Casa na Rua Martim Mendes / Quartel do Comando Militar Elvas
| IPA.00026856 |
Portugal, Portalegre, Elvas, Caia, São Pedro e Alcáçova |
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Casa com núcleo fundacional construído no séc. 15 / 16, de que subsiste ala com contrafortes em esbarro e portais no piso térreo em arco apontado, um deles de dupla arquivolta, ampliada nos séculos subsequentes, nomeadamente no séc. 19, altura em que recebeu pedra de armas, e no séc. 20, resultante num imóvel de planta em U irregular, composto por vários corpos. A sua planimetria é documentada em planta desde 1819, tendo sido ocupada pelo Comando Militar Elvas em meados do séc. 20. A fachada principal, formando curva e possivelmente resultante da reforma do séc. 19 / 20, possui dois pisos, terminados em friso, cornija e platibanda plena, e é rasgada por janelas de peitoril ou de varandim e por portal biselado, com aduelas em cunha. Os corpos virados a nascente datam de épocas diferentes, o da esquerda com eixo de vãos, tendo a janela do piso intermédio decoração em aletas de estuque relevado, e o corpo da direita, mais antigo, posteriormente alteado e, no séc. 20, ampliado para norte. |
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Número IPA Antigo: PT041207020170 |
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Registo visualizado 1629 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Casa abastada
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Descrição
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Planta poligonal composta por vários corpos articulados, formando quase um U irregular, com coberturas diferenciadas em telhados de uma e duas águas, rematadas em beirada simples. Fachadas de dois ou três pisos, rebocadas e pintadas de ocre ou, na posterior, de branco, com os vãos retilíneos, com molduras de massa, pintadas de branco, ou de cantaria, atualmente entaipados. A fachada principal, virada a sul, é formada por dois corpos, o principal, com ligeira curva, definido por falsas pilastras pintadas de branco e remate em friso de massa, cornija e platibanda plena, almofadada, com falsos acrotérios nos cunhais. É rasgado, no piso térreo, por portal largo, de garagem, janela de peitoril e portal principal, de moldura em cantaria, biselada e com aduelas em cunha e, no segundo piso, por quatro janelas de peitoril, as do lado direito com moldura de cantaria terminada em cornija, e uma janela de varandim, com guarda em ferro. Em plano descentrado existe brasão de família. O corpo secundário, disposto perpendicularmente à direita, é mais baixo, rasgado por três janelas de peitoril, uma delas junto ao solo, tendo o ângulo cortado. A fachada lateral virada a nascente possui dois corpos, de três pisos, terminados em friso e cornija, integrando gárgulas. O corpo esquerdo tem cunhais de alvenaria a imitar cantaria, e é rasgado por eixo de vãos, formado por porta, janela de peitoril, tendo pano de peito decorado com aletas em estuque relevado, criando falso avental, e sobreporta com aletas entrelaçadas, e janela de varandim, com guarda em ferro. O pano direito, mais largo e sensivelmente recuado, apresenta dois contrafortes de esbarro e dois portais de arco apontado, um deles de duas arquivoltas e o outro entaipado; nos dois outros pisos superiores, abre-se uma janela de peitoril central, a do último piso, rematada em cornija; à direita, abrem-se vãos sem moldura, num ritmo desigual. A fachada posterior das alas apresenta grande irregularidade de fenestração, possuindo chaminé encostada à empena do corpo sul e escada com balcão de acesso ao corpo disposto a poente. No INTERIOR, o vestíbulo possui silhar de azulejos azuis e brancos e escada para o piso superior. |
Acessos
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Alcáçova, Rua Martim Mendes; Rua São João da Corujeira. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,882747; long.: -7,1762485 |
Protecção
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Incluído no Núcleo urbano da cidade de Elvas / Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas (v. IPA.00001839) |
