"; "São Matias"; "A Virgem do Leite"; "A Degolação de São João Baptista"; "São Miguel". Sob cada uma destas pinturas encontram-se ainda pequenos medalhões circulares pintados, onde se encerram algumas representações de santos. O cadeiral, em madeira de castanho, é composto por cinquenta e seis cadeiras em duas filas, divididas em três secções separadas, tendo nos espaldares painéis com representações de santos, alguns deles franciscanos. A ladear o cadeiral, existem dois oratórios, um deles dedicado a São João*5. SALA DO BEIJA-MÃO, de planta recta, com acesso por dois arcos abatidos, apresenta cobertura em ripas de madeira. SALA DO SENHOR ARCEBISPO, de planta rectangular, rasgada por porta de verga recta, com vão protegido por duas folhas de madeira, com almofadas recortadas. Interior coberto por pintura mural, apresentando no tecto um círculo com as armas reais sob coroa aberta e nas paredes motivos geométricos, sanefas, elementos vegetalistas e sobre a porta uma inscrição. De cada um dos lados da sala encontram-se dois armários de madeira embutidos na parede. CAPELA (?) rasgada por moldura rectilínea saliente, apoiada em pilastras, com trabalho de estuques, onde se destaca, um medalhão elíptico com a pomba do Espírito Santo ao centro, apresentando ainda vestígios de policromia. Apresenta paredes e tecto decorados com pintura mural e um friso de estuque decorado por motivos vegetalistas e geométricos. CAPELA DE SÃO JOÃO BAPTISTA, com acesso por porta de verga recta, com moldura saliente, apoiada em pilastras, decorada com círculos onde se encontram representados santos, e apresentando no intradorso um medalhão elíptico com um cordeiro ao centro. O tecto e as paredes laterais são decorados por pintura mural, com cenas religiosas e outras da vida de São João Baptista, encontrando-se sob estas dois pares de sereias segurando cruzes de Malta. ALTAR DE SANTO ANTÓNIO, totalmente revestido a azulejos de tapete policromos, apresentando ao centro, inserido em moldura rectilínea, uma pintura mural representando "Santo António com o Menino". O ALTAR DE SÃO TIAGO (?) rasgado por moldura semelhante às anteriores, apresenta friso com cabeças de querubins e pintura mural com cenas religiosas, onde se destaca a "Coroação da Virgem". ALTAR DE SANTA CLARA (?) composto por moldura saliente, apoiada em pilastras encimadas por capitéis jónicos, com revestimento a azulejo de tapete policromo. CAPELA DE SÃO JOÃO BAPTISTA (na cerca), de planta longitudinal, composta por nave, capela-mor e nártex, de volumes articulados e disposição horizontalista das massas, com coberturas diferenciadas em telhados de duas e três águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, estando a principal voltada a E., flanqueada por pilastras, composta pelo nártex, rematada em empena, rasgada ao centro por óculo e encimada por cruz latina. Portal de verga recta com moldura em cantaria, encimado por friso, com vão protegido por vidro e gradeamento de ferro pintado de verde, ladeado por dois bancos de repouso. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: mosteiro feminino |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja / Funerária: panteão ducal / Comercial e turística: pousada |
Propriedade
|
Privada: fundação |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 16 / 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITECTOS: João de Almeida, Pedro Ferreira Pinto (projecto de adaptação a pousada) / ARQUITECTOS PAISAGISTAS: Francisco Caldeira Cabral; Elsa Matos Severino (séc. 20 - década de 90) / CARPINTEIROS: Domingos de Oliveira; Manuel Mendes; Manuel Roiz Saraiva (1696) / DECORADOR: Rita Ferro (projecto de adaptação a pousada) / DOURADOR: Joaquim José Pouzão (1773) / ENGENHEIROS: António Basto Machado; João Appleton (fundações e estruturas - séc. 20, década de noventa); José de Medina e Mendonça (águas e esgotos - séc. 20, década de 90); Luís Burnay; João Gomes Carrilho; António Santos (instalações especiais - séc. 20, década de 90) *6 / ENTALHADOR: mestre Bartolomeu Gomes (1708-1711) / MESTRE DE OBRAS: Isidoro Afonso (1785 - 1786) / OFICIAL DE PEDRARIA: Bento Cordeiro (1708-1711) / PINTOR: Nicolau de Tolentino (1773); António Martins Gomes (1949-50) / PINTURA MURAL: Cecília do Espírito Santo (séc. 17) |
Cronologia
|
