Igreja Paroquial de Vila Viçosa / Igreja de Santa Maria do Castelo / Igreja de Nossa Senhora da Conceição / Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal

IPA.00003867
Portugal, Évora, Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição e São Bartolomeu
 
Arquitetura religiosa, maneirista, barroca e rococó. Igreja paroquial de planta poligonal composta por três naves de cinco tramos, capela-mor mais estreita, dois absidíolos e capelas laterais adossadas, com vários anexos e torre sineira quadrangular no lado esquerdo, com coberturas interiores diferenciadas em falsas abóbadas de berço nas naves, sacristia e anexos, em abóbada de estrela na capela-mor e em abóbadas de aresta em alguns anexos, com o interior amplamente iluminado por janelas em capialço rasgadas nas paredes das naves laterais e na fachada principal. A fachada principal remata em frontão triangular, sendo tripartida, revelando a organização interna, com cada um dos panos rasgados por um eixo de vãos composto por porta de verga reta, encimada por janela retilínea. A torre sineira é seiscentista, algo atarracada relativamente às proporções da igreja, com o registo superior rasgado por ventanas em arcos de volta perfeita. Fachadas laterais marcadas pelos corpos adossados, escalonados e revelando fenestrações, por vezes entaipadas, tendo a posterior remate retilíneo, a que foi acrescentada uma empena, formando falso frontão. Interior com as naves divididas por arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, tendo as paredes reforçadas por arcadas de volta perfeita, com pavimento em lajeado de mármore, em algumas zonas formando xadrez e revestido a azulejo de padrão policromo. Coro-alto assente em arcos de volta perfeita e em asa de cesto, ao centro, amplo e atravessando as três naves. Sob a torre sineira, batistério amplo e, adossado a uma coluna da nave, no lado do Evangelho, púlpito circular, em cantaria, com acesso por escada em caracol. As capelas laterais possuem estruturas retabulares, duas delas de talha dourada, do estilo maneirista, sendo duas em cantaria de mármore, do estilo rococó. As capelas colaterais são profundas, a do Santíssimo de maiores dimensões, resultando de uma ampliação seiscentista, possuindo, a da Epístola, cobertura com pinturas murais, apresentando as insígnias do orago, envolvido por apainelados com motivos maneiristas de grotesco. A do Santíssimo possui retábulo de cantaria de mármore rococó e, a oposta, um retábulo de talha dourada do estilo nacional, tendo as paredes revestidas a azulejo figurativo, azul sobre fundo branco, de produção do barroco joanino. Arco triunfal de volta perfeita, envolvido por talha dourada, de acesso à capela-mor com painéis de azulejo figurativo, com molduras recortadas e elementos decorativos rococó. Possui retábulo-mor de talha dourada e pintada, com estrutura maneirista, de dois andares e três eixos, tendo pintura nos laterais e nichos no central, o superior com trono expositivo. Na sacristia, surge um arcaz de estilo rococó e um lavabo maneirista, acedendo-se, a partir de um anexo, à cripta. Em termos planimétricos e estruturais, a Igreja segue um programa nacional lançado pelas ordens militares que integravam a Coroa, neste caso, a Ordem de Avis. A igreja tem por orago a padroeira de Portugal, Nossa Senhora da Conceição, estando intimamente ligada à ascensão da Casa de Bragança à Coroa portuguesa, no contexto da crise peninsular de 1580 - 1640, crendo-se que o edifício primitivo, construído no período medieval, se encontrava ligado a outro episódio da história de Portugal, também no âmbito de um período de crise peninsular, a de 1383-1385, uma vez que o seu fundador teria sido D. Nuno Álvares Pereira, condestável do Reino, na altura. Assim, a igreja assumiu, ao longo da sua existência, um papel fundamental na sublimação da causa portuguesa em períodos de crise dinástica e de hegemonia peninsular, tendo a Coroa protegido a defesa do dogma da Imaculada. Da primitiva igreja restará, apenas, a cabeceira e a capela-mor com cobertura em abóbada estrelada.O edifício sofreu uma reconstrução no século 16, que, por falta de verbas e acontecimentos vários, se prolongaria pelo séc. 17, levando a que a solução adotada para as coberturas seja de grande simplicidade, com a opção por falsas abóbadas de berço de madeira, podendo estas, contudo, resultarem de uma reforma mais tardia. Aliás, as reformas sofridas pelo imóvel foram inúmeras, nomeadamente as executadas na sequência do terramoto de 1755, que provocou algumas derrocadas, levando a uma provável ampliação, considerando que a sineira seiscentista, se encontra desalinhada da fachada. Esta ampliação poderá explicar o facto dos portais de acesso, rasgados na fachada principal, se encontrarem descentrados dos arcos que os emolduram. No séc. 19, novas obras foram executadas, com o reaproveitamento de materiais e mobiliário religioso proveniente dos conventos extintos, nomeadamente do Convento de São Paulo. O interior é muito simples, destacando-se a manutenção do revestimento parietal de azulejo tipo tapete, as mesas-bancos das confrarias que zelavam pelo culto do orago, bem como os retábulos, de talha ou pedra, constituindo uma ótima amostra do estilo maneirista e rococó. O retábulo-mor, de estrutura maneirista, foi muito alterado em períodos posteriores, sofrendo uma reforma no final do séc. 18, com a introdução de uma nova gramática decorativa na decoração das colunas e molduras, e a reforma dos anjos e "putti" que o povoam, e no séc. 19, com o reaproveitamento de peças de talha provenientes do Convento de São Paulo, como refere a documentação. O trono e a tribuna apresentam decoração datável desta reforma. O original pavimento das naves, enxaquetado de mármore branco e negro azulado, totalmente preenchido por tampas de sepulturas, é idêntico ao da nave da Igreja dos Agostinhos (v. IPA.00002775), da igreja de São Domingos (v. IPA.00001862) e da Ordem Terceira de São Francisco (v. IPA.00001608), em Elvas. A nível epigráfico, regista-se a utilização de abreviaturas excêntricas, como "ROS", para abreviar a palavra "Herdeiros", também encontrada em algumas inscrições da igreja das Dominicas (v. IPA.00001843) e igreja de São Domingos em Elvas; e a colocação do ponto indicativo de palavra abreviada debaixo da letra em expoente e não a seguir à sigla, como é costume; e a existência de inscrições cujo texto foi parcial ou totalmente picado. Aproveitamento de tampas de sepultura epigrafadas, provenientes do interior da igreja, para os degraus da escadaria que dá acesso ao patamar superior do cemitério.
Número IPA Antigo: PT040714030007
 
