Chafariz de Santa Ana
| IPA.00003106 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Arroios |
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Arquitectura infraestrutural, revivalista neobarroca. Chafariz urbano, adossado a muro, integrado no âmbito do abastecimento de água à cidade de Lisboa, pelas Águas Livres, do tipo espaldar rectilíneo, rematado por elementos lobulados, que integram as bicas, com molduras circulares, que vertem para tanque rectangular, de perfil galbado e bordo boleado, tripartido e com réguas de ferro de apoio ao vasilhame. A caixa de água encontra-se no interior do muro, com acesso por porta de verga recta no lado esquerdo. |
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Número IPA Antigo: PT031106240379 |
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Registo visualizado 4114 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo espaldar
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Descrição
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Chafariz de planta rectangular, assente em plataforma de dois degraus em cantaria de calcário lioz e vermelho. É executado em cantaria de calcário lioz, composto por espaldar rectilíneo, encimado por recortes lobulados e, ao centro, pequeno espaldar contracurvado, onde surgem as armas municipais, emolduradas por painel circular e a data "1887". Cada um dos lóbulos, com molduras múltiplas circulares, possui uma bica em chumbo, rodeada por pétalas de flores, que vertia para tanque rectangular, de perfil galbado, assente em pequeno rodapé rectilíneo, com bordos boleados; o interior encontra-se tripartido por blocos de cantaria, capeados a cimento, com escoamento metálico. No espaldar e no bordo do tanque surgem vestígios das antigas réguas de apoio ao vasilhame. No lado esquerdo, surge um vão de verga recta e moldura simples, protegido por porta metálica, pintada de verde, de acesso à caixa de água. |
Acessos
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Largo do Mastro |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5 DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 / Incluído na classificação do Campo dos Mártires da Pátria (v. IPA.00005967) |
Enquadramento
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Urbano, adossado ao muro que suporta o declive formado entre o Largo do Mastro e o Campo dos Mártires da Pátria. O muro é em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo e está fronteiro a pequena faixa de passeio público, pavimentado a calçada, a qual confina com um parque de estacionamento. A zona encontra-se arborizada com árvores de grande porte e, adossados ao muro, surgem vários bancos de cantaria. Nas imediações, situa-se um segundo chafariz, denominado Chafariz do Largo do Mastro (v. PT031106241298). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1784 - início da construção de uma galeria que saía do Aqueduto das Águas Livres, no sítio da Cruz das Almas, e se estendeu ao Campo de Santana, que viria a abastecer o chafariz projectado para o local; 1788, 4 Abril - a Junta das Água Livres começa a pensar na construção do novo chafariz, pedindo as traças aos arquitectos; 1789, Janeiro - aprovação de uma planta, executada sob a tutela de Reinaldo Manuel dos Santos, que propõe um chafariz de espaldar, com cinco bicas e uma tabela de estilo rococó, coroado pelas armas reais; 1791, c. - foi pedido novo projecto a Francisco António Ferreira Cangalhas, Henrique Guilherme de Oliveira e Honorato José Correia de Macedo e Sá, tendo sido realizados cinco projectos distintos *2; 1792, 23 Maio - os sobejos do chafariz foram concedidos ao Hospital de São José; 1794, 11 Junho - o projecto aceite era composto por uma plataforma de planta contracurvada, vencida por dois degraus, que acedia a um chafariz de espaldar rectilíneo, tripartido, o central proeminente, possuindo três bicas, a central formada por uma concha sustentada por tritões, que jorrava para tanque semicircular, surgindo, nos laterais, golfinhos com caudas entrelaçadas, que jorravam para tanques rectilíneos; o conjunto era rematado por platibanda almofadas, onde se sentavam duas figuras alegóricas, representando o Tejo e o Douro, aparecendo, nos extremos, urnas; ao centro, alto obelisco, assente em pedestal com figuras de sereias, as quais sustentavam as armas da cidade, flanqueado por pilastras e rematado por urnas, surgindo, no obelisco as armas reais; teria duas portas laterais, a da direita de acesso à caixa de água; 1797 - alterações ao projecto aceite, tendo sido removidas as armas da cidade; início da feitura da estatuária pelo escultor Alexandre Gomes *3, o qual recebeu pelas seis figuras 3:746$246, sendo 746$246 para a aquisição de pedra; séc. 18, final - o projecto foi abandonado por razões desconhecidas, mas mantinha-se uma bica aberta; 1842, 20 Maio - a bica servia para encher as pipas e os sobejos foram concedidos a António Dias Freitas, com a condição de se lhe poderem tirar quando fosse conveniente; 1887 - construção do chafariz, com uma forma muito simplificada. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de calcário lioz; elementos em ferro; porta da caixa de água em metal. |
Bibliografia
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ANDRADE, José Sérgio Velloso d', Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos de Lisboa, Belém, e muitos logares do termo, Lisboa, Imprensa Silviana, 1851; CAETANO, Joaquim de Oliveira, SILVA, Jorge Cruz, Chafarizes de Lisboa, Sacavém, Distri-Editora, 1991; FLORES, Alexandre M. e CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, Edições INAPA, 1999. |
Documentação Gráfica
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CML: Museu da Cidade |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20, 2.ª metade - capeamento dos blocos de cantaria do interior do tanque com cimento; consolidação da estrutura com gatos de ferro. |
Observações
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*1 - Por decreto do Ministério da Cultura (dec. nº 5/2002 de 19 de Fevereiro) foi alterado o Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que designava o imóvel como "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte redacção: "Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa". *2 - os projectos encontram-se no Museu da Cidade, sendo possível verificar dois com teor muito distinto do aprovado, sendo um rectilíneo, com espaldar de perfil contracurvado, tripartido por pilastras e colunas com tambores lisos a alternar com silharia rústica e capitéis coríntios, e por estípides, adossadas a gigantes em silharia rústica; ao centro, duas tabelas, a inferior com duas bicas em forma de golfinhos com as caudas entrelaçadas, constituindo as bicas centrais, encimada por uma segunda, com inscrição e assente em lacrimais; a zona central remata em tímpano com as armas reais; os panos laterais apresentavam apainelados lisos, encimados por óculos ovalados, rematados por cornija e ornados por molduras fitomórficas; o conjunto rematava em platibanda vazada, com acrotérios a sustentar vasos floridos, surgindo, ao centro, a figura de Neptuno, sobre plinto contracurvado; o tanque tinha perfil rectilíneo, contracurvado junto às colunas, criando três zonas tripartidas; o conjunto era flanqueado por duas portas de verga recta, a do lado direito de acesso à arca de água. Um segundo projecto, era formado por espaldar elevado, com varandim corrido e acesso por escadas laterais. Um terceiro projecto, mais arrojado, criava um chafariz do tipo nicho, com acesso por uma ampla escadaria central flanqueada por dois tanques, apresentando, no topo das escadas, um arco decorado pelas armas reais e tendo, nos ângulos, alegorias, representando a Magnificência, Utilidade Pública, Liberalidade e a Providência, seguindo modelos de Cesar Ripa; o conjunto era rematado por alto obelisco, com as faces ornadas por rosetões e coroado por um dragão alado sobre uma esfera; o chafariz encontrava-se no centro da estrutura. *3 - os materiais esculpidos para o Chafariz foram reutilizados em outros locais, tendo sido colocadas as escultura do Tejo e do Douro no Passeio Público (v. PT031106450428) e os golfinhos reaproveitados no chafariz de Belém, actualmente no Largo do Mastro (v. PT03110624); as sereias e os tritões encontram-se arrecadados no Museu da Cidade. |
Autor e Data
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Paula Figueiredo 2007 |
Actualização
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