Bairro Operário da CUF / Bairro Velho / Bairro de Santa Bárbara / Bairro Novo
| IPA.00011802 |
Portugal, Setúbal, Barreiro, União das freguesias de Barreiro e Lavradio |
|
Conjunto arquitetónico residencial unifamiliar. Habitação económica de promoção privada. Conjunto operário de grande dimensão, composto por casas unifamiliares em banda térreas com logradouro no tardoz, formando quarteirões e malha urbano de traçado ortogonal. Inclui vários edifícios de equpqmento público. Diversidade tipológica planimétrica e numerosas variações no guarnecimento dos vãos. Cobertura homogénea com telhado de 4 águas nos blocos de habitação operária. O conjunto actual é constituído por parte dos bairros velho e novo. | |
Número IPA Antigo: PT031504010032 |
|
Registo visualizado 3059 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura
|
Descrição
|
Antigo bairro operário constituído por 108 fogos habitacionais e por diversos equipamentos de apoio: Teatro Casa da Cultura, Palácio Alfredo da Silva, colégio / antiga despensa, universidade / antiga escola primária (piso superior) e antigo refeitório (piso térreo), laboratórios / antigo refeitório dos quadros superiores, Torre do Relógio, CTT Correios/antiga padaria, papelaria, discoteca / antigo balneário e ginásio. O conjunto, que engloba parte dos Bairros Velho e Novo, é estruturado pelo cruzamento ortogonal da Av. da CUF (sentido N.-S.) e da R. da CUF (sentido E.-O.) e denota um traçado reticulado orientado segundo eixos ortogonais e com perímetro rectangular. Através do eixo principal é gerada uma malha reticulada constituída por nove vias: cinco principais paralelas (Rua Liebig, Rua Lawes, Rua Stinville, Rua Guy-Lussac e Av. da CUF) e quatro perpendiculares (Rua Lavoisier, Rua Berthelot, Rua Dalton e Rua da CUF). As habitações agrupam-se em oito quarteirões rectangulares e os lotes são na sua maioria quadrangulares, nas casas dos quadros superiores. As casas operárias unifamiliares em banda, de um piso, têm telhados únicos de quatro águas e, por vezes, um pequeno quintal nas traseiras e as casas dos quadros superiores uni e plurifamiliares de um, dois ou tres pisos, são dispostas contiguamente entre si e individualizadas. As habitações operárias apresentam volumetria idêntica, cores diferentes consoante os quarteirões (dois de cor creme com guarnições, lambril, janelas e portas brancas e os restantes quatro de cor branca com guarnições, lambril, janelas e portas em cinzento claro, azul, rosa e laranja) e fachadas simples de alvenaria com janelas de duas folhas e portas com janelas de uma folha, ambas encimadas por frontões em telha, com três formas diferentes: horizontal, curva com enrolamento ligeiro nas pontas ou angular recta. O topo do quarteirão azul compreende, na R. da CUF, um frontão angular curvo sobre o muro. As habitações dos quadros superiores, compostas por sete moradias, apresentam diferentes soluções no tratamento dos alçados, cores ( cinco de cor amarela e duas de cor verde seca) e telhados de quatro águas. Nas fachadas varia o número e dimensão de vãos abertos, alternando janelos, janelas de uma, duas ou três folhas (de peito, jacentes, de sacada, com varandim, com bandeira, com guarda, com remate em frontão curvo com enrolamento ligeiro nas pontas ou baixos relevos com elementos curvilíneos) e portas simples com ou sem o mesmo tipo de frontão das janelas. Todos os fogos do piso superior têm acesso directo à rua através de escada com um ou dois lanços rectos, complementada com alpendre. Os equipamentos de apoio desenvolvem-se em edifícios de dois pisos com telhados de quatro águas e englobam conjuntos de janelões, janelas e janelos de uma ou várias folhas, por vezes, com guarda. |
