Estação Ferroviária de Marvão - Beirã

IPA.00034643
Portugal, Portalegre, Marvão, Beirã
 
Arquitetura de transportes, do Séc. 20. Estação ferroviária fronteiriça, de passagem, do Ramal de Cáceres, composta por plataforma de passageiros e vias férreas, edifícios de caráter comercial e outras construções e antigos elementos de apoio à exploração ferroviária como o cais coberto e o depósito de água. Por razões de funcionalidade, todas as construções foram implantadas paralelamente e ao longo das linhas férreas. Edifício de passageiros de três corpos o central mais elevado, de dois pisos, marcado pela profusão de telhados e beirais, com os vãos principais protegidos por alpendres sobre estruturas de madeira; cobertura da plataforma de passageiros assente pilares de granito, munidos de bases elevadas e de capitéis, e em arcos de volta perfeita; em elementos arquitetónicos, como molduras de vãos, pilares e arcos em granito bujardado; na fachada principal, painéis de azulejos policromos, do pintor Jorge Colaço, alusivos a vários monumentos nacionais, aos trajes regionais de Marvão e às praias da Figueira da Foz e da Nazaré. Enquanto estação fronteiriça possui restaurante, em edifício autónomo, de destacada proporção, disposto em dois pisos, com ampla cobertura sobre alpendre virado às linhas férreas, apresentando lambril de azulejos como revestimento das faces internas do muro de delimitação e elementos barroquizantes na decoração. O cais coberto, apresentando grande cobertura em telhado de duas águas, era acedido diretamente por linha férrea de topo, destinada a mercadorias. O depósito de água em estrutura metálica assenta em grande pedestal de alvenaria e servia de lampistaria (arrecadação). De ambos os lados das linhas férreas, encontram-se as antigas casas de apoio ao pessoal da via.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Planta composta pelo edifício de passageiros, edifício do restaurante a SO., instalações sanitárias entre o restaurante e o edifício de passageiros, cais coberto e cais descoberto, a NE., todos eles localizados de nível e do lado direito das linhas férreas e a elas paralelas (sentido ascendente do Ramal), plataformas de embarque, linhas férreas, casas de apoio ao pessoal ferroviário, depósito de água na entrada SO., e outros elementos constituintes da paisagem ferroviária como sejam um gabarito de carga, um guindaste de 3 toneladas e uma báscula de 30 toneladas; restante área livre, sem construções, com algumas árvores dispersas. Telhados em de telha marselha de barro vermelho e beirais em telha de canudo sobre cornija. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS: planta retangular, composta por três corpos, o central de dois pisos e os laterais de apenas um; volumes escalonados, massas dispostas na horizontal, com cobertura diferenciada em telhados: 3 águas nos corpos laterais e nos alpendres dos vãos e de 4 águas no corpo central, com 2 chaminés na aba SE., e na plataforma de passageiros; tubos de queda das águas pluviais pintados de branco junto dos cunhais E. e S. do corpo central. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento geral em cantaria e remate em cornija rebocada e pintada de branco; cunhais simples, em aresta viva e friso de remate formando falsa platibanda, rebocada e pintada de branco, terminando, nos corpos laterais, junto dos cunhais do corpo central; fachadas laterais NE. e SO. com lambris de azulejos sobre a cantaria de embasamento, com altura até meio dos vãos de porta e janela; os painéis são de padronagem com esquema enxaquetado simples, à meia esquadria, com tiras de cor verde e azulejos quadrados de cor branca, de dois tamanhos; remates de cor verde, o superior em tiras meia cana e o inferior também em tiras meia cana sobre azulejos quadrados e cantaria; estes lambris formam cunhais em aresta viva com as fachadas adjacentes. Fachada principal: treze pilares de granito, alinhados longitudinalmente pela bordadura da plataforma, suportam a respetiva cobertura, intercetada, na zona central, por pano de parede na prumada da varanda do piso superior e descarregando em cinco arcos de volta perfeita suportados por quatro dos pilares; os arcos têm aduelas e intradorso em pedra e pano de parede rebocado e pintado de branco; a cobertura assenta sobre estrutura de madeira pintada de verde-escuro a qual apoia em mísulas de pedra; todos os degraus e guarnição dos vãos de porta e janela são em pedra idêntica à dos restantes