Registo visualizado 5798 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta poligonal irregular, composta por três naves de cinco tramos, capela-mor mais estreita, flanqueada por dois absidíolos, quatro capelas laterais, duas sacristias e torre sineira adossadas às fachadas laterais, de volumes articulados, com massas dispostas na horizontal e coberturas diferenciadas em telhados de duas águas sobre as naves e capela-mor, de uma e duas águas nos restantes espaços, todas rematadas em beiradas simples, e em coruchéu piramidal na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, flanqueadas por cunhais em cantaria, de aparelho isódomo, e rematadas em frisos; as janelas são retilíneas e em capialço, as da fachada principal protegidas por grades. Fachada principal, virada a O., percorrida por faixa saliente, dividida em três panos, mostrando a estrutura interna do imóvel, definidos por duas pilastras assentes em plintos paralelepipédicos, sendo rematada em frontão triangular, com cruz latina no vértice, seccionado pelas pilastras que dividem os panos, integrando, ao centro, pequena janela quadrangular. Cada pano é rasgado por vãos em eixo, correspondentes a portas de verga reta, com molduras em cantaria e remates em frontões triangulares, o central mais alto, e a três janelas com molduras também em cantaria. No lado esquerdo e levemente recuada, a torre sineira, de dois registos definidos por friso, o inferior rasgado por duas frestas jacentes com molduras simples de cantaria e, o superior, levemente mais estreito, por ventanas em arco de volta perfeita, nas faces N. e S., em número de duas, e, na E., entaipada. Fachada lateral esquerda marcada pelos vários corpos adossados, escalonados, a nave com duas janelas, tendo no corpo saliente correspondente à Capela de São José fresta entaipada, surgindo, na sacristia da mesma, fresta quadrangular; a capela-mor possui fresta, surgindo uma segunda no corpo da Capela do Santíssimo. Fachada lateral direita composta por vários corpos adossados, constituindo volumes escalonados, a nave rasgada por duas janelas, a capela lateral com fresta retangular entaipada, e, na capela-mor, janela parcialmente tapada pelos corpos adossados da sacristia e anexo. A fachada posterior tem remate reto, com frisos e cornijas, alteada em fase posterior por pequena empena angular, vazada por fresta; sobre esta, é visível a empena do arco triunfal, rasgada por três janelas quadrangulares e pequenas frestas, distribuídas heterogeneamente. Nos corpos adossados, ambos em meia-empena, surgem vestígios de primitivas estruturas adossadas e truncadas, na existência de dois vãos em arcos de volta perfeita, no anexo de acesso à tribuna, e num arco existente na Capela do Santíssimo, também de volta perfeita e entaipado. Os corpos da tribuna e sacristia são rasgados por vários registos de vãos, com cinco janelas retilíneas e com molduras de cantaria, de tamanhos e disposição diversa, bem como por porta de verga reta, no piso inferior. O corpo adossado à sacristia, em meia empena possui janela simples, retilínea. INTERIOR com as naves divididas por quatro colunas toscanas, que sustentam arcos torais de volta perfeita, surgindo, embebidos nas paredes laterais, igual número de colunas e arcos, formando uma arcada, cujas paredes se encontram vazadas por janelas retilíneas em capialço, descentradas relativamente aos eixos dos arcos. As naves encontram-se totalmente revestidas a azulejo de tapete policromo e coberturas diferenciadas, em falsas abóbadas de berço, rebocadas e pintadas de branco, assentes em frisos e cornijas, a central possuindo as armas de Portugal pintadas. O pavimento é feito integralmente de tampas de sepultura de mármore branco, algumas epigrafadas, emolduradas por lajes de mármore negro-azulado, formando axadrezado. A nave central encontra-se circunscrita por teia de madeira de pau-preto, com aplicações de bronze, intercaladas por acrotérios de mármore azul, na forma de pilaretes. O coro-alto ocupa as três naves, assente em três arcos de volta perfeita, o central de perfil abatido, sobre pilares toscanos, com guarda de madeira balaustrada e acesso por porta de verga reta no lado do Evangelho, através de escadaria na base da torre sineira; sub-coro com coberturas em abóbadas de aresta. Os portais de acesso são enquadrados por arcos, surgindo descentrados, sendo o central protegido por guarda-vento de madeira e vidro, rematado por cornija e elementos vegetalistas em talha, e o escudo português encimado por coroa fechada. No lado do Evangelho, surge, na base da torre, o batistério, com acesso por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, protegido por teia de madeira; possui dois tramos, o posterior mais baixo, totalmente revestidos a azulejo de padrão azul e branco com rodapé de azulejo policromo, tendo coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de berço, rebocadas e pintadas de branco, pontuadas por elementos fitomórficos pintados a dourado. Na parede testeira, registo de azulejo policromo, com a representação do "Batismo de Cristo" e, no lado do Evangelho, nicho de alfaias retangular. Possui pia batismal composta por base troncocónica invertida, coluna e taça hemisférica. No lado direito do batistério, a porta de acesso ao coro-alto, elevada por um degrau, com moldura simples de cantaria e rematada por friso e cornija. No terceiro tramo das naves, implantam-se os cadeirais das confrarias de Nossa Senhora da Conceição e, à terceira coluna do Evangelho, adossa-se púlpito de cantaria, de planta circular, com bacia estriada e guarda vazada na forma de balaústres, com acesso por escada de caracol, com arranque ornado por grotesco. Também confrontantes, as capelas laterais, profundas e com acessos por arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, todas com estruturas retabulares em talha ou cantaria, dedicadas a São José e à Santíssima Trindade (Evangelho), a São Pedro e a Nossa Senhora do Carmo (Epístola). A partir da Capela de São José tem-se acesso à antiga sacristia da Irmandade, de planta retangular, com paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimentada a lajeado de mármore em xadrez branco e azul, e cobertura em abóbada de arestas, com algumas falsas penetrações. No absidíolo do Evangelho, está sediada a Capela do Santíssimo Sacramento, bastante profunda, com as paredes revestidas a azulejos de tapete, semelhantes aos da nave, com cobertura em falsa abóbada de berço, rebocada e pintada de branco, assente em cornijas, com pequeno medalhão quadrilobulado, ostentando símbolos eucarísticos e alusivos ao martírio de Cristo. Possui, sobre supedâneo de três degraus, retábulo de cantaria de mármore, flanqueado por duas credencias do mesmo material e, sob a capela, o carneiro. No do lado oposto, está instalada a Capela do Santo Nome de Jesus, com acesso por arco de volta perfeita, em cantaria, assente em pilastras toscanas, com pinturas murais vegetalistas, que centram emblema alusivo ao orago, com as cinco chagas, tendo as paredes totalmente revestidas a azulejo figurativo azul e branco, e cobertura em falsa abóbada de berço, dividida em falsos caixotões pintados com decoração geométrica e fitomórfica; no topo, retábulo de talha dourada. Arco triunfal de volta perfeita, sobrepujado por sanefa de talha com lambrequins e ornada por concheados e acantos vazados, com cartela central. Sobre o arco, ao centro, janela quadrangular em capialço, com moldura de talha, sendo flanqueada por duas aletas, contendo cartela assimétrica, em talha, decorada por acantos, enrolamentos e concheados. Capela-mor com cobertura em abóbada estrelada, rebocada e pintada de branco e cinza, com as paredes laterais rasgadas por duas portas e duas janelas, encimadas por sanefas de talha dourada, possuindo, em cada uma delas, três painéis de azulejo figurativo azul e branco, com molduras recortadas, superiormente, representando cenas da vida da Virgem. Retábulo-mor de talha dourada e policroma, com fundo azul, de planta reta, três eixos e dois registos definidos por friso de acantos enrolados e cornija; os eixos são definidos por duas ordens de quatro colunas coríntias, com o terço inferior ornado por grotescos, assentes em plintos paralelepipédicos, os inferiores decorados por acantos e os superiores por querubins, os do registo inferior sustentados por consolas em cantaria de mármore azul. A estrutura é flanqueada por duas ordens de pilastras com os fustes decorados por acantos e por dois drapeados fingidos. O eixo central é rasgado, em cada um dos registos, por dois vãos em arco de volta perfeita, o inferior constituindo um nicho do orago, de perfil semicircular e cobertura em semicúpula, assente em pilastras, protegido por grades de prata, e o superior uma tribuna em arco de volta perfeita, com a boca ornada por acantos, pintada interiormente e contendo trono expositivo de cinco degraus, encimado por baldaquino sustentado por pilastras decoradas por acantos. Os eixos laterais formam dois andares de painéis retangulares, os superiores totalmente protegidos por duas pinturas a representar uma "Circuncisão" (Evangelho) e "Natividade" (Epístola), surgindo, nos inferiores, a integração de dois painéis a representar a "Ressurreição" e o "Aparecimento de Cristo à Virgem", provenientes do Convento das Chagas (v. IPA.00003950). A estrutura remata em frontão semicircular, interrompido superiormente, pelas armas reais e coroa fechada e, ao centro, tondo circular com a representação da Virgem. flanqueado por almofadas com rosetão, envolvida por acantos. Sotobanco em cantaria de mármore branco e azul, formando apainelados em losangos, elementos que se repetem no frontal e costados do altar, de forma paralelepipédica. No lado da Epístola, com acesso pelo lado do Evangelho da Capela de Nossa Senhora do Carmo, surge a sacristia, retangular, com cobertura em abóbada de berço, com vestígios de pinturas murais, tendo enorme arcaz. No lado direito da sacristia, situa-se um anexo, que serve de arrumos, com paredes rebocadas e pintadas de branco, com pavimento em mármore branco e preto, que liga às instalações sanitárias e a dependência inferior, através de escalinata com guarda em mármore azul. A dependência tem paredes rebocadas e pintadas de branco, com cobertura em abóbada de berço abatido e pavimento em ladrilho vermelho. Este espaço acha-se truncado por paredes de tabique, tendo, num dos topos, porta gradeada de acesso à cripta. Esta é rebocada e pintada de branco, pavimentada a lajeado de mármore preto e branco, seccionada, num dos topos, por estrutura em arco de volta perfeita. No CEMITÉRIO, junto à cabeceira da igreja, existe uma escadaria, em cujos degraus há fragmentos de tampa de sepultura epigrafados; no patamar superior, há uma tampa de sepultura epigrafada, proveniente do interior da igreja.

Acessos

Largo da Conceição, no topo da colina do Castelo. WGS84 (graus decimais) lat.: 38.781018, long.: -7.415578

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 33.587, DG, 1.ª série, n.º 63 de 27 março 1944 / ZEP, Portaria n.º 527/2011, DR, 2.ª Série, n.º 88, de 06 maio 2011 *1

Enquadramento

Urbano, isolado, destacado, implantado no intramuros da cerca, na cumeeira da suave colina, a uma cota de cerca de 393m., onde se implanta o Castelo de Vila Viçosa (v. IPA.00003927), em plena praça de armas. A S., adossa-se pequeno edifício pertencente ao cemitério que envolve a igreja a S., E. e N.. A fachada principal abre para amplo adro, pavimentado a alcatrão, que liga a três degraus de cantaria e a terreiro lajeado a placas de mármore azul e branco, provenientes do Convento de São Paulo (v. IPA.00024834). Estas formam um axadrezado, que centra um painel retangular, envolvido por estrela, contendo a data de construção do terreiro - "1870". A S., desenvolve-se profusa vegetação e, no lado N., está protegido por grades de ferro, possuindo escadas de cantaria que ligam a uma via pública, em cota mais baixa e onde surgem várias casas de habitação de um e dois pisos, de características vernáculas, que constituíam o antigo núcleo urbano do Castelo e as casas das irmandades que tinham sede na igreja.

