Capela do Espírito Santo / Ermida do Espírito Santo
| IPA.00006363 |
Portugal, Lisboa, Mafra, União das freguesias de Igreja Nova e Cheleiros |
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Ermida rural de pequena dimensão e feição rustica, construída, provavelmente no séc. 16 e reconstruída no 18 (pós-terramoto), tendo recebido uma descuidada intervenção de reconstrução em finais do século 20, que lhe alterou a feição interna. Integra-se no conjunto de pequenas capelas da denominada região saloia, nomeadamente das Capelas do Espírito Santo, caracterizados por exterior de tratamento arquitetónico austero, por um esquema planimétrico interior básico, nave única, sacristia, e capela-mor. Assim, apresenta uma planta poligonal, resultante da articulação axial de dois retângulos, de dois registos, correspondentes aos dois corpos principais, a nave única e a capela-mor, mais estreita, quase quadrangular, a que se adossam, lateralmente, do lado esquerdo, os corpos retangulares da sacristia e de um pequeno anexo, com porta independente de acesso ao exterior com a mesma orientação do portal principal. Fachadas rebocadas e caiadas a branco, muito sóbrias, percorridas, ou por soco e cunhais de cantaria, como é o caso, ou por faixa pintada. Fachadas principal e posterior em empena triangular encimadas por cruz pétrea, sendo a principal rasgada axialmente por portal, ou manuelino encimado por óculo, ou (como é o caso) de verga reta e moldura de alvenaria simples encimado por pequena janela retilínea servida de gradeamento. As fachadas laterais são rasgadas por vãos retilíneos com molduras simples de cantaria e rematadas por cornija saliente. Cobertura telhada a duas águas. Interiormente, apresentam nave única com cobertura tripartida (normalmente de madeira) e capela-mor, neste caso também com cobertura tripartida. Apresenta uma nave única, ostentando, no lado do Evangelho, um púlpito embutido, com mísula pétrea e guarda em balaustrada de ferro forjado, no lado da Epístola, pia de água benta e caixa de esmolas de madeira. Deste templo destaca-se o seu arco triunfal, de decoração manuelina, conjugando um arco pleno com um polilobado com decoração arquitetónica floral estilizada (rosetas), bastante semelhante à utilizada em alguns arcos de portais e fustes de pelourinhos manuelinos da região. Assim, apresenta uma estrutura de arco a pleno cento, em cuja moldura externa se inscrevem três conopiais diminutos com vértices rematados por florões e uma cruz que ultrapassam o arco, embebidos na parede O único elemento decorativo antropomórfico é a cabeça masculina coroada esculpida na pedra de fecho, não havendo qualquer justificação iconográfica ou documental para a identificar com o monarca. |
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Número IPA Antigo: PT031109030017 |
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Registo visualizado 1377 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta poligonal, retangular, composta pela articulação longitudinal de dois corpos escalonados, retangulares, correspondentes à nave e à capela-mor pouco profunda, tendo adossados, a norte, os corpos da sacristia e de um pequeno anexo, também retangulares. Fachadas rebocadas e caiadas a branco, com panos delimitados por cunhais de cantaria e rasgadas por vãos retilíneos com molduras simples de cantaria. Cobertura telhada a duas águas. Fachada principal orientada a ocidente, terminada em empena triangular, encimada por cruz pétrea, é delimitada por cunhais de cantaria, e rasgada, axialmente, pelo portal principal encimado por pequena janela retangular, servida de gradeamento férreo. Fachada lateral esquerda, a norte, composta por quatro panos, respeitantes aos quatro corpos em presença, a capela-mor, encoberta pelo corpo da sacristia, de parede cega, o pequeno anexo, rasgado apenas a ocidente pelo vão de entrada, de verga reta, e a nave, rasgada por uma pequena janela sobre o anexo. Fachada lateral direita, a sul, com três panos delimitados por cunhais de cantaria e rasgados por uma porta travessa, no corpo da nave, e uma pequena janela na capela-mor. Fachada posterior, de empena triangular, e parede cega. Sobre o acrotério do corpo da nave, a sul, um campanário. INTERIOR: nave única, paredes murárias caiadas de branco, ostentando, no lado do Evangelho, um púlpito embutido, com mísula pétrea e guarda em balaustrada de ferro forjado, no lado da Epístola, pia de água benta e caixa de esmolas de madeira. Arco triunfal, de volta perfeita, com face e pés direitos decorados com rosetas, assente sobre bases oitavadas, com moldura externa com três arcos conopiais inscritos, com vértices rematados por rosetas estilizadas e com uma cabeça coroada em meio-relevo na pedra de fecho. Retábulo-mor com frontal revestido a azulejo tapete. |
Acessos
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Parte baixa da vila, junto à Estrada. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,888812; long.: -9,330348 |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 |
Enquadramento