1514 - 1520 - possível fundação do convento por D. Jaime duque de Bragança para panteão das Senhoras da Casa de Bragança*7; 1530 - bula de Clemente VII autoriza a construção de um convento; 1532 - 1535 - inauguração do convento; 1532 -1540 - construção do portal principal da igreja; 1533 - chegada das primeiras religiosas ao convento segundo o Padre Joaquim Espanca; 1534, 03 de Novembro - bula de Paulo III confirma a autorização de construir um convento e constitui os Duques de Bragança padroeiros do mesmo*8; 1535 - chegada ao mosteiro de cinco religiosas lóias vindas do mosteiro de Beja, com a protecção de D. Teodósio I e D. Joana de Mendonça*9; 1536 - execução do painel do primitivo retábulo do altar-mor, representando a "Aparição de Cristo à Virgem" da autoria de Garcia de Resende*10; 1539 - conclusão do claustro; 1580 - demolição de um passadiço de alvenaria que ligava a clausura ao paço, através do qual D. Joana de Mendonça, a fundadora, comunicava com as suas duas filhas, D. Vicência e D. Maria, que se encontravam no convento (ESPANCA, 1978); 1652 até 1723 - habita no convento a religiosa Cecília do Espírito Santo em parte responsável pela feitura das pinturas murais; 1680 - obras do telhado do lagar; conserto do pavimento do dormitório novo; conserto do tanque e do cano da horta de fora ($150); arranjos no palheiro ($150); conserto dos sinos; obras nos telhados do convento (3$000); consertos no miradouro e na casa da Madre Abadessa (3$600); obras na igreja (13$670); arranjo das goteiras do dormitório ($450); 1681 - conserto da porta do corredor ($250); arranjo dos canos ($480); colocação de um eixo na nora (2$500); conserto do retábulo do coro ($350); obras nos telhados (1$900); conserto da chaminé do forno; obras de melhoramento no convento (1$250); 1682 - reparação das tábuas que caíram ao pé da Capela de Santo António ($200); conserto de duas estantes de ferro para o altar-mor ($450); obras nas casas dos padres; obras de ladrilhamento da tulha; arranjo de goteiras do convento (1$350); conserto da nora ($500); arranjo da porta da horta e fora (1 tostão); conserto das janelas e porta do corredor; 1683 - colocação de das portas na Casa do Capitulo (2 tostões); obras na tulha ($150); caiação das casas dos padres (2 tostões); colocação de telhas novas e lajeado no dormitório das leigas, tesouro e celeiro (10$880); compra de uma grade nova no celeiro; conserto do caixão do tesouro; aplicação de ferragens nos armários novos da sacristia, na porta e janela da botica e na janela do dormitório velho (3$920); colocação de postigos nas janelas do dormitório velho ($300); 1686 - conserto da nora; construção de uma escada para a igreja; obras nos telhados; 1689 - nova campanha e obras nos telhados do convento; 1690 - arranjo do telhado do palheiro; construção de uma casa no pátio; obras na horta de fora; 1691 - conserto da roda de madeira; 1692 - reparação dos sinos; obras na torre sineira; conserto dos sinos, de um confessionário e de uma porta; reparação das goteiras da cela da madre e do armário das candeias; 1693 - conserto da nora e das goteiras das casas dos padres; 1694 - obras nas casas da horta; 1695 - ladrilhamento e reparação do telhado da azenha; obras no palheiro; execução de toda a vidraça do espelho do coro; feitura da escada de madeira do dormitório novo e conserto da porta da horta de fora; 1696 - reparação da pintura do coro (5$450); arranjo do telhado da capela-mor e da escada grande; conserto do algeroz da torre e do retábulo grande do coro ($220); reparação das cadeiras do coro pelos carpinteiros Domingos de Oliveira, Manuel Mendes e Manuel Roiz Saraiva; arranjo das janelas e porta da torre sineira (1$200); conserto do órgão; 1697 - limpeza das pedras do coro; conserto do espelho do coro e da nora; 1698 - reparação da nora; 1699 - arranjos na casa da horta; reparação de todo o telhado do convento; conserto do espelho do coro; séc. 17, primeiras décadas - fundação da Capela do Senhor Jesus Ressuscitado por soror Isabel da Conceição, com o objectivo de celebrar procissão no claustro todos os Domingos da Páscoa à Ascensão; construção do altar de São João Baptista, por ordem de D. João de Bragança, bispo de Viseu e por D. Constantino, morgado de Maranhão, nele mandando rezar missa diária, para