Descrição Complementar

No EXTERIOR surge uma INSCRIÇÃO (n.º 1) gravada numa lápide de mármore, embutida no frontispício da Igreja, à esquerda do portal, cujos cantos estão quebrados, enquadrada por uma fiada de azulejos e uma moldura em pedra pintada de azul. A primeira linha do teto está delimitada por uma decoração composta por dois quadrados, cada um com uma cruz da Ordem de Cristo, superiormente ligados por dois filetes entrelaçados, tudo pintado a tinta preta, com os sulcos das letras pintados a tinta preta. Dimensões: 97,5x64,8; moldura de azulejos: 12,5/13; moldura de pedra: 9,5. Tipo de letra: capital quadrada (comprimida). Leitura modernizada: "OS CONFRADES DA SANTÍSSIMA TRINDADE, TÊM NO DIA EM QUE SE ASSENTAM INDULGÊNCIA PLENÁRIA E CINCO ABSOLVIÇÕES NO ANO E ABSOLVIÇÃO PARA A HORA DA MORTE EM QUE FICÃO RESTITUÍDOS AO ESTADO DA INOCÊNCIA, COMO SE ENTÃO FOSSEM BAPTIZADOS, E PERDOADA TODA A PENA QUE NO PURGATÓRIO HAVIAM DE PADECER, E ALÉM DISTO, A INDULGÊNCIA DA PORCIÚNCULA TODOS OS DIAS DO ANO QUE COM AS DESPOSIÇÕES NECESSÁRIAS VISITAREM QUALQUER IGREJA, OU ALTAR DA SANTÍSSIMA TRINDADE. TÊM MAIS EM QUALQUER DIA, QUE CONFESSADOS E COMUNGADOS VISITAREM A MESMA IGREJA E ALTAR, MAIS DE TRINTA INDULGÊNCIAS PLENÁRIAS, E ASSIM MAIS 32896 ANOS E 30896 QUARENTENAS DE PERDÃO. GANHAM MAIS QUANTAS GRAÇAS E INDULGÊNCIAS SE TEM CONCEDIDO A TODAS AS RELIGIÕES, QUE HÁ EM TODO O MUNDO, IRMANDADES, E CONFRARIAS, DESDE SÃO PEDRO, E POR TODOS OS MAIS PONTÍFICES SE TEM CONCEDIDO ATÉ OS DIAS DE HOJE, MAS QUANTAS SE CONCEDEREM ATÉ O FIM DO MUNDO AINDA QUE SEJAM DE MAIOR NOTA E DIFÍCIL CONCESSÃO. E ISTO NÃO POR MODO DE COMUNICAÇÃO, E AMPLIAÇÃO MAS SIM COMO INDIVIDUA, PARTICULAR, E ESPECIAL CONCESSÃO MOTU PROPRIO, VIVA DOCE E DE PLENO PODER DA SANTA SÉ APOSTÓLICA TUDO CONSTA DO SUMÁRIO DAS INDULGÊNCIAS E OUTRAS MUITAS GRAÇAS QUE AQUI SE NÃO PODEM NUMERAR, E QUALQUER ALMA QUE ESTIVER NO PURGATÓRIO MANDANDO-LHE ESCREVER O SEU NOME NO LIVRO DA CONFRARIA E DANDO SUA ESMOLA POR MODO DE SUFRÁGIO A TIRA DAS DIRAS PENAS. ANO DE 1747." Uma CAIXA DE ESMOLAS tem uma inscrição gravada numa lápide de mármore armoriada com o escudo nacional, tendo orifício retangular para introdução de donativos, num campo epigráfico delimitado por filete simples. Sulcos das letras pintados de azul. Dimensões: totais: 42x51,5x2; moldura: 2; campo epigráfico: 38,5x48. Tipo de letra: capital do séc. 19. Leitura modernizada: "CAIXA DE ESMOLAS NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO". Os AZULEJOS DA NAVE apresentam um módulo de 6x6, formando o padrão de acantos, o P-17-01029 (http://redeazulejo.fl.ul.pt/pesquisa-az/padrao.aspx?id=212). No coro-alto, um ÓRGÃO de armário, com a caixa ornada por apainelados de embutidos de madeira de cor distinta, rematado por cornija, alteada na zona central, tendo o escudo português e uma coroa fechada, e com pináculos nos ângulos. Possui consola em janela, ladeada pelos botões dos registos, em número de doze, de que restam os orifícios de encaixe. Existe, ainda, um órgão pneumático, de pequenas dimensões, com caixa de madeira encerada e possuindo pequenos elementos decorativos entrelaçados. No meio da nave central, dois BANCOS - MESAS de Confraria, pertencentes às duas principais confrarias que zelavam pelo culto do orago do templo, semelhantes e executadas em madeira encerada. Ambas são constituídas por uma mesa ampla, com seis gavetas viradas para o exterior, permitindo a arrumação de alguns bens da Confraria, divididas e flanqueadas por quarteirões, ornados por festões dourados; são ladeadas por dois painéis retos, emoldurados por quarteirões e orelhas volutadas e concheadas. As ilhargas são almofadadas e rematadas por frontão interrompido por pináculo, aos quais se adossam, interiormente, bancos corridos. A face posterior é dividida em seis apainelados, divididos por pilastras, que rematam em pequenos plintos galbados, alguns sobrepujados por pináculos, entre os quais surge uma rede de proteção, sendo os dois painéis centrais encimados por espaldar recortado, contendo as insígnias das respetivas confrarias, a do Evangelho com a representação em relevo de Nossa Senhora da Conceição inscrita em mandorla e rematada pelo escudo português, uma coroa fechada e uma cruz latina, sendo a da Epístola composta por a representação de Nossa Senhora da Conceição rematada por coroa fechada e uma cruz latina. Um dos painéis laterais é móvel servindo de acesso ao cadeiral. A CAPELA DE SÃO JOSÉ está revestida a azulejo, semelhante ao da nave, com cobertura em falsa abóbada de berço, pintada de cinza, com dupla moldura fitomórfica; no lado do Evangelho, porta de verga reta e moldura simples de cantaria, de acesso à sacristia da Irmandade. Possui retábulo de talha dourada, de planta reta e três eixos definidos por quatro colunas torsas, ornadas por pâmpanos, assentes em plintos paralelepipédicos decorados por acantos, que sustentam friso de acantos e cornija. Ao centro, nicho em arco de volta perfeita, em capialço, assente em pilastras toscanas, decoradas por acantos, tendo o interior coberto por falsa abóbada de berço, dividida em três apainelados, revestido pelo mesmo tipo de folhagem, que se repete no painel retangular que sobrepuja o nicho, o qual, por seu turno, é semelhante aos que existem no banco. Os eixos laterais são constituídos por apainelados retangulares, onde se desenvolvem acantos dispostos de forma simétrica. A estrutura remata em frontão semicircular, com moldura de acantos e fecho saliente, contendo tondo com a representação de uma "Sagrada Família", flanqueado por meias lunetas, com acantos enrolados. Altar paralelepipédico com o frontal revestido a azulejo da mesma padronagem dos da nave, colocados de forma aleatória. CAPELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE em cantaria, com cobertura do mesmo material, assente em cornija, com o arco revestido por mármore azul e encimado por painel circular, envolvido por concheados e contendo uma cruz de São João de Malta. No topo da capela, painel pintado a representar uma Santíssima Trindade, com Deus Pai, encimado pelo Espírito Santo, e flanqueado por Cristo e, num nível inferior, a Virgem; possui moldura dourada e uma exterior de mármore azul, recortada e envolvida por acantos e flores, de mármore branco, surgindo, na base, enorme cartela concheada, que contém um pelicano a alimentar os filhos, símbolo da Caridade celeste. Altar em forma de urna, com marmoreados fingidos, contendo cartela central, com rosetão, acantos e concheado. A CAPELA DE SÃO PEDRO é profunda, com as paredes revestidas a azulejo semelhante ao da nave, com cobertura em falsa abóbada, pintada com grotescos de acantos, frutos e "ferronerie", que centram medalhão com a representação dos atributos do orago (chaves em haspa e mitra), assente em falso friso de almofadados pintados, criando quadraturas; tem pavimento em lajes de mármore branco e azul, formando xadrez. Retábulo de talha dourada, pontuada por elementos policromos, de planta reta e três eixos definidos por quatro colunas com o fuste ornado por grotesco e o terço inferior marcado por anel, com capitéis coríntios e assentes em plintos paralelepipédicos, com as faces ornadas por acantos, que sustentam friso fitomórfico, com querubim central, e cornija. Ao centro, nicho em arco de volta perfeita, sustentado por pilastras com os fustes decorados por acantos, contendo trono de talha, onde se senta a imagem do orago, o qual é encimado por friso retangular, de acantos enrolados. Nos eixos laterais, painéis retangulares, simétricos, representando grotescos em talha, formando um vaso, de onde evoluem acantos enrolados, pontuados por carrancas. Remate em tímpano semicircular, com tondo pintado, a representar o "Arrependimento de São Pedro", ladeado por meias lunetas, ornadas por enrolamentos e volutas; no fecho do tímpano, uma cartela recortada e vazada, que contém os símbolos do orago. Altar paralelepipédico, revestido a azulejo de padrão, disposto aleatoriamente. No lado da Epístola, surge confessionário de madeira. A CAPELA de NOSSA SENHORA do CARMO é profunda, com cobertura em abóbada de lunetas, a do lado da Epístola falsa, e pavimento em lajeado de mármore, tendo, no lado do Evangelho, porta de acesso à sacristia e, no oposto, nicho em arco abatido, com confessionário de talha em branco. Possui retábulo de mármore branco, vermelho e azul, de planta convexa e um eixo definido por quatro colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, duas assentes em plintos galbados e duas em plintos paralelepipédicos, todos com as faces almofadadas, e por três pilastras, todas assentes em sotobanco de cantaria, de perfil recortado. Ao centro, amplo camarim contendo trono expositivo de três degraus, o superior ornado por querubim, com maquineta em forma de templete, facetada, tendo, nos ângulos, colunas espiraladas, rematando em cornija e coroa. O acesso ao camarim faz-se por arco de volta perfeita, no lado do Evangelho. A estrutura remata em friso, cornija e espaldar recortado, de perfil bolboso, que centra cartela recortada, sendo flanqueado por concheados. Altar paralelepipédico em cantaria, tendo no ângulo dos costados decoração sinuosa e volutada. A CAPELA DO SANTÍSSIMO tem acesso por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas e com seguintes almofadados, apresentando, no intradorso, vestígios de pintura mural, estando emoldurado por duas pilastras toscanas de maiores dimensões, que sustentam friso, cornija e frontão interrompido por urna, assente em plinto com inscrição e ladeado por aletas volutadas. O vão é protegido por grades metálicas, com decoração recortada, no remate. Possui retábulo de cantaria de mármore azul e branco, de planta reta, com corpo convexo, de três eixos definidos por quatro colunas de fuste liso e capitéis coríntios e duas pilastras da mesma ordem, que sustentam friso e cornija. Ao centro, painel pintado, a representar uma "Última Ceia", rodeado por ampla moldura de perfil recortado, ornada por acantos, concheados e alcachofras enroladas. Nos eixos laterais, painéis retangulares, decorados com florão central. A estrutura remata em frontão interrompido, tendo, no tímpano, uma cornija contracurva, de inspiração borromínica, contendo delta luminoso, flanqueado por dois quarteirões que evoluem das colunas centrais do corpo do retábulo, encimadas por fragmento de cornija e dando origem a espaldar com a representação do "Agnus Dei", envolvido por cartela recortada e concheada; é flanqueado por dois segmentos de frontão, ornados por palmas. Altar paralelepipédico, com o frontal almofadado, tendo cruz central. Nas ilhargas, surgem duas credencias, em forma de folhas enroladas, constituindo o pé, em mármore branco, que sustenta o tampo contracurvo de mármore azul. A CAPELA DO SANTO NOME DE JESUS possui acesso semelhante ao da Capela do Santíssimo, com a inscrição "IHS", alusiva ao orago. Cobertura com pinturas murais, composta por painel octogonal central, a representar as Cinco Chagas de Cristo, rodeado por vários apainelados ornados por cartelas, "ferronerie" e grotesco. No topo, retábulo de talha dourada, de planta reta e um eixo definido por duas colunas torsas, decoradas por pâmpanos, assentes em consolas, e por duas pilastras com os fustes ornados por acantos, assentes em plintos paralelepipédicos, com as faces apresentando decoração vegetalista, que se prolongam em duas arquivoltas, a exterior torsa, unidas no sentido do raio e com fecho formado por cartela, contendo a abreviatura "IHS", formando o ático. Ao centro, painel pintado com um fundo urbano, representando Jerusalém, encimada por resplendor de talha, com moldura rendilhada, de folhas de acanto. Altar paralelepipédico. Paredes laterais totalmente revestidas a azulejo de composição ornamental e figurativa, azul e branco, assinados Policarpo de Oliveira Bernardes. Este revestimento cerâmico simula uma estrutura arquitetónica, organizada em dois registos sustentados por atlantes. Ao centro da parte inferior da parede, insere-se medalhão envolto em cartela e enrolamentos vegetalistas, sustentado lateralmente por anjos, e representando, do lado da Epístola, "Jesus a gravar o nome numa árvore" e, do lado do Evangelho, uma túlipa numa paisagem, emblema mariano. Ambas as representações são acompanhadas por legenda em latim, inscrita em cartela, envolta em motivos ornamentais vegetalistas. Na parte superior, motivos vegetalistas e figuras infantis aladas ocupam o espaço parietal no qual se inscreve, ao centro, uma pintura sobre tela emoldurada em madeira, realizada ao mesmo tempo que os azulejos. Estes constituem um exemplo notável da arte de "reinvenção do espaço", através da simulação de elementos arquitetónicos. A capela-mor tem AZULEJOS nas paredes laterais, constituindo seis painéis de azulejos de composição figurativa azul e branco, recortados