Bairro de Casas Económicas das Condominhas / Bairro das Condominhas

IPA.00026869
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos
 
Setor urbano. Área com unidade morfológica contemporânea de traçado organicista. Habitação económica de promoção pública estatal (DGEMN). Bairro de casas económicas de média dimensão composto por casas geminadas unifamiliares térreas da classe A (tipo 1, 2 e 3), com logradouro à frente e no tardoz. Faz parte do equipamento coletivo do bairro uma escola primária (v. IPA.00026850). O bairro de Casas Económicas das Condominhas apresenta grandes afinidades formais, tanto à escala do urbanismo como à dos objectos arquitectónicos, com o Bairro de Casas Económicas do Ilhéu (v. PT011312030442), da Azenha (v. PT011312100464), de Ramalde (v. PT011312110445), de Paranhos (v. PT011312100438) e do Amial (v. PT011312100106).
Número IPA Antigo: PT011312060446
 
Registo visualizado 5102 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto urbano  Setor urbano  Unidade morfológica  Contemporânea / Habitação económica  Casas Económicas  Promoção pública estatal (DGEMN)

Descrição

Bairro de casas económicas de traçado retangular, irregular, constituído por catorze ruas perpendiculares, adaptadas ao declive do terreno, de toponímia ligada a nomes de praias portuguesas, como a de Vila do Conde, Esposende, Âncora, Estoril, Leça, Miramar, Aguda, Espinho, Figueira da Foz, Cascais, Algés, Ericeira, Nazaré, e Estoril. Na totalidade apresenta cento e duas moradias unifamiliares, da Classe A, tipo 1, 2 e 3, de um e dois pisos, geminadas duas a duas, com logradouro junto à fachada posterior, jardim a toda a extensão da fachada principal, e alpendre formado por estrutura simples, de betão ou tijolo, apresentando em alguns casos telheiro.

Acessos

Rua das Condominhas; Rua da Figueira da Foz; Rua da Torreira

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, destacado do edificado envolvente, pela unidade tipológica, traçado e volumetria. Desenvolve-se em pequena encosta, próxima do rio Douro, envolvido por edifícios habitacionais com número variável de pisos, e delimitado pela Rua da Figueira da Foz a SO., pela Rua das Condominhas a SE., pela Rua de Vila do Conde a NO. e pelas Ruas da Costa Nova e do Furadouro a NE. Na proximidade imediata, implanta-se a SO. o Bairro de Lordelo (v. IPA.00035110), e a NO. o Bairro da Pasteleira (v. IPA.00028238) e o Bairro de Casas Económicas Marechal Gomes da Costa (v. IPA.00020503).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Privada: pessoas singulares

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTURA: DGEMN / Direcção dos Edifícios Nacionais Norte / Secção de Construção de Casas Económicas *1; EMPREITEIRO: Empresa de Melhoramentos Citadinos do Norte - S.A.R.L.

Cronologia

1933, 23 setembro - o decreto n.º 23052 estabelece as condições segundo as quais o governo participa na construção de casas económicas, das classes A e B, em colaboração com as câmaras municipais, corporações administrativas e organismos corporativos (art.º 1.º); as Casas Económicas, como passam a ser designadas, são habitações independentes de que os moradores se tornam proprietários ao fim de determinado número de anos (propriedade resolúvel), mediante o pagamento de prestação mensal que engloba seguros de vida, de invalidez, de doença, de desemprego e de incêndio (art.º 2º); as atribuições do governo em matéria de casas económicas são partilhadas pelo Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC) e o Subsecretariado das Corporações e Previdência Social (art.º 3.º); ao MOPC compete a supervisão da construção de casas económicas (aprovação de projetos e orçamentos, escolha de terrenos e sua urbanização, promoção e fiscalização das obras, administração das verbas cabimentadas e fiscalização de obras de conservação e benfeitorias) (art.º 4.º); é criada a Secção de Casas Económicas na Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) (art.º 4.º); 1935 - inauguração do bairro; 1936, 31 agosto - atribuição das moradias; autorização da despesa para construção do edifício escolar *2, com dispensa das formalidades de concurso público e de contrato escrito, embora sujeita ao regime de ajuste particular; construção do edifício escolar com 8 salas de aula; 1937 - concurso público para arrematação da empreitada de obras de reparação de diversas moradias; construção do muro de vedação da escola; 1939 - ampliação de várias moradias.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Elementos estruturais de pedra; alvenaria mista, rebocada e pintada de cores variadas; molduras de portas e janelas de cimento armado; caixilharias de janelas e portas de madeira com vidro; paredes interiores e tectos estucados; pavimentos de madeira e revestimento cerâmico; estrutura da cobertura de madeira revestida a telha cerâmica.