Enquadramento
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Urbano, adossado, no interior da fortaleza de Elvas (v. IPA.00035956), no denominado bairro da Corujeira, entre o baluarte de Santa Bárbara e o meio baluarte da Corujeira e do Picadeiro. Ergue-se adaptado ao declive bastante acentuado do terreno, formando frente de rua, possuindo na fachada posterior logradouro com cota mais elevada, vedado por alto muro. A nascente ergue-se o Quartel da Corujeira (v. IPA.00035789), cuja cerca confina com a do Comando Militar de Elvas, para sudoeste, desenvolve-se um troço da primeira linha de muralha islâmica com a denominada Porta do Miradeiro e, para noroeste, o castelo (v. IPA.00003225). Um pouco mais para nascente, ergue-se a Capela de São João da Corujeira (v. IPA.00026788) e no terrapleno interior do baluarte do mesmo nome, implanta-se o Cemitério dos Ingleses. Nas imediações da capela, mas para sul, ergue-se a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco (v. IPA.00001608). |
Descrição Complementar
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Na fachada principal, uma cartela ovalada, tem brasão de família encimado por elmo e paquife. O escudo surge esquartelado, tendo no primeiro quartel as armas da família Vieira, com uma aspa, carregada de cinco vieras; no segundo as armas da família Cunha, de ouro, com nove cunhas de azul, postas 3, 3 e 3; no terceiro quartel as armas da família Silva, de prata, com um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho ou de azul; e no quarto, as armas da família Coutinho, de ouro, com cinco estrelas de vermelho, postas em sautor. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Câmara Municipal de Elvas, auto de cessão de 04 abril 2014 |
Época Construção
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Séc. 15 / 16 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 15 / 16 - época provável da construção de um primitivo corpo, com arcos apontados; séc. 19 - época provável da reforma e ampliação do edifício; 1819 - data da planta da Praça de Elvas, levantada pelo capitão de engenheiros António José da Cunha Salgado, para fazer parte do plano diretor, representando a mancha do edifício e respetivo logradouro bastante semelhante à que apresenta atualmente; 1825 - segundo Relatório Militar desta data, a "Caza dada ao Governador da Praça" situa-se nesta zona da cidade; 1940, 31 dezembro - o edifício é avaliado como tendo o valor patrimonial de 155.000$00; 1945, agosto - o edifício é ocupado pelo comando da 1ª. Brigada de Cavalaria em simultâneo com o Governo Militar de Elvas; 1949 - o edifício, com placa, é referido como prédio urbano, com dois pavimentos e entrada pela Rua Martim Mendes, com quintal, confrontando, a norte, com terreno militar, a sul, com a Rua Martim Mendes, a nascente, com a Rua São João da Corujeira e a poente, com muro da esplanada do Cascalho, sendo ocupado pelo Governador da Praça de Elvas; 1979, 25 junho - data do Tombo do imóvel, ocupado pelo Comando Militar da Praça de Elvas, com a área coberta em r/c de 260 m2, de outros pisos 240m2 e em terreno de 5.700m2; nesta data necessita de pequenas reparações; 1992, abril - a Associação Elvense de Apoio à Criança "O Formigueiro" envia carta à Câmara de Elvas, expondo a necessidade de instalações para poder iniciar as atividades decorrentes dos seus objetivos e informando que, as únicas com as condições necessárias e desejáveis, seriam as do edifício do Comando Militar de Elvas; contudo, a Direção de Serviços e Obras do Exército levanta reservas quanto à hipótese de disponibilização do prédio militar; junho - visto o imóvel se encontrar em estado de degradação, tornando-se impossível mantê-lo, até no aspeto de vigilância, propõe-se que sejam efetuadas diligências com vista a alienação do mesmo; 20 julho - despacho do general CEME, determina que seja proposta ao Ministério da Defesa Nacional a alienação do prédio militar em hasta pública; nos termos do mesmo despacho, deveria proceder-se à sua desocupação total até 31 dezembro 1992; determina-se ao Regimento de Infantaria de Elvas, a sua desocupação; 2001, 25 março - Pedro Manuel C. Nunes Amaral Xavier escreve à Direção Geral de Infantaria do Ministério da Defesa Nacional a manifestar interesse em adquirir os PM 93 e PM 91(8) - cerca anexa ao Quartel do Comando Militar da Praça de Elvas; 2006, 28 junho - auto de mudança de utente, sendo o imóvel entregue ao delegado do Regimento de Cavalaria n.