Fortaleza de Elvas
| IPA.00035956 |
Portugal, Portalegre, Elvas, Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso |
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Fortificação terrestre, construída em meados do séc. 17, projetada pelo jesuíta holandês João Paschasio Cosmander, com traçado abaluartado, seguindo as principais características da Escola Holandesa, do Primeiro Método Holandês de Fortificação, de que constitui um dos melhores exemplares a nível mundial. De facto, na praça de Elvas, com a devida adaptação à diferente natureza geográfica do terreno, encontram-se quase todas os elementos típicos deste método de fortificação, nomeadamente os flancos dos baluartes serem sempre perpendiculares à cortina, o ângulo flanqueado ser reto, utilização de um flanco secundário, ou seja, as faces dos baluartes serem traçadas de maneira a poderem ser flanqueadas pela artilharia a partir da cortina, e a aplicação das proporções de medidas na magistral, com recurso às tábuas de fortificar de Samuel Marolois. Elvas destaca-se ainda pelo facto de não ter sofrido quase nenhuma alteração ou mutilação, conservando grande parte das estruturas originais intactas. Apresenta planta poligonal irregular, composta por sete baluartes, um com orelhão direito e três outros com cavaleiro, quatro meios-baluartes e um redente, interligados por cortinas, formando doze frentes, duas delas ocupando outeiros de fácil domínio pelo sitiante, circundada por fosso, escavado na rocha, com várias obras exteriores, que estendem a defesa em profundidade, muito para além da magistral: sete revelins, três cobre-faces ou contraguardas, duas tenalhas, três meias luas, uma obra coroa, caminho coberto com praça de armas, saliente ou re-entrante, conforme os ângulos de implantação, capoeiras e esplanada. Tem paramentos em talude, com a escarpa exterior formando ressalto, na maioria da sua extensão, em alvenaria de pedra e cunhais em cantaria, rematados por cordão e parapeito liso ou em merlões e canhoneiras, integrando no ângulo flanqueado, no ângulo de espalda dos baluartes e a meio de algumas cortinas, guaritas prismáticas, cilíndricas ou quadrangulares. A implantação em terreno acidentado, mais plano apenas a sul, sobre grande parte da muralha Fernandina, permitindo uma certa economia de meios, e a predefinição da localização das portas, determinaram o traçado da praça, cujo desenho Cosmander teve algumas dificuldades em adaptar às características geográficas, já que ele era essencialmente teórico, com bom conhecimento em tratadística holandesa, mas sem experiência na arquitetura militar, antes de chegar a Portugal. Assim, os baluartes são construídos em sítios estratégicos e não especificamente a uma distância regular uns dos outros, os seus flancos são feitos perpendicularmente à muralha ou à cortina, à exceção de três, e aproveita-se a maioria das portas, que são transformadas em poternas, destacando-se a do baluarte da Porta Velha, que conserva a modinatura medieval, em arco apontado biselado, entre duas troneiras cruzetadas, uma delas adaptada a canhoneira. No baluarte de São João de Deus optou-se por outra solução, já que ele encostou-se à muralha onde se abria a porta de Évora mas, em vez de a integrar, prefere-se conservar uma torre da muralha medieval. O facto da muralha Fernandina a poente fazer um ângulo bastante pronunciado, a obrigatoriedade de aí abrir uma porta e o facto de ter de ocupar o terreno inclinado do outeiro, para ter uma boa vista, levam Cosmander a mandar demolir no local a muralha Fernandina, a transferir a porta mais para o fora do antigo perímetro muralhado, e a combinar a solução descrita por Simon Stevin para fortificar os ângulos salientes duma muralha existente com a solução de Medina Barba para abranger um outeiro exterior à cidade dentro das fortificações, traçando como que uma obra coroa integrada na magistral. O declive do terreno obrigou a grande diferença entre as faces do redente do Cascalho que compõem essa falsa obra coroa, e a reforçar a escarpa interior da face norte com arcos de descarga e contrafortes. Ao que parece, o meio baluarte do Trem só adquiriu o atual traçado mais tardiamente, talvez na 1ª metade do séc. 18, já que algumas plantas mais antigas representam um redente no local em contraponto com o do Cascalho. A dificuldade de Cosmander adaptar o projeto ao terreno acidentado também é notório no meio baluarte da Corujeira, onde, para resolver o problema do declive de quase 30 m, se construiu com três flancos sobrepostos, pouco eficazes, não só porque os arredores da fortificação não podiam ser flanqueados, mas também devido à grande dificuldade de para ele deslocar a artilharia pesada, tal é a inclinação no interior da cidade. Por outro lado, de uma posição tão alta a artilharia tinha grande alcance, atingindo, por exemplo, todos os lugares da obra coroa. O meio baluarte do Príncipe tem também forma estranha e, devido à sua localização muito elevada, não tinha muita utilidade em relação à posição da artilharia. Em contrapartida, na frente nascente, onde a muralha Fernandina não foi absorvida na construção da fortaleza, mas conservada separadamente, Cosmander projetou com grande regularidade, seguindo as medidas dadas pelo tratadista Samuel Marolois, e criando uma parte de um pentágono perfeito. Assim, a parte sul do baluarte da Porta Velha, o baluarte do Casarão e a parte norte do meio baluarte de São Domingos, é completamente simétrica, com os flancos e faces dos baluartes e as duas cortinas adjacentes iguais uns aos outros, e tendo ainda o ângulo do polígono interior do baluarte do Casarão com 108º graus, o que corresponde ao ângulo de um pentágono regular. As obras exteriores do baluarte do Casarão são também muito regulares, com as faces da meia lua traçadas a partir dos ângulos de espalda do baluarte e as frentes das contraguardas, traçadas desde o ângulo de flanco do baluarte, aqui revestidas a alvenaria de pedra, ao contrário do praticado na Holanda, que eram apenas de terra. O pequeno revelim em frente da cortina entre o baluarte do Casarão e o meio baluarte de São Domingos também tem as faces traçadas a partir dos ângulos de espalda dos respetivos baluartes. Dos três baluartes com dois níveis de fogo de artilharia devido terem cavaleiro, apenas o do baluarte de São João de Deus é do início da construção. O cavaleiro curvo do baluarte da Praça de Armas e o poligonal do baluarte do Casarão devem datar da 2.ª metade de setecentos, pois não surgem nas plantas de 1757, devendo o do Casarão ter sido construído em 1767, em simultâneo com o Quartel do Casarão, projetado por Guillaume Louis Antoine de Valleré. A obra coroa tem características distintas e não segue os tratados da primeira escola holandesa, tendo sido projetada por Nicolau Langres, em 1648, e construída entre 1650 e 1653. Possui uma forma elegante e longa, deitada sobre o cume do outeiro, para ter uma boa linha de visão e tiro e impedir que o inimigo procedesse a construções em cima ou atrás do mesmo. O ângulo flanqueado do baluarte é muito agudo, o meio baluarte à esquerda não tem o flanco perpendicular à cortina e tem só um revelim, ainda que a estrada coberta sugira ter-se pensado construir um segundo revelim. As tenalhas que protegem a gola e o seu acesso datam de épocas diferentes, já que em 1757 apenas é representada a tenalha norte, devendo a disposta a sul ser mais tardia, de finais do séc. 18 / inícios do 19. A praça possui um número reduzido de portas, apenas três, estrategicamente colocadas, rasgadas a meio das cortinas e cobertas por revelins, o da porta de São Vicente razoavelmente grande, em comparação com os do primeiro sistema holandês, mas sem ser possível defendê-lo a partir da cortina, por esta ser demasiado alta para ter um bom campo de tiro dentro do fosso. Quer os revelins, quer as portas da magistral possuem corpos da guarda à prova, exteriormente cobertos por placas cerâmicas e marcadas por chaminé, e interiormente com abóbadas de berço abatido, acedidos no transito ou na escarpa interior, por portas retilíneas ou em arco, destacando-se as da porta da Esquina, que surgem entre pilastras de alvenaria sustentando entablamento; as pequenas casas do oficinal, nas portas da magistral, têm acesso individualizado. A porta de Olivença, a sul, e a de São Vicente, a nordeste, seguindo a tradadística maneirista, possuem estrutura semelhante, em arco sobre impostas, entre pilastras ou panos clássicos, rematadas em entablamento definido por cordão, sendo as da magistral em silharia almofadada e fendida, coroadas por aletas com figuras híbridas, panóplias militares ou nicho, hoje desnudo (São Vicente). Do conjunto destaca-se a porta da Esquina, a poente. A porta do revelim, atualmente pintada, tem apainelados de mármore e remate em entablamento com empena de segmentos ao centro, mas a da magistral, é a mais rica e elaborada, com jogos cromáticos de mármore preto e branco. Tem dois registos, de ordens sobrepostas, a inferior toscono-jónica, com três eixos, os laterais com nichos, e a superior coríntia, rematada em frontão interrompido e com nicho, atualmente fechado por janela da Capela de Nossa Senhora da Conceição, adossada na face interna, encimada por decoração rococó. O transito das portas externas dos revelins é em curva, mais acentuada no da Esquina, e reto na magistral. Estas tinham portas duplas, colocadas em cada um dos extremos do transito, e, a meio, um rastrilho, completando-se a sua a defesa por bueiras ou "luzes" na cobertura, por onde se podiam atirar pedras ou artifícios de fogo, sendo o seu número maior na porta da Esquina. As portas exteriores e interiores eram precedidas por pontes levadiças e delas partiam as principais artérias que se dirigiam para o centro da cidade. A praça tem oito poternas, sete rasgadas nas cortinas e uma num flanco de baluarte, de estrutura semelhante, em arco de volta perfeita sobre os pés direitos, na escarpa encimado por pano saliente, com transito reto, de pendor inclinado, coberto em abóbada de berço e com porta dupla, ou tripla. As poternas diferentes resultam de uma possível reforma, como a de são Martinho, entre o meio baluarte do Trem e o do Príncipe, que tem arco abatido entre panos ou contrafortes, e encimada por cordão, ou da sua ampliação já no séc. 20, como as duas inseridas no Quartel do Casarão, uma delas com compartimento rasgado por canhoneira sob o flanco do baluarte do Casarão para a flanquear. O transito da Porta Velha desenvolve-se em curva a partir de torre medieval, subsistente junto à gola do baluarte do mesmo nome. Alguns compartimentos junto às portas e postigos conservam os sarilhos dos antigos mecanismos de fecho ou das pontes levadiças. As poternas são flanqueadas por revelins (poterna Sul, dos Lagares e do Jardim), capoeira e praça de armas (São Pedro) ou só por praça de armas (São Martinho). O grande revelim construído a sul do redente do Cascalho e em frente da cortina da cisterna e da poterna do Jardim, era inicialmente mais pequeno, simétrico e dispunha-se mais ao centro da cortina, tendo sido alterado por volta de 1797, para defender o lado sul do aqueduto e por causa da demolição dos arcos no troço final e respetiva substituição por conduta subterrânea, de modo a atravessar o fosso sem constituir obstáculo para a artilharia no flanco do baluarte de São João de Deus. Desta data são também as duas casamatas, com canhoneiras ovais, na face sul do redente, para defender o fosso em frente do revelim. No séc. 19, procedeu-se à construção de algumas canhoneiras acasamatadas em vários baluartes, conservando-se uma no ângulo flanqueado do cavaleiro do baluarte do Casarão e três no baluarte da Conceição, desenhadas em 1816, e de várias obras provisionais (espaldões e meias luas) no meio baluarte de São Domingos, demolidas no séc. 20. Da centúria de