superiormente (16 azulejos na parte mais alta), dispostos três painéis por parede, representando cenas da vida da Virgem. No lado do Evangelho, duas anunciações e a "Visitação", surgindo, no lado oposto, a "Apresentação da Virgem no Templo", "Anunciação" e "Nascimento da Virgem", constituindo um raro exemplo da representação da Anunciação em três episódios, correspondendo aos três momentos do diálogo do anjo. O diálogo do anjo está escrito em latim em cada um dos painéis. No primeiro painel, situado no lado do Evangelho: "Ave Gratia Plena", surgindo, no segundo painel do lado da Epístola: "Ne Timeas Maria" e no terceiro painel: "Spiritus Sane Tus Super Viniet In Te". A SACRISTIA principal é de planta retangular, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, cobertura em falsa abóbada de berço abatido, ornada por pinturas murais, representando paisagens, acantos e filacteras com inscrições; pavimento em lajeado de mármore. No lado esquerdo, arcaz de madeira encerada e pintada, com 15 gavetões almofadados e espaldar, decorado pelas armas das irmandades, por aletas concheadas e volutadas, que centram um painel pintado, a representar a "Descida da Cruz". No fundo da sacristia, pequeno lavabo de cantaria, com duas bicas em forma de carranca, rematada por cornija e por painel poligonal, ornado por cruz latina sobre plinto volutado, tendo bacia retangular de bordo simples. INSCRIÇÕES: Inscrição comemorativa da construção do cemitério pelos habitantes da freguesia de Nossa Senhora da Conceição gravada numa lápide embutida no muro do cemitério, fachada O., num campo epigráfico rebaixado, de cantos chanfrados em côncavo e os lados reentrantes em semicírculo, acantonada por rosetas. Mármore. Dimensões: totais: 148x62,5x3; campo epigráfico: 140x54,5; moldura: 3,5. Tipo de letra: capital do século XIX. Leitura modernizada: ESTA LÁPIDE TRANSMITIRÁ À POSTERIDADE QUE ESTE CEMITÉRIO FOI EDIFICADO PELOS HABITANTES DESTA FREGUESIA E O JUS IN PERPETTUM DE SEPULTURA GRÁTIS PARA SI E VINDOUROS ANO DE 1839. Interior: Todas as tampas de sepultura são compostas por duas lajes, excepto as que sofreram mutilações quando se restaurou o pavimento de mármore branco, emolduradas por tiras de mármore negro-azulado. A superior, que corresponde a dois terços, é onde se encontram gravadas as inscrições; a inferior possui perfuração rectangular, hoje tapada com betume, que permitia a abertura e o acesso ao carneiro. Algumas destas tampas foram deslocadas do local primitivo pois o texto epigráfico está voltado ao contrário, isto é virado para o altar-mor, ou até transversalmente, e algumas já não possuem a segunda laje, denunciando restauros no pavimento original da igreja. O texto de algumas inscrições foi intencionalmente picado com o objectivo de o fazer desaparecer, desconhecemos, até à data, a razão de tal procedimento. Todas as lajes do pavimento estão unidas por um betume muito mal aplicado, o que afecta as medidas exactas das tampas de sepultura. 1. Inscrição funerária, muito erodida, gravada numa tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 102x70; 2.ª: 81,5x70,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: [...] O [...] I SI[...] S[...] [...]IZ [...]. 2. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, cujo texto, por se encontrar num local de passagem, tem algumas letras gastas. Sulcos das letras pouco profundos, Vestígios de betume negro nos sulcos das letras. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 104x70,5; 2.ª: 77,5x70. Tipo de letra: capital quadrada de má qualidade gráfica. Leitura modernizada: SEPULTURA DE JOÃO RODRIGUES VARGO E DE SUA MULHER E DE SEUS DESCENDENTES. 3. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 100x70; 2.ª 80x7,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE DOMINGOS COELHO E DE SEUS HERDEIROS. 4. Inscrição funerária, muito delida, gravada numa tampa de sepultura, virada perpendicularmente, já não possui segunda laje. Dimensões: 1.ª laje: 120x69. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: [...] SEUS HERDEIROS. 5. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, fracturada no canto superior esquerdo e restaurada, com pedra idêntica, no canto superior direito. Vestígios de betume negro nos sulcos das letras. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 96,5x71,5; 2.ª: 85,5x70,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE MARGARIDA LOBA FREIRE E DE SEUS HERDEIROS. 6. Inscrição funerária(?) muito erodida e picada gravada numa tampa de sepultura, fracturada e restaurada no canto superior direito, virada ao contrário; a segunda laje não possui perfuração. Dimensões: 1.ª laje: 99x71,3; 2.ª: 88,5x71. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA [...]. 7. Inscrição funerária, gravada numa tampa de sepultura, cujo texto foi posteriormente picado. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 94x70,5; 2.ª: 89x70. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE D MA[...]TINS(?) E DE SUA MULHER MARIA(?) LEITOA E DE CATARINA LEI[TOA(?)] SVA TIA SOMENTE. 8. Inscrição funerária(?) gravada numa tampa de sepultura cujo texto foi picado. Dimensões: 1.ª laje: 96xdifícil de obter por se encontrar debaixo do órgão; 2.ª 86,5x70. 9. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, fracturada e restaurada no canto superior direito, ficando o texto truncado. A segunda laje não é original, não possui perfuração e é de mármore diferente. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 105x68,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE ISABEL DA (?) CUNHA E DE SEUS HERDEIROS. 10. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, muito erodida. Dimensões: 1.ª laje: 92,5x68; 2.ª 90x69. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE [...] S[...]. 11. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 102,5x69; 2.ª: 80x68. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE [...] [...] S[...]. 12. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 104,5x68,5; 2.ª 68,5x69,5. Tipo de letra: capital quadrada, excepto "q" minúsculo. Leitura modernizada: SEPULTURA DE ANTÓNIO RODRIGUES CABEÇA DE VACA E DE SUA MULHER ISABEL RODRIGUES E DE SEUS HERDEIROS. 13. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 102x67,5. Tipo de letra: capital quadrada, excepto um "q" minúsculo. Leitura modernizada: SEPULTURA DE ANDRÉ MENDES PEREIRA E DE CATARINA DIAS SUAL MULHER A QUAL FALECEU A DEZ DIAS DE TUBRO(=OUTUBRO) DE 660 E DE SEUS HERDEIROS. 14. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, bastante erodida e picada. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 94x66,5; 2.ª: 87,5x66,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE A[...] A E DE [...] [...]. 15 . Inscrição funerária(?) gravada numa tampa de sepultura hoje ilegível por ter sido posteriormente picada. Dimensões: 1.ª laje: 101,5x69; 2.ª: 83x67. 16. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 90,5x67; 2.ª: 96x66,5. Tipo de letra: capital quadrada de óptima qualidade gráfica. Leitura modernizada: SEPULTURA DO DOUTOR MANUEL DE FARIA RIBEIRO E DE SUA MULHER DONA ISABEL FRANCISCA DE AZEREDO E DE SEUS HERDEIROS. 17. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, cujo lado direito foi truncado. À primeira laje foi, talvez nalgum restauro efectuado ao pavimento, cortada uma faixa inferior colocada, por meio de betume, sob a primeira, mas como se encontra afastada desta dá a impressão de que a tampa de sepultura era composta não por duas lajes, como costume, mas por três. Vestígios de betume negro nos sulcos de letras. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 69,5x70 + 30x69; 2.ª: 79,5x70. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE MANUEL FERREIRA CAVALEIRO DA CASA DE BARGANÇA (=BRAGANÇA) E SARGENTO NAS PARTES DA ÍNDIA E DE SUA MULHER MARIA MORATA E DE SEUS HERDEIROS. 18. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, fracturada no canto superior direito, que foi restaurada com mármore cinzento. A segunda laje não apresenta perfuração rectangular e o mármore é diferente, indicando não ser a original. O apelido da sepultada foi posteriormente picado. Vestígios de betume negro nos sulcos das letras. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 90x71,5; 2.ª: 90x72. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE ISABEL G [[...]] E DE SEUS HERDEIROS. 19. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Sulcos das letras pouco profundos e com vestígios de betume negro.Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 103x70,5; 2.ª: 76x69,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE MANUEL RAIMUNDO E DE SUA MULHER E HERDEIROS. 20. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura fracturada no flanco esquerdo, cujo texto foi posteriormente riscado. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 92,5x69; 2.ª: 95x71,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE [...] DE [...] V O [...] [...]a [[.]] A[...] HERDEIROS. 21. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Sulcos de algumas letras pouco profundos. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 105,5x70,5; 2.ª: 79,5x70,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DO PADRE JOÃO FRANCO CASELA CAPELÃO DE SANTA ANA DE BENCASTEL E DE SEUS HERDEIROS. 22ª. Inscrição funerária truncada inferiormente gravada num fragmento de uma tampa de sepultura. Vestígios de betume negro na 3.ª e 4.ª linha. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 55,5x68. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: AQUI JAS SEBASTIÃO DE ARAUJO CAVALEIRO FIDALGO [...]. 22b. Inscrição funerária truncada superiormente, gravada num fragmento de uma tampa de sepultura, rematada inferiormente por elemento floral entre duas volutas. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: (continuação do texto da n.º 22a.) O QUAL FALECEO [...] DIAS DE JANEIRO DE 632 (sic) E DE SEUS HERDEIROS. 23. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 99x70; 2.ª: 79x70. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE DIOGO DA SILVEIRA DE AZEVEDO E DE SEUS HERDEIROS ELE COMENDADOR DO HÁBITO DE CRISTO. 24. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura virada ao contrário, ou seja texto virado para o altar-mor. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 102,5x68,5; 2.ª: 70,5x70. Tipo de letra: capital quadrada, de óptima qualidade gráfica. Leitura modernizada: SEPULTURA PARA OS BENEFICIADOS DESTA MATRIS DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. 25. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Sulcos pouco profundos potenciam a erosão. Vestígio de betume negro nos sulcos das letras. Mármore. Dimensões: 1.ª laje: 98,5x69; 2.ª: 86,5x67,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE SIMÃO LOURENÇO E DE SEUS HERDEIROS. 26. Inscrição funerária(?) gravada num fragmento de tampa de sepultura, reaproveitada para o pavimento da dependência localizada à direita da capela-mor. Mármore. Dimensões: 139,5x40,5. Tipo de letra: capital quadrada, de óptima qualidade gráfica. Leitura modernizada e reconstituída: [...] ANDRÉ(?) FRANCO FALECEO A 14 DE [...] DE 1623. CEMITÉRIO: 1. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura cortada ao meio e reaproveitada para o 10.º degrau do lanço de escadas que acede ao patamar superior do cemitério. Mármore. Dimensões: 110x29,5; 107x30. Tipo de letra: capital quadrada. 2. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura cortada ao meio e reaproveitada para constituir o 5.º degrau do lanço de escadas que acede ao patamar superior do cemitério. Mármore. Dimensões: 67x34. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE DIOGO DE QUIROGA E DE SUA MULHER CATARINA CASTANHA E [DE SEUS HERDEIROS]. 3. Inscrição funerária(?) gravada numa tampa de sepultura cortada ao meio e reaproveitada para constituir o 7.º degrau do lanço de escadas que acede ao patamar superior do cemitério. Mármore. Dimensões: 67x34. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: [...] DE ABREU DE BITA(?) TINDEIRA(?) NA RUA ESPIRITO SANTO E DOS [...]. Inscrição modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE ANTÓNIO PAZ E DE SEUS HERDEIROS. 3. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura situada defronte do jazigo da Família Sousa Menezes. Apresenta fractura no canto superior esquerdo e nos flancos, e é enquadrada, superior e inferiormente, a nível tipológico, paleográfico e de organização estrutural, idênticas às visíveis nas tampas de sepultura localizadas no interior da igreja, provando ser daí proveniente. As fracturas que apresentam confirmam deslocação do local primitivo. Mármore. Dimensões: 94x70; moldura: 72x21. Tipo de letra: capital quadrada do século 16. Leitura modernizada: SEPULTURA DE DIOGO MORENO E SEUS HERDEIROS.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial / Religiosa: santuário

