Teatro Garcia de Resende

IPA.00001161
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
 
Arquitectura cultural e recreativa, neoclássica, revivalista. Teatro de planta rectangular, com fachada sóbria, de linhas rectas, precedida de pórtico e com piso nobre assinalado por vãos encimados por frontões triangulares. Pano central rematado por frontão triangular, recuperando os motivos da arte clássica. Insere-se no grupo de auditórios de planta em ferradura, de cena contraposta, com uma sala que não excede 400 lugares, distribuídos por plateia, frisas, camarotes de primeira ordem, camarotes de segunda ordem e galinheiro; palco com pendente, dotado de proscénio e sub-palco. Salão Nobre com trabalho decorativo em gesso com molduras, pilastras e delicadas grinaldas de flores. Decoração do átrio e da sala com motivos revivalistas neo-mouriscos, e arcos em ferradura da sala. Uma das mais importantes salas de teatro portuguesas com grandes semelhanças com o Teatro de São Carlos e relações com o Teatro alla Scala de Milão.
Número IPA Antigo: PT040705050071
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos  Teatro  

Descrição

Planta rectangular, de volumetria compacta e de desenvolvimento longitudinal, aproveitando o desnível do terreno, e com coberturas diferenciadas em telhados de três e duas águas. Fachada principal a E. com embasamento de granito, três panos divididos por pilastras graníticas nos quais se abrem três linhas de vãos com molduras da mesma pedra. Pano central apresenta no piso térreo pórtico de cinco arcos graníticos de volta perfeita rematado por balaustrada de granito, abrindo-se por baixo da arcada três portas de moldura rectilínea rematada por cornija; no piso superior rasgam-se três janelas de sacada encimadas por frontões triangulares e acima destas três janelas quadrangulares com moldura de granito; remate com frontão triangular de granito decorado com máscaras, instrumentos musicais, uma palma, folhas de acanto e um friso de volutas. Panos laterais semelhantes entre si com duas portas de moldura rectilínea e cornija no piso térreo, duas janelas de sacada com guarda de ferro, moldura e frontão de granito, no primeiro piso, e duas janelas com molduras graníticas quadrangulares, no segundo piso; remate com cornija e beirado do telhado. Fachada lateral direita a N. com quatro registos divididos por pilastras, o da esquerda delimitado por cunhal e pilastra de granito com duas janelas de moldura rectilínea no piso térreo, duas janelas de sacada no piso intermédio com moldura e frontão triangular de granito e guarda de ferro, e duas janelas de moldura quadrangular no último piso; remate com cornija de granito e beirado do telhado. Pano seguinte com embasamento pintado de amarelo no qual se abre uma porta e portão de metal, rasgam-se sobre estas quatro filas de janelas com moldura pintada de amarelo, sendo a fila do fundo de três e as superiores de cinco cada uma; remate com cornija pintada de amarelo e beirado do telhado. O pano seguinte é delimitado por pilastras pintadas de amarelo, apresenta porta com moldura de granito no piso térreo e três janelas com moldura pintada de amarelo, uma em cada piso. O pano da direita apresenta embasamento de granito no qual se rasgam um portão e uma porta e ao lado destas duas pequenas janelas, sobre estes abrem-se três janelas com molduras pintadas de amarelo em cada um dos quatro pisos; remate com cornija pintada de amarelo e platibanda. Fachada lateral esquerda a S. idêntica à do lado oposto, mas apenas com uma porta no segundo pano da direita e três pequenas janelas no piso térreo do pano da esquerda. Fachada posterior a O. com embasamento alto pintado de aberto no qual se rasga porta com acesso por rampa adossada ao pano, sobre abrem-se cinco filas de janelas com molduras pintadas de amarelo, nove pequenas janelas numa primeira fila, sobre estas, ao centro, duas janelas de sacada em arco de volta perfeita, de cada lado destas quatro níveis de janelas, nos três primeiros rasgam-se quatro e no último duas; remate com cornija e frontão com óculo. INTERIOR: a organização dos espaços funcionais, públicos e técnicos, realiza-se a partir da divisão simples de um rectângulo em três partes, de áreas desiguais e em diversos pisos, sucedendo-se, depois de ultrapassada a porta principal, os espaços de estar e apoio (foyers, salão nobre e circulações verticais), o espaço cénico (o auditório) e o espaço técnico e de cena (a caixa de palco), incluindo-se neste os espaços de apoio à cena (camarins). A decoração interior obedece a um elaborado programa com recurso a materiais, técnicas e temas que contribuem para uma diversidade de cor e textura garantida pela aplicação do mármore, a utilização da madeira - entalhada ou com ornamentações em