Capela de São Sebastião
| IPA.00005590 |
Portugal, Lisboa, Mafra, Ericeira |
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Capela rural de pequena dimensão e feição rustica, construída, provavelmente, no séc. 15 e reconstruída no 17, de acordo com uma estética maneirista. Integra-se no conjunto de pequenas capelas da denominada região saloia, caracterizadas por um exterior de tratamento arquitetónico austero, e por um esquema planimétrico interior básico, nave única, capela-mor e sacristia, por vezes, como é o caso, de grande riqueza decorativa. Apresenta, contudo, uma planta de características bastante inusuais para a região, resultante da articulação de um corpo inicial hexagonal, nave e capela-mor, e de um corpo retangular, acrescido posteriormente, para sacristia e dependências anexas. Fachadas rebocadas e integralmente caiadas de branco, rasgadas por vãos de verga reta e moldura de cantaria simples, igualmente caiada, e rematadas por friso e cornija, encimada por pináculos em forma de pinha nos ângulos. Cobertura em domo hexagonal, com pináculos em forma de pinha no topo, na nave e capela-mor, e em telhado, de duas águas na sacristia. Fachada principal rasgada por portal retilíneo, rematado por friso e cornija. Interior, com coberturas diferenciadas em cúpula na nave e em abóbada de berço na capela-mor e escassa iluminação interior, é totalmente revestido a azulejo de tapete (muros e cúpula), com dois padrões seiscentistas, com púlpito no lado do Evangelho, confrontante com pia de água benta concheada, datável do séc. 18. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras almofadadas, de acesso à capela-mor, onde surge um retábulo em mármore com embutidos, de corpo reto e um só eixo, cuja qualidade evidencia as possibilidades económicas da irmandade que administrava o templo. As portas possuem, jambas em cantaria, que assentam em plintos paralelepipédicos, com as faces almofadadas, integrando losango, solução também visível nos portais da Igreja Paroquial de São Pedro (v. IPA.00002613). |
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Número IPA Antigo: PT031109060055 |
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Registo visualizado 1601 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta poligonal, irregular, formada pela articulação, escalonada, de dois corpos de um só registo, o hexágono da nave, a que se adossa, a norte, o corpo retangular, da capela-mor, sacristia e dependências anexas. Fachadas rebocadas e integralmente caiadas de branco, rasgadas por vãos de verga reta e moldura de cantaria simples, igualmente caiada, e rematadas por friso e cornija, encimada por pináculos em forma de pinha nos ângulos. Cobertura em domo hexagonal, com pináculos em forma de pinha no topo, na nave, e em telhado, de duas águas na capela-mor e sacristia. Fachada principal, voltada a sul, rasgada por portal de verga reta, de moldura simples em cantaria, cujas jambas se apoiam em plintos paralelepipédicos onde se inscrevem almofadas em forma de losango; o vão é protegido por duas folhas de madeira, almofadadas e pintadas de castanho e por uma grade de ferro com decoração vazada vegetalista. Sobre a porta, surge uma lápide de cantaria com a inscrição: SÃO SEBASTIAO M e gravação dos atributos do santo (setas). Fachada lateral esquerda, virada a ocidente, de dois panos, o do anexo, rasgado por janela com moldura rebocada e pintada de branco, sobre este, é visível uma das faces cegas da capela, o segundo pano corresponde à da capela e é cego. Fachada lateral direita, virada a nascente, de dois panos, o da capela, rasgado por porta de verga reta, com as jambas assentes em plinto paralelepipédico, com almofadas em forma de losango, e o do pano do anexo, com porta de verga reta, à qual se acede por um degrau; sobre esta, é visível uma das faces cegas da capela, encimada por sineira em arco de volta perfeita emoldurada, com um cabeção de madeira que suporta sino de bronze. Fachada posterior, a norte, marcada pelo corpo da sacristia, com remate em empena triangular, encimada por pináculo em forma de pinha no vértice, e rasgado, no extremo direito, por porta de verga reta, com acesso por escada adossada, de quatro degraus. Sobre o anexo, é