Acessos
|
Rua da CUF; Rua Berthelot |
Protecção
|
Em vias de classificação (com Despacho de Abertura) *1 |
Enquadramento
|
Urbano. Núcleo habitacional dissimulado entre os domínios do parque empresarial da Quimiparque, situado junto à Torre do Relógio (v. IPA.00007032) e a E. do centro histórico do Barreiro (v. IPA.00012895). A rodear o aglomerado: instalações fabris separadas apenas por um muro alto, o Centro Médico, o Mausoléu de Alfredo da Silva (v. IPA.00006634) e, pela Av. da CUF, a antiga central Diesel / Edifício n.º 163 da Quimiparque (v. IPA.00007030) e a ligação com o terreno onde se situava parte do "Bairro Velho". |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Não aplicável |
Utilização Actual
|
Não aplicável |
Propriedade
|
Privada: grupo empresarial com comparticipação de capital público |
Afectação
|
Sem afetação |
Época Construção
|
Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Gabinete de Desenho da CUF |
Cronologia
|
1907 - início da instalação do novo complexo industrial da Companhia União Fabril (CUF) *2 que o industrial português Alfredo da Silva (1871-1942) resolve levantar no Barreiro. As fábricas de produtos químicos situar-se-iam numa faixa de terreno junto ao Tejo; para o efeito Alfredo da Silva adquiriu os edifícios da fábrica de cortiça da firma Dundas, quatro quintas - a Quinta de João Maria de Abreu Moreira, a Quinta de Serafim de Melo, a Quinta da Formiga *3 e a Quinta das Palmeiras ou do Nicola *4 - e alguns terrenos confinantes; 1908 - construção das primeiras casas do Bairro Operário, Bairro Velho ou Bairro de Santa Bárbara *5 (destinadas a engenheiros, empregados superiores e operários), no local onde existia a Quinta de João Maria de Abreu Moreira *6, a Quinta da Formiga e a Quinta das Palmeiras, junto da então Estação do Lavradio (que abrangia a actual R. de Unhão, ex-R. Alfredo da Silva), no Alto de Santa Bárbara. O conjunto final englobaria 600 ou 800 habitações alugadas a operários regulares da companhia a preços bastante baixos; as casas tinham um pequeno quintal nas traseiras e a sua dimensão, tal como o preço do aluguer mensal, variava entre as três e as seis divisões; os moradores dispunham de água canalizada gratuita para os vários usos domésticos nos postos das ruas fronteiriças e beneficiavam de luz eléctrica fornecida pela fábrica. Foram construídos os seguintes edifícios: a Despensa da CUF com o objectivo de fornecer, mediante requisições mensais ou venda directa ao balcão, todos os géneros de primeira necessidade a preços inferiores aos normais de mercado; uma Moagem de Trigo e Padaria; um Balneário, junto ao edifício da Padaria, cuja utilização era extensível a qualquer habitante do Barreiro; um Lavadouro (com quatro tanques de água doce); uma Farmácia; uma Carvoaria e o primeiro Posto Médico. Construiu-se uma central de energia eléctrica que iria servir, além da fábrica, os futuros bairros de habitação (v. 1504010022). Com a construção deste bairro, Alfredo da Silva criou as bases de uma política a que chamou "Obra Social". Nas fábricas laboravam pouco mais de 100 operários. Em relação ao desenvolvimento da empresa, o relatório do Conselho de Administração refere: "pela forma como os estudos das construções das referidas fábricas têm sido encaminhados, pelo plano e sistema a que