pasta de papel -, os revestimentos em tecido, o trabalho em estuque ou a pintura mural. ESPAÇOS DE ESTAR E APOIO - Átrio de planta rectangular com embasamento e moldura das portas de mármore; parede da direita com duas portas de madeira de três batentes e bandeira de vidro abertas por arco de volta perfeita para sala das bilheteiras e tela com moldura de madeira entre os vãos, remate com cornija pétrea. Parede da esquerda idêntica, onde se rasgam com duas portas de acesso ao bar. Parede da entrada com três arcos de volta perfeita onde se abrem portas para a rua e quatro telas entre estas enquadradas por friso pintado; sobre as portas, inscrições a dourado sob fundo verde, remate com cornija pétrea. Na parede fronteira à entrada principal abrem-se ao centro dois arcos geminados de volta perfeita para escadaria de acesso à sala e outros dois, nas pontas, para dois degraus que conduzem ao corredor lateral; entre os arcos centrais e os laterais existem duas telas com moldura de madeira enquadradas por friso pintado e medalhão com rostos dos fundadores do teatro entre os arcos geminados. Tecto do átrio com pintura a óleo simulando uma colcha adamascada amarela, decorada com armas da cidade ao centro e segura por cordões nos cantos , enquadrada por frisos e cartelas decorados por motivos vegetalistas e volutas; pavimento decorado com motivos geométricos em mármore branco, preto, cinza e castanho. Escadaria de acesso à sala em mármore com dois arcos de volta perfeita de cada lado, os primeiros fechados por varandim de ferro e os segundos conduzem ao corredor de circulação em redor da sala onde se abrem portas para frisas; tecto sobre a escadaria decorado a estuque com motivos geométricos pintados a vermelho, verde e amarelo. Acesso aos camarotes através de escadas de madeira com guarda de ferro forjado, distintas das que conduzem ao "galinheiro". Primeiro piso com três salões frente ao foyer; salão nobre de planta rectangular, decorado com estuque branco sobre fundo azul claro, apresenta pilastras estriadas adossadas, molduras entre os vãos e motivos florais, grinaldas e volutas; através de dois arcos de volta perfeita na parede da direita transita-se para o salão rosa e na parede oposta dois arcos conduzem ao salão verde; na parede da frente abrem-se três janelas para a fachada principal. ESPAÇO CÉNICO: AUDITÓRIO - sala de planta em ferradura, constituída por dois espaços independentes ligados pela boca de cena em arco abatido (10,8 m x 10 m ), dotada de fosso de orquestra para 20 músicos (embora parcialmente anulado) e contando com uma lotação de 340 lugares distribuídos por plateia, frisas, camarotes de primeira ordem, camarotes de segunda ordem e galinheiro (70). Plateia com pendente, de coxias longitudinais central e laterais e transversais de fundo, com cadeiras fixas, em madeira, forradas de tecido vermelho; pavimento de madeira e paredes em estuque; tecto de tela decorado com pintura a óleo representando o céu, onde esvoaçam querubins e figuras alegóricas, com esfera armilar dourada ao centro onde se lê "Garcia de Resende"; enquadrando a cena simulam-se elementos arquitectónicos revivalistas que sugeram a continuidade do espaço físico da sala. Guardas das frisas e dos camarotes de madeira decoradas por friso pintado com motivos geométricos, medalhões com rostos e motivos vegetalistas; peitoris forrados de tecido vermelho e friso saliente de onde pendem os candeeiros metálicos de iluminação incandescente, divisórias dos compartimentos de madeira pintadas de branco e interiores forrados de papel aveludado vermelho. A sala dispõe de climatização provisória (aquecimento). ESPAÇOS TÉCNICOS E DE CENA: PALCO - com largura de 30 m e profundidade de 23 m, dispondo de coxias laterais e de fundo, com pendente de 3, 5 %, paredes brancas, soalho de madeira disposto paralelamente à boca de cena e, a partir do sub-palco, acesso de carga directo à rua. Tem proscénio. Dispõe de sub-palco (com 4 m de altura) de estrutura fixa em madeira, dotado de quarteladas, sistema de monta-cargas e movimentação de cenários; pavimento de cimento e portas para galerias de circulação, subterrâneas à plateia, com esquema idêntico às coxias desta *1; é utilizado como armazém. A caixa de palco tem teia com estrutura e piso em madeira, a 22 m de distância do piso do palco, falsa teia, igualmente em madeira, montada a 25 m , e uma ordem de varandas laterais, contando ainda com uma varanda intermédia à direita. A regie de som e a regie de luz partilham o mesmo espaço, localizado ao fundo da sala, no camarote frontal de segunda ordem. ESPAÇOS DE APOIO E DE CENA: CAMARINS (18) e SALAS DE PRODUÇÃO localizam-se ao fundo palco, distribuindo-se por diversos pisos e abertos para corredor de circulação, protegido por guarda em ferro.