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Igreja Católica (Diocese de Évora), Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa, artigo 6.º, 07 maio 1940

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ALVANEIROS: António Barreiros (1870), António Beato (1870), António Pedro do Rosário (1881), Francisco de Paula Paixão (1893), Manuel Marques (1870). CANTEIROS: António Amaro (1870), António Franco Painho (1802 - 1808), Bartolomeu Lopes Cordeiro (1751), Bernardo de Sousa (1751), Isidoro da Conceição Carvalho (1886 - 1887), Joaquim Godinho (1870), Manuel Godinho (1870), Manuel Godinho Pai (1870). CARPINTEIROS: António José da Silva Nogueira (1862), Francisco António Rosa (1864), Francisco Paulo Paixão (1896), Inácio Maria Modesto Trindade (1889), João Baptista (1748), João de Oliveira (1727), Joaquim António Gomes (1940), Joaquim Boamorte Rosa (1870), Joaquim Vicente (1882), Manuel Álvares (1723), Manuel Maria de Lima (1889), Mixote (1738), Palmeiro (1748), Serafim Conceição Gomes (1940), Vicente Nunes (1881). DESENHADOR: Padre Manuel Pereira (1716). ELECTRICISTA: Empresa de Construções Eléctricas, Lda. (1960-61). EMPREITIERO: Anselmo Costa (1958); António Serra (1983). ENGENHEIRO: Carlos Freiches (1905); Lino Coelho de Melo (1958). ENTALHADOR: Manuel de Morais (1720 - 1725), Mestre António (1749). FERREIRO: Manuel Gonçalves ($300). FUNDIDOR: Francisco Mechas (1851). IMAGINÁRIO: Casa Nuno Álvares (1984 - 1985). MARCENEIRO: António Duarte (1686). MESTRES de OBRAS: Álvaro Fernandes (1643), António Gomes Soares (séc. 16), Inácio da Rosa (1826), Pedro Paulo (1940). ORGANEIRO: Gonçalo Sousa Mascarenhas (1798). OURIVES: Álvaro Machado (séc. 18), António de Matos (séc. 18), António Lopes Calado (1791), Domingos de Faria (séc. 18), João Lourenço Machado (1731), Manuel Lopes (1720), Manuel Lopes (1839), Miguel Lopes Calado (1791). PEDREIROS: Gonçalo Dias de Carvalho (séc. 16), Paulo Afonso (séc. 16). PINTOR: Bento Charrua (1726 - 1727), Bernardo Gesmano (1809), Caetano Alves (1808), Cristóvão dos Santos (1748), Domingos Gonçalves (1727), Jerónimo da Conceição Tascano (1905), Joaquim Vicente Nunes (1881), Silva Rato (1924). PINTOR DE AZULEJOS: Policarpo de Oliveira Bernardes. PINTOR - DOURADOR: António Maria Panasco (1868), Bento Cordeiro Nobre (1742 - 1748), Domingos Gonçalves (1720 - 1726). SERRALHEIRO: Domingos Rodrigues (1721 - 1722), Francisco Gomes (1731), Francisco Inácio (1737), Inácio Ramires (1889 - 1890), Jerónimo da Conceição José (1905), Jerónimo da Mota (1746), Manuel Rodrigues Saial (1886), Oficina António Cândido da Encarnação (1872), Tomás Martins (1734). SERVENTES: António José (1870), Benjamim Beato (1870), José da Horta (1870). SINEIRO: Serafim da Silva (1988).