obedecem (...) o grupo de estabelecimentos do Barreiro constituirá uma das mais poderosas unidades fabris do País (...), das mais aperfeiçoadas e nas condições mais vantajosas de produção da Europa, para as diversas espécies de adubos e produtos químicos" (SILVA PAIS, 1963); 1909 - início da construção das casas do Bairro Operário Velho na R. do Ácido Sulfúrico e das moradias da R. dos Superfosfatos; 1910 - no dia 7 de Dezembro o ministro do Fomento do Governo Provisório da República, Dr. Manuel de Brito Camacho (1862-1934), visitou o conjunto fabril com o principal objectivo de estudar algumas reclamações dos operários em conflito com a empresa evitando uma greve; 1911 - no dia 21 de Fevereiro foi organizado o Corpo de Bombeiros privativo da CUF e foi fundada a primeira sociedade de instrução e recreio, a Academia Recreativa e Musical do Pessoal da Companhia União Fabril (embrião do futuro Grupo Desportivo da empresa); 1914 - estavam construídos cinco extensos blocos do Bairro Operário Velho; 1914 / 1918 - durante a 1ª Guerra Mundial o desenvolvimento da fábrica abrandou; 1915 - foram construídas no Bairro Operário Velho as moradias da R. dos Óleos; 1917 - laboravam na fábrica cerca de 2 000 operários, numa área de 200 000 m2. Das 28 unidades com 1 922 operários recenseados no Barreiro pela Estatística Industrial, 1 200, ou seja 62,4%, trabalhavam nas fábricas da CUF. Na indústria química foram recenseadas 123 unidades num total de 3 745 trabalhadores, dos quais 1 200 pertenciam à CUF; 1918 - foram construídas no Bairro Operário Velho as moradias da R. do Dinheiro; 1919 - ano marcado por uma lenta recuperação, após a 1ª Guerra Mundial e início de uma nova etapa determinada pela aprovação dos estatutos da CUF em Assembleia Geral de Accionistas. Greve do pessoal; 1921 - através da participação na gerência da Casa José Henriques Totta, Lda., a CUF entrou no domínio da actividade bancária; 1927 - funcionamento da primeira Escola Primária para ambos os sexos no Bairro Operário; 1928 - foram construídas no Bairro Operário Velho as moradias da R. Stinville e terminou-se a construção da parte velha do bairro; esta parte, que ocupava pouco mais de 30 000 m2, tinha ruas com 14 m de largura *7. Após esta conclusão, foi construído um novo edifício para a Academia Recreativa e Musical do Pessoal da Companhia União Fabril e o nome foi alterado para Liga de Instrução e Recreio CUF; 1929 - a CUF controlava 50% da produção nacional de superfosfatos, os únicos adubos químicos que eram produzidos em Portugal até à 2ª Guerra Mundial; 1932 - início da construção do Bairro Operário Novo, do qual faziam parte alguns novos edifícios para habitação de engenheiros e outros empregados superiores da empresa. Para o efeito, a CUF comprou o Alto de Santa Bárbara e as faixas de terreno à volta, demolindo a Capela ou Ermida de Santa Bárbara. Este novo bairro ocuparia uma superfície igual à do Bairro Antigo, 30 000 m2. O conjunto passou a englobar 312 moradias, distribuídas por arruamentos amplos, com nomes célebres na química e na física ou ainda com nomes de produtos fabris que a fábrica tinha em constante laboração. O Chefe de Estado condecorou Alfredo da Silva com a Grã Cruz da Ordem do Mérito Industrial; 1934 - construção do primeiro colector no Bairro Operário. Foi inaugurado, a 4 de Maio, o Grupo Desportivo Operário "Os Vermelhos" *8 e a Marcha dos Operários da CUF; 1936 - chegou a electricidade ao Bairro Operário; 1937 - no dia 27 de Janeiro foi fundado no Bairro