oitocentos deverão ser também as latrinas geminadas, construídas nos parapeitos, tipo guaritas, mas divididas a meio por parede, com acesso individualizado e frestas nas faces laterais e posterior, interiormente com assento ergonómico, e buraco circular, tendo escoamento direto dos dejetos para o fosso por caneiro saliente da escarpa, à exceção da latrina na muralha dos Terceiros, que se desenvolve para dentro da praça. De um modo geral estão bastante danificadas, destacando-se a do baluarte de Olivença, que é decorativamente mais rica. Estas latrinas vieram substituir as comunas coletivas, representadas em meados do séc. 18, na planta de Guilherme Frederico Westernacher, junto a cada uma das portas, ao quartel do Castelo e do de Cavalaria, no baluarte do Casarão, e junto ao Hospital Militar, desconhecendo-se como seria o sistema de escoamento de esgotos. É interessante verificar que a sua implantação corresponde à dos atuais paióis de bateria das portas, podendo pensar-se que, no séc. 19, depois da construção das latrinas geminadas na cortina, se tenham construído no local das comunas os paióis. Em Elvas, os paióis de bateria surgem à superfície, isolados ou adossados à escarpa interior, com planta retangular, composta por armazém e casa de ressalva, cobertura à prova em abóbada de berço abatido, e rasgados por porta de verga reta e frestas molduradas, destacando-se o da porta da Esquina, por ter dois pisos, o inferior contendo nas faces laterais arcos. A planta de Westernacher representa ainda várias contraminas nas obras exteriores da praça. Na face interna da fortificação corre a estrada de armas, na sua maioria de largura considerável, para assegurar a comunicação entre os baluartes e facilitar o reabastecimento de homens e de munições. A praça possui caminho coberto de ligação ao Forte de Santa Luzia (v. IPA.00003244), contemporâneo da construção das duas fortificações. Segundo Ewdin Paar, foram construídas, em terra, falsas-bragas em torno dos locais mais baixos da fortificação (no lado sul), mas, regra geral, foram demolidas em tempos de paz. Os flancos inferiores do meio baluarte da Corujeira funcionavam como picadeiro, em 1758, com casa abobadada encimada de varanda, construído pelo marquês de Lavradio. |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Fortaleza
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Descrição
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Fortificação constituída por fortaleza de planta poligonal irregular, composta por sete baluartes poligonais, desiguais, quatro meios-baluartes e um redente, denominados, a partir da porta sul, a principal da magistral, e no sentido dos ponteiros do relógio, por baluarte de Olivença ou dos Morteiros, de São João de Deus, redente do Cascalho, baluarte de Nossa Senhora da Conceição, meios baluartes do Trem e do Príncipe, baluarte de Santa Bárbara, meio baluarte de São João de Corujeira, baluartes da Porta Velha e do Casarão, meio baluarte de São Domingos e baluarte de São Pedro, da Praça de Armas ou da Parada *1, sendo os baluartes do Casarão, Praça de Armas e São João de Deus sobrepostos por cavaleiro, interligados por cortinas, formando doze frentes; e pelas seguintes obras exteriores: o fosso, circundando a fortificação em todo o seu perímetro, sete revelins, três à frente das principais portas, com porta exterior, um em frente da poterna do Jardim, um pequeno a flanquear a cortina esquerda da obra coroa, um em frente da poterna Sul e outro da poterna dos Lagares, três cobre-faces ou contraguardas, nos baluartes da Conceição, Olivença e Casarão, duas tenalhas, na gola da obra coroa, três meias luas, em frente do redente do Cascalho e dos baluartes da Conceição e do Casarão, a obra coroa, situada na frente do baluarte da Porta Velha, caminho coberto e esplanada. Apresenta paramentos em talude, com a escarpa exterior formando ressalto, em grande parte da sua extensão, em alvenaria de pedra e cunhais em cantaria, rematados por cordão e parapeito liso ou em merlões e canhoneiras. No ângulo flanqueado dos revelins e baluartes, no ângulo de espalda dos últimos e sensivelmente a meio de algumas cortinas, dispõem-se guaritas cilíndricas, pentagonais, hexagonais ou quadrangulares, assentes em mísulas do mesmo formato, rasgadas por três frestas de tiro e vão de acesso retilíneo, precedido por corredor, cobertas por domo sobre friso e/ou cornija, coroadas por pináculo. Algumas guaritas conservam apenas a mísula. Possui três portas, a de Olivença, a sul, a da Esquina, a poente, e a de São Vicente, a nordeste, e oito poternas *2. MAGISTRAL: a sul, na cortina entre o baluarte de Olivença e o da Praça de Armas, rasga-se a PORTA DE OLIVENÇA, em arco de volta perfeita, sobre impostas, encimado por friso almofadado e de aduelas em cunha, ladeado por panos, em silharia almofadada e fendida, rematados em cordão e entablamento semelhante, integrando lápide inscrita central, coroados por pináculos e, ao centro, espaldar definido por aletas, ornadas com guerreiros, segurando brasão real, e várias panóplias militares. Possui trânsito reto, coberto por abóbada de berço abatido, com diferentes níveis, seccionado quase a meio, onde existia rastrilho, precedida por bueiras ou luzes, tendo lateralmente, na zona interior, quatro nichos em arco de volta perfeita. De ambos os lados, desenvolve-se a casa da guarda, de planta retangular irregular, com cobertura diferenciada, ao nível do terrapleno, em telhados planos ou de duas águas, revestidas a placas cerâmicas, integrando chaminé. A da esquerda é acedida e iluminada pela escarpa interior, por porta em arco, de volta perfeita, e janela retangular, possuindo um outro vão no trânsito, e tendo adossado a casa do oficial, com acesso individualizado, de verga reta, e janela para a praça. No lado direito, o compartimento tem acesso lateral e janela virada à estrada militar. Interiormente os compartimentos possuem pavimento em tijoleira e cobertura em abóbada de berço ou de aresta. O BALUARTE DE OLIVENÇA possui baterias lajeadas, duas guaritas prismáticas e uma cilíndrica e, na face esquerda, integra no parapeito latrinas. Estas têm planta retangular, composta por dois compartimentos individualizados, acedidos por porta de verta reta, entre pilastras, rematadas em entablamento e cobertura em domo, de alvenaria de tijolo maciço, rebocado, ornada de nervuras, coroada por pináculo. As faces laterais e a posterior são rasgadas por frestas. No interior têm assento ergonómico e orifício circular, de onde arranca caneiro saliente na escarpa, para descarga dos dejetos no fosso. Na cortina seguinte, sensivelmente a meio, abre-se a POTERNA DE SÃO PEDRO, em arco de volta perfeita, sobre os pés direitos, possuindo na escarpa pano saliente inclinado, com transito de pendor inclinado, coberto em abóbada de berço e com dupla porta. O BALUARTE DE SÃO JOÃO DE DEUS, atualmente interrompido por via no ângulo de espalda esquerdo, denominado de nova porta de Évora, tem cavaleiro poligonal, de igual planimetria, rebocado e pintado de ocre, com o flanco esquerdo e a gola fechados pelo edifício do Hospital de São João de Deus, tendo acesso independente pelo flanco direito; ambos possuem guaritas prismáticas. Na cortina sudoeste rasga-se a POTERNA DA CISTERNA, DE SÃO FRANCISCO OU DO JARDIM, de igual estrutura à anterior, mas flanqueada por contrafortes na escarpa e trânsito seccionado a meio. A poente, o REDENTE DO CASCALHO tem, na escarpa da face sul, duas casamatas ovais, comunicando com compartimentos do Quartel na escarpa interior, baterias lajeadas e plataforma para tiros a barbeta no ângulo flanqueado, que conserva apenas a mísula prismática da guarita. A escarpa interior da face norte e da cortina da porta da Esquina, devido ao grande declive é reforçada por arcos de descarga, em tijolo maciço, assentes em pilares, e por contrafortes escalonados. A meio da cortina entre o redente e o baluarte da Conceição, abre-se a PORTA DA ESQUINA, precedida por ponte, sobre maciço e um arco. Tem transito em curva suave, flanqueado por casas da guarda, com coberturas diferenciadas ao nível do terrapleno, revestidas por placas cerâmicas, formando adro à Capela de Nossa Senhora da Conceição. Apresenta estrutura em mármore, branco e preto, com três eixos, o central definido por duas pilastras almofadadas de capitéis jónicos, ladeando vão em arco de volta perfeita, sobre pilastras e com chave relevada, encimado por aletas nos seguintes, volutas, festões e cartela inscrita. Nos eixos laterais possui nichos facetados, com mísulas desnudas, encimados por concheados e festões, entre almofadados de cantaria, com jogos cromáticos, os superiores entre drapeados. A porta remata em espaldar, definido por pilastras coríntias, de terço inferior liso, e aletas com figuras híbridas, terminado em cornija volutada interrompida por cruz latina, sobre plinto ornado de cartela e cornucópias. Ao centro abre-se vão em arco, de volta perfeita, sobre pilastras, atualmente entaipado e integrando janela gradeada, encimada por espaldar com óculo e remate em cornija, pertencente à capela. Possui trânsito seccionado a meio, com cobertura em abóbada de berço abatido, contendo fiada de bueiras, e, em cada uma das secções, tem acesso às casas da guarda, por arco de volta perfeita, entre pilastras de alvenaria, rematado em entablamento, com cartela central desnuda. Interiormente são cobertas em abóbada de berço abatido, mantendo-se no compartimento da esquerda, parte do sarilho que acionava a ponte levadiça. Na face interna da porta, abre-se janela do compartimento da direita e, à esquerda, adossa-se o compartimento dos oficiais, com acesso individualizado, de verga reta encimada por cornija angular. Uma rampa disposta a norte acede ao terrapleno, onde existe, junto à capela, guarita quadrangular a cobrir a porta, e ao BALUARTE DA CONCEIÇÃO, que apenas tem guarita no ângulo de espalda norte e conserva três canhoeiras acasamatadas, no ângulo flanqueado e a meio de cada uma das faces, formando corpos alteados relativamente ao parapeito, com face interna de perfil curvo e vãos em arco. No flanco sul deste baluarte e no extremo nascente da cortina sequencial, junto ao ângulo de flanco, rasga-se POTERNA igual às anteriores. O MEIO BALUARTE DO TREM tem guarita cilíndrica no ângulo flanqueado e mísula de uma outra no ângulo de espalda. Na cortina seguinte, junto ângulo de interceção com o meio baluarte, rasga-se a POTERNA DE SÃO MARTINHO *3, em arco abatido de cantaria, sobre impostas, na face exterior entre contrafortes e encimado por cordão, e, na face interior, entre panos de cantaria, encimado por cordão e entablamento. Possui trânsito reto com cobertura em abóbada de berço abatido, com bueira e, de ambos os lados, junto à face exterior, portas em arco de acesso a pequeno compartimento do mecanismo de fecho da porta, cujos cabos corriam nos vãos em cruz rasgados na escarpa. Sensivelmente a meio desta cortina, o parapeito integra guarita quadrangular, com cobertura piramidal, sobre cornija, e, mais para norte, uma latrina semelhante à anterior, mas apenas com remate em cornija. Segue-se o MEIO BALUARTE DO PRÍNCIPE com guaritas prismáticas, possuindo través no terrapleno, e o BALUARTE DE SANTA BÁRBARA, também com guaritas prismáticas, sendo vedado por portal, no alinhamento da torre de menagem, em arco de volta perfeita, entre pilares em silharia fendida, e remate em aletas. A meio da cortina virada a nordeste existe latrina, desenvolvendo-se depois o MEIO BALUARTE DA CORUJEIRA, com três flancos sobrepostos e escalonados, para vencer o acentuado declive da encosta, cada um com canhoneiras, e com guaritas prismáticas no ângulo flanqueado e no de espalda direito. No flanco superior, com baterias lajeadas, organiza-se o cemitério dos Ingleses, e o flanco intermédio e o inferior têm acesso direto por