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Urbano, isolada, tendo fronteiro pequeno adro murado. Situa-se no fundo do vale junto à ribeira de Cheleiros, a ocidente da ponte antiga (v. IPA.00006383). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Funerária: capela mortuária |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 (conjetural) / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1516, 25 novembro - D. Manuel I (1469 - 1521) dá foral novo à vila de Cheleiros, que recebera o seu primitivo foral ainda por mãos de D. Sancho I (1154 - 1211), em 1195, e que voltara às mãos da coroa, até à criação do senhorio de Povos e Cheleiros por D. João I (1357 - 1433) em 1420; desta altura datará a construção primitiva do templo, ou a realização de uma importante campanha de obras; 1755, 01 novembro - o grande sismo de Lisboa deixa-a em ruínas, sendo então reconstruída com a sua atual feição; 1758 - de acordo com a informação contida nas Memórias Paroquiais, é esta ermida alvo de romaria e dispõe de albergaria anexa; c. 1759 - 1882 - encontra-se documentada a atividade do Hospital e Confraria do Divino Espírito Santo de Cheleiros, também conhecido como Ermida e Albergaria do Divino Espírito Santo, localizados na vila de Cheleiros; 1882 - a instituição é extinta por alvará do Governo Civil de Lisboa, sendo os seus bens integrados nos da Santa Casa da Misericórdia de Mafra; 1944 - c. 1947 - decorrem obras de conservação e restauro na Igreja Matriz de Cheleiros (v. IPA.00003045), que se encontra, assim, impossibilitada para a realização do culto, sendo este transferido para este templo; 1954 - encontra-se em grande estado de abandono e com telhado já abatido; 1982, 26 fevereiro - é classificada como imóvel de Valor Concelhio, Decreto n.º 28/82, publicado no DR, 1.ª série, n.º 47; 1985, 03 junho - ofício dos Serviços Culturais da Assembleia Distrital de Lisboa alerta a autarquia de Mafra para o estado de degradação em que o imóvel se encontra, apenas restando as paredes com reboco, mas com a empena desmoronada, o arco triunfal e um púlpito, pelo emite parecer sobre a necessidade urgente de obras; na sequência deste ofício a autarquia mafrense solicita apoio técnico e financeiro à DGEMN; 14 junho - a DRML anui em conceder apoio técnico à intervenção, frisando que a obra de um Valor Concelhio deve correr por conta co município; 1987 - não sendo dada resposta à necessidade de intervenção, a Comissão Fabriqueira empreende a reconstrução do templo, desta obra data todo o interior caiado, a cruz tosca que encima o arco manuelino, as duas colunas cortadas que ladeiam o frontal de altar da capela-mor; 1989, 21 março - artigo publicado no jornal A Capital, chama a atenção para a falta de qualidade da intervenção, que deixaria os arquitetos quinhentistas "de cabelos em pé" se cá voltassem; 2001, 08 setembro - a classificação como VC - Valor Concelhio é convertida para IM - Interesse Municipal, nos termos do n.º 2 do art.º 112.º da Lei n.º 107/2001, publicada no DR, I Série-A, n.º 209. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Estrutura de alvenaria rebocada e cantaria de calcário nos cunhais, emolduramentos das portas, janelas e arco triunfal. Cobertura de telha. |
Bibliografia
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AZEVEDO, Carlos de, GUSMÃO, Adriano de, FERRÃO, Julieta - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Concelho de Mafra. Lisboa: Junta Distrital de Lisboa, 1963; GANDRA, Manuel - O Império do Divino Espírito Santo. Mafra: Câmara Municipal de Mafra; Centro de Estudos Históricos e Etnográficos prof. Raul de Almeida, 1990, folheto da exposição; GANDRA, Manuel - “Festividades e eventos cíclicos tradicionais do concelho de Mafra (O Petencostes e o Império do Divino Espírito Santo)”. Boletim Cultural'96. Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 1997; GORJÃO, Sérgio - “Memórias Proquiais”. Boletim Cultural'96. Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 1997; LOPES, Flávio - Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Distrito de Lisboa. Lisboa: Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico, 1993; PAGARÁ, Ana - “Carta do património do concelho de Mafra. 1. Notas preliminares à arquitectura das Ermidas do espírito Santo (Concelho de Mafra)”. Boletim Cultural 2004. Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 2005; PINHO, Elsa Cristina C. G. Garret - Da Arte Manuelina do Concelho de Mafra. Lisboa: s. n., 1989, texto policopiado; VILAR, Maria do Carmo - “Carta do património do concelho de Mafra. 1. O Manuelino”. Boletim Cultural'94. Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 1995; VILAR, Maria do Carmo - “Arquitectura e escultura monumental manuelina na região de Mafra”. Boletim Cultural'2000. Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 2001. |
Documentação Gráfica
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DGPC: PT DGEMN/DSID; PT DGEMN/DSARH; CMM: AMM |
Documentação Fotográfica
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DGPC: PT DGEMN/DSID; CMM: AMM |
Documentação Administrativa
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DGPC: PT DGEMN/DSID; PT DGEMN/DSARH; CMM: AMM; DGARQ: PT ANTT |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO / DGEMN: 1986 - Trabalhos de reparação e reconstrução: colocação de telhado, portas e janelas para salvaguarda do arco manuelino, púlpito e cantarias. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 1990 / Lina Marques 2001 |
Actualização
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