Cronologia

1279 - existe uma igreja no Castelo, dedicada a Santa Maria, provavelmente, pertencente à Coroa; 1280 - nomeação do primeiro pároco, João Martins; 1297, 02 maio - D. Dinis dá o padroado a D. Lourenço Afonso, Mestre de Avis; 1377 - com a fixação da Universidade em Lisboa, fomenta-se o ensino teológico segundo o modelo da Universidade de Paris, onde o dogma da Imaculada ganhava força, tendo sido plenamente apoiado por D. João I; 1385, 23 agosto - Nuno Álvares Pereira torna-se donatário da vila e, hipoteticamente, terá reconstruído a igreja e doado a imagem do orago; provável criação de uma comissão com três membros que administram os bens doados, denominada Confraria dos Oficiais de Nossa Senhora da Conceição; 1459 - fundação, em Beja, do primeiro convento sob invocação da Senhora da Conceição (v. IPA.00006513); 1484 - D. Beatriz da Silva funda em Espanha a Ordem da Conceição; 1489 - o papa Inocêncio III aprova-a; 1539 - com a instituição das Bandeiras da Casa dos 24, a Senhora da Conceição torna-se padroeira dos Correeiros, Seleiros e Freeiros; 1569, setembro - D. Sebastião concede 100$000 anuais para as obras: 1570 - reconstrução, conforme planos de Gonçalo Dias Carvalho e Paulo Afonso, que assistem a obra, dirigida por António Gomes Soares; 1579 - D. Henrique doa mais 100$000 para as obras, por 4 anos; 1586 - continuam as obras de reconstrução; 1614 - referência a enterramentos na igreja nova, revelando que o edifício se encontrava concluído; 1632 - 1633 - num inventário da Real Confraria de Nossa Senhora da Conceição é referida a existência de órgãos, 2 "caixões" e uma estante marchetada a madrepérola 1635 - obras de reconstrução; 1643, agosto - trasladação do orago para a Igreja de Santo António, para obras de ampliação da Capela do Santíssimo e sacristia, segundo planos dos arquitetos régios e realizada por Álvaro Fernandes; 29 agosto - embargo da obra da Capela do Santíssimo, adquirida para fins funerários pelo escrivão da Câmara Real, António Cavide, que não chega a ser sepultado no local; 1645, agosto - a imagem regressa à igreja; 1646, 25 março - D. João IV toma a Virgem da Conceição como padroeira do reino oferecendo, em seu nome e do príncipe D. Teodósio, 50 cruzados de ouro anuais, em sinal de tributo e vassalagem; em consequência, nunca mais os reis de Portugal usaram a coroa; execução das grades de prata, por ordem de D. João IV (15$336); 1665 - o exército espanhol do Marquês de Caracena cerca a cidade e a artilharia provoca graves fendas na abóbada da capela; 17 junho - o Marquês de Marialva coloca várias bandeiras e troféus no altar da igreja, em homenagem gratulatória pela vitória portuguesa na Batalha de Montes Claros; 1683 - António de Oliveira de Cadornega descreve a igreja *2; instituição da Confraria dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição, inspirada na homónima, fundada por D. Luísa de Gusmão, na Capela Real de Lisboa; 1685 - cunhagem de medalhas em ouro e em prata, destinadas ao pagamento do tributo e usadas pelos membros da Confraria dos Escravos nas festas; 1686 - D. Pedro doa as grades da nave, assentes pelo marceneiro do Paço, António Duarte; reforma do compromisso da Irmandade dos Clérigos de São Pedro; 1689, 06 setembro - aprovação da remodelação do compromisso da Confraria dos Escravos da Senhora da Conceição; 1696 - publicação dos estatutos da Real Confraria da Senhora da Conceição; 1714 - data no lavabo da sacristia; 1716, 02 fevereiro - contrato para a feitura do retábulo-mor, conforme desenho do Padre Oratoriano Manuel Pereira; 1718, 19 dezembro - falecimento do Padre Paulo Correia Velho, que instituíra capela na igreja, administrada pela Real Confraria da Senhora da Conceição; 1720 - encomenda e colocação dos azulejos da Capela do Santíssimo Nome de Jesus, assinados por Policarpo de Oliveira Bernardes; caixa para arrecadar os enfeites da Senhora ($180); molduras da sacra e Evangelho, por Manuel de Morais (2$400); pintura destas por Domingos Gonçalves (2$400); escudete de prata para a fechadura da grade por Manuel Lopes ($900); 1723 - conserto da lâmpada que caiu (1$900) e "caritel" para a lâmpada Real, por Manuel Álvares (2$520); 1724, 07 dezembro - D. João V doa uma lâmpada em prata *3, com as armas reais, um lavabo e um Evangelho; 1725 - feitura de peanhas para os anjos, por Manuel de Morais (4$800); 1726 - grade para as armas reais, um trono para o Senhor e uma credencia (2$400); peanha para São Joaquim e Santa Ana (2$500) e douramento pelo pintor Bento Charrua (7$800); execução e pintura das armas reais (4$500); 1727 - "caritel" para segurança da abóbada da capela, pelo carpinteiro João de Oliveira ($480); 1730 - coroa para o pavilhão da festa ($360); 1731 - pintura das novas armas reais ($960); 1734 - ferragem, fechadura, chave e vidraça (1$617) para uma maquineta do Menino Jesus, pelo serralheiro Tomás Martins ($800); 1735 - reforma do sino que se quebrara; 21 dezembro - pelo incumprimento das disposições testamentárias de António Cavide, o jazigo é cedido aos Condes de Galveias; 1736 - 3 cadeirinhas para os padres (8$500); cofre pequeno acharoado ($300); 1737, 24 janeiro - o roubo da caixa de esmolas danifica a grade de prata, com o arranjo da fechadura pelo serralheiro Francisco Inácio; 1738 - compra de pranchas de nogueira para a caixa das esmolas (6$400), executadas pelo Mixote (4$800); duas lâmpadas de prata (2$500); grades de ferro da Capela do Santíssimo; 1739 - bancos para a bancada dos capelães da Capela Real (16$800); 1742 - pintura e douramento do retábulo por Bento Cordeiro Nobre (2$400); a Casa de Bragança passa a dar, anualmente, 90 alqueires de trigo, pagos pelo Almoxarifado; 1743 - 1746 - arcaz da sacristia, em pinho, nogueira, com ferragens feitas por Jerónimo da Mota (52$718); 1746, 24 fevereiro - bênção da imagem do Senhor morto, mandada fazer pelo tesoureiro do Santíssimo, Francisco Rodrigues Saial; 1748 - risco para a pintura da sacristia, de Bento Cordeiro Nobre ($800); pintura das abóbadas da sacristia por Cristóvão dos Santos (20$640); "caixão" dos frontais (12$280); 1749 - banqueta para a capela-mor e uma imagem da Senhora para ir nas procissões, encarnada em Lisboa (14$850); tocheiros para os círios, pelo entalhador Mestre António e douramento (36$550); 1750 - coroa de prata para a Senhora das procissões (3$150); 1751 - compra de pinho para o arcaz e oficial (10$880); a Princesa da Beira alista-se na Confraria dos Escravos da Senhora da Conceição; retábulo da Santíssima Trindade pelos canteiros Bartolomeu Lopes Cordeiro e Bernardo de Sousa, por 93$000; 1755, 01 novembro - danificada pelo terramoto "cahiu a Irmida de Nossa Senhora da Conceição e matou muitas pessoas" (Mendonça, 1758), pois a abóbada estava fendida desde o cerco de 1665; 1769, junho - grade para o frontal ($600); 1770, década - transferência da Confraria da Senhora do Carmo da Igreja de Santo António para a Matriz; 1771, 03 dezembro - D. José confirma o patrocínio dos ofícios pela Senhora da Conceição; 1778 - feitura de uma escrivaninha de prata e um cofre de madeira; 1779 - obra da capela-mor: douramento e limpeza de talha, retoque e arranjo das molduras dos quadros, feitura das sanefas, coroa do escudo, fasquias e cimalhas, obras de alvenaria com cal branca, pó de pedra e gesso, obra de madeiramento do telhado, colocação de vidros (507$530); 1780 - talha e douramento do arco triunfal (367$198); 1782 - douramento do retábulo-mor, com remoção do dourado e arranjos da talha, das jarras, tocheiras e peanha; fixação dos "acazos" do arco, pintura e estucagem da casa da tribuna, feitura da cruz da banqueta; limpeza das grades e pedras da capela com sabão (491$200); 1783 - feitura da banqueta, com douramento; estofado da imagem de São João, transporte de 1300 azulejos de Lisboa, correspondentes aos painéis da capela-mor; 1784 - colocação dos azulejos (188$595), feitura de credencias, assentamento de dois portados de pedra com portas de madeira; fixação de sanefas, douramento da capela, credencias e sanefas; 1785 - pintura das portas da capela; 1786 - arranjo e douramento da banqueta e trono (96$840); 1791 - banqueta de prata pelos ourives António e Miguel Lopes Calado (720$000) *4; 1795 - colocação de vidros na capela-mor; 1798 - órgão por Gonçalo Sousa Mascarenhas; séc. 18, final - Inventário da Real Confraria da Senhora da Conceição *5; 1802 - 1808 - retábulo do Santíssimo por António Franco Painho, de Borba (700$000); 1803, outubro - ladrilho na sacristia (12$925); 1803 - 1804 - últimos pagamentos à Igreja da Conceição do feudo instituído por D. João IV; 1808 - transferência do Senhor morto do Santíssimo para a Capela do Santo Nome de Jesus; 1809 - banqueta de 6 castiçais imperiais dourados, em Lisboa (13$000); 4 painéis pintados para a capela-mor, feitos por Bernardo Gesmano, de Borba (96$000), encaixilhados por 1$200; 8 castiçais dourados para os painéis (83$000); 1814 - 1816 - aquisição de 22 tábuas de castanho para fazer as portas da igreja (66$000) e feitura das mesmas (10$840); "Última Ceia" por Caetano Alves; 1818 - apeamento dos painéis inferiores do retábulo-mor, por se encontrarem arruinados pelas velas; 06 fevereiro - instituição da Ordem de Nossa Senhora da Conceição, pelo rei D. João VI, que incorpora as duas irmandades que zelam pelo culto da Virgem, sendo os três oficias da Real Confraria (juiz, escrivão e tesoureiro) cavaleiros natos, o mesmo acontecendo com os 12 mesários perpétuos da Confraria dos Escravos; a igreja torna-se a cabeça da Ordem Militar; a insígnia da Ordem foi desenhada por Jean Baptiste Debret *6; espaldar das cadeiras da capela-mor (33$600); 1819 - banqueta de prata (129$000); pintura das portas da igreja (62$600); 1829 - reforma do compromisso da Confraria de São Pedro; 1834 - tem 3 párocos, o primeiro com o título de prior e dois beneficiados, com um tesoureiro; a côngrua é paga pelo Celeiro dos Dízimos, recebendo, cada padre, 3 moios de trigo, 2 de cevada e pitanças de queijos de ovelha; o prior tem o pé de altar e 12 arrobas de cera; aos 3 pertence um olival, no Sítio dos Coutos; o tesoureiro recebe 90 alqueires de trigo, o pé de altar, o rendimento do sino e 20 almudes de mosto; 1836 - furto da lua da Senhora por militares da Infantaria n.º 4 e das coroas da Virgem e do Menino; 1839 - bancos para os Capelães da Casa Real (16$800); 1849 - colocação da lápide comemorativa da edificação do cemitério; a Casa Real doa várias alfaias, provenientes do Convento de Santo Agostinho; 1850, 16 fevereiro - furto de alfaias, roubando-se uma vieira dos batismos, uma palma de um dos anjos da Senhora e uma âmbula de prata dourada; 1851 - o sino maior parte-se; agosto - pedido à rainha o sino do Seminário; 21 agosto - o sino é colocado, com obra dirigida pelo fundidor Francisco Mechas; 1858 - um abalo sísmico afeta a Matriz, originando o destacamento de alguns azulejos e fendas na abóbada da capela-mor; 1862 - caixão para arrecadar as alcatifas por António José da Silva Nogueira (2$000); 1863 - baú para as roupas da Senhora (16$270); 1864 - banco para a capela-mor por Francisco António Rosa (1$200); 1865 - dois lustres de cristal e bronze (100$000); 1866 - banqueta de castiçais de madeira dourada e um jogo de sacras (60$800); 1868 - livros de ouro e tintas, para a pintura da caixa das esmolas, caixão da confraria e 2 credencias, pelo pintor António Maria Panasco, reformadas pelo carpinteiro (76$540); o olival dos párocos passou para a Junta da Paróquia; 1869, dezembro - assentamento de campas na igreja (8$500); 1870 - reedificação da fachada a mármore fingido (80$000); remodelação do adro com mármores azuis e brancos provenientes do claustro, portaria e corredor da sacristia do convento de São Paulo e as escadas de acesso ao adro provenientes do mesmo edifício (v. IPA.00024834) (257$895), pelos mestres alvaneiros Manuel Marques, António Beato, António Barreiros, António Amaro, os canteiros Manuel Godinho, Manuel Godinho Pai, Joaquim Godinho e os serventes António José, Benjamim Beato, José da Horta; 1871 - reforma e acrescento da porta lateral da igreja (1$760); 1872 - grades de ferro para o adro, na Oficina de António Cândido da Encarnação, em Lisboa (193$640); 1874 - candeeiros no adro (25$110); 1877 - a Irmandade do Santíssimo solicita a doação das credencias e cancelas de mármore que existem na Capela do Rosário do Convento de São Paulo, e o sacrário, da Capela do Santíssimo do mesmo Convento, cedidos pela Câmara; 1879 - venda do foro de umas casas na rua Frei Manuel, pertencentes à Irmandade de São Pedro; 1881, outubro - obra na frontaria da igreja por António Pedro do Rosário (69$270); 1883 - a Confraria da Senhora dá 100$000 à Junta da Paróquia para a construção de novos estrados para a igreja; na descrição do Padre Espanca, é referido que as colunas da nave apresentam vestígios de douramento, e, no meio delas, existem três caixões das confrarias, as da Senhora e do Santíssimo, que servem para assistir aos atos litúrgicos e para se reunirem; na nave colateral da Epístola, surge um quarto, pertencente à Confraria do Santo Nome de Jesus; na Capela de São José, que tinha uma irmandade de 12 irmãos carpinteiros, com rendimento de 50$000, existem as imagens de São Jorge, que ia nas procissões do "Corpus Christi", e São Bento; entre esta capela e a imediata, da Santíssima Trindade, está a Conta Adriana *7; a Capela do Santíssimo está protegida por grades de ferro; as paredes da capela-mor são douradas, sobre estuque e o teto apresenta algumas pinturas; projeto para se efetuar novo retábulo-mor em cantaria de mármore, havendo desenhos do mesmo; 1886 - obras no Cemitério Municipal; 1886 - 1887 - compra de silhar de cantaria para a caixa de esmolas para a fachada da igreja, a Isidoro da Conceição Carvalho (6$500); ferragem da mesma por Manuel Rodrigues Saial (2$240); 1888 - 1889 - cadeiras da Confraria dos Escravos da Senhora da Conceição (4$080); séc. 20, 1.ª metade -cruzeiro no adro, proveniente da frontaria dos Agostinhos; 1905 - ferragens para o púlpito novo, por Jerónimo da Conceição José (2$000); ampliação do adro e pintura das grades do mesmo, por Jerónimo da Conceição Tascano (43$090); iluminação do largo e fachada da igreja pelo engenheiro Carlos Freiches, da Casa Artur Gottrchalt; 1908 - o arcebispo D. Augusto Eduardo Nunes manda apear a Conta Adriana, por a considerar apócrifa; 1923 - pintura das paredes laterais da capela-mor, por Silva Rato; 1940 - no Inventário da Real Confraria da Senhora da Conceição, é referida uma maquineta com a imagem da Senhora, dois caixões grandes para arrecadar os paramentos, um arquibanco e um estrado de madeira para abrir a grade da Senhora; 15 março - início da discussão em Mesa da fusão da Real Confraria da Senhora da Conceição e da Confraria dos Escravos da Senhora da Conceição pelo Padre Luís Lopes Perdigão, mas como surgem dúvidas sobre a transmissão dos bens, adia-se a discussão; 20 setembro - venda de alguns objetos de ouro para custear as obras do telhado, então arruinado; 1943, 16 dezembro - conserto do sacrário, feitura dos caixões das confrarias, aquisição de um dossel e vários artigos religiosos; 1970 - proposta da remoção de uma grade arrecadada na cripta para a Pousada de Estremoz, tendo sido colocada na Capela do Santíssimo; 1982 - a viúva do pintor Manuel Seminário Rendon ofereceu-se para pagar a execução de vitrais conforme esboços do marido, para os onze vãos da igreja, surgindo algumas dúvidas sobre as tonalidades, devido à igreja ser revestida a azulejo policromo. 1983 - 12 cadeiras em couro (48.000$00); eletrificação dos sinos (76.078$00); 1984, dezembro - cruz no adro (1.750$00); 1985 - assentamento e pintura das 3 portas da igreja (79.600$00); imagem peregrina à Casa Nuno Álvares; 6 lanternas em metal; 2005, fevereiro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN; 2009, 03 julho - celebrado protocolo de colaboração entre a Direção Regional de Cultura do Alentejo, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e a SIVA - Sociedade de Importação de Veículos Automóveis, S.A., para a realização de obras de recuperação da igreja.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de calcário e tijolo; arcos, modinaturas, pavimentos, colunas, pilastras, cornijas, púlpito, arcos do coro-alto, arcadas em cantaria de calcário e mármore; estruturas retabulares em cantaria de mármore; coberturas, mobiliário, retábulos, portas, caixilharias de madeira; grades em metal; silhares, painéis em azulejo tradicional; janelas com vidro simples ou colorido; cobertura em telha.