portão de ferro, estando este último seccionado por muro, com escadas de ligação. Na cortina dos Terceiros, virada a nascente, abre-se a PORTA DE SÃO VICENTE, precedida por ponte sobre cinco arcos, e flanqueada, à esquerda, por guarita quadrangular, integrada no parapeito. Tem arco, de volta perfeita, sobre impostas, entre panos de cantaria almofadada e fendida, com friso superior de aduelas em cunha, rematado em platibanda, também almofadada e fendida, entre cordões, interrompida ao centro por brasão real e lápide inscrita, coroada por alto vão retilíneo, de igual modinatura, ladeada por aletas com figuras híbridas, e pináculos em bola. Possui transito com duas curvas quase esquadradas, seccionado a meio por arco abatido, no intradorso do qual corria rastrilho, e cobertura em abóbada de berço abatido, com dupla fiada de bueiras. Na face interna a porta tem apenas arco de volta perfeita, sobre impostas, entre pilastras, que sustentam entablamento arquitravado. À esquerda possui casa da guarda, com janela virada à praça, adossando-se à escarpa interior a casa dos oficinais, com acesso retilíneo. Esta cortina possui ainda latrina, acedida no terrapleno, mas com o caneiro correndo para o interior da praça e não para o fosso. Segue-se o BALUARTE DA PORTA VELHA, com orelhão direito no flanco esquerdo, integrando no flanco coberto pano da muralha Fernandina, com poterna em arco apontado, biselado, sobre impostas, atualmente entaipado, existindo frontalmente covas de lobo. É ladeado por duas troneiras cruzetadas, uma delas, transformada em canhoneira, e encimada por canhoneira, de vão abatido, rasgada na muralha. Tem acesso por transito em curva desenvolvido, sob o reparo, a partir da face norte da Torre Velha, também da cerca Fernandina, existente na gola do baluarte. Junto à torre, dispõe-se casa da guarda retangular, muito alterada, terminada em platibanda plena e cobertura plana revestida a tijoleira. O baluarte tem guaritas prismáticas e, no ângulo de espalda esquerdo, uma cilíndrica, bem como plataforma quadrada, para tiros a barbeta, no ângulo flanqueado, acedida por longa rampa. A partir do extremo direito da gola deste baluarte e prolongando-se ao longo de duas cortinas e gola do baluarte intermédio do Casarão, desenvolve-se o Quartel do Casarão, adossado à escarpa interior, com a cobertura formando parte do terrapleno das cortinas, que integram a meio latrinas. Em cada uma destas cortinas, rasga-se, junto ao ângulo de flanco mais a norte, a POTERNA NORTE e a POTERNA SUL, exteriormente iguais à maioria das poternas, mas com a face interna alterada, por amplo arco de volta perfeita, com chave relevada coroada por bola, semelhante aos portais do quartel. O BALUARTE DO CASARÃO, com guarita cilíndrica e duas prismáticas, tem cavaleiro de planta pentagonal, semelhante ao baluarte, rematado em cordão e parapeito, de merlões e canhoneiras que, no ângulo flanqueado, é acasamatada. Na gola do cavaleiro, revestida a camisa, abre-se amplo portal, em asa de cesto, em tijolo, com portão em ferro, a partir do qual se desenvolve rampa de acesso, tendo no topo interior plataforma com pavimento cerâmico. O cavaleiro e terrapleno das cortinas que o flanqueiam são acedidos por escadas, de lanços convergentes, dispostas no corpo central do quartel, na gola do baluarte. A primeira caserna da ala sul do quartel, a contar do baluarte do Casarão, é prolongada sob o flanco do baluarte por compartimentos sequenciais, com arcos de volta perfeita nos topos, e conservando num lateral canhoneira para flanquear a poterna. Segue-se o MEIO BALUARTE DE SÃO DOMINGOS, com guaritas cilíndricas e cortina com a POTERNA DOS LAGARES, semelhante à maioria, ladeada, à direita, por guarita quadrangular. O perímetro da praça fecha com o BALUARTE DE SÃO PEDRO, com duas guaritas prismáticas desiguais e uma cilíndrica, baterias lajeadas, través junto ao ângulo de espalda esquerdo e cavaleiro curvo, rebocado e pintado de ocre, com remate em cordão de tijolo, merlões e canhoneiras, existindo sob o mesmo, antigo paiol, transformado em instalações sanitárias, acedido na gola por portal de verga reta. Junto a cada uma das portas, assim como havia junto aos baluartes de São João de Deus e de Santa Bárbara, erguem-se PAIÓIS DE BATERIA, construídos à superfície. Têm planta retangular, composta por armazém e casa de ressalva, com cobertura em abóbada de berço e exteriormente de várias águas, revestida a placas cerâmicas. São rasgados por porta de verga reta e vãos quadrangulares, transformados em fresta, e terminam em cornija. O paiol da porta de Olivença tem adossado à fachada sul anexo e alpendre e o da porta da Esquina tem dois pisos, aproveitando o declive do terreno, com acesso ao nível da entrada por duas portas, uma de topo e outra lateral. No interior, o piso inferior, enterrado, tem alvéolos laterais, sete na face esquerda e quatro na direita. Ao longo da escarpa interior da fortificação, contornando a cidade, corre a ESTRADA DE ARMAS, de largura considerável. OBRAS EXTERIORES: a fortaleza é circundada por FOSSO, criado, em grande parte do seu perímetro, pelo desbaste do afloramento rochoso, comportando várias obras exteriores e encontrando-se seccionado por vários muros. Percorrendo todo o perímetro exterior do fosso e no alto da contra escarpa do mesmo, desenvolve-se o CAMINHO COBERTO, acedido por rampas, protegido por um reparo que servia de parapeito e possuindo em alguns dos vértices praça de armas, saliente ou re-entrante, conforme o ângulo em que se localizam. A sul, em frente da porta magistral, dispõe-se o REVELIM DA PORTA DE OLIVENÇA, de planta triangular, estruturado por duas faces, com guarita prismática no ângulo flanqueado, trânsito curvo e casa da guarda, à esquerda, construídos à prova de bomba, com cobertura exterior em placas cerâmicas, a da casa da guarda sobreposta por chaminé, e interiormente em abóbada de berço abatido com bueiras no trânsito. Na face direita a porta exterior, em arco de volta perfeita, ladeado por largas pilastras toscanas, sustentando entablamento, ao centro com cartela desnuda, encimada por três grupos de panóplias militares distintas. A casa da guarda, retangular, compõe-se de dois compartimentos, o maior acedido por porta de verga reta, rasgada no extremo do trânsito, e o mais pequeno, a casa do oficial, por arco de volta perfeita, em silharia fendida. Os paramentos virados à praça rematam lateralmente em crista e o terrapleno, com baterias cimentadas, é acedido por rampa à esquerda. Atualmente a ligação ao revelim e deste à porta magistral é feita por pontes, a última assente em sete arcos de volta perfeita, com cinco contrafortes. Em frente da face esquerda do baluarte de Olivença, dispõe-se CONTRAGUARDA DO BALUARTE DE OLIVENÇA composto de duas faces e pequeno flanco, à esquerda, acedidas por duas rampas laterais a partir da gola, que é retilínea, tendo no ângulo flanqueado guarita prismática e bateria para tiro a barbeta. Nas imediações, a poterna de São Pedro é flanqueada por CAPOEIRA, que atravessa o fosso até à PRAÇA DE ARMAS RE-ENTRANTE do caminho coberto. Na cortina sequencial para poente, a poterna do Jardim é também flanqueada por CAPOEIRA com parapeitos até ao REVELIM DA POTERNA, de planta irregular, com gola de ângulo reto bastante re-entrante, o qual flanqueava o término do aqueduto da Amoreira, que passava sob ele, e a cisterna na escarpa interior da cortina, cuja defesa era complementada por MEIA LUA com barbeta e sem canhoneiras, disposta em frente do redente do Cascalho. A cortina entre o redente do Cascalho e o baluarte da Conceição é flanqueada por REVELIM DA PORTA DA ESQUINA, de planta triangular irregular, com trânsito em curva e casa da guarda a norte, cobertas no exterior em tijoleira, integrando chaminé, e, no interior, em abóbada de berço abatido. Na face direita abre-se a porta exterior, rebocada e pintada de ocre, em arco de volta perfeita, sobre impostas e com fecho em cantaria, ladeado por duas falsas pilastras, de alvenaria, com apainelados de cantaria, sustentando entablamento, de igual modinatura, rematando ao centro por empena de segmentos definida por cordão em cantaria. O trânsito é parcialmente corrido por banqueta, também existente na escarpa interior e adossado à casa da guarda, que é acedida por portal em arco, com silhares de cantaria nas jambas. À esquerda tem rampa para o terrapleno, com baterias lajeadas e plataforma para tiros a barbeta no ângulo flanqueado. O acesso ao revelim e deste à porta magistral faz-se por ponte. Segue-se a MEIA LUA DO BALUARTE DA CONCEIÇÃO, de duas faces desiguais, com guarita no ângulo flanqueado e gola curva, com rampas de acesso; junto à face sul possui plataforma com escadas de ambos os lados. A norte do meio baluarte do Trem existem duas PRAÇAS DE ARMAS, uma SALIENTE e outra RE-ENTRANTE, existindo uma outra SALIENTE em frente do ângulo de espalda esquerdo do baluarte de Santa Bárbara. Entre o meio baluarte da Corujeira e o baluarte da Porta Velha dispõe-se o amplo REVELIM DA PORTA DE SÃO VICENTE de planta triangular, com guarita no ângulo flanqueado, trânsito em curva suave, seccionado, e casa da guarda à direita, com cobertura exterior em tijoleira, e no interior em abóbada de berço abatido. Na face direita abre-se porta exterior, em arco de volta perfeita, sobre impostas e com chave relevada, entre largos panos, em silharia fendida, rematado em cordão e platibanda, também rematada em cordão, tendo ao centro brasão real, coroado por aletas sustentando figura de vulto masculina. A casa da guarda é acedida pelo transito e iluminada por duas janelas retangulares viradas à escarpa interior, existindo, no lado oposto, rampa de acesso ao terrapleno. A casa da guarda tem poterna de comunicação direta ao fosso num dos ângulos da gola, precedida por rampas. Em frente do baluarte da Porta Velha desenvolve-se a OBRA COROA, composta por dois meios baluartes desiguais e baluarte central, tendo em cada ângulo baterias de tiro a barbeta circulares, possuindo gola curvilínea fechada, acedida por portal no ângulo direito, em arco abatido sobre impostas, e remate contracurvo coroado por pináculo em bola, contendo portão de ferro, e integrando edifício moderno. No interior, ao longo do ramal direito, tem bancadas e perto da gola do baluarte ergue-se moinho de vento sobre soco. No fosso, flanqueando a cortina esquerda da obra coroa, ergue-se pequeno REVELIM, triangular, acedido pelo centro da gola e bateria para tiro a barbeta no ângulo flanqueado, existindo na outra cortina da obra coroa PRAÇA DE ARMAS RE-ENTRANTE. A gola da obra coroa é flanqueada por duas TENALHAS, uma a norte, triangular regular, e uma a sul, irregular e integrando dormitórios acasamatados, com lareiras e frestas de tiro nas faces. A nascente o baluarte do Casarão é flanqueado por MEIA LUA, com baterias lajeadas, acedidas por rampas na gola, e duas CONTRAGUARDAS, acedidas por rampa, atualmente unidas pela construção de corpos modernos. A cortina entre o baluarte do Casarão e o meio baluarte de São Domingos é coberta por pequeno REVELIM triangular, tal como a cortina entre o meio baluarte de São Domingos e o baluarte da Parada, onde também existe PRAÇA DE ARMAS, retangular, lajeada, com bancada no topo sudoeste. Para além do caminho coberto, desenvolve-se a ESPLANADA, construída com uma extensão de 300m, que correspondia ao alcance do tiro de mosquete, e em taludes angulosos ou apenas desbravada e grosseiramente aplanada. |
Acessos
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Caia, EN 4; EN 372; Avenida da Boa Fé; Avenida de Badajoz. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,877430; long.: -7,162470 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 28 536, DG, 1.ª série, n.º 66 de 22 março 1938 (Muralhas de Elvas) / Decreto n.º 30 762, DG, 1.ª série, n.º 225 de 26 setembro 1940 (Muralhas e obras anexas) / Decreto n.º 37 077, DG, 1.ª série, n.º 228 de 29 setembro 1948 (Muralhas de Elvas) / MN - Monumento Nacional / ZEP, Aviso n.º 1517/2013, DR, 2.ª série, n.º 242 de 13 dezembro 2013 / Património Mundial - UNESCO, 2012 |
