Chafariz na Rua do Arco do Carvalhão / Chafariz da Cruz das Almas
| IPA.00025781 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Campolide |
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Arquitectura infraestrutural, tardo-barroca. Chafariz urbano, adossado ao Aqueduto, ligado à distribuição de água a Lisboa, pelas Águas Livres, de espaldar simples, com planta rectangular, definido por pilastras toscanas terminadas em cunha, num esquema semelhante ao do Chafariz de Benfica (v. PT031106080371), e terminado em cornija contracurvada, coroada por urna, numa solução semelhante à do Chafariz de São Sebastião (v. PT031106401077), decorado por tabela inscrita com falsos brincos e lacrimais; inferiormente, surgem duas bicas simples quadrangulares, servindo tanque de planta rectangular. Segue o esquema dos chafarizes de menores dimensões, construídos no final do séc. 18, início do 19, semelhante ao Chafariz da Buraca (v. PT031106080347), idealizado por Reinaldo Manuel dos Santos, constituindo o protótipo, que volta a ser utilizado neste chafariz e seguido no Chafariz do Arco de São Mamede (v. PT031106461292). |
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Número IPA Antigo: PT031106101287 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo espaldar
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Descrição
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Chafariz de cantaria de calcário lioz, de planta rectangular simples, composto por espaldar simples, rectilíneo, flanqueado por pilastras toscanas, apresentando elemento metálico para suporte de pequeno vasilhame, que se prolongam superiormente, sustentando a cornija contracurvada do remate; esta é coroada por plinto sustentando urna, de formato oval, com bojo dividido por larga faixa, sendo inferiormente estriada e superiormente liso, ostentando na extremidade motivo fitomórfico. Ao centro possui tabela, formando, inferiormente, falsos brincos rectos ornados por quatro lacrimais, e tendo a seguinte inscrição "CML 1890 AGOAS LIVRES OUTUBRO 12 DE 1823." Sob esta, surgem duas bicas de formato quadrangular, que jorram para tanque rectangular, pouco profundo e de bordos lisos, parcialmente percorridos por chapa de ferro, que consolida a estrutura, tendo, no lado direito, laje de cantaria para apoio do vasilhame. |
Acessos
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Rua do Arco do Carvalhão |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5 DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 / Incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) / Incluído na Zona Especial de Proteção do Aqueduto das Águas Livres - Troço de Campolide (v. IPA.00006516) |
Enquadramento
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Urbano, adossado a um pilar da arcaria do Aqueduto das Águas Livres que aqui transpõe a estrada, integrado num passeio largo, com pavimento em calçada à portuguesa, protegido por pilaretes metálicos. À esquerda, igualmente adossado ao pilar, dispõe-se muro em cantaria rebocada, com pequeno tanque rectangular, em cantaria, consolidado por gatos de ferro e com bordo simples, encimado por vão rectilíneo, com moldura simples em cantaria, protegido por porta metálica pintada de verde, de acesso à mina de água. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Reinaldo Manuel dos Santos (séc. 19). |
Cronologia
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1784 - início da construção de uma galeria que saía do Aqueduto das Águas Livres e se estendeu ao Campo de Santana, que viria a abastecer este chafariz; 1818 - petição dos moradores desta zona da cidade à Direcção das Obras das Águas Livres a construção de um chafariz; 1823, 7 junho - aviso ordenando a construção do chafariz, conforme projecto de Reinaldo Manuel dos Santos, estando a sua execução orçada em 937$460 réis; era abastecido pela Galeria de Santa Ana, em Campolide, sendo o n.º 26; 12 Outubro - pela primeira vez correu água no chafariz, situado numa praceta próxima da Cruz das Almas *2, cujo custo da obra foi inferior ao orçamento inicial, alcançando apenas os 670$975 réis; 14 outubro - aviso concedendo os sobejos de água ao Visconde de Anadia; 1890 - catalogação e restauro do chafariz pela Câmara Municipal de Lisboa, com provável transferência do chafariz para junto do pilar divisório dos dois arcos do Aqueduto das Águas Livres. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Espaldar, bicas, tanque e urna em cantaria calcária; elementos de sustentação metálicos. |
Bibliografia
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ANDRADE, José Sérgio Velloso d', Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos de Lisboa, Belém, e muitos logares do termo, Lisboa, Imprensa Silviana, 1851; CAETANO, Joaquim de Oliveira, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, 1991; CONSIGLIERI, Carlos e OUTROS, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa, Lisboa, 1993; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo, Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1994; FLORES, Alexandre M., CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, 1999. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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CML: 1890 - Restauro do chafariz. |
Observações
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*1 - Por decreto do Ministério da Cultura (dec. nº 5/2002 de 19 de Fevereiro) foi alterado o Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que designava o imóvel como "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte redacção: "Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa". *2 - o local onde foi construída, próximo da praceta da Cruz das Almas, ainda hoje determina a sua designação, sendo vulgarmente designado por Chafariz da Cruz das Almas; a designação de Chafariz do Arco do Carvalhão tem a sua origem no facto desses terrenos terem pertencido a Sebastião José de Carvalho e Melo. |
Autor e Data
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Marta Ferreira 2007 |
Actualização
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