Operário Novo uma colectividade desportiva, que chegaria mais tarde aos lugares cimeiros dos mais importantes clubes de desporto portugueses, o Grupo Desportivo da CUF (delegação do Barreiro), que ao longo dos anos foi desenvolvendo diversas actividades (cinema, fotografia, jogos florais, banda de música, exposição de filatelia e publicações *9); 1938 - construção do Estádio de Santa Bárbara para o Grupo Desportivo praticar futebol, basquetebol, ténis e outras modalidades, situado numa vasta faixa de terreno (que fazia parte da antiga Quinta do Gandum), compreendida entre o Alto de Santa Bárbara e o cemitério do Barreiro, junto à Estação do Lavradio; 1941 - a empresa possibilitou aos seus servidores a integração na Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia União Fabril e Empresas Associadas, que permitiu às famílias dos beneficiários (mais de 15 mil) utilizarem o Serviço de Saúde e Higiene; 1942 - foi inaugurado a 18 de Janeiro o primeiro de uma série de grandes Refeitórios com os requisitos mais modernos, onde foram servidas refeições a preços baixos. Morte de Alfredo da Silva; sucedeu-lhe, como Presidente do Conselho de Administração, o seu genro, marido da sua única filha, Manuel de Melo. A CUF compreendia no Barreiro cerca de 6 000 empregados, operários e trabalhadores. A antiga Escola Primária foi substituída por um novo edifício com óptimas condições pedagógicas e higiénicas, podendo receber até 180 alunos de cada sexo; 1943 - a CUF edificou, junto aos antigos portões principais das fábricas, o novo Posto Médico (onde mais tarde foi montada a Maternidade *10) totalmente apetrechado, numa área de 660 m2 cobertos, que foi entregue à Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia União Fabril e Empresas Associadas. Grande e violenta greve, resultado da ruptura e afrontamento entre os operários e o patrão; em consequência o Barreiro foi invadido por forças policiais e foi decretado o recolher obrigatório; os portões da CUF fecharam por mais de um mês e foram despedidas dezenas de trabalhadores, perseguidos e presos os supostos cabecilhas que não conseguiram fugir; 1947 - foi inaugurado em Lisboa o moderno Hospital da CUF e foi criada a Escola Comercial e Industrial Alfredo da Silva pelo Decreto-Lei nº 35492 de 1945; 1948 - 1949 - foi construída a Colónia e Campo de Férias no sítio do Pego, em Almoçageme (concelho de Sintra); séc.20, anos 40 - estavam em funcionamento um Cinema e uma Biblioteca para os operários do Bairro Operário. A partir desta data a Companhia organizava regularmente colónias de férias em Almoçageme, por um período de 20 dias, destinadas aos filhos de operários; 1954 - iniciaram-se os trabalhos do Bairro Novo em terrenos da antiga Quinta da Fonte (a S. e a N. da Estação do Caminho de Ferro do Lavradio), onde foi construído, de um lado da linha do Caminho de Ferro, o Bairro dos Engenheiros e, do outro, o Bairro Novo para o pessoal não engenheiro; 1955 - no dia 16 de Julho foi inaugurada festivamente a primeira fase do Bairro Novo. Ao acto inaugural presenciaram o Subsecretário de Estado do Comércio e Indústria, o engenheiro Magalhães Ramalho, o Presidente do Conselho de Administração da CUF, Manuel de Melo e os seus filhos, Jorge de Melo e José Manuel de Melo *11 e altos dirigentes da empresa, o Governador Civil de Setúbal, Dr. Miguel Bastos, e o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, o engenheiro António Augusto Pessoa; 1958 - a CUF ocupava uma área de 790 000 m2 distribuída pela "zona fabril" com edifícios, arruamentos, parques e cais conquistados ao rio, e uma "zona social" com centro educativo, refeitórios, creches (onde as mães operárias se podiam deslocar duas vezes ao dia para dar a mamada aos seus filhos recém-nascidos), infantário, bairros operários e parque desportivo. Possuía ainda cerca de 1 355 000 m2 de área livre: 900 000 m2 para a área fabril, 210 000 m2 para a área social e 245 000 m2 que ainda não tinham destino. As fábricas agrupavam-se em seis zonas de produção distintas: a "zona dos ácidos" (com cerca de 300 operários), a "zona dos adubos" (com 200), a "zona do cobre" (com 300), a "zona Norte" (correspondente à Química Orgânica, com 300), a "zona metalomecânica" (onde se incluíam a fundição do ferro e do aço, as oficinas de construção mecânicas, de construções metálicas e navais, com cerca de 1 000) e a "zona têxtil" (com fiação e tecelagem de juta, fiação da lã, a tinturaria, a confecção de tapetes, lonas, precintas e mangueiras, o fabrico de fios e cordas, velas e encerados com 3000); 1961 - no dia 21 de Fevereiro o Cinema-Ginásio apresentou em ante-estreia o documentário "Criando Fontes de Trabalho" de Filipe Salmos, mandado efectuar pela administração da CUF e que teve como operador principal João Mendes, que visava mostrar a actividade das fábricas do Barreiro da CUF. A Moagem de Trigo e a Padaria cessavam a laboração; 1962 - o então Presidente da República, Almirante Américo Tomás, acompanhado por membros da sua Casa Militar e pelo Ministro da Economia, Dr. Corrêa de Oliveira, visitou a CUF; 1963 - foi iniciada a publicação de um boletim denominado "CUF - Informação Interna" destinado a "informar, formar, esclarecer e divulgar a vida da CUF no intuito de manter um clima de coesão interna, indispensável a quem trabalha" (SILVA PAIS, 1971); 1965 - comemoração do Centenário da CUF, que marcava a aprovação dos estatutos da empresa, por decreto de 30 de Agosto. Foi hasteada a bandeira do centenário num dos mastros do portão principal das fábricas, procedeu-se à distribuição de emblemas comemorativos a todo o pessoal e à apresentação de dois filmes expressamente feitos para o Centenário ("Vamos a Almoçageme" sobre a obra social da CUF desenvolvida na colónia de férias e "A Oliveira e a Pirite" com um resumo das actividades industriais da empresa); 1969 - a CUF expôs na III Exposição Industrial e de Artes Plásticas do Barreiro vários gráficos sobre a sua organização industrial. Foi decidido o encerramento da Escola Primária a partir do ano lectivo de 1973/ - 1974; séc. 20, anos 60 - nas fábricas laboravam cerca de 10 500 operários; 1970 - em Dezembro foi estabelecida uma nova organização da CUF, dividida em quatro sectores: Sector Químico; Sector de Alimentação, Higiene e Beleza, Sector Têxtil e Sector Metalo-Mecânico. O Supermercado foi ampliado e dispunha de uma Secção de Utilidades montada no edifício onde funcionou o Refeitório n.º 2 (na Av. da CUF); 1971 - a CUF ocupava 1 560 000 m2 de área fabril, 705 000 m2 de área industrial disponível a curto prazo e 265 000 m2 de área social. O Institut International de Promotion et de Prestige, com sede em Genève, entregou à CUF "Le Trophée International de l`Industrie". Os Refeitórios, que inicialmente eram três, estavam agora reduzidos a dois: Refeitório n.º 1 (no Bairro Operário) e o n.