Acessos

Praça Joaquim António de Aguiar; Jardim das Canas (antiga Praça Dom Pedro).

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 / Incluído no Centro Histórico da Cidade de Évora (v. PT04040705050070)

Enquadramento

Urbano, isolado, dentro das muralhas da cidade. Voltado para praça com circulação automóvel, passeio de calçada em granito contornando o edifício, jardim ao longo da fachada lateral esquerda e largo térreo com estacionamento na fachada posterior.

Descrição Complementar

MECÂNICA DE CENA: sistema de suspensão - 10 varas manuais simples de madeira, 9 varas contrapesadas duplas em aço e 5 varas motorizadas duplas em aço (uma no proscénio), tendo estas últimas um sistema de comando de botoneiras; ILUMINAÇÃO CÉNICA: dimmers - 13 circuitos digitais; sistema de comando - órgão de luzes digital; equipamento de apoio à iluminação - 13 calhas electrificadas para varas; equipamento de iluminação - 150 projectores, além de tangões (inoperacionais). SONORIZAÇÃO CÉNICA: 6 microfones, colunas de som, equipamento de gravação/reprodução e mesa de mistura de som permitindo a realização de conferências, a reprodução de suportes para espectáculos diversos, o reforço acústico para espectáculos de teatro e espectáculos de música. AUDIOVISUAIS - projecção vídeo, com instalação fixa do projector. COMUNICAÇÕES CÉNICAS: sistemas de ring intercom e de telefones. EQUIPAMENTO CÉNICO: Cortina de boca de abrir para cima, em tela pintada, suspensa numa vara contrapesada; cena preta em flanela; ciclorama em PVC; 14 praticáveis tipo nivoflex; linóleo para dança preto e branco. DECORAÇÃO INTERIOR: Encimando a entrada principal do átrio podem ver-se as datas "1881-1888-1890", sobre as restantes portas do átrio podem ler-se os nomes "João Vaz", "António Ramalho", "Luigi Manini", "Leandro Braga", "J. Eloy Amaral", "J. Henriques", "M. O. e Silva", "Olímpio Coelho", "Simões de Almeida", "R. Castro", "D. Meira" e "Manuel da Costa". As paredes do átrio entre os arcos são decoradas por telas com moldura de madeira onde se representam as figuras alegóricas da Música, Dança, Literatura e Comédia.