Bibliografia

Almanach Histórico e Ilustrado de Vila Viçosa. Évora: Minerva Comercial, 1909 e 1910, 2 vols.; ARAÚJO, Maria Marta Lobo de - Dar aos pobres e emprestar a Deus: as Misericórdias de Vila Viçosa e Ponte de Lima (séculos XVI - XVIII). Ponte de Lima: Santa Casa da Misericórdia, 2000; ARAÚJO, Maria Marta Lobo de - «Servir a dois Senhores: a Real Confraria de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa através dos seus estatutos de 1696» in Callipole - Revista de Cultura, Vila Viçosa: Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, n.º 9, pp. 127-139; CÂMARA, Maria Teresa Guimarães de Sousa da - «Como se veste a Padroeira de Portugal» in Callipole - Revista de Cultura. Vila Viçosa: Câmara Municipal de Vila Viçosa, 1995-1996, n.ºs 3 e 4, pp. 71-73; CARDIM, Luís - Vila Viçosa. Porto: Marques Abreu, 1955; CORREIA, Ana Paula Rebelo - «Azulejos de Vila Viçosa» in Monumentos. Lisboa, Direção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, setembro 2007, n.º 27, pp. 134-145; ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha - Compendio de Noticias de Villa Viçosa, Concelho da Provincia do Alentejo e Reino de Portugal. Redondo: Typographia de Francisco Paulo Oliveira de Carvalho, 1892; ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha - «Memórias de Vila Viçosa» in Cadernos Culturais da Câmara Municipal de Vila Viçosa. Vila Viçosa: Câmara Municipal de Vila Viçosa, 1986-1989, nº 30 - 34; ESPANCA, Túlio - «Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa» in A Cidade de Évora, Évora: Janeiro-Dezembro 1972, ano XXIX, n.º 55; ESPANCA, Túlio - «Notícia de quatro igrejas comendatárias da Ordem de Avis» in A Cidade de Évora. Évora: Janeiro-Dezembro 1972, ano XXIX, n.º 55, pp. 173-238; ESPANCA, Túlio - Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Évora. Lisboa: Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa, 1978; FONSECA, Francisco Belard da - A Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Lisboa: Fundação da Casa de Bragança, 1955; JACQUINET, Maria Luísa de Castro V.G. - «Manuel Pereira (C.O.) arquiteto. Contributos para a desconstrução de um enigma da historiagrafia da arte» in Invenire Revista de Bens Culturais da Igreja. Lisboa: Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, julho - dezembro 2013, n.º 7, pp. 14-18; MENDONÇA, Joachim Joseph Moreira de - História Universal dos Terramotos. Lisboa: Officina de António Vicente da Silva, 1758; PAYO, Marquês de São - As Históricas Confrarias Concepcionistas de Vila Viçosa. Braga: s.n., 1964; SOROMENHO, Miguel - «A Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa: o projeto quinhentista à luz da campanha de obras da Restauração» in Monumentos. Lisboa, Direção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, setembro 2007, n.º 27, pp. 106-115; TORRINHA, Joaquim - «As três igrejas ducentistas de Vila Viçosa» in Callipole - Revista de Cultura. Vila Viçosa: Câmara Municipal de Vila Viçosa, 1994, n.º 2, pp. 9-25; VALENÇA, Manuel - A Arte Organística em Portugal. Braga: Editorial Franciscana, 1990, vol. II.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/Carta de Risco, DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/Carta de Risco, DGEMN/DSID, SIPA; Associação de Reitores dos Santuários de Portugal / Paulinas