acabamentos; a fachada é rasgada regularmente por dez vãos de porta e dois vãos de janela, estes na zona do pórtico, ladeando uma das portas; todos os vãos têm verga reta, com bandeira retangular, à exceção da porta central, sob o pórtico, com bandeira em painel duplo, composto por retângulo e semicírculo envidraçados; esta porta, que conduz à escada de acesso ao piso superior, está ladeada pelos dois vãos de janela; todas as bandeiras têm, escrito ao centro e a tinta preta, o nome do serviço que cada compartimento a que davam acesso, prestava, como "aduana", "fiscalização de passaportes", entre outros; todas as portas e janelas têm duas folhas de abrir, caixilharia fixa de cor verde e caixilharia móvel de cor verde nas portas e branca nas janelas; todas as portas têm avental opaco; a caixilharia fixa das bandeiras é de cor verde e a caixilharia móvel de cor branca; alguns pictogramas em caixa de luz, recentes, com 2 faces colocados perpendicularmente à fachada; perpendicularmente à parede e à altura das antigas bandeiras de porta, relógio de dupla face, da casa Paul Garnier; no intervalo dos vãos, painéis de azulejos polícromos sobre fundo branco, de composição figurativa, alusivos a vários monumentos nacionais, aos trajes regionais de Marvão e às praias da Figueira da Foz e da Nazaré; estão envolvidos por molduras recortadas, igualmente polícromas, exibindo pilastras laterais com pinhas e cachos de uvas nos capitéis e, em cima, ao centro de cada moldura, uma concha com escudos e brasões, simplificados, de várias cidades portuguesas; no segundo registo a fachada é marcada por acentuada configuração simétrica: larga varanda central, com guarda de alvenaria rebocada e pintada, sobre o pórtico do piso térreo e intercetando a cobertura da plataforma; o telhado da varanda assenta em quatro colunas em pedra sobre o murete da guarda de proteção e faz frontão no terço central com tímpano em reixa pintada de verde, empenas do frontão e restantes águas com revestimento e beirais idênticos aos outros telhados; para a varanda abrem duas portas ladeando a janela para iluminação natural da zona da escada; as portas têm verga e ombreiras retas, em pedra e caixilharia em madeira pintada de verde; a janela tem moldura coroada por pano de cimento moldado, limitado por arco segmentar interrompido e ombreiras enquadradas por volutas em forma de orelha; a caixilharia fixa e as portadas estão pintadas de verde e a bandeira semicircular tem proteção em reixa pintada de branco; dois conjuntos iguais e dispostos simetricamente em relação à varanda: junto a esta, janelas tríforas, com folhas de abrir, e molduras retilíneas em pedra, vergas com arcos contracurvados em baixo relevo e ombreiras interrompidas; junto aos cunhais, janelas com folhas de abrir com peitoris em pedra e encimadas por arcos contracurvados também em pedra decorados com meias esferas; bandeiras com o mesmo desenho e proteção em reixa pintada de branco. Fachada lateral NE.: corpo e registo únicos; dois vãos de porta com bandeiras e vergas retas, descentrados na fachada, a SE., interrompem o revestimento parietal, em azulejo de padrão; duas folhas de abrir, caixilharia fixa de cor verde e caixilharia móvel de cor branca; a guarnição dos vãos é em pedra idêntica à dos restantes vãos do edifício; três placas toponímicas de azulejos, iguais, com as palavras "Marvão=Beirã" de cor azul sobre fundo branco e friso azul: uma ao centro da fachada NE., uma na NO., no muro da varanda do piso superior, e a terceira na fachada SO., do lado NO., perto do símbolo da REFER. Fachada lateral SO. de corpo e registo únicos; interrompendo o revestimento parietal, em azulejo de padrão, duas janelas descentradas, protegidas por alpendre, com bandeiras e vergas retas, de duas folhas de abrir, caixilharia fixa de cor verde e caixilharia móvel de cor branca; a guarnição dos vãos é em pedra idêntica à dos restantes vãos do edifício. Fachada SE., virada ao largo da estação, de três corpos de fachadas complanares, o central de dois pisos e um só registo e dois laterais, mais baixos, rasgados simetricamente por vãos; no corpo central, remate em friso e beirado saliente interrompido ao centro por frontão curvo com painel de azulejos, em coroa semicircular, exibindo o nome da estação; cinco janelas ladeiam a porta de entrada dos funcionários; nos corpos laterais conjunto de porta e janela, excepto no corpo a SO. , com duas janelas, correspondendo à ampliação do edifício; bandeiras em