Igreja Paroquial de Raiva / Igreja de São João Baptista
| IPA.00001307 |
Portugal, Aveiro, Castelo de Paiva, União das freguesias de Raiva, Pedorido e Paraíso |
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Arquitetura religiosa, setecentista. Igreja paroquial de planta retangular composta por nave, capela-mor e sacristia e torre sineira adossadas ao lado direito, com coberturas interiores diferenciadas em falsas abóbadas de berço, em caixotões pintados na capela-mor, e uniformemente iluminada por janelas rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal rematada em empena sem retorno, com os vãos rasgados em eixo composto por portal de verga reta, rematado por frontão triangular, e por óculo. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados, firmados por pináculos, e rematadas por frisos e cornijas. A torre sineira, finalizada em Novecentos, evolui em dois registos e possui cobertura em coruchéu piramidal, sendo rasgada por ventanas de volta perfeita; tem acesso por escadas na face posterior. Interior com coro-alto, púlpito no lado do Evangelho, quadrangular e com acesso por escadas no lado direito, e arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras toscanas, flanqueado por retábulos de talha dourada do estilo barroco joanino, que se prolongam em arquivoltas revestido o arco. Sobre supedâneo de degraus centrais, o retábulo de talha dourada, do estilo barroco joanino, de planta reta e três eixos. |
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Número IPA Antigo: PT010106050023 |
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Registo visualizado 2973 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta retangular composta por nave, capela-mor, sacristia e torre sineira adossada ao lado direito, tendo o ângulo SE. Arredondado, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma (sacristia) e duas águas, sendo, na torre sineira, em coruchéu piramidal, rebocado e pintado de branco e emoldurado a cantaria, sobrepujado por pequeno plinto e cata-vento. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos em cantaria e faixas pintadas de cinza, flanqueadas por cunhais apilastrados, firmados por pináculos piramidais com bola, e rematadas em frisos e cornijas. As empenas estão rematadas por cruzes latinas sobre plintos paralelepipédicos, os das empenas posteriores de perfis côncavos. Fachada principal virada a O., em empena sem retorno, rasgada por portal de verga reta e moldura simples, sobrepujado por friso e frontão triangular, com o tímpano decorado por nicho de volta perfeita com imaginária; está encimado por janelão ovalado, em capialço, protegido por vitral com a representação do Batismo de Cristo. No lado direito, a torre sineira, de dois registos separados por cornija, o inferior com pequena janela retilínea, surgindo, no segundo, as ventanas em arcos de volta perfeita, tendo acesso por porta de verga reta e escadas, na face posterior. Na face frontal do coruchéu, o mostrador do relógio, circular. A fachada lateral esquerda é rasgada por janela retilínea e em capialço no corpo da nave, surgindo uma janela com traçado em linhas curvas e recortadas no da capela-mor, esta com porta de verga reta. Fachada lateral direita com porta travessa de verga reta e janela retilínea e em capialço no corpo da nave, surgindo uma janela na capela-mor semelhante à da fachada oposta. Tem adossado o corpo da sacristia, com duas janelas retilíneas, porta de verga reta na face frontal e óculo circular na oposta. Fachada posterior rematada em empena cega. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, com coberturas em falsas abóbadas de berço, o da nave de madeira pintada com pequeno florão ao centro e tirantes de ferro, sendo o da capela-mor de caixotões com molduras salientes, em marmoreados fingidos, com pintura decorativa, que envolve alfaias litúrgicas; pavimentos em soalho. Coro-alto de laje de betão e balaustrada de madeira, com acesso por porta de verga reta, a partir da torre sineira. O portal axial está protegido por guarda-vento de madeira e vidro. No lado da Epístola, pia de água benta em cantaria de granito, embutida no muro, semiesférica e de bordo boleado. No lado do Evangelho, púlpito em cantaria de granito, com bacia quadrangular, sustentado por mísula almofadada e com guarda plena de talha dourada, formando medalhão central rodeado por acantos e remate em friso e cornija, com acesso pelo lado direito, através de degraus de cantaria. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, ladeado por retábulos colaterais, dedicados a Cristo atado à coluna (Evangelho) e Nossa Senhora das Graças (Epístola), de talha dourada, que se prolonga, revestido o arco, formando duas arquivoltas torsas, unidas por aduelas de acantos salientes, dando origem a apainelados de acantos dispostos simetricamente, que centram nicho com fundo pintado de flores e encimado por sanefa de lambrequins, de onde se dependuram drapeados a abrir em boca de cena, contendo uma Santíssima Trindade vertical. Capela-mor com supedâneo de cantaria, tendo três degraus centrais, revestido a alcatifa, onde se ergue a mesa de altar, paralelepipédica, decorada de marmoreados fingidos e com cartela dourada central, tendo, no lado do Evangelho, ambão de talha formado por dois frisos de acantos. Retábulo-mor de talha dourada, de planta reta e três eixos definidos por quatro colunas torsas, percorridas por espira fitomórfica, com o terço inferior marcado e assentes em consolas; estas sobre falsos plintos pintados no banco, paralelepipédicos e com almofadados. Ao centro, tribuna de volta perfeita e boca rendilhada por friso de acantos, contendo trono expositivo de três degraus. Os eixos laterais são formados por consolas, envolvidas por apainelados ornados por resplendores em relevo, com baldaquinos formados por espaldar de volutas, de onde se dependuram drapeados a abrir em boca de cena. A estrutura remata em frisos e cornijas, tendo pequena peça de talha formando o ático, ornada por acantos e centrando sanefa de lambrequins. Base convexa tendo duas portas de volta perfeita com seguintes de acantos, que centram consola encimado por sacrário decorado por acantos e drapeados em boca de cena, com a porta decorada por cruz e resplendor. |