Bibliografia

ALMEIDA, Paulo - Bairros Económicos do Porto: a casa como arma política. http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10715.pdf, [consultado em 27-05-2014]; BAPTISTA, Luís V. - Cidade e Habitação Social. O Estado Novo e o Programa das Casas Económicas. Oeiras: Celta, 1999; Casas Económicas. Lisboa: Secretariado da Propaganda Nacional, 1943; Casas Económicas. Lisboa: Ministério das Corporações e Previdência Social, Direcção-Geral da Previdência e Habitação Económica, 1966; GROS, Marielle Cristine - O Alojamento Social Sob o Fascismo. Porto: Afrontamento, 1982; IDEM - "Pequena História do Alojamento Social em Portugal". Sociedade e Território, 1994, pp. 80-90; HOWEL, Margarida Souza Lobo - Casas Económicas. Um Programa Emblemático da Politica Habitacional do Estado Novo, Caminhos do Património - 1929-1999, DGEMN, 1999, pp.151-158; LOUREIRO, Fátima de Matos - A Habitação no Grande Porto: uma perspetiva geográfica da evolução do mercado e da qualidade habitacional desde finais do séc. XIX até ao final do milénio. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Letras, 2001; Mais Melhoramentos, Mais Trabalho, 1928-1953, Vinte e Cinco de Valorização Regional. Lisboa: Ministério da Obras Públicas, Comissariado do Desemprego, 1953, vol. II; PIMENTA, Manuel; FERREIRA, José António; FERREIRA, Leonor Vasconcelos - Estudo Socioeconómico da Habitação Social. Porto: Câmara Municipal do Porto, Pelouro da Habitação e Acção Social, 2001; Quinze Anos de Obras Públicas, 1932-1947, Exposição e Congressos de Engenharia e de Arquitectura. Lisboa, 1949, 2.º volume, pp. 148-153; RAMOS, Luís de Oliveira (dir.) - História do Porto. Porto: Porto Editora, 1995; RESENDE, Feliciano Tomás de - Habitações Económicas, Legislação atualizada coordenada e anotada. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1961; TRINDADE, Cachulo da - Casas Económicas. Casas de Renda Económica, Casas de Renda Limitada e Casas para Famílias Pobres. Legislação Anotada. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1951.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN / DREMN, cotas - 88/16-18, 56071, 619/26, 642/13, 842/2-6

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DREMN; IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN / DREMN,cotas - 88/16-18, 56071, 619/26, 642/13, 842/2-6

Intervenção Realizada

1939 - Ampliação de várias moradias; 1945 - diversas obras reparação e melhoramentos; 1957 - ampliação da moradia n.º 47, tipo A1, para o tipo A3; 1962 - obras de reparação na moradia n.º 25.

Observações

*1 - Trabalharam na elaboração dos projectos - tipo de casas económicas arquitectos como Raul Lino, Eugénio Correia, Rebelo de Andrade, Couto Martins, Alberto Cruz, Rogério de Azevedo, entre outros. *2 - O edifício escolar foi arrematado pelo valor de 282.472$00.

Autor e Data

Ana Filipe 2008

Actualização

 
 
 
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