todos os vãos, ombreiras e vergas retas em pedra; degraus em pedra idêntica, caixilharia em madeira, a fixa pintada de verde e a móvel pintada de branco; no registo superior janelas axiais, retangulares, munidas de vergas, peitoris e com ombreiras interrompidas; exceção à verga da janela sobre a porta central que tem verga em arco de volta perfeita em pedra e bandeira em reixa pintada de verde, debaixo da qual estão colocados o símbolo da REFER em caixa luminosa e dois paus de bandeira. INTERIOR, no piso térreo: além do acesso ao piso superior, localizam-se os compartimentos afetos às atividades alfandegárias e às ferroviárias, como sejam bilheteira, gabinetes do chefe da estação e telefónico, salas de espera e o vestíbulo com painel monocromático branco com friso azul para afixação de informação vária; na maior parte dos espaços as paredes estão rebocadas e pintadas de branco sobre lambris pintados com tinta de esmalte cinzenta e o pavimento é em ladrilho cerâmico. Escada com estrutura, degraus, corrimão, balaustres da guarda e rodapés em madeira pintada de cinzento; no primeiro piso, a escada, ao centro, abre diretamente para o corredor ao longo do qual se distribuem, virados quer ao largo da estação quer à linha, cinco quartos, duas salas de jantar, duas casas de banho, duas cozinhas e uma despensa; dois dos quartos têm acesso à varanda, com canteiros integrados no topo da guarda de proteção; teto em tábuas de madeira pintada de igual cinzento; folhas, caixilharia de portas e bandeiras em madeira pintada de cinzento; pavimento em tábuas de madeira; paredes rebocadas e pintadas de branco; cozinhas e instalações sanitárias com paredes revestidas a azulejo de cor branca. EDIFÍCIO DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS: planta retangular de corpo único, um só piso e telhado de quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco acima dos lambris de azulejos sobre a cantaria de embasamento, com altura até meio dos vãos de porta e janela; os painéis são de padrão e colocação semelhantes aos do edifício de passageiros; embasamento e cunhais em pedra gastejada. Na fachada NO. vãos de porta sem folhas com arco de volta perfeita, correspondendo à entrada nas antecâmaras das instalações sanitárias femininas e masculinas, devidamente demarcadas com placas de sinalização, e quatro vãos de janela circulares, tipo óculos; na fachada SE. quatro vãos quadrangulares; todos os vãos têm folha fixa em reixa pintada de verde, sem vidro. No interior pequenos compartimentos equipados com sanita e urinóis e lambris em azulejo branco. EDIFÍCIO DO RESTAURANTE: planta poligonal, composta por três corpos, o central e um dos laterais, a SO., de dois pisos e o outro lateral, a NE., de apenas um. Volumes escalonados, massas dispostas na horizontal, com cobertura diferenciada em telhados de várias águas e de diferente dimensão; remates retos em cornija denteada e friso com triglifos lisos, em todo o perímetro dos corpos central e laterais; chaminé paralelepipédica na aba SE. do telhado do corpo central; grande alpendre, de planta em "L", com cobertura de três águas, descentrada, mas simétrica ao longo do piso térreo do corpo central da fachada NO., sobre estrutura em madeira, sustentada por cinco pilares de granito bujardado igual ao dos degraus; estes elementos assentam num murete que se desenvolve em três frentes: a NE., NO. e SO.; embasamento revestido a granito hexagonal aparelhado. Fachadas rebocadas e pintadas de branco; lambril de azulejos em todo o perímetro interior do alpendre, nas fachadas NO. e SO. do corpo central e nas do muro; os painéis são de padrão e colocação semelhantes aos do edifício das instalações sanitárias; os lambris formam cunhais com aresta viva entre faces adjacentes e desenho concordante. O muro que delimita o alpendre é interrompido a NO. e a SO. para acesso ao alpendre; ilhargas a NO. decoradas com uma espécie de mísula enrolada em voluta suportando a cornija de topo. Fachada NO.: à exceção da janela do piso superior do corpo lateral direito, todas as portas e janelas simples e bíforas têm vergas constituídas por três pedras de granito bujardado formando arco de volta perfeita sobre o qual assenta um frontão contracurvado; as ombreiras são rebocadas e pintadas de branco formando aresta viva, sem guarnição; degraus e peitoris de igual granito; bandeiras em reixa e caixilhos móveis de janelas em madeira pintada de branco e caixilhos fixos em madeira pintada de