possível ver o pano correspondente à capela-mor. INTERIOR: nave única, hexagonal, com pavimento em tijoleira e paredes murárias e cúpula integralmente revestidas a azulejo de tapete polícromo, azul e amarelo sobre fundo branco, com dois padrões distintos nas paredes, sendo um mais rico no nível superior (padrão P-474 do módulo 4x4/4) e o padrão P-308 do módulo 2x2 (SIMÕES, 1997), separados por frisos; superiormente, as paredes são percorridas por friso de óvulos e dardos e por cornija em cantaria, pintada de branco. A cúpula da nave encontra-se revestida a azulejo de padrão estrelado, seccionado pelas nervuras com frisos de óvulos e dardos. No lado do Evangelho, surge a bacia do desaparecido púlpito, em cantaria de calcário e, no lado oposto, uma pia de água benta hexagonal com base gomeada, também em cantaria de calcário. Arco triunfal de volta perfeita, com fecho saliente e volutado, sobre pilastras toscanas, com os fustes almofadados, assentes em cubos, a do lado esquerdo suportando uma caixa de esmolas de madeira pintada de vermelho, com a inscrição ESMOLA PARA O MÁRTIR SÃO SEBASTIÃO. Elevada por um degrau a capela-mor, de planta retangular, de disposição transversal à nave e cobertura em abóbada de berço, é, igualmente, revestida a azulejo de padrão policromo, apresentando, na sua parede testeira, o retábulo em mármore polícromo, de corpo reto e um só eixo, definido por quatro colunas toscanas com fustes rosa, assentes em plintos paralelepipédicos com embutidos de mármore de temática vegetalista, entre as quais surgem quatro apainelados com embutidos semelhantes, formando motivos geométricos e vegetalistas, que se repetem no sotobanco. Ao centro, nicho em arco de volta perfeita, com fecho saliente, assente em pilastras toscanas, contendo uma peanha com a imagem do orago. Remate em friso e dupla cornija, encimado por frontão semicircular, com embutidos de várias tonalidades. Altar paralelepipédico revestido a azulejo; fronteiro a este, a mesa de altar, de madeira e assente em dois pilares oitavados. |
Acessos
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Largo de São Sebastião. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,970313; long.: -9,420305 |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 9/2018, DR n.º 2/2018, 2.ª série, 03 janeiro 2018 / ZEP *1, Portaria n.º 9/2018, artigo 2.º, DR n.º 2/2018, 2.ª série, 03 janeiro 2018 |
Enquadramento
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Urbano, isolado e destacado, implantado num amplo largo pavimentado a calçada de calcário com ligeiro declive; encontra-se separado da via pública que o envolve por plintos paralelepipédicos em calcário. Em redor da capela existem quatro bancos de jardim, em madeira pintada de verde e junto à via pública, outros dois do mesmo material; à fachada principal, adossam-se bancos de alvenaria, rebocados e pintados de branco. Localiza-se junto à falésia no extremo norte da vila, entre as praias do Algodio, ou do Norte, e de São Sebastião. Nas suas proximidades, situa-se a Igreja Paroquial de São Pedro (v. IPA.00002613). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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sécs. 15, finais - 16, inícios - provável datação da primeva construção da ermida, muito embora a tradição popular a atribua aos mouros, havendo ainda quem veja nela uma antiga abside romana, nenhuma destas hipóteses se afigura substancial, sendo de crer ser esta uma construção cristã da viragem para Quinhentos e a expensas da população local; 1567, 01 abril - procuração do povo da Ericeira passada a Gonçalo Dias, pescador, onde é estabelecida a obrigação de prover à fábrica e encargos da ermida de São Sebastião, por sujeição dos bens havidos dos constituintes e por haver dos seus sucessores; 17 setembro - pedido para se "alevamtar altar na irmida de Sam Sebastiam" pera nela dezer e se celebrarem outros ofícios devinos", a ermida estaria já construída, sendo que o altar estaria, muito provavelmente, no centro do polígono; 1678, 16 abril - autorização para se executarem obras na ermida, passada por D. Luís de Sousa (1630 - 1701), arcebispo de Lisboa, e que refere expressamente a necessidade de a reedificar e de lhe refazer o