perpetuar a memória dos tios, o Vice-rei da Índia, D. Constantino de Bragança e sua esposa, D. Maria de Meneses, sepultados em campa rasa no interior do templo; obras de beneficiação da nave e remodelação dos altares laterais; 1616 - construção do pú1pito; 1627 - 1628 - revestimento a azulejo das paredes da igreja e do banco comunitário; 1640 - demolição do passadiço que ligava o paço ao convento, segundo o Padre Espanca por já não haver motivo para a sua existência; 1680 - constituída a confraria das Almas do Purgatório; 1690 - D. Catarina de Bragança, concedeu ao convento 496$000 para benefícios gerais; 1699 - D. Catarina deixa ao convento, através de testamento, 20 moedas de ouro e 1000 cruzados; séc. 17, finais - desmoronamento do coro-alto primitivo e início das obras do actual, com a contribuição de 200$000 por D. Pedro II; séc. 18, 1º quartel - execução das pinturas da abóbada da Sala do Capítulo; 1705 - compra de foles para o órgão; deslocação do sacrário para a Capela do Santo Espinho; 1707 - compra de foles para o órgão; 1708 - execução da tela de grandes dimensões para o arco mestre e sua colocação; execução de quatro quadros para o coro-alto (17$250); 1708 - 1711 - construção do retábulo de talha dourada (160$000), pelo mestre Bartolomeu Gomes sobre o embasamento construído por Bento Cordeiro, executado durante o abadessado da madre Clara de São Francisco, contribuindo para a obra o próprio rei, que através de Teodósio Pereira, almoxarife da Casa de Bragança, ofereceu 4000 cruzados, a sua irmã D. Catarina comparticipou com 1000 cruzados e ainda as madres Antónia da Conceição, Brites Antónia do Presépio, Maria dos Serafins e a própria Clara de São Francisco; 1715 - construção do órgão (53$510); 1722 - sepultada na cripta soror Catarina Maria de Jesus sobrinha do Dr. Francisco Cardoso de Almeida, tesoureiro-mor da Capela Ducal no tempo de D. João IV; 1723 - execução de seis bancos, quatro para o coro e os outros dois para as madres tangedouras (2$440); 1730 - construção da Fonte de São João Baptista, dentro da cerca do convento, com verba concedida pelo infante D. António; 1734 - fundição do badalo do sino grande ($400); 1736 - criação da confraria dos Santíssimos Corações de Jesus e Maria; 1738 - compra de uma cadeira para o confessionário (2$400); 1740 - construção de dois confessionários no coro-baixo; execução de uma capa de coiro para o órgão; 1744 - construção e pintura de um oratório ($900); compra de um tapete para a igreja (7$500); compra de um órgão para o coro-baixo (36$000); conserto do órgão do coro-alto; 1745 - compra de três bastidores de madeira para as cortinas do sacrário; 1746 - fundição do antigo jarro de prata da igreja para se fazer um novo (15$840); 1748 - instituição da confraria da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem, pela abadessa Guiomar Jerónima da Visitação; 1756 - execução da custódia em que se pôs a relíquia de São Clemente (4$400); 1770 - fundição de uma nova custódia, dando para derreter uma lâmpada da Igreja de São Bento e a custódia velha (24$000); 1773 - compra de diversos tecidos para se fazerem ornamentos para a igreja (140$845); douramento das molduras dos cinco quadros, banquetas e execução dos respectivos ornatos Joaquim José Pouzão (12$800); 1775 - mandaram fazer-se e dourar dois ciriais para o coro (12$200); 1800 - compra de maquineta e peanha para expor o Santíssimo (88$865); 1817 - compra de um estrado para o coro e deu ma escrivaninha para a botica (7$350); 1820 - adaptação de um espaço para sala do senhor Arcebispo; 1829 - alteração dos altares colaterais com recobrimento geral de pinturas de tinta de água e execução dos retábulos de alvenaria; execução das pinturas sobre o arco da capela-mor; recobrimento a pintura mural dos alçados da abside e dos panos da abóbada, obras de reparação na Casa do Beija-mão, para servir nas recepções da família real; séc. 20 - alguns dos quadros, que se encontravam nas capelas da igreja, são levados para a Igreja da Lapa (v. PT040714030010) e para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição (v. PT040714030007); 1901, 18 de Abril - numa das dependências do convento, onde se alojavam alguns dos criados da Casa de Bragança, nasceu o matemático Bento Jesus Caraça; 1905 - o convento é