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: teatro

Utilização Actual

Cultural e recreativa: teatro

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Projecto de ARQUITECTURA - Eng. Adriano Augusto da Silva Monteiro (1846-1925), com a colaboração do músico e compositor Sebastião Limpo Esquível (1836-1889) e do actor Manuel Carreta. MESTRE CONSTRUTOR: Manuel de Oliveira e Silva; APONTADOR DE OBRA: Joaquim Soares de Oliveira; MESTRE CARPINTEIRO: Olímpio Coelho; MESTRE PEDREIRO: José Maria da Costa. FORNECEDORES DE MATERIAIS - António Moreira Rato & Filhos (cantarias), J. Lino (madeira), João Dâmaso da Costa Varela (cal) (*2), Mateus de Jesus Peixe (lambazes e tijolos), João Nunes, Joaquim da Silva, Costa Varela e Bernardo José da Cruz (pedra para alvenaria), Lourenço Pedro da Silva e Bernardino Alves (areia), empresa Viúva Inês Antónia Rosado e Antónia Maria Engeitado (ferragens), Sociedade Cocheril (vigas de ferro para as coberturas) (*3). DECORAÇÃO DO INTERIOR - ENTALHADOR: Leandro Braga (1839-1897); DOURADOR: Manuel José da Costa; ESTUCADOR: Domingos Meira; PINTORES: António Ramalho (1858-1916), João Vaz (1859-1931), e João Eloy Amaral (18??-1927). EQUIPAMENTO CÉNICO (incluindo dotação de cenários): Luigi Manini (1848-1936). MECÂNICA DE CENA: J. Henriques. Projecto de REMODELAÇÃO (1966): Arquitecto Rui do Couto (1917-1998). Programa base do projecto de RECUPERAÇÃO (década de 1980): GPA - Grupo de Planeamento e Arquitectura (arq. Maurício Vasconcelos).

Cronologia

1880 - De um grupo de sócios do Círculo Eborense parte a iniciativa da fundação de um novo teatro em Évora, organizando-se para o efeito uma sociedade e constituindo-se logo uma comissão técnica destinada a coordenar os trabalhos, fazendo parte dela: Adriano Augusto da Silva Monteiro, Francisco Inácio de Calça e Pina, Joaquim Sebastião Limpo Esquível, Manuel José Carreta e Simão Fonseca Lemos Monteiro; 1881 - segundo Sousa Bastos, os estudos duraram três meses e a aquisição da propriedade fez-se através da cedência de um terreno pertencente ao Conde da Costa " pelo foro anual de 15$000 réis " (p. 339) e ainda pela compra de uma casa a Pereira Rosa no valor de 240$000 réis; 1881, Março 13 - data da conclusão do projecto pelo engenheiro Adriano Augusto da Silva Monteiro (SILVÉRIO et al., 1979); 1881, Abril, 1 - realização da escritura da constituição da sociedade da "Companhia Eborense Fundadora do Teatro Garcia de Resende"(SILVÉRIO et al., 1979); 1881, Abril, 11 - início da construção *2; 1881, Outubro, 31 - cerimónia de colocação, no interior de um dos cunhais, de um documento com a história da fundação (SILVÉRIO et al., 1979); 1883, Maio - esgotam-se todos os recursos e a obra paralisa (SILVÉRIO et al., 1979); 1888 - recomeçam as obras no teatro por iniciativa do Dr. Francisco Eduardo Barahona Fragoso, incluindo as despesas com a decoração, cenário e aquisição de mobílias: a António Ramalho, João Vaz e Leandro Braga se encomenda a ornamentação da sala e a Luigi Manini o cenário; 1892, Abril, 4- é lavrado o auto de posse através do qual o Teatro é cedido ao município (SILVÉRIO et al., 1979); 1892, Junho, 1 - inauguração do teatro com a Comédia de Eduardo Schwalbach "O Íntimo" pela Companhia de Teatro D. Maria II (BASTOS, 1908); 1941 - é danificado por um ciclone, tendo ficado completamente destelhado o que provocaria danos nas pinturas e talhas douradas do tecto; 1943 - são elaborados dois estudos de alteração e ampliação do edifício pelos arquitectos Amílcar Pinto e Jorge Segurado que nunca chegam a ser implementados (FARIA e LIMA, 1992); 1943-1966 - é alugado a empresas cinematográficas para cinema, teatro, concertos e bailes (SILVÉRIO et al., 1979); 1949-1950 - funciona na cave o Posto Médico (SILVÉRIO et al., 1979); 1950 - põe-se a hipótese de adaptar o teatro a estúdio da Emissora Nacional (SILVÉRIO et al., 1979); 1957, Julho, 5 - auto de vistoria da Câmara indica-o em mau estado (SILVÉRIO et al., 1979); 1966 - renova-se a instalação eléctrica com verba dada pelo Conselho do Teatro e o pano da boca de cena é recuperado pela Fundação Calouste Gulbenkian (SILVÉRIO et al., 1979); 1966-1969 - realização de obras com subsídio da Fundação Calouste Gulbenkian em que se altera profundamente a fachada e quase todo o alçado N. e S., (SILVÉRIO et al., 1979); 1975 - instala-se no edifício o Centro Cultural de Évora, início dos trabalhos de renovação; 1990 - criação do CENDREV: Centro Dramático de Évora; 1994 - Prémio Europeu de Conservação do Património, no valor de 14 mil contos; 1998 - o arquitecto Fernando Távora é convidado a elaborar um projecto para um novo espaço teatral adjacente ao actual; 2006, Novembro - levantamento do sub palco pela DGEMN.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria rebocada, granito nos vãos, pilastras, cunhais e balaustradas, madeira na boca de cena e nas guardas da sala, metal nos candeeiro, tecido nas cadeiras e papel nos camarotes; madeira e mármore nos pavimentos, tela nas cobertura.