chão, pelo que se pode deduzir estar esta em ruína; por esta data é fundada a Santa Casa da Misericórdia da Ericeira para onde são transferidas as tumbas das confrarias existentes nesta ermida e na paroquial de São Pedro; nestas obras é acrescentado um novo corpo, para norte, onde figuram a capela-mor e, por detrás desta, a sacristia; provavelmente é também nestas obras que a ermida adquire a sua decoração integral a azulejo de tapete seiscentista; séc. 17 - nas visitações à paróquia de São Pedro da Ericeira, esta ermida é várias vezes citada por se encontrar devassa e nela se abrigarem mendigos e, nos dias santos, se fazerem nela bailes e banquetes pelos membros da Confraria de São Sebastião (inteiramente constituída por rapazes solteiros); 1702 - a visitação desse ano proíbe de forma veemente a utilização da ermida para a realização de bailes e banquetes por parte dos membros da confraria; 1758 - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco de São Pedro da Ericeira, é referido que a ermida se situa a norte da vila e é administrada pela sua irmandade; séc. 20 - mestre Jorge Jaime de Oliveira Lobo e Silva faz referência aos azulejos e ao estado de degradação em que a capela se encontra; 1981, 24 fevereiro - proposta de classificação pela Câmara Municipal de Mafra; 22 dezembro - informação favorável do Instituto Português do Património Cultural; 2010, 03 maio - Despacho de abertura do processo de classificação pelo diretor do IGESPAR; 2013, 05 março - publicação da abertura do procedimento de classificação do edifício em Anúncio n.º 88/2013, DR, 2.ª série, n.º 45; 2017, 21 junho - proposta de alteração do objeto da classificação como forma de incluir o património móvel e integrado efetuada pelo Departamento de Bens Culturais da DGPC;18 agosto - é publicado o Anúncio n.º 144/2017 (DR, 2.ª série, n.º 159) da DGPC propondo a classificação como MIP - Monumento de Interesse Público, da Capela de São Sebastião, incluindo o património integrado; 2018, 03 janeiro - é publicada a Portaria n.º 9/2018 (DR, 2.ª série, n.º 2), classificando como monumento de interesse público a Capela de São Sebastião, incluindo o património móvel integrado, e fixando a respetiva ZEP. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Alvenaria mista; pedra calcária, mármore, telha, tijoleira, madeira, ferro, bronze e azulejo. |
Bibliografia
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ASSUNÇÃO, Guilherme - Mafra. Efemérides do Concelho. Lisboa: autor, 1967; AZEVEDO, Carlos de, GUSMÃO, Adriano de, FERRÃO, Julieta - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Concelho de Mafra. Lisboa: Junta Distrital de Lisboa, 1963; GORJÃO, Sérgio - Arte Sacra. Museu da Santa Casa da Misericórdia da Ericeira. Ericeira, 1994; GORJÃO, Sérgio - “Ermida de São Sebastião da Ericeira: mais uma nota para a sua História”. Boletim Cultural'93. Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 1994; GUIA do Concelho de Mafra, www.mafra.net (acedido em abril 2007); LOPES, Flávio - Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Distrito de Lisboa. Lisboa: Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico, 1993; LUCENA, Armando de - Monografia de Mafra. 1.ª ed. 1944. Mafra: Comissão Municipal de Turismo, 1987; SANTOS SIMÕES, J. M. dos, Azulejaria em Portugal no Século XVII, tomo I, 2ª edição, Lisboa, 1997 SILVA, Jaime de Oliveira Lobo e - Anais da Vila da Ericeira, Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 1985 |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: PT DGEMN/DSID; CMM: PT AMM |
Documentação Administrativa
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CMM: PT AMM; DGLAB: PT ANTT, Memórias Paroquiais |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc.20 - instalação eléctrica; tratamento de rebocos e pinturas. |
Observações
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*1 A zona especial de proteção (ZEP) tem em consideração a implantação isolada e destacada do templo, em terreiro sobranceiro à falésia, bem como a sua relação, tanto física como simbólica, com o mar. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 / Rute Antunes 2007 /
Paula Tereno 2018 |
Actualização
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