extinto; 1906 - com autorização do Ministério da Fazenda Nacional se dividiram algumas peças sumptuárias pelos museus de Lisboa e Biblioteca de Évora *11; 1932 - convento cedido por D. Manuel II e transformado em colónia de férias; 1935 - espaço conventual adaptado a Seminário Menor da Arquidiocese; 1973 - recolheu-se na cripta o corpo de D. Maria Antónia de Bragança; Séc.20, década de 90 - obras de adaptação a pousada ao encargo dos arquitectos João Almeida e Pedro Correia Pinto, com a colaboração dos arquitectos paisagistas Francisco Caldeira Cabral e Elsa Matos Severino, dos engenheiros António Basto Machado, João Appleton, José de Medina Mendonça, Luís Burnay, João Guedes Carrilho e António Santos; 1991, 11 julho - fixação da Zona Especial de Proteção, publicada na Portaria n.º 214/91, DR, n.º 157. |
Dados Técnicos
|
Estruturas mistas |
Materiais
|
Estrutura em alvenaria mista; púlpito, pavimento, escadas, lápides, molduras, colunas, pilastras, pias de água benta, lavabo, gargalo do poço, fonte e outros em cantaria de mármore; revestimento da nave e de alguns altares do claustro, silhares, painéis em azulejo; elementos decorativos, retábulos em estuque; retábulo em talha dourada; sinos em bronze; grades, fechaduras e lemes de ferro; portas, confessionário, altar-mor, arcaz, cadeiral, altares do coro-alto, portadas, armários e gelosias em madeira; pavimento da sacristia em soalho; alguns pavimentos da parte conventual em tijoleira; cobertura exterior em telha. |
Bibliografia
|
ESPANCA, Túlio, Mosteiros de Vila Viçosa, A Cidade de Évora, nº 53/54; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, Lisboa, SNBA, 1978; CARDONEGA, António de Oliveira de, Descrição de Vila Viçosa, Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1983; ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, Cadernos Culturais da Câmara Municipal de Vila Viçosa, 1984; CAETANO, Joaquim de Oliveira, A Fundação do Convento das Chagas, in Monumentos, n.º 6, Lisboa, 1997, pp. 44-47; Convento das Chagas: Adaptação a Pousada, Architécti, n.º 49, s.l., 2000, pp. 28-29; LOBO, Susana, Pousadas de Portugal. Reflexos da Arquitectura Portuguesa no Século XX, Coimbra, Imprensa Universitária de Coimbra, 2006. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID; IANTT: Ministério das Finanças, Conventos Extintos, Convento de Nossa Senhora das Chagas em Vila Viçosa, Caixa 44; Livros de Receitas e Despesas: nº 6 (1680) a nº 64 (1836) |
Intervenção Realizada
|
1700 - obras na varanda do coro ($150); conserto do forno; reparações no noviciado; conserto de uma sepultura; 1701 - arranjo do espelho do coro e das vidraças; reparação da nora; 1702 - conserto da porta do pátio ($120); arranjo do espelho do coro ($950); conserto da porta do tesouro; obras no alpendre dos carneiros; consertos no celeiro novo e na horta; obras nas goteiras do dormitório novo; reparação da mesa dos santos; conserto das portas da cerca; reparações nas celas das leigas; 1703 - arranjo da porta do quintalinho; levantamento de uma parede junto ao alpendre; conserto de um telhado, do escritório da comunidade e do forno; 1704 - reparação das goteiras do dormitório; 1705 - conserto dos bancos; reparações no miradouro e no dormitório velho; arranjos no telhado da estrebaria e da casa do padre; 1706 - obras no armário do celeiro e na capela-mor; conserto das goteiras do dormitório; 1707 / 1708 - conserto dos telhados; 1708 - afinação do órgão; obras de alargamento da capela-mor; encerramento de duas concavidades das paredes dos dois altares colaterais antigos e seu revestimento a azulejo; colocação de novas portas de madeira na sacristia; aplicação de uma fechadura no sacrário velho; remoção dos azulejos do frontispício sobre o arco da capela-mor; colocação de uma fechadura e de uma maçaneta na porta da tribuna; 1710 - conserto de uma parede do corredor de baixo; douramento da tribuna; douramento e entalhamento das peanhas de Santo António e São Francisco; renovação dos retábulos do corpo da igreja: Igreja Triunfante e dois de São Francisco; 1713 - conserto do arco da tribuna; obras nos dormitórios e nos telhados das varandas; 1714 - arranjo de uma goteira da cela de uma religiosa; 1715 - consertos na cozinha; 1719 - reparação dos sinos; conserto da porta da igreja; 1720 - colocação de vidraças novas na igreja; conserto dos sinos e do fecho da porta do coro; séc. 18 - claustro sofreu melhoramentos a expensas de D. Pedro II (800$000) e D. João V (1200$000) para consolidação e renovação geral dos telhados; 1719 / 22 - novas coberturas para todo o edifício e restauros na torre, mirante e noviciado (3000 cruzados); 1721 - reparação do dormitório maior do convento; conserto do forno; levantamento de uma parede no noviciado que estava arruinada; ladrilhamento dos dormitórios; obras nos telhados dos dormitórios e enfermaria; obras na torre mirante, noviciado e hospício; reconstrução da torre dos sinos com excepção da abóbada; obras nos telhados da igreja; colocação de portas, soleira, ombreiras e ladrilho fino na igreja; obras nos dormitórios das leigas; reparação dos canos da cozinha; ladrilhamento da sala do capítulo; colocação de uma porta no dormitório novo; reboco de todo o exterior do convento; obras no hospício (total da obra: 652$ 245); obras no hospício dos padres; construção da abóbada da casa das falas, rebaixamento de uma janela e abertura de outra na mesma sala; construção de uma capela em nicho, com imagem de Santo António, no quintal da clausura; ladrilhamento da entrada do coro-alto (total da obra: 289$375); 1723 - reforma das portas do corredor da horta para serem colocadas no refeitório e reforma das antigas portas do refeitório para serem colocadas no tesouro; conserto das portas do armário do refeitório; 1725 - obras no telhado da enfermaria e alguns consertos nos corredores (2$940); arranjo da porta da cozinha ($260); obras no palheiro e cavalariça; 1726 - conserto do sino; 1727 - conserto da mesa dos santos e do postigo do dormitório novo; obras nos telhados dos dormitórios; 1728 - arranjo da porta da dispensa e da janela do dormitório ($190); 1729 - reparação das goteiras e janela do dormitório velho; conserto do sino; conserto dos bancos da igreja e da janela da tribuna; 1730 - conserto de uma janela do coro-alto; arranjo das goteiras do dormitório velho e enfermaria; 1731 - arranjo do sino grande; 1732 - obras na sacristia e reparação do estrado da igreja ($510); afinação do órgão (7$200); 1733 - construção de um alpendre para os carneiros (37$370); conserto do sino grande; 1734 - conserto do banco do órgão e da porta do celeiro; conserto dos ladrilhos do dormitório ($300); obras nos telhados da igreja, do dormitório, do hospício e das casas das serventes (2$820); 1736 - obras na igreja ($330); 1737 - consertos em todos os telhados do convento excepto os da torre mirante (137$545); conserto do sino grande ($140); 1738 - reparações no claustro; 1740 - conserto dos telhados do dormitório (13$000); ladrilhamento do refeitório, colocação de um armário no mesmo espaço; 1743 - obras nos dormitórios novo e velho; levantamento da parede da varanda dos padres; reparações na sala do capítulo, cozinha e dispensa; execução da grade nova; obras nos telhados; colocação de lajeado na portaria; conserto das janelas do dormitório novo; 1744 - caiação da portaria e do pátio; conserto das pinturas do refeitório ($800); arranjo da porta da igreja e dos ornamentos da sacristia (7$070); conserto dos canos (1$280); 1745 - "retirou-se a glória para se pôr o novo cofre e ferragem para o mesmo" (2$230); conserto dos foles do órgão ($120); conserto do telhado (2$200) e de uma estante da igreja ($900); 1747 - conserto do postigo do dormitório novo; 1748 - obras nos telhados do dormitório da Conceição, enfermaria, dormitório novo, casa das servas, pombal, casa de dispensa da horta, casas dos servos de fora e escada grande (93$875); 1749 - conserto no dormitório das noviças e conserto do antecoro (464$715); renovação do vão e capela do antecoro, a expensas de D. Isabel Teresa de Matos; 1750 - reparação do sino grande; afinação e conserto do órgão; conserto do retábulo da tribuna; pintura das portas da igreja; 1751 - reparação dos foles do órgão ($520); obras nos telhados do convento, hospedaria e casas de todos os servos; 1752 - reparação das goteiras da enfermaria; 1753 - obras no hospício; arranjo dos foles do órgão ($340); 1755 - conserto de portas, bancos e simalha da capela-mor (5$000); 1756 - conserto do remate da cruz; renovação da imagem de São Bento que estava no celeiro ($800); obras no claustro, nas varandas, nas oficinas e no hospício; 1760 - renovação da imagem do Santo Cristo da sacristia ($200); consertos nos telhados; 1761 - reparações nas dispensas e adega (62$870); 1764 - conserto do forno, da varanda nova, da casa do pastor e de uns telhados (4$500); 1765 - conserto da roda da nora e da roda da horta de fora; obras nas varandas dos dormitórios; 1766 - conserto dos bancos da igreja ($490); obras nos telhados (20$150); conserto na janela do celeiro e porta da horta ($540); conserto do forno e de um telhado ($650); afinar o órgão (3$200); 1767 - conserto das portas da horta (1$170); arranjo do sino grande ($530); conserto do forno e dormitórios (1$800); conserto de nove gavetões, estrado e frontais da igreja e porta do pátio ($600); conserto da escada grande, casas dos servos de fora e telhado do forno (1$650); 1768 - arranjo das sepulturas da igreja que estavam com algumas aberturas ($580); consertos nos retábulos da igreja (37$600); conserto de uma porta e armário da cozinha ($060); 1769 - conserto do círio do coro ($050); conserto da porta do corredor ($040); 1770 - arranjo da chaminé ($220); conserto da vidraça da janela da igreja (2$800); reparações no telhado dos dormitórios e da capela-mor, na varanda nova, no muro da cerca e no hospício (298$179); 1771 - conserto do quadro do "Senhor Ressuscitado" da capela-mor (13$440); reparação da porta da igreja (5$700); conserto dos telhados da enfermaria, dormitório novo e varanda do coro (2$200); consertos no claustro e na varanda do coro ($740); arranjo das portas do claustro ($900); 1772 - conserto das portas da cozinha, de um armário e porta da horta; conserto das portas do claustro e janela do coro ($0160), obras na casa do forno, na casa da madre, no celeiro, na cozinha da comunidade, nos canos, no claustro, na porta e nos arcos do antecoro, no telhado do dormitório da Conceição, na parede do hospício e casas das servas (total: 412$185); 1773 - renovação de cinco quadros da igreja e pintura das molduras das mesmas, trabalho executado por Nicolau de Tolentino (24$000); conserto do ladrilho do forno ($480); conserto da porta da cozinha e noviciado ($400); reparação dos telhados; conserto de paredes arruinadas; obras na horta e calçadas dos largos do convento; limpeza das pedras da igreja que tinham tido pintura e que foram destruídas pelo tempo (16$480); limpeza de toda a talha dourada, azulejos e pavimento da igreja (6$400); construção de duas banquetas novas para os altares e de uma grade para o frontal (3$200); colocação de dois caixilhos nos dosséis dos altares de Nossa Senhora do Rosário e de Santo António e assentamento de uma tábua no dossel do Senhor Crucificado (3$400); conserto da talha dourada que estava despregada; reparação de duas imagens de Cristo que estavam no coro (3$000); conserto de dois quadros das capelas de autoria de Nicolau de Tolentino, que tinham ficado incompletos; pintura dos arcos de duas capelas; do coro-baixo e das molduras dos quadros do dito coro e de outros que estavam destruídos; mandou-se pratear as duas grades dos coros e pintar as portas e outras madeiras (total da obra: 246$851); conserto dos degraus do coro e outras obras no mesmo ($360); 1774 - conserto do bastidor do dossel do Santíssimo Sacramento da capela-mor e de um altar portátil (1$800); obras e estuques para as janelas e portas do coro-baixo e antecoro; consertos nos telhados da enfermaria e dormitório novo e nas paredes e capela do Capítulo; lajeamento do coro-baixo; limpeza das pedras de cantaria do mesmo e do antecoro; colocação do painel de azulejo representando Nossa Senhora do Carmo no claustro, no local onde estava a destruída pintura de São Miguel; reparação das grades do coro-baixo (total da obra: 118$750); pintura do coro-baixo; renovação dos quadros do mesmo, consertos no antecoro, almas da quadra, na cruz de prata do tesouro, Capela do Capitulo, bancada, quatro altares da igreja (total da obra: 26$815); 1775 - conserto dos estrados da igreja (6$340); obras no hospício e limpeza dos tanques da cerca (6$130); 1776 - conserto do coro e da porta da cerca (1$270); 1777 - reparações no coro-alto e baixo; conserto do telhado da casa que se armou para o beija-mão ($520); 1778 - reparações na tribuna e no