Enquadramento
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Urbano, num outeiro, em zona de fronteira terrestre e em posição estratégica em frente de Badajoz. Implanta-se adaptado ao declive do terreno, mais acentuado a norte, nascente e poente, de afloramento rochoso, e envolve o núcleo urbano mais antigo da cidade, apenas interrompido sensivelmente a sudoeste, no ângulo de espalda esquerdo do baluarte de São João de Deus, pelas denominadas novas portas de Évora, via publica precedida por viaduto construído sobre 4 arcos de betão armado. A norte, envolve o Castelo de Elvas, a zona de cota mais elevada, a partir do qual se desenvolviam três cercas urbanas, sucessivamente mais abrangentes, as duas primeiras de construção islâmica e atualmente integradas no casario, e a terceira denominada Fernandina, em grande parte absorvida pela fortaleza (v. IPA.00003225). A maioria dos baluartes, meio baluartes, parte do fosso e algumas obras exteriores são pontuados por árvores, localizando-se no fosso, quase a poente, o Jardim Militar ou das Laranjeiras, com uma área de cerca 7400 m2. O baluarte de Olivença e o da Praça de Armas são utilizados como parque de estacionamento, delimitados por gradeamento, tal como a estrada de armas do baluarte de São João de Deus, que contorna o cavaleiro, cuja gola é ocupada pelo jardim e espaços de lazer do Hotel do mesmo nome (v. IPA.00026795). A cortina que antecede o redente do Cascalho tem adossado à escarpa interior a Cisterna de Elvas (v. IPA.00026792), alimentada pelo Aqueduto da Amoreira (v. IPA.00003217), que chega à cidade por canal subterrâneo, e a face sul do redente tem adossado o Quartel de Artilharia (v. IPA.00035790). Sobre o terrapleno e a partir da face interna da porta da Esquina, desenvolve-se a Capela de Nossa Senhora da Conceição (v. IPA.00026772) e o baluarte da Conceição tem depósito de água enterrado e, na gola, o Paiol da Conceição (v. IPA.00028667); o meio baluarte do Trem é ocupado pelo Quartel do Trem (v. IPA.00026791). Junto à cortina sequencial, ergue-se a Casa das Barcas (v. IPA.00026777) e a Casa dos Fornos (v. IPA.00035918). Na gola do baluarte de Santa Bárbara ergue-se o paiol geral do mesmo nome (v. IPA.00035787), tendo frontalmente pequeno picadeiro. No flanco superior do meio baluarte da Corujeira, que é ajardinado, situa-se o Cemitério dos Ingleses, com cinco campas, delimitadas por gradeamento em ferro, sobre murete, tendo várias lápides comemorativas na face interna do parapeito e no terrapleno, erguendo-se na gola a Capela de São João da Corujeira (v. IPA.00026788) e, nas suas imediações, o Quartel de São João da Corujeira (v. IPA.00035789). Na gola do baluarte da Porta Velha implanta-se o Paiol da Porta Velha (v. IPA.00035792) e, ao longo das duas cortinas subsequentes, o denominado Quartel do Casarão (v. IPA.00035793), no término do qual se implanta, do lado oposto, o Convento de São Domingos (v. IPA.00001862). Na obra coroa existe campo de jogos e, sobre plataforma sobrelevada, moinho de vento, e duas outras construções. |
Descrição Complementar
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Sobre a porta de Olivença existe lápide com a inscrição: "ANNO ARARTV VIRGINIS MDCLXX= / XV. RECNANTE PETRO II. SERENMO. / LVSITANIAE & ALGARB. REGE. AD / PRAESEMTEM MAGNITVDINEM. & OPE / ROSAM MOLEM EVECTA EST HAEC / PORTA, QVE, HOCIPSO CVRRENTE SAE / CVLO, TOT LVSITANORVM TRIVM / PHIS, & ABHIS PANIS REPORTATIS. / SPOLIIS ADITVM PRAEBVIT: FAVEN / TE DEO OPT. MAX.O ACIN TEMERATA / DEIPAR Â IM MACVLATE CONCEPTA.". No cavaleiro do baluarte de São João de Deus, no ângulo de espalda, existe lápide em bronze, com a inscrição: "UNESCO / CIDADE-QUARTEL FRONTEIRIÇA / DE ELVAS E SUAS FORTIFICAÇÕES / figura na Lista de Património Mundial da Convenção / para a Proteção do Património Mundial, Cultura e / Natural desde o dia 30 de junho de 2012. A inscrição / nesta lista consagra o Valor Universal Excecional / deste bem cultural com vista a protegê-lo em benefício / de toda a humanidade". A porta da Esquina possui lápide com a seguinte inscrição: "HONORI ET GLORIEAE / MAGNAE MATPIS / MARIAE / VRBIS ELVIANAE PP AE SIDOS PERPETVAE / A QVA EIECTI OVONDAM MAVPI / NVNC REPVLSI RECESSEP CASTELLANI / VTRIOVE / SACRA A PVRISSIMO VIRGINIS CONCEPTV DIE / VT DOCVMENTO ESSET MORTALIBVS / SE NON MAGIS RELIGIONIS QVAM IVSTITIAE / PATRONAM ESSE AC VINDICEM". Sobre as portas de São Vicente existe lápide com a inscrição: "DEO OPT. MAZ / ET / TIBI VINCENTI / SACR. / VT / LAVRVSET PALMA 7 POR TAM / SEMPER CIRCVMS TEN... / QVAS / NOMENTVV MAEDEM... / COMITANI / OBSIDIONIS EVENTVS / DOCVIT / ANNO / (...)". Junto à porta de São Vicente, rasga-se na contraescarpa, entre dois contrafortes baixos, vão em arco, de tijolo maciço, atualmente entaipado, de acesso ao poço seco, utilizado como contramina ou caixa-de-ressonância dos sons que os inimigos podiam fazer ao escavar uma mina para derrubar a muralha. |
Utilização Inicial
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Militar: fortaleza |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Câmara Municipal de Elvas, auto de cessão e reafetação de 04 abril 2014 (portas e paióis de bateria) |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUEÓLOGOS: Ever Calvo Rodrigues (2015), Mariana Mateus (2015). ARQUITETA: Patrícia Bruno (2015). EMPREITEIROS: Albino Jorge dos Reis (1950), António da Assunção Mateus (1950), António Serra (1962, 1967, 1971, 1976-1977, 1980, 1985-1986), Anselmo Costa (1958, 1963-1966), Fernando Pires Coelho, Lda. (1949), José Faustino dos Santos (1972). ENGENHEIRO: Henrique Abreu (2015). ENGENHEIROS MILITARES: António Rodrigues (1659), Charles Lassart (1643), Diogo Gomes de Figueiredo (c. 1644), Girolamo Rosetti (1643), Guillaume Louis Antoine de Valleré (1767), Jean Gilot (1643), João Ballesteros (1643), Luís Serrão Pimentel (1662), Manuel de Azevedo Fortes (1735), Nicolau de Langres (1644-1648), Philipe Guitau (1643), Rui Correia Lucas (1642), Tomás de Vila Nova e Sequeira (1769). ENGENHEIRO ELETROTÉCNICO: Osvaldo Martins Chilra da Silva (2009, 2013). FIRMA: António da Costa Saraiva, Ldª (1994), LODO - Arquitectura Paisagista Ldª (2009). NÃO DETERMINADO: Pedro Braga (2015), Pedro Fernandes (1646). PROJETISTA: João Paschasio Cosmander (1643-1646). |
Cronologia
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1640, 01 dezembro - declaração da independência de Portugal face a Espanha; 11 dezembro - D. João IV cria o Conselho de Guerra para tratar dos assuntos militares; pouco depois são formados os Governos de Armas do Minho, Trás-os-Montes, Beira, Estremadura, Alentejo e Algarve; D. Afonso de Portugal, 5.º conde de Vimioso, é escolhido para governador das Armas do Alentejo e este elege Elvas como praça de armas da província; depois da sua chegada a Elvas, fecham-se as "portas menos necessárias reduzindo o seruiço da cidade a tres"; 1641 / 1642 - nomeação de Matias de Albuquerque como governador das Armas do Alentejo; este manda proceder a algumas reparações nas muralhas medievais *4, cortar as árvores da Alameda, construir um revelim à frente das portas de Olivença e demolir algumas casas "porque embaraçavam a antiga muralha"; segundo Aires Varela, "traçou fortes no cabeço de Santa Luzia, do Sizo, Casarão, S. Pedro e outeiro de S. João. Não obrou nenhum, porque dizia requeriam grandes presídios e gastos", contudo é possível terem-se feito algumas obras provisórias em fascinas e terra; 1642 - o governador lança imposto de $002 aos moradores da cidade para as obras de defesa; 22 junho - Câmara decide elevar o imposto do real de água para custeamento das despesas com as fortificações "considerando a precisa necessidade que havia de se repararem os muros, e se fortificarem as barbacãs d'elles"; 1643, início - chega a Elvas Jan Ciermans, em Portugal conhecido como João Paschasio Cosmander (1602-1648), para superintender as obras da fortificação moderna, o tenente general Rui Correia Lucas e 100 pedreiros; chegam ainda outros engenheiros militares, como Philipe Guitau, João Ballesteros e Jean Gilot, Girolamo Rosetti e Charles Lassart; Cosmender desenha a nova fortaleza de Elvas que, grosso modo, segue o perímetro da muralha Fernandina e se adapta à grande irregularidade do terreno, e dirige a sua construção; dá-se início à abertura do fosso e à construção do baluarte frente à antiga porta de Évora, vedando o Hospital Militar, e mantendo uma torre; o general D. João da Costa manda construir guaritas na muralha, substituir as paliçadas por grilhões e fechar a porta dos Banhos com alvenaria, reduzindo a entrada na cidade a duas; é posta "em pratica a ponte levadiça da porta de Olivença"; 1644 - data inscrita na porta de São Vicente; 20 maio - o rei envia Nicolau de Langres para o Alentejo; novembro - primeiro cerco a Elvas pelo exército espanhol, de 15.000 homens, comandado pelo general Torrecusa; segundo o Conde da Ericeira, apesar de não haver "mays que principios da fortificação moderna", oito dias depois, retira devido à defesa do conde de Alegrete; nesta altura, o engenheiro António Rodrigues, que está em Elvas, é encarregue das "estradas incobertas p.ª por elas se offender ao inimigo"; faz-se a ligação entre a praça e o Forte de Santa Luzia (v. IPA.00003244) por caminho coberto, sob a responsabilidade de Diogo Gomes de Figueiredo; 1646 - nomeia-se Pedro Fernandes, quartanário da Sé de Elvas e conhecedor da arte da fortificação, para ajudar Cosmander nas obras da praça; Nossa Senhora da Conceição é eleita nova padroeira de Portugal, procedendo-se posteriormente à construção da capela dessa invocação sobre a porta da Esquina, por ordem do capitão Belchior Rodrigues; 1648 - Nicolau Langres projeta a obra coroa designada de Casarão; 05 maio - D. João IV manda destruir o Convento de São Paulo e a parte do aqueduto que ficasse a um tiro de mosquete da praça e dificultasse a obra da fortificação, receando poderem abrigar o inimigo; 15 julho - carta de Martim Afonso de Mello ao rei referindo as duas obras de "grandíssima importância pera a segurança desta Praça": a cisterna e "A outra obra he a do cazarão que sem ella he hum grande Padrasto que esta praça tem"; 1649 - construção de alpendres no local onde se ergueria o Trem para fabricar e reparar o material de guerra; 1650 - início da construção da obra coroa no outeiro do Siso ou do Casarão; 1654, 28 outubro - a fortaleza ainda não tem o seu perímetro fechado; 1658, 15 outubro - 1659, 13 janeiro - D. Luís de Haro, com um exército de 14.000 homens e 5.000 cavaleiros, cerca Elvas; durante o cerco, segundo Luís Serrão Pimentel, devido às más fundações da muralha, a cortina de são Vicente "se abrio, & arruinou, & tambem por baixo da porta da Esquina, onde cahio (...) hum grande lanço com o laborar de huas Peças que allí plantei" (Pimentel, p. 108); o engenheiro António Rodrigues "fasendo por sua defença hua brecha e assistir athe se acabar com sua estacada e parapeito fazendo accomodar a pólvora e mais petrechos de fogo em vários logares aonde se levava dos armasens por entre os riscos das bombas do inimigo (...)"