Bibliografia

Estatutos da Companhia Eborense Fundadora do Teatro Garcia de Rezende, Évora, Typografia e encadernação Bravo, 1881; Relatório da Gerência da Direcção da Companhia Eborense Fundadora do Theatro Garcia de Rezende desde o dia 18 de Março até 31 de Outubro de 1881 e respectivo parecer do Conselho Fiscal, Évora, Typografia Eborense de F. C. Bravo, 1881; Relatório da Gerência da Direcção da Companhia Eborense Fundadora do Theatro Garcia de Rezende desde o dia 1.º de Novembro de 1881 até 30 de Abril de 1882 e respectivo parecer do Conselho Fiscal, Évora, Typografia da Casa Pia, 1882; Relatório da Gerência da Direcção da Companhia Eborense Fundadora do Theatro Garcia de Rezende desde o dia 1.º de Maio até 31 de Outubro de 1882 e respectivo parecer do Conselho Fiscal, Évora, Typografia da Casa Pia, 1882; Relatório da Direcção da Companhia Eborense desde o dia 1 de Novembro de 1882 até 30 de Abril de 1883 e respectivo parecer do Conselho Fiscal, Évora, Typografia da Casa Pia, 1886; SILVA, D. Bruno da, À Posteridade, esboços biográficos dos excelentíssimos esposos Francisco Eduardo Barahona Fragoso e D. Ignacia Angelica Fernandes de Barahona doadores do Município de Évora do Theatro Garcia de Resende. Lisboa, Tip. Castro Irmão, 1891; SOUSA BASTOS, Carteira do Artista: apontamentos para a História do Teatro Português e Brasileiro, Lisboa, Antiga Casa Bertrand, 1898; MANOEL, Caetano da Câmara, Atravez a Cidade de Évora ou Apontamentos sobre a Cidade de Évora e seus Monumentos, Évora, Minerva Comercial, 1900; SOUSA BASTOS, Dicionário do Teatro Português, Lisboa, Imprensa Libânio da Silva, 1908; MANOEL, Joaquim Augusto da Câmara, Notas sobre o Teatro Garcia de Resende, Notícias de Évora, 22 e 24 Fev., 1938; MANOEL, Joaquim Augusto da Câmara, O Quinquagésimo Aniversário do Teatro Garcia de Resende, A Cidade de Évora, A.1, n.º1, Dez. 1942, pp. 20-27; SILVÉRIO, Hermínia Luísa Amendoeira, SILVÉRIO, Maria Apolónia Amendoeira, SANTOS, Maria Etelvina Fernandes Cunha Martins dos Santos, ROSÁRIO, Maria Hermínia Campos de Melo Colaço do, O Teatro Garcia de Resende, A Cidade de Évora, nº 61/62, Évora, 1979; ESPANCA, Túlio, Subsídios para a História Contemporânea da Cidade: I - O Teatro Garcia de Resende, A Cidade de Évora, n.º 65-66, 1982/83, pp. 211- 246; LIMA, Miguel, Um teatro à italiana, Adágio, A.1, S.I, n.º 3, Mar.-Abr.1991, pp.46-51; FARIA, João Carlos e LIMA, Miguel, A Recuperação do Teatro Garcia de Resende, in Arqueologia e Recuperação dos Espaços Teatrais, Lisboa, ACARTE/FCG, 1992, pp. 187-204; BORGES, Ana Maria de Mira; LOPES, Maria de Lurdes C. Vieira da Silva Pereira (coord.), Teatros e Cine-Teatros da Região Alentejo, Évora, 1995; GEO - Gabinete de Estudos Olisiponenses (org.), Leandro Braga e as Artes Decorativas, 1893-1897, Lisboa, CML, 1997; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatório da intervenção nos estuques do Salão Nobre, Cacém, 1998; MACHADO, Carlos (pesquisa, org. e textos), Centro Dramático de Évora: 25 anos em cena, Évora, CENDREV, 2000; ALMEIDA, Carmen, Riscos de um Século: memórias da evolução urbana de Évora, Évora, 2001; CARNEIRO, Luís Soares, Teatros Portugueses de Raiz Italiana, Porto, FAUP, 2002 (Dissertação de Doutoramento em Arquitectura. Texto policopiado); CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA, Francisco Barahona, Benemérito da Cidade de Évora. Comemoração do Centésimo Aniversário da Morte, Évora, Câmara Municipal, 2005; CARITA, Hélder, ALVES, João Cruz (coord. Editorial), Luigi Manini: Imaginário e Método, Arquitectura e Cenografia, s.l., Fundação CulturSintra, 2006; CENDREV, Mário Barradas: um homem de teatro, Évora, Revista Adágio, 2006; BANDEIRA, Filomena, O Teatro Garcia de Resende: a pertinência de um inventário para a avaliação de uma herança, Monumentos, n.º 26, Abril 2007.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN / DSID; CME: Arquivo Municipal, Departamento do Centro Histórico Património e Cultura, Departamento de Ordenamento e Gestão do Território, Núcleo de Documentação; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra; IGAC: Proc. n.º 07.05.0036;