º 3 (à beira do antigo troço da E.N. 10-3, para o Lavradio); 1975 - a CUF foi nacionalizada; 1990 - a Quimiparque demoliu alguns edifícios a S. e SE. e passou a alugar as habitações devolutas a empresas, procedendo à sua recuperação; 1992 - demolição dos edifícios nos 5 e 7 da R. dos Óleos. Os Edifícios nas R. do Ácido Sulfúrico (nºs. 2, 11 e s/n) e dos Superfosfatos (nºs. 6, 8, 10 e 12) aguardavam desocupação para posterior demolição; 2002 - todas as habitações correspondentes ao Bairro Velho situadas a S. e SE. do actual bairro foram demolidas; ; 2017, 06 fevereiro - um grupo de cidadãos chamou a atenção para a possível demolição do antigo Posto Médico da CUF; 12 fevereiro - um grupo de cidadão elabora um requerimento solicitando a classificaçã; 05 maio - proposta do Departamento dos Bens Culturais da DGPC no sentido da abertura do procedimento de classificação do conjunto de imóveis ligados à atividade industrial e à obra social da Companhia União Fabril (CUF); 05 maio - é publicado o Anúncio n.º 79/2017, DR, 2.ª série, n.º 108, com despacho de abertura do processo de classificação; 2019, 01 julho - é publicado o Anúncio n.º 115/19, DR, 2.ª série, n.º 123, com o projeto de decisão faverável relativo à classificação como conjunto de interesse público (CIP) do conjunto de imóveis ligados à atividade industrial e à obra social da Companhia União Fabril (CUF). |
Dados Técnicos
|
Estrutura mista, estrutura autónoma, alvenaria de tijolo, betão armado, reboco de cimento, janelas em madeira de uma, duas e três folhas e pavimentos com calçada à portuguesa |
Materiais
|
Betão, calcário, tijolo, telha marselha, ferro fundido e madeira. |
Bibliografia
|
ALVES, Horácio F., A Vila do Barreiro - Ensaio para servir de Subsídio à sua História, Barreiro, 1940; MOTA, Mário, Cartas do Barreiro - Notas e Impressões, Lisboa, 1945; Homenagem a Alfredo da Silva, Separata do Boletim do Sindicato Nacional dos Comercialistas, n.º 4, Ano II, Lisboa, 1952; Cinquenta Anos da CUF no Barreiro - Companhia União Fabril, Lisboa, 1958; PAIS, Armando da Silva, O Barreiro Antigo e Moderno. As Outras Terras do Concelho, Barreiro, 1963; Idem, O Barreiro Contemporâneo. A Grande e Progressiva Vila Industrial, Vol. 1, Barreiro, 1965; Idem, O Barreiro Contemporâneo, Vol. 2, Barreiro, 1969; Idem, O Barreiro Contemporâneo. Factos e Figuras do Barreiro de Várias Épocas, Volume 3 e Miscelânea, Barreiro, 1971; Alfredo da Silva. Companhia União Fabril. Fábricas do Barreiro, Barreiro, 1971; MARTINS, Maria Belmira, Sociedades e Grupos em Portugal, Lisboa, 1973; DIOGO, Maria Paula Pires dos Santos, População e Indústria na Margem Sul do Tejo da Regeneração ao Estado Novo. Os Concelhos de Almada, Barreiro, Moita e Seixal, Lisboa, 1989; ALMEIDA, Ana Nunes de, A Fábrica e a Família - Famílias Operárias no Barreiro, Barreiro, 1993; TEIXEIRA, Jorge, O Barreiro que Eu Vi (Crónica - Autobiografia), Barreiro, 1993; JESUS, Carlos Alberto O. (Carló), O Meu Bairro, Barreiro, 1994; BARRACHA, Alexandra e CARMONA, Rosalina, Inventário do Património Imóvel do Concelho do Barreiro, Barreiro, 1999; Acervos Museológicos do Barreiro. Percursos de uma Identidade, Barreiro, 2001; C.M.B., WWW.cm-barreiro.pt, 4 Abril 2002; CUF, WWW.cuf.pt, 4 Abril 2002. |
Documentação Gráfica
|
DGEMN:DSID; CMA; Quimiparque (Barreiro): Arquivo da Partest. |
Documentação Fotográfica
|
DGEMN:DSID; CMA; Quimiparque (Barreiro): Arquivo da Partest. https://www.arquivocufalfredodasilva.com/docs/ [a consultar] |
Documentação Administrativa
|
DGEMN:DSID; Quimiparque (Barreiro): Arquivo da Partest. |
Intervenção Realizada
|
QUIMIPARQUE: 1990 - recuperação de algumas habitações devolutas que passaram a ser alugadas a empresas. |