dormitório; 1779 - conserto do sino do refeitório ($240); limpeza e caiação do dormitório novo ($300); 1780 - conserto do sino ($420) e da custódia (2$000); reparações na cavalariça; obras nos telhados (45$970); 1781 - reparação do órgão (6$400); obras de alvenaria e carpintaria que se fizeram no convento, no hospício, casa do Confessionário, casas do sacristão, dos servos da roda, do almocreve e do pastor (total da obra: 16$685); 1782 - abertura de uma janela do coro; obras nas Capelas da Senhora da Piedade e das Virgens; renovação das pinturas de uns quadros; conserto dos telhados do coro, da igreja e do dormitório da Conceição; obras na sacristia e na sacristia do coro, no hospício e em algumas celas (total da obra: 78$910); 1783 - conserto da custódia ($400) e de uma escrivaninha da botica ($240); obras no adro da igreja, no celeiro novo, na casa da comunidade, horta, hospício e nas casas de todos os servos (total da obra: 144$705); 1784 - consertos na sacristia (3$520) e no palheiro (1$850); afinação do órgão (19$200); mudança do órgão ($180); 1785 - conserto da porta do coro ($845); conserto do cravo (9$840); obras nos corredores a cargo do mestre Isidoro Afonso (148$800); 1786 - obras na sala do capítulo: colocação de ladrilhos, azulejos e portas novas, renovação do retábulo e limpeza do arco (total da obra: 222$070); conserto do refeitório e execução de uma pintura de São João (5$280); obras na varanda nova, escada grande, dormitório da Conceição, enfermarias, dormitório novo, coro, igreja, tanques da cerca, noviciado, casas dos servos, casas do hortelão se fora (total da obra: 414$511); 1796 - obras no pátio (2$700) e no noviciado ($970); conserto do espelho do coro ($730); 1797 - obra para colocar Nossa Senhora do Carmo ($100); 1799 - caiação do convento e limpeza do coro (2$900); obras de alvenaria e carpintaria na enfermaria, na casa nova, nas casas dos servos e nas escadas da tribuna (80$530); 1801 - conserto do tabuleiro do tesouro ($100); 1812 - consertos no hospício, casas dos servos e convento (36$550); 1816 - consertos no convento e na horta de fora (223$612); 1820 - obras na enfermaria, palheiro, hospício, casas das servas, horta de fora e oficinas (128$295); 1824 - conserto da sacristia e de um confessionário (26$450); obras no dormitório, casas das servas e do muro da horta de fora (92$840); 1825 - conserto dos santos do oratório do coro ($800); obras nos dormitórios, noviciado, horta de fora e hospício (43$375); colocação de uma vidraça no oratório do coro de cima (4$800); 1827 - caiação do convento (8$300); 1828 - afinação do órgão (14$400); 1829 - obras na casa do Beija-mão e consertos em várias oficinas (total da obra: 610$987); 1833 - colocação de uma vidraça no oratório do coro (2$380); 1836 - obras no hospício e enfermaria (8$800); Conselho Administrativo da Fundação da Casa de Bragança: 1949-50 reparação de grande parte dos painéis existentes na igreja e no claustro por António Martins Gomes; DGEMN: 1968 - Restauro e parafinamento da pintura antiga existente nas paredes do Coro Baixo; restauro da frente de um nicho, desmonte da talha e conserto da moldura; restauro da pintura decorativa e marmoreados; restauro do interior de um nicho, retirando o estuque para descobrir a pintura antiga e conserto das partes danificadas; restauro da pintura da cúpula; instalação eléctrica de iluminação da Sala do Capítulo; 1971 - Casa de Bragança: recuperação do telhado da camarata do lado S.; 1982 / 1983 / 1984 - obras de restauro para adaptação a Centro de restauro da zona Sul: remodelação das coberturas das alas N. e S., obra adjudicada a Construções Anselmo Costa, Lda.; 1985 - conclusão da remodelação da cobertura, execução de portas, caixilhos, pintura e caiação, obra adjudicada a Construções Anselmo Costa, Lda.; 1986 - recuperação do interior, obra adjudicada a Construções Anselmo Costa, Lda.; séc. 20, década de 90 - obras de adaptação a pousada, sendo os arranjos exteriores da autoria de Caldeira Cabral e as plantas fornecidas pela Teleflora. |
Observações
|