(Sepulveda, p. 459); 14 janeiro - Marquês de Marialva com o seu exército de socorro vence os espanhóis, na vitória das Linhas de Elvas; 23 fevereiro - rainha D. Luísa de Gusmão agradece a constância dos elvenses durante o cerco; na carta militar sobre a Batalha das Linhas de Elvas, desenhada pelo engenheiro militar Pierre de Saint-Colombe, a fortaleza já se encontra fechada; 1661, 07 novembro - carta sobre acudir-se às fortificações; 1662 - obras nas muralhas por Luís Serrão Pimentel; 1662 - 1663 - grande concentração de tropas portuguesas em Elvas, comandadas pelo Marquês de Marialva; 1685 - data inscrita na porta de Olivença; 1706, 14 abril - exército franco-espanhol atacam Elvas, no âmbito da Guerra da Sucessão de Espanha (1704-1712); 1712 - cerco pelo Marquês de Bay; 1713 - abertura da poterna de São Francisco; 1714, 05 julho - tropas castelhanas e francesas atacam e bombardeiam Elvas; setembro - importante ataque e bombardeamento à cidade; 1757 - planta da praça e equipamento militar, pelo capitão de engenharia Miguel Luiz Jacob, na visita geral de 1755 *5; 1758 - descrição parcial da fortaleza, nas Memórias Paroquiais das freguesias da Sé e de São Pedro *6; 1767 - início da obra da construção do atual Quartel do Casarão, ordenada pelo Conde de Lippe (GAMA, 1963, p. 63), e com projeto ou direção do coronel de artilharia Guillaume Louis Antoine de Valleré (1727 - 1796); 1769, 02 dezembro - o engenheiro militar Tomás de Vila Nova e Sequeira é agraciado com benesses após a sua obra de reforço das muralhas; 1797 - o Real Corpo de Engenheiros propõe que o término do aqueduto da Amoreira passasse a fazer-se sob o fosso e que se construa, na face sul do Redente do Cascalho, duas casamatas, comunicando com as casernas existentes, "para defender o fosso do revelim, visto que o fogo superior fica muito mergulhante"; 1801 - no âmbito da Guerra das Laranjas, as tropas de Miguel Gody intimidam a rendição da praça; 1802 - na planta da praça de Elvas com seus fortes adjacentes, delineada por Francisco D'Alincourt, já existem cavaleiros nos baluartes de São João de Deus, da Praça de Armas e do Casarão, e a poterna junto ao meio baluarte do Trem é identificada por São Francisco; 1807, 01 dezembro - no âmbito das Guerras Peninsulares (1807-1811), o exército de cerca de 9.500 homens, comandado pelo general Francisco Solano, capitão-general da Andaluzia, entra em Elvas, sendo governador Pedro José de Almeida Portugal, Marquês de Alorna; apesar do contingente militar na cidade, o Príncipe Regente ordena que as portas sejam abertas e a cidade é tomada; 1808, 11 março - os franceses assumem o governo da praça de Elvas, ficando à frente das tropas como governador militar o Coronel Michel; os espanhóis e os franceses intramuros desentendem-se, tendo os primeiros abandonado Elvas; 01 maio - Portugal declara guerra a França; 1808, final - com a saída dos franceses, estabelece-se em Elvas uma junta governativa chefiada pelo bispo da cidade, D. José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho; 1809, janeiro - os ingleses saem da cidade; 1810 - em preparação para a nova invasão francesa, o governador Francisco de Paula Leite ordena a demolição de todas as construções e arvoredo até 200 braças da esplanada da praça; 1811 - inauguração do Cemitério dos Ingleses, com sepultamento do major-general Daniel Hoghton, morto na batalha de Albuera, e do tenente-coronel Daniel White, ferido na mesma; 1815 - "na porta da Esquina ha hum Corpo da guarda, em que se podem alojar 29 soldados: tem huma pequena casa para oficial, e de fronte desta ha hum Paiol de alvenaria a prova isolado, que tem 59 palmos de frente, e 19 de fundo: todos estes edifícios são cubertos com abóbadas a prova"; 1817 - Elvas tem 12 paióis à prova de bomba e três sem ser a prova *7; 1816 - planta do baluarte de Nossa Senhora da Conceição com alçados e perfis das canhoeiras acasamatadas; 1825, 24 agosto - projeto de uma latrina na cortina entre os baluartes de Santa Bárbara e de São João da Corujeira, de Manuel Marta da Rocha; 1828 - 1834 - guerra civil; 1833, maio - planta da praça de Elvas e do Forte de Santa Luzia com indicação dos limites das esplanadas que, por ordem do rei, são delimitadas por marcos *8; 1844 - constituição do jardim da praça, numa parte do fosso, entre o baluarte de Olivença e o redente do Cascalho, abrangendo um pequeno pomar e terra de semeadura, tendo uma pequena casa encostada à face do revelim; 1882 - a Guarda Fiscal passa a utilizar a prisão do revelim das portas de São Vicente e, ao que parece, também usa um compartimento de cada uma das outras portas; 1889 - data inscrita em cartela na escarpa interior da cortina entre o baluarte de Olivença e o São João de Deus; séc. 19 - planta do baluarte de São Domingos, com as obras "provisionais novamente construídas", onde se inclui "espaldões" e meias luas; 1904, 20 agosto - o governador da praça, João Carlos Rodrigues da Costa, manda delimitar as sepulturas do cemitério dos ingleses com gradeamento; 1907, 23 julho - entrega ao Regimento de Cavalaria n.º 1 de parte do fosso para servir de campo de obstáculos para instrução das praças; 1908, 10 abril - auto de entrega ao Regimento Cavalaria n.º 1 dos terrenos do fosso entre o baluarte da Praça de Armas e o baluarte do Casarão; 1910, 22 março - Câmara pede autorização ao Ministério da Guerra para construir um mercado coberto no baluarte de São Pedro, obtendo licença provisória; 1911, 23 fevereiro - escritura de concessão pelo Ministério da Guerra à Câmara do terrapleno do baluarte de Olivença, para construção de um mercado coberto; depois disso, a Comissão Administrativa de Elvas é autorizada a depositar nos fossos da praça as terras provenientes da demolição, autorizada, do través e para dorso do baluarte de Olivença, devido à construção do mercado; 22 março - Câmara solicita ao Ministro da Guerra, entre outros aspetos, autorização para estabelecer uma nova comunicação da praça com o exterior; 25 maio - Decreto considera a fortificação de 2.ª classe; 19 julho - a Inspeção das Fortificações e Obras Militares sugere que a brecha na muralha seja junto ao baluarte São João de Deus; 1920, década - vários elvenses de renome manifestam-se favoráveis à destruição das muralhas da cidade, pois só assim se conseguiria terminar com o aperto que a cidade sentia e possibilitaria a construção de novas habitações fora do centro; 1927 - tendo conhecimento da possível destruição das muralhas, um artigo de Lacerda Machado, publicado no Diário de Notícias, alerta os portugueses para a destruição de uma "peça preciosa do museu universal"; na sequência, a Associação dos Arqueólogos Portugueses escreve em protesto à Câmara de Elvas; o Ministério de Guerra encarrega uma comissão de engenheiros militares para avaliar a abertura das muralhas, que considera inaceitável a solução do Município; 1928, 07 novembro - auto de receção do terreno do baluarte da Praça de Armas pelo Governo Militar de Elvas (antes estava arrendado); 1929, 26 novembro - auto de entrega ao governo Militar de Elvas da fortificação de Elvas e suas dependências, constituída pelo recinto abaluartado e obras anexas com exclusão do que já fora entregue por auto e se encontra na posse das unidades de guarnição; 1930, 14 abril - data dos autos de entrega ao Hospital Militar do baluarte de São João de Deus, ao Batalhão de Caçadores n.º 8 do baluarte da Conceição e ao Regimento de Cavalaria n.º 1 do baluarte do Casarão, cortinas adjacentes e meio baluarte de São Domingos (em regular estado de conservação); 1939, 01 novembro - auto de entrega ao Regimento Cavalaria n.º 1 dos fossos desde o baluarte da Praça de Armas até ao de São Domingos e desde o do Casarão até ao da Porta Velha; 1932 - criação de uma carreira de tiro reduzido no fosso, entre os meios baluartes do Trem e do Príncipe, e da poterna de São Martinho, para o Batalhão de Caçadores n.º 8; 15 outubro - auto de entrega do fosso, entre o meio baluarte do Príncipe e as Portas da Esquina, ao Batalhão de Caçadores n.º 8, então em regular estado de conservação; 1934, 15 janeiro - auto de entrega ao Batalhão de Caçadores n.º 8 de 3 casamatas situadas na contra escarpa do fosso do baluarte da Conceição, estando em regular estado de conservação; 1938 - a Câmara pede autorização para proceder a uma abertura na parte oeste das muralhas da cidade; 1939, 06 junho - auto de entrega ao Batalhão de Caçadores n.º 8 do fosso entre as portas da Esquina e o jardim da praça; 1940, 25 julho - entregue à 1.ª Brigada de Cavalaria de uma casa no revelim das portas de Olivença; 31 dezembro - o valor patrimonial da fortaleza é de 12.000.000$00; 1941 - projeto de construção da Avenida Presidente Carmona e abertura das muralhas de Elvas, da autoria do arquiteto Moreira da Silva, que não é aprovado; 19 setembro - auto de entrega ao Batalhão de Caçadores n.º 8 da denominada casa grande de abóbadas nas portas da Esquina; 11 dezembro - auto de cessão ao Batalhão de Caçadores n.º 8 de duas casamatas entre o redente do cascalho e o baluarte de São João Deus; 1942, 08 junho - auto de entrega ao Comando Militar de Elvas de uma casa no revelim de Olivença; 1943, 13 novembro - cedência gratuita do terreno do baluarte da Praça de Armas à Associação de Bombeiros Voluntários de Elvas; 1947 - redução da zona de servidão da praça de Elvas; 1946 - 1950 - alargamento das duas poternas integradas nas casernas do quartel do Casarão e construção de vários edifícios *9; 1947 - a fortaleza tem então nove paióis *10; 01 agosto - entrega à DGEMN do paiol de bateria do baluarte de Santa Bárbara e do armazém de Entre Torres, adossados ao castelo, para serem demolidos; 1948, 09 junho - auto de concessão do baluarte da Praça à Câmara, a título provisório, para a realização do mercado, no terrapleno; 25 junho - Decreto-lei n.º 36937 reduz a zona de servidão militar; 1950 - veda-se o acesso ao paiol de Santa Bárbara com um portão, ao que parece, removido de uma das poternas da muralha, junto à igreja de São Domingos; 1951, 18 julho - inauguração do viaduto da nova Porta de Évora, obra orçada em 1.894.401$50; 01 outubro - auto de entrega ao Batalhão de Caçadores n.º 8 de 1500 m2 de terreno do fosso denominado "redente do Cascalho", próximo do jardim da praça; 1957, 07 março - derrocada de quatro abóbadas da casa da guarda das portas de Olivença; 1958, 21 outubro - Câmara pede a cedência a título definitivo do baluarte da Praça, onde ainda funciona o mercado, para construção de um outro, estudando-se o estilo mais adequado com o local, mas que implicaria a demolição do cavaleiro e do través; 1969, cerca - construção de um depósito de água de 5000 m3, enterrado, no baluarte da Conceição; 1973, 19 janeiro - Ministro do Exército autoriza a cedência à Câmara das poternas da Rua dos Lagares e de São Pedro, prisões do revelim das portas de São Vicente e casamata sob o revelim das portas de São Vicente; 1990, cerca - Câmara instala parque de estacionamento no baluarte da Praça; 1994, 18 janeiro - Despacho conjunto do MDN/MF, DR nº 14, cedendo à Câmara o adarve do baluarte de São João de Deus; 1999 - aluimento de terras coloca em perigo a estabilidade de uma cortina na zona alta da cidade, junto à porta de São Vicente; abril - a Direção-Geral de Infraestruturas do Ministério da Defesa Nacional lança concurso público de Ideias para a Salvaguarda e Valorização do Património do Estado, afeto à Defesa Nacional, na Cidade de Elvas; 2002 - abatimento de uma parte da muralha junto da estrada de circunvalação nas portas de Olivença; 2003, 30 dezembro - abate ao cadastro do Exército do "adarve de São João de Deus; 2005 - a Câmara de Elvas prepara a candidatura das Fortificações de Elvas a Património Mundial; 2006, 28 junho - auto de mudança de utente, entregando ao delegado do Regimento de Cavalaria n.º 3 o PM 91/Elvas - Fortificação da Praça de Elvas; 2008, 05 junho - nos termos da resolução do Conselho de Ministros n. 94/2008, é desafeto do domínio público militar uma parcela de terreno com a área de 14.934,44m2; 27 agosto - auto de entrega e afetação à Câmara de uma parcela de terreno com a área de 14.943,44m2 pertencentes ao PM 91, para construção da 3.