verde-escuro; folhas de porta em madeira pintada de verde-escuro; pavimento do terraço em ladrilhos hidráulicos quadrados brancos e pretos, à meia esquadria. Fachada SO. com corpo avançado: à exceção das três janelas para iluminação da escada, com verga em granito de volta perfeita, todas as portas e janelas simples têm vergas iguais às da fachada NO.; três arcos de volta perfeita no plano do muro; o central encima um vão de passagem; marcação da linha de nascença dos arcos com cornijas em granito bujardado. Fachada SE., à exceção das janelas simples, bíforas e tríforas do piso superior e da janela de iluminação da escada, cujas vergas são em arco de volta perfeita, todas as janelas e a porta têm vergas iguais às janelas simples e bíforas da fachada NO.; as janelas que correspondem às instalações sanitárias dos dois pisos têm uma só folha e caixilho fixo em reixa; três arcos de volta perfeita no plano do muro; o central encima o vão de acesso ao alpendre; marcação da linha de nascença dos arcos com cornijas em granito bujardado. Fachada NE. de dois registos, inferior janelas bíforas e tríforas no corpo mais avançado e no corpo central, com vergas iguais às das janelas bíforas do registo inferior da fachada NO.; janelas simples e bíforas no registo superior, com vergas em arco de volta perfeita. INTERIOR: no piso térreo, cozinha, copa, instalação sanitária e a comunicação à cantina, situada no corpo lateral NE., e as escadas de acesso à cave e ao piso superior; com entradas diretas pelo terraço, amplo salão, com lareira e lambril de azulejos num padrão verde e branco à meia esquadria; no piso superior, sete quartos destinados ao pessoal, com uma instalação sanitária dupla e corredor central. CAIS COBERTO: planta retangular simples, disposta paralelamente à antiga linha, alinhada com a do edifício de passageiros e a do restaurante; tem acesso direto por linha de topo a NO., para carga e descarga de mercadorias e gabarito de carga. Cobertura em telhado de duas águas que se prolongam em amplas abas, com estrutura em asnas de madeira e revestimento em chapa metálica de cor vermelha na face exterior. Fachadas NE. e SO. com remate em empena, paredes de altura parcial rebocadas e pintadas de branco e panos superiores revestidos a chapa metálica de cor cinzenta; fachadas NO. e SE. rasgadas superiormente formando respiradouro; nas empenas NE. e SO. placas com nome da estação; portões com folhas de abrir; candeeiro de iluminação, ao centro e no cimo da empena SO.. CAIS DESCOBERTO: plataforma paralela à antiga linha em muretes de alvenaria de pedra rústica, a NE. do edifício de passageiros, à qual se acede por pequenos degraus e largo rampeado, ambos a SO., virados para o portão de entrada no recinto da estação e a par do arruamento em terra batida. CASAS: várias habitações, de planta retangular e quadrangular, simples, localizadas de ambos os lados das linhas; cobertura em telhados de duas e quatro águas; chaminés rebocadas e pintadas de branco e ocre; fachadas rebocadas e pintadas de branco; emolduramento das fachadas, vergas interrompidas, peitoris e cunhais em reboco saliente pintados de cor ocre; algumas janelas apresentam molduras completas em pedra rústica gastejada. OUTRAS INSTALAÇÕES: depósito de água de planta circular, simples, massa cilíndrica com dois níveis; a inferior, destinada a arrumos, munida de porta e janela, em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco e embasamento saliente, também em reboco pintado de ocre e, sobre esta, o depósito de água em estrutura metálica, com o nome da estação e o símbolo da REFER impresso a azul; escada metálica exterior de acesso ao depósito. ARRANJOS EXTERIORES: tapetes em calçada à portuguesa, moldura e nome da estação em vidraço preto em fundo de vidraço branco, no passeio na plataforma de passageiros, frente ao edifício, material que se prolonga para as áreas adjacentes; bordaduras de plataforma e cais coberto em granito bujardado. Restantes áreas: terra batida, pedra e lajes de cimento, vedações de delimitação dos domínios ferroviários em pedra rústica e outras em cimento armado; vários candeeiros de iluminação pública; algumas árvores dispersas. Portão em perfis de ferro para acesso à zona do cais coberto. Muro ao longo da estrada em alvenaria de pedra, rebocado e em mau estado. Outros elementos de referência na paisagem ferroviária: passadeiras de nível em travessas de madeira, antigos sinais de circulação ferroviária e calços na via.