*1 - Segundo Túlio Espanca, as figuras representadas são os apóstolos Pedro e Paulo; *2 - Nota-se aqui o aproveitamento de materiais, pois este fragmento fazia parte de uma tampa de sepultura, provavelmente do interior da igreja; *3 - Neste nicho estava exposta a imagem de roca de São Francisco de Assis, oferta dos duques de Bragança, que até 1717 saiu na procissão de quinta-feira de cinzas; *4 - A imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, que aqui se venerava, e que tinha sido oferta dos duques de Bragança, encontra-se hoje na Capela de Nuno Álvares, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição (PT040714030007); *5 - Segundo Túlio Espanca, neste oratório expunham-se os painéis de "Nossa Senhora" e o "Senhor Preso à Coluna", existia ainda de uma cruz de prata com mais de três palmos de altura, com base decorada por serafins, onde se guardavam relíquias entre cristais de rocha. Eram também aqui veneradas as imagens de Santa Clara, São José, São João Evangelista e Nossa Senhora da Graça das Chagas; *6 - Colaboraram ainda no projecto de adaptação a pousada: João Pedro Cabral (chefe de equipa e coordenador geral); Ana van Zeller; Madalena Pimentel; Madalena Ressano Garcia; Paula Boavida; Sofia Bragança; Jorge Guimarães (equipa técnica); José Sarmento de Matos (pesquisa histórica); Ana Gonçalves (arqueologia); Rui Pimentel; João Neves (Maqueta); Nuno Fevereiro (fotografia); *7 - Segundo a Crónica dos Agostinhos, este convento estava destinado às suas freiras, no entanto, houve um desentendimento com o duque devido à construção de um passadiço que ligava o paço ao convento e a ocupação fracassou, passando estas religiosas para o convento de Santa Cruz; *8 - A instituição era suportada com a anexação ao cenóbio das comendas de São Miguel de Baltar e de Santo Estêvão da Chancelaria; *9 - Segundo a opinião de Túlio Espanca, estas foram as primeiras religiosas a chegar ao convento; autor, afirma tratar-se do mais faustoso de Vila Viçosa, porque grande parte das religiosas eram oriundas da nobreza alentejana e do reino. O convento chegou a ter c. de sessenta monjas, no reinado de D. João V e foi o último a encerrar na cidade, ficando na posse da Casa de Bragança; *10 - Este retábulo era constituído por mais cinco tábuas, encontrando-se três delas no paço ducal, em forma de tríptico e as restantes encontram-se integradas no retábulo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição (v. PT040714030007); *11 - Para o Museu de Évora foram enviados o núcleo de manuscritos do tombo monástico, do século 16 ao 19, dos quais faziam parte volumes de frontispícios iluminados em 1824 por André Lobo da Rosa; um painel de azulejos da capela de São João (claustro); um andor com a representação do "Baptismo de Cristo"; uma cruz processional de pequenas dimensões de cobre martelado; um sacrário de ébano decorado a prata amarela e dourada; cruz de altar, coroa antiga de prata dourada; pequena almofada de seda branca bordada a matiz; frontal de damasco azul, com franja dourada; frontal de seda amarela e franja azul; frontal de damasco roxo com franja e faixa; frontal de seda branca; duas dalmáticas de seda branca bordadas a ouro; casula branca bordada a ouro e casula roxa de galões amarelos. O Museu de Lisboa recebeu: dois castiçais de estanho; cabeça de São João Baptista, de barro policromo; estante de coro forrada de couro e aplicações de pregos amarelos; pequeno painel de pergaminho com Maria Madalena, pequeno ceptro de prata lavrada; castiçal de latão de pequena dimensão; navio de talha dourada com quatro anjos e seus pertences (asas, inscrição, dois mastaréus e punhal em prata); martirológico romano impresso, com capa em veludo verde e decorações de prata, pequeno cofre de prata lavrada; cruz de prata com imagem em marfim; pequena moldura de prata com a pintura de Santa Tecla; naveta e colher de prata; perfumador de prata; pequena caixa de madeira forrada a couro e com ferragens metálicas; arca grande forrada a couro e com ferragens metálicas; peso de ferro; algumas carpetes deterioradas; caixa com nove cintos de renda branca; pequeno manto de seda lavrada, cor de laranja com espiguilha lavrada; pequeno vestido de seda amarela, com rendas prateadas, duas pequenas jarras de madeira pintadas; cortina e sanefa de seda amarela, lavrada; pequeno pano cor-de-rosa e frontal de seda branca, com bordados a roxo, ouro e prata. |
Autor e Data
|
Manuel Branco 1993 / Rute Antunes 2006 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |