Capela de Nossa Senhora do Baluarte

IPA.00011334
Moçambique, Nampula, Ilha Moçambique (M), Ilha Moçambique (M)
 
Arquitectura religiosa, tardo-gótica e seiscentista. Capela de planta centralizada quadrangular, com cabeceira poligonal, interiormente coberta por abóbada de nervuras, e de fachadas rematadas em cornija recta e ameias, acedida por portal de verga recta entre janelas rectangulares, encimadas por elementos heráldicos, a que se acrescentou no séc. 17 amplo alpendre, com arcos de volta perfeita frontais e laterais.
Número IPA Antigo: MZ910703000003
 
Registo visualizado 4264 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta quadrangular com remate da cabeceira poligonal, precedida por amplo nártex rectangular e tendo adossado à fachada lateral esquerda sacristia rectangular. Volumes articulados com coberturas em terraço no nártex, em telhado de quatro águas na capela e de perfil curvo na sacristia. Fachadas rebocadas e caiadas de branco, a principal virada a SO.. Nártex terminado em cornija de cantaria, frontalmente coroado por pináculo recortado central e rasgado por dois arcos de volta perfeita sobre pilares; na fachada lateral esquerda rasgam-se três arcos assentes em murete e na oposta dois arcos e vão rectilíneo, precedido por escada, junto ao qual possui no interior do nártex púlpito sobre coluna; sobre o parapeito da fachada esquerda dispõe-se sineira em arco de volta perfeita, desnuda. A capela é coroada por cornija assente em mísulas dispostas em ritmo apertado, e merlões recortados que encobrem a cobertura, possuindo em cada um dos lados uma gárgula zoomórfica. A capela tem acesso por portal de verga, com moldura pintada de branco encimada por brasão com as armas de Portugal, entre duas esferas armilares de cantaria relevadas; ladeiam o portal duas janelas rectilíneas, gradeadas. A sacristia tem adossada frontalmente escada de acesso à cobertura, com guarda plena, e na fachada lateral esquerda abre-se pequeno vão. INTERIOR da nave de espaço único, com as paredes rebocadas e caiadas, e cobertura em abóbada de nervuras, com bocetes decorados por esfera armilar e cruz da Ordem de Cristo Na parede testeira abrem-se três troneiras cruzetadas, com nicho em arco. Mesa de altar em pedra.

Acessos

Pela Fortaleza de São Sebastião. WGS84: 15º 02' 03'' S., 40º 44' 09'' E.

Protecção

Incluído na Ilha de Moçambique (v. MZ910703000011)

Enquadramento

Marítimo, isolado, construído num baluarte avançado da Fortaleza de São Sebastião (v. MZ910703000002), construído numa cota muito inferior à mesma, protegido por parapeito com canhoneiras, com pavimento em terra. O seu acesso só é possível a partir da fortificação.

Descrição Complementar

Recebeu posteriormente, acredita-se que durante o século 17, um alpendre como o das igrejas portuguesas da Índia.

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Deconhecido.

Cronologia

1498 - chegada de Vasco da Gama à ilha de Moçambique; 1507 - construção da feitoria, sendo no início uma simples torre, denominada Forte de São Gabriel, e ficando mais tarde conhecida por Torre Velha; séc. 15 - construção de um pequeno baluarte artilhado, para defesa da parte norte da ilha; 1522 - construção da Capela de Nossa Senhora do Baluarte nesse mesmo baluarte N. da fortificação, possivelmente sob ordem de D. Pedro de Castro; 1535 - planta da ilha de Moçambique de Bocarro representa a capela já com um pequeno corpo disposto frontalmente; 1561 - data da lápide sepulcral do governador da Índia D. Garcia de Sá; 1577 - data inscrita na lápide sepulcral de D. António de Castro, irmão do construtor da capela; 1588 - data do falecimento do jesuíta D. Sebastião de Morais, o primeiro bispo do Japão; séc. 17 - época provável da construção do alpendre actual da capela; posteriormente entaiparam-se parcialmente os arcos do alpendre; 1873 - data da lápide sepulcral de Rodrigues Coelho do amaral; 1991 - incluído no Conjunto da Ilha de Moçambique, classificada como Património Mundial pela UNESCO; 2005 - vandalização de lápide sepulcral do interior.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra, rebocada e caiada; brasão, esferas armilaree outros elementos em cantaria; porta de madeira; grades em ferro; pavimento de lajes; cobertura em telha de cadudo.

Bibliografia

DIAS, Pedro, História da Arte Portuguesa no Mundo. Espaço do Índico, Lisboa, 1998, pp. 356-380; IDEM, Arte de Portugal no Mundo. África Oriental e Golfo Pérsico, Lisboa, Público - Comunicação Social, S.A., 2008; Ilha de Moçambique em perigo de desaparecimento. Uma perspectiva histórica, um olhar para o futuro, Lisboa, 1983; RAU, Virgínia, Aspectos étnico-culturais da Ilha de Moçambique em 1822, Lisboa, 1963; http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Moçambique, Abril 2011; http://maschamba.weblog.com.pt/arquivo/Ilha_Rua_Fronteira_ Reliquias.jpg, 2006; http://www.visitmozambique.net/pt/provincias/nampula/historia, Abril 2011.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1996 - obras de restauro com fundos da Comissão Nacional para os Descobrimentos de Portugal, conforme indicava uma lápide, entretanto retirada.

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Sofia Diniz 2002

Actualização

Manuel Freitas (Contribuinte externo) 2011
 
 
 
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