Acessos

Largo da Alfândega; Rua Dom João da Câmara

Protecção

Incluído na Área Protegida da Serra de São Mamede (v. IPA.00028261)

Enquadramento

Periurbano, a N. da vila de Marvão (v. IPA.00003222)

Descrição Complementar

Ao longo da plataforma de passageiros existem pequenos vasos em cimento pintado, ainda com o símbolo da CP.

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Comercial: estabelecimento de restauração / Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Cottinelli Telmo (vedações); PINTOR DE AZULEJOS: Jorge Colaço

Cronologia

1877, 19 abril - Decreto autorizando a construção, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, de um Ramal da Linha do Leste à fronteira espanhola, junto de Cáceres; 1877, 21 agosto - Portaria autorizando a emissão de 90.000 obrigações pela Companhia Real para o financiamento da construção do Ramal de Cáceres; 1877, 07 outubro - é criada, em Espanha, a Companhia ferroviária Madrid-Cáceres-Portugal; 1878, fevereiro - apresentação dos estudos ao Governo; 1878, 25 maio - aprovação do projeto; 1878, 15 julho - início da construção do Ramal de Cáceres; 1879, 15 outubro - abertura provisória do troço construído em território português, apenas para pequena velocidade (mercadorias); 1880, 25 abril - fim da construção desde o ponto de bifurcação à fronteira; 1880, 06 junho - abertura do Ramal de Cáceres, entre Torre das Vargens e Valência de Alcântara; 1885 - decisão sobre a exploração da linha que seria entregue à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses; 1891 - a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses abdica do direito de exploração da linha do Ramal de Cáceres, devido a problemas financeiros; 1924, 16 outubro - Portaria aprovando Projeto de alterações da linha; 1925, 04 novembro - desenho da linha; 1926 - a estação é alvo de grandes obras de expansão, tendo o antigo edifício sido totalmente modificado, com ampliação, para SO., do espaço disponível para a delegação aduaneira, os serviços e os alojamentos para o pessoal; construiu-se um edifício, a SO. do edifício de passageiros, com um restaurante e quatro quartos para os passageiros, com lavabos individuais; 1929 - execução painéis de azulejo da autoria de Jorge Colaço e produzidos pela Fábrica de Cerâmica Lusitânia; 1967 - 1989 - circulam, por esta ligação, vários serviços internacionais de passageiros, como o TER Lisboa Expresso *1; 1981, 07 outubro - cerimónia de comemoração do centenário da ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid, com a participação dos ministros das comunicações, espanhol e português, altos funcionários das operadoras Caminhos de Ferro Portugueses e Red Nacional de Ferrocarriles Españoles e várias autoridades regionais e locais; na estação de Valência de Alcântara, foi descerrada uma placa comemorativa do Centenário; realizada uma viagem comemorativa até Arroyo de Malpartida, numa composição dos Caminhos de Ferro Portugueses rebocada por uma locomotiva a diesel; nesta estação, a comitiva passou para um comboio histórico português, formado pela locomotiva 23, a vapor, e 4 carruagens e um vagão, construídos no séc. 19; em Cáceres, foi inaugurada uma exposição relativa ao centenário no Museu Provincial; 1995 - o Ramal tinha uma importância secundária na rede ferroviária portuguesa, sendo mais utilizado como ligação internacional; nesta altura, os serviços de passageiros eram assegurados por automotoras da Série 0100; 2011, janeiro - a estação tinha duas vias de circulação, ambas com 415m de comprimento, e duas plataformas, que apresentavam ambas 98m de extensão e 25cm de altura; 2011, 01 fevereiro - a CP encerra o serviço de comboios regionais de passageiros, ficando apenas a circular os serviços Lusitânia Comboio Hotel; no entanto, no Plano Estratégico de Transportes, documento oficial apresentado pelo governo português em Outubro, foi anunciada, entre outras medidas, a intenção de modificar o percurso destes comboios para a Linha da Beira Alta até ao final do mesmo ano, para se proceder à total desativação do Ramal de Cáceres; 2012, 15 agosto - na sequência das orientações estabelecidas pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 45/2011, de 10 de novembro, que aprovou o Plano Estratégico dos Transportes para o horizonte 2011-2015, o Ramal de Cáceres (Torre das Vargens / Marvão-Beirã) é encerrado à exploração ferroviária, pela REFER; em consequência, a partir daquela data, o comboio internacional Lusitânia passa a circular, em itinerário alternativo, pela Linha da Beira Alta.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

Pedro Inácio Lopes, Ramal de Cáceres, Revista de Obras Públicas e Minas, Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, Tomo XI (1880), Lisboa, Imprensa Nacional, pp. 183-1890.

Documentação Gráfica

REFER: Arquivo técnico

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - assim como, noutros períodos, o Talgo Luís de Camões, e o Lusitânia Expresso.

Autor e Data

Paula Azevedo (REFER) 2013 (no âmbito da parceria IHRU/REFER)

Actualização

 
 
 
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