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DSID; CME: Arquivo Fotográfico; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN / DSID / DREMS; Arquivo Distrital de Évora: Arquivo Histórico Municipal de Évora, Livros n.ºs 190 a 192; CME: Arquivo Municipal, Departamento do Centro Histórico Património e Cultura, Departamento de Ordenamento e Gestão do Território, Núcleo de Documentação; IGAC: Proc. 07.05.0036; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Intervenção Realizada

CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA: 1936-1937 - Renovação da instalação eléctrica; 1943 - Recuperação do telhado. CINE REX, Lda.: 1943 - construção das cabinas de projecção e enrolamento. CINEMAS DE ÉVORA, Lda.: 1962 - Obras de beneficiação: substituição de peças de madeira desgastadas, envelhecidas ou atacadas por fungos na armação da cobertura, na teia e na varanda de palco, nas escadas de acesso à 3.ª ordem e nas portas e janelas exteriores e interiores; bar (canalização de água e criação dos respectivos esgotos, substituição do balcão); instalações sanitárias femininas (remodelação dos sanitários e ligação aos esgotos da rede geral); auditório: recolocação dos candeeiros, melhorando a visibilidade para o palco; limpeza e retoques pontuais nas decorações da estrutura dos camarotes e da boca de cena; limpeza da pintura do tecto; remodelação da plateia, com substituição das cadeiras); espaços de estar e apoio ao público (pintura e restauro "nos locais susceptíveis de receberem esta beneficiação, sem que por isso fossem alteradas as características predominantes" *3). CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA: 1967-1968 - Remodelação exterior da fachada principal, 1.ª fase; 1968-1969 - Remodelação exterior das fachadas laterais, 2.ª fase. CENTRO CULTURAL DE ÉVORA / FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN: 1975 - obras de conservação: vedação e conservação do telhado, vãos e paredes e revisão da instalação eléctrica; auditório: montagem de uma nova plateia; "cave": recuperação de espaços para oficinas de apoio teatral e preparação de cenários; caixa de palco: construção de uma teia nova; equipamento: renovação do equipamento cénico, de luz e som. CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA: 1990, década de - obras de conservação e recuperação: instalação de nova rede eléctrica, incluindo sistema de detecção de incêndios; instalação da rede e sistema de combate a incêndios; instalação do sistema de aquecimento, com calafetagem interior da cobertura na zona do palco; aquisição e montagem de armaduras de iluminação de emergência; cobertura: reparação e consolidação da estrutura de madeira e respectiva impermeabilização; instalações sanitárias: construção de uma nova e remodelação das três existentes; zona da 3.ª ordem e escadas: pintura de paredes e tectos, segundo os tons originais; recepção (antiga bilheteira): remodelação; átrio: restauro da pintura decorativa; palco: substituição do pavimento, respeitando a estrutura da mecânica de cena primitiva; 1998 - auditório: restauro das pinturas do tecto, substituição do pavimento e estrutura de suporte da plateia (em madeira de casquinha com pré-imunização contra xilófagos e aplicação de pintura anti-fogo), substituição e colocação de 158 cadeiras na plateia (concebidas para a remodelação de teatros antigos, de desenho