Acessos
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Rua da Igreja |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado, implantado numa plataforma construída numa encosta de forte pendor de inclinação, dominando uma curvatura do Rio Douro. A plataforma forma um adro em declive, conformado por casa paroquial no lado direito e pelo muro do Cemitério no lado oposto, com pequeno murete de alvenaria na zona frontal. Na zona frontal, possui algumas árvores de grande porte. Está rodeado por zona florestal e agrícola, com cultivo em socalcos. Nas imediações, um monumento escultórico composto por base piramidal em alvenaria de granito, encimada por plinto e pela imagem da Virgem, surgindo, na base, a inscrição: "NOSSA SENHORA DOS CAMINHOS / MÃE DE JESUS / MINHA MÃE / PARÓQUIA DA RAIVA / ANO SANTO MARIANO / 1988". |
Descrição Complementar
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Na verga do portal axial, a data "1723". Os retábulos colaterais são semelhantes, de talha dourada, de planta reta e um eixo definido por duas colunas torsas percorridas por espiras fitomórficas, assentes em consolas com pequenos atlantes. Ao centro, nicho de volta perfeita e com o fundo pintado com motivos fitomórficos. A estrutura remata em cornija com remate de acantos e lambrequins. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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RELOJOEIRO: Casa Jerónimo (séc. 20). |
Cronologia
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1062 - a igreja de S. João é referida num documento de doação ao mosteiro de Paço de Sousa; 1534 - por falecimento de D. Guiomar Coutinho, filha de D. Francisco Coutinho, último conde de Marialva, o padroado da igreja passa à Coroa; 1723 - data gravada na verga da porta principal datando a obra de pedreiro da nave e da parte baixa da torre; séc. 18, 2º terço - construção da capela-mor; feitura dos retábulos; 1741 - data inscrita no parapeito de talha dourada do púlpito; 1758, 09 maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco João da Mata Saraiva Pinto, é referido que a igreja é dedicada a São João Baptista e tem três altares, o mor com a imagem do Crucificado, ladeada pelo padroeiro e por São Jerónimo, feita de barro por António de Sousa e Castro, abade da freguesia; os colaterais são dedicados a São Sebastião (Evangelho) e Nossa Senhora do Socorro (Epístola), onde está a imagem de São Miguel, patrono da Irmandade das Almas; o pároco é abade, apresentado pela Coroa e a paróquia rende 650$000, de cuja renda se tiram as quartas para o Colégio da Basílica Patriarcal; 1788 - o teto da nave não estava ainda pintado; 1876 - na gravura publicada no Douro Ilustrado do visconde de Vila Maior não surge ainda a zona dos sinos da torre; 1903 - construção do cemitério paroquial e obras na igreja (desaterro do adro, construção de novo soalho, nova cobertura e pintura das paredes interiores e exteriores); séc. 20 - feitura da zona superior da sineira e do relógio na Casa Jerónimo de Braga; 1988 - feitura do monumento a Nossa Senhora dos Caminhos. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; socos, degraus, supedâneo, cunhais, pináculos, frisos, modinaturas, bacia do púlpito em cantaria de granito; portas, caixilharias, pavimentos, guarda do coro-alto, molbiliário de madeira; retábulos, mesa de altar e ambão em talha dourada ou pintada; cobertura em telha cerâmica do tipo Marselha. |
Bibliografia
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GONÇALVES, António Nogueira, Inventário Artístico de Portugal - XI, Distrito de Aveiro, Zona de Nordeste, Lisboa, Academia Nacional de Belas-Artes, 1991, pp. 116 - 118; MEIRELES, A. da A., Memórias do Mosteiro de Paço de Sousa, Lisboa, 1942; MONTEREY, G. de, Castelo de Paiva. Terras ao Léu, Porto, 1997, pp. 459 - 466; ROCHA, M. J. M. da, LOUREIRO, O. M. da C., Memórias Paroquiais de Castelo de Paiva e outros documentos, Castelo de Paiva, 1988. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, SIPA; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
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DGLAB/TT: Memórias Paroquiais, vol. 31, n.º 5, fl. 20 |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1998 - obras de recuperação e conservação de coberturas; séc. 21 - tratamento de rebocos e pinturas interiores e exteriores; restauro da abóbada da capela-mor. |
Observações
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Autor e Data
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Paulo Dordio 1999 / Paula Figueiredo 2012 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto) |
Actualização
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