º 3; 12 setembro - carta de Susana Redman, ao chefe de Gabinete do Chefe de Estado Maior do Exército, solicitando algumas informações sobre o edifício, visto que gostaria de converter o antigo quartel-general num pequeno hotel e a "Fabrica da pólvora e terrenos adjacentes entre esta propriedade e o antigo quartel-general" (que se pensa ser o paiol de Santa Bárbara) para exposições, jantares, etc; 2009 - o imóvel encontra-se em muito mau estado, com portas, janelas e varandas entaipadas a exceção da porta principal e da de uma garagem; algumas telhas estão levantadas, pelo que chove dentro do edifício; todos os compartimentos com chão de madeira estão em risco de ruir e alguns já ruíram devido ao excesso de precipitação do inverno; o acesso ao quintal também está entaipado; 31 agosto - ofício de Júlio Alcântara Botelho a pedir a cedência de alguns prédios militares para exploração para Instituição PSS, por 50 anos, nomeadamente do PM 91(8) - Cerca anexa ao Quartel do Comando Militar da Praça de Elvas e PM 93- Quartel de Comando Militar da Praça de Elvas, este último destinado a um centro de cuidados continuados de longa ou média duração, depois do espaço devidamente adaptado; 2014, 04 abril - auto de cedência e aceitação pela Câmara Municipal de Elvas de vários prédios militares, entre os quais o antigo Quartel do Comando Militar da Praça de Elvas, nos termos do disposto na alínea I do art.º 8 da Lei n. 23/2008, de 8 setembro e dos artigos 53 e seguintes ex VI artigo 23º do DL n.º 280/2007, de 07 de agosto, de harmonia com o Despacho n.º 14801/2013, da Ministra de Estado e Finanças e Ministro da Defesa Nacional, de 01 de novembro de 2013, publicado no DR 2.ª série, n.º 222, de 15 de novembro de 2013, proferido ao abrigo do n.º 3 do artigo 6.ª da referida Lei n. 3/2008; os imóveis são cedidos por um período de 50 anos, sendo os prédios abatidos ao cadastro do Exército à data do referido auto. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria mista rebocada e pintada; molduras dos vãos em alvenaria pintada ou cantaria; portas de madeira ou de ferro; brasão de cantaria; guardas e grades em ferro; decoração em estuque; silhares de azulejos no interior; cobertura de telha. |
Bibliografia
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AA.VV - Fortificações de Elvas. Proposta para a sua inscrição na lista do Património Mundial. Elvas (Portugal): texto policopiado, 2008; BUCHO, Domingos - Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações. Lisboa: Edições Colibri; Câmara Municipal de Elvas, 2013. KEIL, Luís - Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Portalegre. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1943, vol. 1. |
Documentação Gráfica
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Direção de Infraestruturas do Exército: GEAEM, SIDCarta, Tombo dos Prédios Militares: PM93/Elvas - Quartel do Comando Militar da Praça de Elvas |
Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA |
Documentação Administrativa
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Arquivo Histórico Militar: 3.ª Divisão, 9.ª Secção, cx. 68, n.º 18 (Conta resumida do Estado prezente do Aquartelamento da Praça por Inspecção própria do Governador della e Suas Observações, Carlos Frederico de Paula, 1825); Direção de Infraestruturas do Exército: Tombo dos Prédios Militares: PM93/Elvas - Quartel do Comando Militar da Praça de Elvas; Repartição de Finanças da Conservatória do Concelho de Elvas, Art.º 146, da freguesia de Alcáçovas |
Intervenção Realizada
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1949 - limpeza das oliveiras existentes na cerca do edifício. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 2017 |
Actualização
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