ª Fase da Circular à cidade de Elvas (alargamento da estrada de Boa-Fé e Torre da Balas), mediante a compensação financeira de 10.500 euros; 2010, 18 janeiro - data da entrega da candidatura a Património Mundial à Comissão Nacional da Unesco; 2011, 18 fevereiro - proposta de abertura do processo de classificação das Fortificações de Elvas pelo Gabinete do Secretário de Estado do Ministério da Cultura, como Monumento Nacional, por se encontrar inscrito na lista indicativa do Património Mundial da UNESCO; 22 fevereiro - Despacho de abertura do processo de classificação e fixação da Zona Especial de Proteção provisória, pelo diretor do IGESPAR; 05 maio - publicação do projeto de decisão de classificação das Fortificações de Elvas como Monumento Nacional e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção, em Anúncio n.º 6052/2011, DR, 2.ª série, n.º 87; 2012, 30 junho - aprovação da candidatura de Elvas a Património Mundial pela Unesco, sob a categoria de "Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas e suas Fortificações"; 2013, 18 novembro - desafetação do domínio público militar de alguns edifícios pertencentes ao conjunto das fortificações, por Despacho n.º 14892, DR, 2.ª série, n.º 223; 2014, 04 abril - auto de cedência e aceitação pela Câmara do paiol de bateria das portas da Esquina. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de pedra calcária, essencialmente provenientes dos afloramentos rochosos cortados para a abertura do fosso, assente com argamassas à base de cal, areia e argila; cunhais em silhares de mármore acinzentado; cordão em cantaria; guaritas e latrinas em tijolo maciço, argamassado e rebocado; parapeitos e canhoeiras em alvenaria de tijolo, com formigão de terra e cal, ou em taipa; muros da coroada, em formigão e taipa; terraplenos e esplanadas com terra batida; abóbadas à prova, em tijolo maciço; banquetas em tijolo de burro; portas em silharia almofadada e fendida; portas e postigos de madeira, com ferragens, ou em ferro, tal como os portões; lápides e mísulas das guaritas em mármore; lajes, lintéis e cintas de travação em betão; pavimentos de tijoleira; isolamento com produto asfáltico. |
Bibliografia
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AA.VV - Elvas Duas Décadas de Poder Local. Elvas: Câmara Municipal de Elvas, 2013; AA.VV - Fortificações de Elvas. Proposta para a sua inscrição na lista do Património Mundial. Elvas (Portugal): texto policopiado, 2008; ALMEIDA, João de - Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses. Lisboa: J. Almeida, 1946; BUCHO, Domingos - Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações. Lisboa: Edições Colibri; Câmara Municipal de Elvas, 2013; BUCHO, Domingos - «Filiação das fortificações do centro histórico de Elvas na Escola Holandesa». In Separata da CLIO. Lisboa: Centro de História da Universidade de Lisboa, 2009, pp. 33-64; BUCHO, Domingos - «Fortificações de Elvas». In Elvas Caia - Revista Internacional de Cultura e Ciência. Elvas; Lisboa: Colibri, Câmara Municipal de Elvas, 2006, n.º 4, pp. 35-51; BUCHO, Domingos - «Justificação para a inscrição das fortificações de Elvas na lista do Património Mundial». In Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, n.º 28, dezembro 2008, pp. 52-67; COBOS-GUERRA, Fernando - «El sistema de fortificaciones abalauartadas de la Raya Hispano Portuguesa como Património de la Humanidade. Caracterización y valoración del sistema. Estado de la cestión». In Castillos de Españha. Associación Española de Amigos de los Castillos, 2011, n.º 164-165-166, año LVIII, pp. 155-166; DENTINHO, Maria do Céu Ponce - Elvas. Monografia. Braga: Camara Municipal de Elvas, 1989; CONDE DE ERICEIRA, Conde de - História de Portugal Restaurado. Porto: Livraria Civilização, 1946; FIEL, Elisabete, GARRINHAS, João - «Uma visão histórica da evolução urbana da cidade de Elvas». In Elvas Caia - Revista Internacional de Cultura e Ciência. Elvas; Lisboa: Colibri, Câmara Municipal de Elvas, 2004, pp. 87-112; FONSECA, Teresa - Elvas: das Invasões Francesas às Guerras Liberais. Lisboa: Colibri, 2016; GAMA, Eurico - Elvas: Rainha da Fronteira. Elvas: Tipografia Guerra, 1986; KEIL, Luís - Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Portalegre. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1943, vol. 1; JESUÍNO, Rui - Elvas - Histórias do Património. s.l.: Rui Jesuíno; Booksfactory, 2016; LOBO, Francisco Sousa - «A defesa militar do Alentejo». In Monumento. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, dezembro 2008, n.º 28, pp. 22-33; MARINHO, Alberto de Oliveira - A Gloriosa Batalha das Linhas de Elvas. Elvas: Câmara Municipal de Elvas, 1991; MARTINS, António Neves - «Memória da artilharia em Elvas. Uma visão global segundo as fontes bibliográficas». In Elvas Caia - Revista Internacional de Cultura e Ciência. Elvas; Lisboa: Colibri, Câmara Municipal de Elvas, 2006, n.º 4, pp. 119-150; MATTOS, Gastão de Mello de - Nicolau de Langres e a sua obra em Portugal. Lisboa: Comissão de História Militar, 1941, IV volume comemorativo do centenário da Restauração; MORGADO, Amílcar F. - Elvas - Praça de Guerra (Arquitectura Militar). Elvas: Câmara Municipal de Elvas, 1993; MOREIRA, Rafael - “Do rigor teórico à urgência prática: a arquitectura militar». In História da Arte em Portugal. Lisboa: Publicações Alfa, 1986, vol. 8; PAAR, Edwin - «As fortificações seiscentistas de Elvas e o primeiro sistema holandês de fortificação». Separata de A Cidade. Lisboa: Edições Colibri, n.º 12 (Nova série), 1998, pp. 129-170; PAAR, Edwin - «O Sistema fortificado de Elvas no panorama da arquitetura militar europeia da época». In Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, n.º 28, dezembro 2008, pp. 52-57; PEREIRA, Paulo - «De Elvas a Olivença. O Renascimento antes de Vitrúvio». In Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, n.º 28, dezembro 2008, pp. 82-91; PERES, Damião - A Gloriosa História dos Mais Belos Castelos de Portugal. Porto: Editorial Verbo, 1969; PIMENTEL, Luís Serrão - Methodo Lusitano. Lisboa: Direcção da Arma de Engenharia, Direcção do Serviço de Fortificações e Obras do Exército, (1.ª edição 1680) 1993; RODRIGUES, Jorge e PEREIRA, Mário - Elvas. Lisboa: Editorial Presença, 1996; ROSSA, Walter, CONCEIÇÃO, Margarida Tavares e TRINDADE, Luísa - «Raia e cidade». In Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, dezembro 2008, n.º 28, pp. 6-21; SELVAGEM, Carlos - Portugal Militar. Lisboa: 1994; SEPULVEDA, Christovam Ayres de Magalhães - História Organica e Política do Exército Português. Provas. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1919, vol. VIII, pp. 458-460; VALLA, Margarida - «A praça-forte de Elvas: a cidade e o território». In Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, n.º 28, dezembro 2008, pp. 34-43; VARELA, Aires - Sucessos que ouve nas fronteiras de Elvas, Olivença, Campo Maior e Ouguella, o primeiro anno da Recuperação de Portugal, que começou em 1.º de Dezembro de 1640 e fez fim em o ultimo de Novembro de 1641. Elvas: Typ. Progresso, 1901 (1.ª ed. 1641); VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904, vols. I e II. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMSul/DM, DGEMN:DSID; Direção de Infraestruturas do Exército: GEAEM, SIDCarta, Tombo dos Prédios Militares: PM n.º 048/Elvas - Castelo de Elvas, PM n.º 91/Elvas - Fortificação da Praça de Elvas, PM n.º 99/Elvas - Paiol de bateria (de Santa Bárbara), PM n.º 70/Elvas - Paiol de bateria às portas da Esquina |
Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSID (DGEMN:DSID-001/012-1740, DGEMN:DSID-001/012-1741/2, DGEMN:DSID-001/012-1747, DGEMN:DSID-001/012-1748, DGEMN:DSID-001/012-1749, DGEMN:DSID-001/012-01695), DGEMN:DSARH (DGEMN:DSARH-010/087-0043, DGEMN:DSARH-010/087-0044, DGEMN:DSARH-010/087-0045, DGEMN:DSARH-010/087-0046, DGEMN:DSARH-010/087-0047, DGEMN:DSARH-010/087-0048, DGEMN:DSARH-010/087-0049, DGEMN:DSARH-010/087-0050, DGEMN:DSARH-010/087-0053, DGEMN:DSARH-010/087-0054, DGEMN:DSARH-010/087-0055, DGEMN:DSARH-010/087-0161, DGEMN:DSARH-010/087-0075, DGEMN:DSARH-010/087-0111), DGEMN:DSMN (DGEMN:DSMN-001-0626/25); Direção Regional de Cultura do Alentejo: Proc. 4.07.165.loc.85; Direção de Infraestruturas do Exército: Tombo dos Prédios Militares: PM n.º 048/Elvas - Castelo de Elvas, PM n.º 91/Elvas - Fortificação da Praça de Elvas, PM n.º 99/Elvas - Paiol de bateria (de Santa Bárbara), PM n.º 70/Elvas - Paiol de bateria às portas da Esquina; DGALB/TT: Memórias Paroquiais, vol. 13, n.º (E) 14, p. 71 a 106 (Sé) e vol. 13, n.º (E) 14b, p. 121 a 142 (São Pedro) |
Intervenção Realizada
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1939 - arquiteto da DGEMN ordena a remoção das placas de mármore com a inscrição "Património do Estado", colocadas junto às portas de São Vicente e de Olivença, por ordem do Ministério da Guerra, sem ouvir ou prevenir a D.S.O.P.M.; a mesma inscrição foi gravada na cantaria das portas e as placas guardadas por um mestre ao serviço da DGEMN; CMOME: 1949 - arranjo nas muralhas da praça junto ao Hospital Militar -1.ª fase, pelo empreiteiro Fernando Pires Coelho, Lda.; 1950 - arranjo nas muralhas junto ao Hospital Militar, reforço e elevação da contra escarpa na praça de armas do jardim militar, por Fernando Pires Coelho, Lda.; reforço e elevação da contra escarpa da praça de armas do jardim militar (parte elétrica), pelo empreiteiro Albino Jorge dos Reis, gerente da Eléctrica da Baixa, Lda.; modificação de um portão junto ao hospital militar, pelo empreiteiro António da Assunção Mateus, gerente da Serralharia, J. Lino; DGEMN: 1958 - obras de reparação da casa da guarda das portas de Olivença, pelo empreiteiro Anselmo Costa: demolição de alvenarias desligadas, reconstrução da abóbada e arcos em alvenaria de tijolo, construção de betão armado em laje e lintéis, fornecimento e assentamento de pavimento de tijoleira regional no terraço, sobre betuminoso, reconstrução do pilar central que abateu, execução de rebocos e caiações em paredes exteriores, reparação do pavimento de calçada à portuguesa; 1962 - consolidação de um troço de 50m num dos baluartes junto ao Quartel de Lanceiros n.º 1 pelo empreiteiro António Serra, prevendo-se a demolição e reconstrução de quatro pequenos troços intercalados, de forma a sustentarem a restante muralha; reconstrução da muralha até ao nível do terreno superior, reparação e consolidação de uma guarita; 1963 - continuação dos trabalhos de consolidação das muralhas na zona junto dos aquartelamentos, por Anselmo Costa: demolição de alvenarias em pequenos corpos que obstroem o traçado das muralhas, nas portas de Olivença e zona de Aquartelamento de Lanceiros, construção de alvenarias em elevação, em reconstrução da muralha na zona do quartel, limpeza de muralhas, construção de betão armado em lintéis e cintas de travação, reconstrução de pavimentos de tijoleira servindo de cobertura, nas portas de Olivença, incluindo isolamento com produto asfáltico, construção de massame e execução de isolamento com produto asfáltico no adarve de um troço de muralha na zona do Quartel de Lanceiros n.º 1, construção e assentamento de portas e portadas de madeira nas portas de Olivença, feitura de rebocos nas portas de Olivença, fornecimento e assentamento de cantaria da região aparelhada, em cunhais e paramentos na zona do Quartel dos Lanceiros, fornecimento e assentamento de mísulas de cantaria para apoio das guaritas, de acordo com as existentes, na zona do quartel, reparação de guaritas, nas portas de Olivença e Quartel de Lanceiros, fornecimento e assentamento de tijoleira em capeamento de muretes; 1964 - obras de conservação na zona dos aquartelamentos das muralhas, por Anselmo Costa: feitura de rebocos nos panos de muralha, fornecer e assentar lajedo em pavimento no adarve e tijolo maciço servindo de faixa de lancil ao adarve, reparação, limpeza de vegetação e refechamento de juntas nas muralhas, reparação e beneficiação de guaritas e construção de outras em locais onde as mesmas se encontram demolidas e danificadas, fornecimento e assentamento de mísulas para suporte das guaritas; 1965 - obras de conservação nas muralhas, na zona dos aquartelamentos de Elvas, por Anselmo Costa: reparação de panos de muralha com o arranque de vegetação e refechamento de juntas, fornecimento e assentamento de silhares de cantaria em cunhais, construção de alvenaria hidráulica em elevação, tapamento de rombos da muralha, reconstrução de rebocos em paramentos, reparação de guaritas, construção de guaritas em locais onde ruíram, fornecimento e assentamento de mísulas de cantaria para suporte das guaritas; 1966 - obras de conservação dos "aquartelamentos de Elvas", sobressaindo as diversas portas da muralha, por Anselmo Costa: demolição de alvenarias que se encontram desligadas, em panos de muralha, e sua reconstrução, demolição de um envidraçado existente junto à capela da Conceição, sobre as portas da Esquina, reconstrução de alvenaria em tapamentos e rombos, limpeza de cantarias e reparação de portados dos arcos de entrada dos vários troços das mesmas portas, compreendendo reconstrução de rebocos, construção de uma guarita no baluarte junto às portas, de acordo com as existentes, reparação de uma guarita na mesma zona, reparação de muralhas, com arranque de vegetação e refechamento de juntas, refechamento de juntas no capeamento de tijoleira dos parapeitos, reparação de uma chaminé, construção de pavimentos de tijoleira, compreendendo massame e isolamento com produto asfáltico, construção de portas e caixilharia e sua pintura, reconstrução de rebocos e caiação; 1967 - obras de conservação e restauro de muralhas na zona dos aquartelamentos, especificamente na porta da Esquina e na zona junto à entrada do castelo, por António Serra: demolição do "inestético envidraçado de resguardo de entrada" da capela sobre a porta da Esquina e construção de um discreto alpendre em substituição, construção de alvenaria hidráulica em elevação em tapamento de rombos e em cortinas na zona das muralhas junto ao castelo, construção de alvenaria de taipa, em tapamento de rombos na mesma zona, consolidação de cunhais, reparação de uma guarita e construção de outra na mesma zona, reparação de troços de muralhas, com arranque de vegetação e refechamento de juntas; obras de conservação nos baluartes exteriores na zona dos aquartelamentos, por António Serra: execução de rebocos em panos de muralha abaluartada junto às portas da Esquina; CMELVAS: 1969 - arborização da espanada na encosta noroeste da muralha da fortaleza; DGEMN: 1971 - reparação de troços de muralha da cerca no Regimento de Lanceiros n.º 1, pelo empreiteiro António Serra: reparação de guaritas de alvenaria em mau estado e construção de outras, em alvenaria de tijolo, segundo as existentes, reparação de panos de muralha, construção de alvenaria em elevação; 1972 - trabalhos de conservação e restauro das muralhas na zona das portas de São Vicente, pelo empreiteiro José Faustino dos Santos: demolição dos pavimentos dos terraços sobre as arcadas das portas, execução de massame, betonilha, isolamento com produto asfáltico e execução de novos pavimentos nos terraços, construção de alvenaria hidráulica em tapamento de rombos de panos de muralha, junto às portas, reparação de muralhas, restauro de panos de muralha com limpeza de ervas, restauro de uma guarita e limpeza e refechamento de juntas dos portados de cantaria das portas, reparação de portado sobre o largo de São Pedro, reparação e pintura de portas no interior das arcadas, e caiação em paredes exteriores e abóbadas; 1976 - consolidação e reparação de muralhas, das zonas em pior estado, pelo empreiteiro António Serra: reconstrução de uma guarita na zona do Quartel de Caçadores, construção em alvenaria hidráulica em panos de muralha, para tapamento de rombos, na zona junto ao Quartel de Caçadores e junto ao Quartel de Lanceiros, reparação de panos de muralhas, com arranque de ervas e refechamento de juntas, junto à entrada do castelo e na zona do Quartel de Caçadores, reparação dos telhados nas construções existentes nas muralhas, junto à entrada do castelo, reconstrução de rebocos dos parapeitos de muralha, na zona situada à entrada do castelo, reconstrução de rebocos nos parapeitos de muralha, na praça em frente à entrada do castelo; 1977 - obras de consolidação mínimas em vários pontos das muralhas junto ao castelo, pelo empreiteiro António Serra: construção de alvenaria hidráulica em elevação em panos de muralha, para consolidação e tapamento de rombos, reparação de panos de muralha, com arranque de ervas e refechamento de juntas, desinfestação de ervas e arbustos; 1980 - obras de conservação das muralhas pelo empreiteiro António Serra: construção de alvenaria hidráulica em elevação, para tapamento de rombos e consolidação de panos de muralha e cortinas na zona norte e na zona da porta de São Vicente; reparação de panos de muralhas com arranque de vegetação e refechamento das juntas na zona nascente, reconstrução de rebocos salitrosos nas portas da Esquina, desinfestação de vegetação em vários locais das muralhas com aplicação de herbicidas; 1985 - obras de conservação por António Serra: construção de alvenaria hidráulica em elevação e tapamento de rombos e recuperação de panos de muralha e cortinas na zona norte e da porta de São Vicente; reparação de panos de muralha com arranque de ervas e arbustos e refechamento de juntas na zona nascente; reconstrução de rebocos salitrosos, nas portas da Esquina; desinfestação de ervas e arbustos com aplicação de herbicida em vários locais da muralha; 1986 - proteção e valorização das muralhas das portas de Olivença, pelo empreiteiro António Serra: reparação de panos de muralha, compreendendo arranque de ervas e arbustos, picagem de rebocos, refechamento de juntas e rebocar com argamassa de cimento, cal e areia nas portas da Esquina, numa guarita das muralhas a norte, nos arcos da entrada da porta de São Pedro e nas portas, numa guarita das muralhas a nascente e nas portas de Olivença; reconstrução de uma guarita de alvenaria de tijolo, iguais às existentes nas muralhas junto às portas da Esquina; fornecer vigas de madeira e vários elementos em ferro para as pontes levadiças das portas de Olivença e da Esquina; pintura das portas, caixilhos e grades de ferro das portas de São Pedro e de Olivença; caiação das paredes e abóbadas das entradas das portas da Esquina, de São Pedro e de Olivença; 1994 - obras de conservação das muralhas pela firma António da Costa Saraiva, Ldª; conservação da guarita próxima da porta dos Terceiros: reparação e limpeza de panos de muralha, com arranque de ervas e arbustos, substituição de rebocos desligados e salitrosos, refechamento de juntas e "lacunas"; reboco dos panos de muralha em argamassa de cal e areia; caiação; fornecimento e assentamento de caixilhos e portas maciças numa guarita; 2000 - projeto de obras de recuperação das muralhas na porta de Olivença, com limpeza e remoção de vegetação, preenchimento de rombos e refechamento de juntas; projeto de obras de recuperação e consolidação da barbacã da porta de São Vicente: limpeza e arranque de todas as formações vegetais, tapamento de rombos na muralha empregando pedra da região, refechamento de juntas com argamassa de cal, aplicação de argamassa de cal e areia com coroamento de muros; CMELVAS: 2002 - obras nas cortinas junto à Casa das Barcas, com desmatação dos muros e fosso, consolidação de alvenarias, reconstrução de latrinas e guaritas e instalação elétrica; 2004 - conclusão da recuperação de um pano de muralha; 2004, fevereiro - estudo prévio de requalificação paisagística, ambiental e urbana da cidade de Elvas, encosta sudoeste das muralhas, pelos arquitetos paisagistas Elsa Barroso e Carlos Correia Dias; 2009 - projeto de requalificação ambiental e paisagística da envolvente às muralhas 1ª fase - entre as portas de Olivença e o baluarte do Trem, por LODO - Arquitectura Paisagísta Ldª; projeto de infraestruturas elétricas: iluminação pública e monumental (cénica), pelo engenheiro Osvaldo Martins Chilra da Silva, da firma 2CS - Projetos e Assessoria de Electricidade; 2010 - recuperação de canhoeiras e travezes; 2013 - requalificação ambiental e paisagística da envolvente às muralhas, entre as portas de Olivença e o baluarte do Trem; trabalhos de conservação e requalificação dos diversos troços e plataformas do sistema abaluartado da cidade; colocação de diverso mobiliário urbano; iluminação cénica e ambiental por Osvaldo Martins Chilra da Silva; 2014 - reparação do muro que delimita o fosso na proximidade das portas de Olivença; 2015 - trabalhos arqueológicos relativos às sondagens de diagnóstico no âmbito do Projeto da muralha na Av. de São Domingos, por Ever Calvo Rodrigues e Mariana Mateus - Era Arqueologia; projeto de arquitetura de conservação e restauro da muralha na Av. de São Domingos, entre as portas de Olivença e o Museu Militar, com coordenação de Pedro Braga, arquiteta Patrícia Bruno e engenheiro Henrique Abreu: execução de sistema de drenagem, no tardoz do muro de suporte, aplicação de biocida e remoção de vegetação, remoção de elementos de metálicos não funcionais e de argamassas cimentícias, colmatação de lacunas com elementos de alvenaria de pedra, limpeza e refechamento de juntas e fissuras em alvenaria de pedra e cantarias do portal, preenchimento de vazios interiores através de injeções com caldas de cal hidráulica natural, consolidação de rebocos e execução de novos rebocos, à base de cal aérea; projeto de arquitetura de conservação e restauro do baluarte de São Vicente: execução de rebocos em paramentos exteriores de alvenaria de tijolo dos merlões e dos muros de taipa, caiação; demolição de paredes recentes para desentaipamento das canhoneiras, demolição de pavimento em betão; aplicação de herbicida e remoção de vegetação, desobstrução de drenos, limpeza e refechamento de juntas entre blocos de pedra, alvenarias e cantaria; consolidação de rebocos e execução de novos rebocos; 2016, 18 abril - publicado no DR, 2.ª série, n.º 75, o Aviso n.º 5043/2016 relativo à aprovação camarária da elaboração do Plano de Pormenor de Salvaguarda e Valorização das Fortificações de Elvas - Candidatura a Património Mundial; 01 julho - publicado no DR, 2.ª série, n.º 125 a Declaração de retificação n.º 701/2016 relativa Plano de Pormenor de Salvaguarda e Valorização das Fortificações de Elvas - candidatura a Património Mundial; 2017 - projeto de requalificação da envolvente às muralhas; 2023, janeiro - início das obras de conservação e restauro das Portas de São Vicente pela Câmara Municipal de Elvas. |
Observações