clássico e resistentes ao fogo); 1999 - Salão Nobre e salas comunicantes: restauro dos estuques e pinturas; Sala Barahona: restauro dos estuques e pinturas; bar: remodelação integral, incluindo recuperação da pintura decorativa; camarins: remodelação integral, incluindo mobiliário; auditório: colocação da vara de iluminação de proscénio; caixa de palco: colocação do Sistema de Raques; circulações: reparação dos pavimentos de madeira e colocação de alcatifa ignífuga nas zonas de desgaste; 1999 / 2001: auditório - frisas e camarotes: pintura, substituição do papel, com respeito pelo desenho e material originais, colocação de reposteiros de veludo e de alcatifas e substituição das cadeiras, por outras novas; 2005 - obras parciais de manutenção ligadas, sobretudo, à segurança - caixa de palco: limpeza do subpalco e instalação de um quadro eléctrico; auditório: limpeza da subplateia e supressão dos reposteiros das saídas laterais da plateia; foyer da Sala Estúdio (3.ª ordem): reparação do estuque do tecto; instalações sanitárias para o público: colocação de acessórios (suportes de papel higiénico, doseador de sabonete líquido, etc.); instalação de um sistema provisório de iluminação de emergência e de sinalética; aluguer de um gerador de emergência; revisão da central de detecção de incêndios e de alguns detectores de fumos; substituição de extintores; colocação de inibidores de estacionamento junto às portas de saída de emergência; instalação de plataforma para deficientes; reparação da caixilharia das fachadas.

Observações

*1 - Aqui se localizava o primitivo sistema de aquecimento por caldeiras com tubagem que conduzia, por ascensão, o ar quente à sala através de respiradores metálicos ainda hoje existentes; *2 - Cf. Companhia Eborense Fundadora do Theatro Garcia de Resende. Livro para Registo da Correspondência Expedida, 1881, Arquivo Distrital de Évora - AHME, Livro n.º 192, f. 2, 3 e 4. Também no processo do Teatro Garcia de Resende, existente no Arquivo Municipal da CME, constam inúmeras referências a fornecedores. Esta documentação, reunida nas pastas "Fornecimentos" e "Tesouraria", não foi analisada exaustivamente. Apenas identificamos aqui alguns dos fornecedores de materiais associados à primeira fase de construção (1881-1883); *3 - Estes últimos fornecedores são enumerados por ESPANCA (1982/83, 213), a partir de levantamento efectuado sobre a documentação existente no Arquivo Municipal, referida na nota anterior. Sobre a Sociedade Cocheril, explicita o mesmo autor tratar-se de uma empresa estrangeira, com delegação em Lisboa, que terá fornecido 77 vigas de ferro provenientes da Bélgica; *4 - No projecto de obras de beneficiação não são identificados os locais onde esta intervenção ocorreu embora se perceba que tal se efectuou no átrio, salão nobre ou circulações (v. IGAC: Proc. n.º 07.05.0036); *5 - Os elementos relativos ao projecto de intervenção global no Teatro Garcia de Resende foram colhidos na "Memória Descritiva e Justificativa" do Projecto de Adaptação do edifício às exigências de segurança (CME - DOGT/GOT, Out. 2006). O projecto está na fase de Licenciamento da Arquitectura, dele constando desenhos relativos ao levantamento do "Existente" e à "Proposta".

Autor e Data

Helena Mantas e Marta Gama 2002 / Filomena Bandeira 2006

Actualização

 
 
 
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