Observações
|
*1 referente à classificação do Conjunto de imóveis ligados à atividade industrial e à obra social da Companhia União Fabril (CUF): Casa-Museu Alfredo da Silva (v. IPA.00011813); antigo Posto da GNR; edifícios da primeira geração Stinville (1907-1917); edifícios da antiga central a vapor; (...) Armazém de Descarga e Moagem de Pirites; Bairro Operário de Santa Bárbara, Mausoléu de Alfredo da Silva (v. IPA.00006634); Silo de Sulfato de Amónio (1952); Silo de Enxofre (1960); e Museu Industrial e Centro de Documentação (antiga Ventral Diesel, 1928-1937) (v. IPA.00007030); * 2 A CUF resultou da fusão, em 1897, da empresa Aliança Fabril Lda., de Alfredo da Silva e da União Fabril de Henry Burnay; *3 A CUF edificou neste local parte do Bairro Operário, o Cinema Ginásio/Casa de Cultura dos Trabalhadores e os campos desportivos do Grupo Desportivo da CUF; *4 Pertenceu à família Paula Bastos e mais tarde à de Nicola Covacich; *5 Com a abertura da fábrica da CUF um extraordinário afluxo de gente dirigiu-se ao Barreiro à procura de trabalho surgindo o "Bairro da Folha" ou "Bairro da Palmeira" instalado na Quinta das Palmeiras, mesmo ao lado da fábrica. Apesar da abertura do Bairro Operário, o "Bairro da Folha" continuou a crescer. A origem deste bairro terá tido início aquando da povoação inicial, com os operários agrícolas que trabalhavam nas quintas que ali existiam. Estes bairros tinham uma separação bastante ténue e havia uma relação íntima entre os ocupantes, não fosse o caso da maior parte serem operários da CUF; *6 A CUF edificou neste local ainda o Refeitório n.º 1, a Mercearia, mais conhecida na época por Despensa da CUF e os Balneários; *7 As rendas mensais eram bastante económicas. De início 2$00, 2$50 e 3$00 para moradias de r/c, 4$00 e 4$50 para os primeiros andares, incluindo água e luz. Em 1945 as rendas iam no geral de 20$00 a 90$00, exceptuando duas moradias a 110$00 e dezoito a 125$00; *8 O nome vermelhos foi substituído pelo actual em 1936/39 no período da guerra civil de Espanha. Em Maio de 1943 foi inaugurada uma Biblioteca. Em 4 de Maio de 1965 o Grupo Desportivo Operário deixou de praticar desporto e abriu um amplo salão de festas com palco anexo à sua sede; *9 Das suas publicações destaca-se o "Boletim Cultural" editado em 1961, que foi suspenso em Dezembro de 1962 no nº 4. Em 27 de Janeiro de 1941 o Grupo Desportivo da CUF agregou a Liga de Instrução e Recreio CUF com a sua banda de música, passando a constituir um único clube com o nome de Grupo Desportivo e Recreativo da CUF. A equipa de futebol da CUF tornou-se um dos mais prestigiados clubes regionais e nacionais, sendo simultaneamente um instrumento de propaganda da empresa. Em 1944 o Grupo Desportivo e Recreativo da CUF passou a denominar-se Grupo Desportivo da CUF. Em 1962 iniciou certames de cinema de amadores; *10 As mulheres tinham um mês de licença de parto, recebiam o ordenado por inteiro e ganhavam ainda um subsídio de 1 200$00 mais um enxoval; *11 Em 20 de Dezembro de 1956 Manuel de Melo recebeu a "Medalha de Ouro" do Concelho e o título de Cidadão Honorário do Barreiro; *12 Na R. Liebig, n.º 9, uma janela foi substituída por uma porta, sendo desta forma alterada a distribuição total dos vãos; na R. Berthelot, n.º 4, uma janela foi substituída por duas ficando o antigo frontão, que rematava a janela original, desenquadrado. |
Autor e Data
|
Sara Andrade 2002 |
Actualização
|
Anouk Costa 2014 / Paula Tereno 2017 |
|
|
| |
| |