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*1 - A denominação de alguns baluartes da praça sofreu alteração ao longo do tempo. Por exemplo, Luís Serrão Pimentel no seu "Methodo Lusitano", publicado em 1680, alude à construção de um cavaleiro "Em Elvas (…) no Baluarte da Cruz por haver este sahido muito baixo" (Pimentel, p. 142). Desconhece-se a que baluarte corresponde, no entanto, nas plantas mais antigas da praça, da segunda metade de setecentos, apenas surge representado um cavaleiro, revestido a cantaria, no baluarte de São João de Deus. O pároco da freguesia da Sé, nas Memórias Paroquiais de 1758, ao descrever o Hospital Militar diz que esse "tem hua pequena cerca que fica no baluarte de Sancto Antão chamado hoje de São João de Deus". Na planta da praça elaborada pelo capitão de engenharia Miguel Luiz Jacob, em 1757, o baluarte da Conceição é identificado como baluarte do Armazém antigo da Pólvora. Já a planta da praça de Elvas com seus fortes adjacentes, delineada por Francisco D'Alincourt, em 1802, designa o baluarte de Olivença por Morteiros, o baluarte do Castelo por Santa Bárbara e o meio baluarte do Trem por Cesto da Gávia. O meio baluarte da Corujeira tinha designação individual para cada um dos seus flancos, ou seja, de cima para baixo, denominam-se de baluarte da Corujeira, baluarte do Picadeiro Superior e baluarte do Picadeiro de baixo, tendo acabado por prevalecer a primeira denominação. *2 - A documentação do Tombo da fortificação dá as medidas de várias poternas. A poterna de São Pedro tem 18m de comprimento, 2m de largura e 2,10m de altura; a poterna de São Francisco tem 13,80m de comprimento, 2,05m de largura e 3m de altura; a poterna de Nossa Senhora da Conceição, junto ao paiol, tem 17m de comprimento, 2,05m de largura e 3m de altura; a poterna de São Martinho tem cerca de 15m de comprimento; a da lavandaria (no baluarte da Porta Velha) tem 6,80m de comprimento, 1,30m de largura e 2m de altura; a poterna norte tem 23m de comprimento, 4,70m de largura e 3,90m de altura; a poterna sul tem 22,65m de comprimento, 4,60m de largura e 4,10m de altura; a poterna da Rua dos Lagares tem 18m de comprimento, 2,05 de largura e 2,75m de altura; a de São Paulo tem 17,20m de comprimento, 2,93m de largura e 2,95m de altura. *3 - Na planta de Miguel Luiz Jacob, em 1757, esta porta é denominada de porta falsa. *4 - Segundo Aires Varela, nos seus "Sucessos", tratou-se de "reduzir as ameias dos muros e barbacãs em parapeitos, acrescentou as banquetas das barbacãs, que eram estreitas, deixando entre elas e o muro uma falsa-braga para embeber as ruínas do muro, quando o inimigo o batesse, ficando-lhe por este modo o passo dificultoso. Empalizou as entradas das portas (…) pretendeu fazer cava ao longo da barbacã, começou pela Porta de Olivença (...)". *5 - Nesta planta são representadas as obras projetadas para melhorar a defesa da cisterna; a escarpa interior de metade do meio baluarte de São Domingos, do baluarte do Casarão e o da Porta Velha, com as respetivas cortinas de ligação, em terra, ainda sem o cavaleiro no baluarte do Casarão, mas tendo na gola uma construção circular, umas cavalariças retangulares e outras construções não identificadas na gola do baluarte da Porta Velha; é representado um único cavaleiro no baluarte de São João de Deus; a partir da Igreja do Convento de São Domingos, desenvolvia-se um troço da muralha Fernandina, terminada numa torre quadrangular, marcando interrupção na mancha das construções, entre os baluartes do Casarão e da Porta Velha, onde hoje existe a denominada porta de Badajoz; a obra coroa possuía a gola apenas defendida por uma tenalha, disposta a norte (Direção de Infraestruturas do Exército, GEAEM, SIDCarta, cota: 1609-1A-13-17). Uma planta sensivelmente posterior, da autoria de Guilherme Frederico Westernacher, representa, na gola do baluarte do Casarão, o edifício circular com alas laterais, identificando-o como corpo da guarda do Casarão, bem como umas "comuas", um armazém de pólvora na gola do baluarte da Porta Velha e um outro corpo do quartel da cavalaria junto ao orelhão deste baluarte, e, adossado à muralha fernandina, um "quartel de cavalaria" composto por dois corpos, um disposto a sudeste da muralha e outro a nordeste da mesma (Direção de Infraestruturas do Exército, GEAEM, SIDCarta, cota: 1703-1A-14-19). *6 - Segundo o testemunho do pároco da freguesia da Sé nas Memórias Paroquiais, datado de 30 de maio, próxima ao armazém da Conceição "sta a porta da Esquina assim Chamada, (segundo se presume) pela esquina, ângulo, ou Canto que faz a Cidade para este Lado. Hé a mais bem formada das 3 que hoje tem a Cidade na sua fortificação nova. O seu frontespício da parte de fora hé todo de Cantaria de pedra branca, e preta primorosamente Lavrado, onde, em huã pedra preta, se acha gravado hum Letreiro em obsequio da Conceição imaculada de Maria sanctissima, Cuja devotíssima imagem se Colocou sobre a porta, em hum nicho, que o Capitão Belchior Domingues accrescentou, sobre a abobeda, no fim do seculo passado, formando huã pequena, mas decente Capella guarnecida de azulejo fino, Com sua sacristia. O Letreiro hé o seguinte Honori et gloria / Magna Matris / Marie / Vobis Elvianae Presidus Perpetue, / A qua efecti quodam Mauri, / Nune repulsi recessere Castellani. / Utrique / Sacra a purissino Virginis Conceptu die / Ut documento esset mortalibus / Se non magis Religionis quam justitie / Patronam essem, ac Vindicem. Desta porta para a parte do sul athe onde se chama a porta de São Pedro (que hoje não existe, por ser hyã das onze que tinha a Cidade no, em partes, demolido muro, que mandou fazer o Rei D. Fernando) corre, pelo destrito d'esta freguezia, a fortificação nova desenhada, no anno de 1643 pelo Tenente general d'artilharia Rui Correia Lucas Continuada pelo Coronel engenheiro o Pe. João Pascacio de Cosmãdel da Companhia de JESUS, e por Niculau Langre, e outros; Com muitas Cortinas e Valuartes Com seus terraplenos, muitos Revelins em profundos fossos se defender a praça da nova invenção d'artilharia. Tudo mandou fazer D. João o 4.º depois de sua feliz acclamação e o Continuàrão seus filhos D. Affonso o 6.º, e D. Pedro o 2.º". O pároco da freguesia de São Pedro refere a existência, na zona do atual Museu Militar, de "hum pedaço de muro antigo muito alto", que então servia de "Varandas aos Religiozos Dominicos, e no fim está huma torre Com Ameyas, e he depanultima fortificação, e no bacho deste muro estam Sinco Cavallarices de Abobeda para as Tropas dele Rey nosso Snr. Fora destas Cavalharicas estam mais três; hua que era antigamente a porta de São Vicente esta he de abobeda, e mais duas Cavalhariças de telhados; e junto a esta Cavalharice que era oarta está hum grande Cazaram de abobeda, que nesta ultima guerra sérvio de Almazem de pólvora, e Cavalherice de Cavalhos, e antigamente era Corpo de guarda. No Limite desta freguesia está hum Baluarte com quatro faces a quem chamam o Baluarte do Casarão, e muito forte e de presente tem Seiz Canhoes, e no meio huma casa de abobeda que Serve de Corpo de guarda, e antigamente era Sede dos Artilheyros, e da parte de fora, dentro do fosso tem três Rebelins que o defendem para não poder ser batido. Deste nasce huma Cortina e travez". O "Baluarte que chamão da Porta velha, tambem Com quatro faces, e de prezente tem dous Canhões e para defença deste Baluarte esta hum forte, ou fortaleza a que chamam o Moynho do Vento, obra muito forte e Regular, e Regular com três Rebelins digo Baluartes, e no meyo tem hum forte Rebelim, que o defende, tem toda esta fortificaçam fossos profundo, e Strada encuberta, e explandaz muito fortes. Tudo necessita de Concerto porque esta muito arruinado. Dentro deste fosso do forte do Muinho do Vento havia jogos de paoz, e Lanranginha e So chamava os jogos do Principe, e tinham este nome porque estando nesta Cidade O Serenissimo Principe o Senhor Dom Theodozio filho do Senhor Rey Joam o quarto, se dis que por curioso com a Sua Fonte hia a ver jugar estes jogos. E o Motivo porq aeste fosso chamam o Moynho do Vento he porque no meyo dele está huma Torre em que fazia farinha no tempo da guerra da acclamaçam. E ainda no principio desta ultima guerra se Consertou e fez farinha o que ça prezenciey e não sey qual foy a Cauza de senão continuar. Do Baluarte da Porta Velha se chega a huma quartina, e no meyo dela está a porta de São Vicente toda de abobeda e com trez portado e tres portas de Madeyra e antigamente se chamava porta dos Banhos. tem ponte Levadiça e de fora esta hum Rebelim forte com duas faces com huma porta e ponte Levadiça donde também sta huma guarda, e dentro deste Rebelim que cobre a porta de San Vicente há Corpo de guarda e duas Cazas grandes para prisoens dos soldados, e na parte de dentro e da parte de fora esta hum nicho com a Imagem do Senhor São Vicente Martyr. Continua esta quartinha the tres Cavoleyros junto a Irmida de São Joam Baptista hum dos quaes que esta no distrito desta freguesia (…)". (…) "junto ao Baluarte da Porta Velha de Sam Vicente está hum nobre Picadeiro donde se ensinam os Cavalos, todo murado e dentro huma nobre Caza de abobeda com huma varanda em sima, que tudo foy feyto a Custa do Excellentissimo Marquez do Lavradio". Nas imediações da porta de São Vicente, "junto a explanada do fosso há humma fonte a que chamam fonte da prata agoa muyto Salobra, mas abundante, e nos anos de Secca Sempra Lança muyta agoa de que o povo tinha muyta utilidade e desta passa a agoa pera hum chafariz para beberem as bestas, e deste para hum Lago donde se Lavam Roupas e ainda Sobra muyta agoa com que se regam algumas hortas. E me disseram alguns ouvirem que tinha virtude para apartar ouro da prata, he boa para quem tem dor de pedra, e muyta ma para os que padecem queychas do fígado, e he tradissam que algum dia havia banhos desta agua, por cujo motivo se chamam a que agora he porta de São Vicente Porta dos Banhoz". *7 - Numa Relação dos diversos paióis e depósitos de pólvora, elaborada por Mathias José Dias Azedo, tenente general comandante, existiam na praça de Elvas 12 paióis à prova de bomba: dois pequenos, no corpo da guarda da gola do baluarte do Casarão, com casa e tanque de ressalva, na esquerda da frente do quartel da cortina entre o baluarte do Casarão e o de São Domingos, com casa de ressalva e portas dobradas, debaixo do cavaleiro do baluarte da Parada, na gola do entrincheiramento da praça de armas re-entrante, entre os baluartes de São Domingos e o da Parada, de pequenas dimensões, na direita da gola do baluarte de São João de Deus, isolado, com frente de 60 palmos e 16 de fundo, na cortina entre o baluarte da Corujeira e a Porta Velha, dois pequenos paióis, duas das casernas da cortina entre os baluartes da Porta Velha e Casarão, servindo de paióis provisionais, ainda que muito húmidos, e no extremo da gola do baluarte de Santa Bárbara, o paiol do mesmo nome. Tinha ainda três paióis sem ser à prova de bomba: o paiol da Conceição, na gola do baluarte do mesmo nome, o de Santa Bárbara, à esquerda da gola do baluarte do mesmo nome, e o da Porta Velha, quase no canto da gola do baluarte do mesmo nome. *8 - As esplanadas da praça, compreendidas entre as portas de São Vicente e a de Olivença já estavam marcadas, e, por ordem superior, não se altera a sua anterior demarcação, tendo-se apenas numerado os marcos. *9 - É construído um parque para dois grupos de esquadrões no exterior da cortina entre o meio baluarte de São Domingos e o baluarte do Casarão, um parque para o esquadrão do comando e um parque do esquadrão de engenhos no exterior da cortina entre o baluarte do Casarão e o baluarte da Porta velha, uma oficina de reparação auto, uma estação de transmissões no cavaleiro, e um depósito de carregamento de baterias. *10 - Nesta data, a praça tinha nove paióis, sendo dois grandes, o da Conceição e o paiol geral de Santa Bárbara (entregues, respetivamente, ao Batalhão de Caçadores n.º 8 e ao Regimento de Cavalaria n.º 1, a 19 de maio de 1943), sete pequenos de bateria, o de São Vicente (arrendado), o da Porta Velha (incorporado no quartel do Regimento de Cavalaria n.º 1), o das Salvas ou cavaleiro (arrendado), o de São João de Deus (entregue à Câmara Municipal de Elvas, a 24 de setembro de 1928), o da Esquina (entregue ao Batalhão de Caçadores n.º 8, a 13 de julho de 1932 e avaliado a 31 de dezembro de 1940 em 3.200$00), o de Santa Bárbara; além destes, adossava-se ao castelo um armazém, denominado de Entre Torres, que, a 22 de agosto de 1944, fora cedido provisoriamente à Câmara Municipal de Elvas, para alojar os cavalos da Secção da GNR, mas que depois desiste da cedência; este armazém, bem como o pequeno paiol de bateria, que lhe ficava junto, no baluarte de Santa Bárbara, foram entregues à DGEMN a 1 de agosto de 1947. O paiol de bateria do baluarte de Santa Bárbara tinha a área de cerca de 637,50m2 e no dia 31 de dezembro de 1940 foi avaliado em 637$50. |
Autor e Data
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Paula Noé 2018 |
Actualização
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