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/Carta de Risco, DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; Fábrica Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição: Real Confraria de Nossa Senhora da Conceição (Livros de Receitas e Despesas, Livros de Inventários, Livro de Receitas e Despesas da Capela do Padre Paulo Correia Velho); ACB: História da Confraria de Nossa Senhora da Conceição

Intervenção Realizada

1714 - conserto do altar, ladrilho e lajes da Capela do Santíssimo Nome de Jesus; RCNSC: 1716 - conserto do caixão onde se assentam os irmãos ($360); guarnecimento dos bancos da confraria (1$200); 1719 - conserto da jóia de pedras vermelhas ($300); 1720 - conserto do resplendor do Senhor do altar ($240); colocação de carneiras no altar ($200); conserto do sino da Senhora ($960); limpeza da banqueta de pedra ($480); 1721 - conserto da fechadura do caixão, pelo serralheiro Domingos Rodrigues ($150); conserto da estante de ferro por Manuel Gonçalves ($300); conserto da coroa de prata da Senhora (1$440); 1722 - conserto do varão do "carapitel", pelo serralheiro Domingos Rodrigues ($120); 1723 - limpeza da grade (1$200); conserto da tribuna ($120); 1725 - pregar a fasquia do retábulo e os capitéis ($300); conserto do telhado da capela, quando se pôs a lâmpada Real ($480); 1726 / 1727 - douramento dos tocheiros grandes por Domingos Gonçalves (10$500); reforma das armas reais para o arco, por Bento Charrua (1$200); 1731 - conserto da capela-mor, com alvaneiros, carpinteiros, madeira, cal, areia, telha e ladrilho (23$250); conserto dos castiçais pelo serralheiro Francisco Gomes ($300); limpeza da lâmpada do rei pelo ourives João Lourenço Machado (2$000); 1735 - conserto da cruz de prata do altar e do trono ($600); 1736 - reparação dos sinos da Confraria (1$200); 1736 / 1737 - pregos para o conserto do espaldar dos bancos da capela-mor ($420); 1738 - feitura do cadeado para a grade da Senhora (10$800); 1739 - conserto da cruz de prata da Senhora e da Lâmpada dos Milagres (9$850); 1740 - conserto da tribuna pelo alvaneiro Manuel Vieira ($360); 1741 - reforma dos quadros da capela por um padre capucho; pregar o quadro da tribuna ($785); 1748 - conserto do telhado da sacristia, por entrar chuva no interior, pelo Palmeiro (1$900) 1749 - reforma da peanha de Santa Ana e São Joaquim, com novo douramento (2$720); arranjo de uma mão e asas dos anjos ($600); 1768 - conserto da grade da tribuna e feitura de duas chaves e pregos de prata para as mesmas; 1769 - conserto da lâmpada Real por $420 e do telhado da capela-mor por 24$280; 1771, janeiro - outubro - conserto do arcaz ($540); 1772, dezembro - composição do nicho da Senhora (4$080); 1778 - conserto da grade de Nossa Senhora; 1790 - conserto do degrau para abrir a grade da Senhora ($140); 1791 - arranjo do órgão ($130); arranjo de dois "ocasos" pelo carpinteiro e entalhador (1$260); limpeza e arranjo do frontispício da capela-mor (1$300); feitura de armário para guardar a banqueta de prata; 1792 - arranjo da cimalha da capela ($090); 1793 - arranjo das portas do armário e do órgão ($550); conserto do tabuleiro dos vestidos da Senhora e dos "esteirões" da capela; 1795 - arranjo do "caixão" (2$990); 1798 - conserto e limpeza da grade da Senhora e da prata; 1799 - conserto do estrado em que se veste a Senhora; 1801 / 1803 - conserto do órgão ($460); 1804, abril - aplicação de vidros nas janelas da capela-mor e frontispício (2$280); 1805 - arranjo das janelas, com substituição de madeiras (6$525); arranjo do lampadário e douradora do mesmo (191$400); renovação das cimalhas do telhado da capela-mor (32$000); 1806 - arranjo da escada da tribuna, com substituição dos caixilhos e vidraças da janelas e caiação do espaço (13$110); conserto do banco da Confraria (3$490); 1807 - conserto do órgão, fechadura e foles ($930); conserto das vidraças do lado do Evangelho da capela-mor (1$080); 1811 - conserto de dois bancos para vestir a Senhora; 1813 - conserto do órgão (17$520); 1818 - conserto do guarda-vento (4$000); 1820 - conserto do órgão e compra de chumbo para o mesmo (2$080); 1824 - conserto do órgão e respectiva ferragem (10$560); 1826 - conserto da capela-mor e tribuna (89$480); obra nos telhados por Inácio da Rosa; 1830 - conserto do órgão, grade e frontal ($400); 1835 - conserto da grade e fechadura da tribuna ($720); 1839 - conserto dos castiçais meio-imperiais e 2 estantes em prata por Manuel Lopes (5$120); 1843 / 1844 - conserto dos anjos das grades (2$400); 1845 - arranjo do telhado da capela-mor ($435); 1848 / 1849 - conserto de duas portas (1$380); 1849 - arranjo de cadeiras ($320); 1849 / 1850 - arranjo de serralharia no arcaz, que havia sido arrombado por ladrões ($880); arranjos de carpintaria na capela ($740); 1851 / 1852 - arranjo das gavetas de uma mesa ($240); 1852 - pequeno conserto do órgão ($240); 1852 / 1853 - forro do caixão (1$510); 1854 / 1855 - conserto do órgão ($240); 1859 - obra no telhado da igreja, para que a abóbada não caísse (115$340); 1862 - conserto do órgão e respectiva caixa (3$360); 1866 - limpeza da cantaria do altar (5$280); 1867 - conserto do órgão (21$400); dourar e olear o lampadário (9$000); 1867 / 1868 - conserto do telhado e respectiva trapeira; 1868 / 1869 - arranjo do "caixão" da Confraria (36$000); 1868 / 1869 - arranjo das portas da igreja e guarda-vento (112$670); 1870, Dezembro - pagamento a Joaquim Boamorte Rosa pela obra de carpintaria da capela e reparação dos estrados; 1869, Dezembro - arranjo, pintura e douramento das sanefas das janelas da capela (18$360); 1871 - obra do guarda-vento e portas da igreja (133$185); 1873 - conserto do órgão (4$500); pintura das portas da igreja (11$780); 1875 - arranjo da grade de ferro do adro (1$060); 1877 - arranjo dos estrados da igreja ($750); conserto da janela do coro (21$675); 1881 - pintura do guarda-vento e portas da igreja por Joaquim Vicente Nunes (19$770); conserto dos estrados por Vicente Nunes (4$250); 1882 - obra de restauro da igreja (450$000), com o conserto dos estrados da igreja por Joaquim Vicente (2$680), a remoção dos dourados das colunas, caiação das abóbadas, limpeza dos azulejos, reparação dos retábulos, reaproveitando dourados provenientes do Convento de São Paulo; reforma do sacrário do Santíssimo; colocação de xadrezes de mármore na sacristia, com o resto de cantarias provenientes de São Paulo; remoção de dois lanços da teia, em frente da capela-mor e de alguns das naves laterais, onde havia "duas entradas ou portas" (ESPANCA, Cadernos Culturais, n.º 20, p. 64); 1889 - arranjo do portal e portas laterais da igreja pelos carpinteiros Manuel Maria de Lima e Inácio Maria Modesto Trindade (109$400); 1889 / 1890 - conserto na grade do adro por Inácio Ramires (10$045); 1893 - obra de alvenaria no adro da igreja por Francisco de Paula Paixão (1$270); conserto do fole do órgão (1$970); 1896 - arranjo dos telhados por Francisco Paulo Paixão (2$260); 1920 / 1921 - obras de conservação do templo; 1924 / 1925 - arranjo dos telhados; 1940 - limpeza e betume nas pias de água benta, da pia batismal e do lavabo da sacristia por Pedro Paulo (100$50); conserto da tampa da pia batismal por Serafim Conceição Gomes (27$00); arranjo dos bancos da igreja, por Joaquim António Gomes (14$00); 1942 - arranjo de 3 bancos e das portas da arrecadação e sacristia (991$00); 1943 - pintura do altar de Nossa Senhora do Carmo; arranjo dos telhados e abóbada (3.556$53) e caiação da igreja (1.200$00); DGEMN: 1950 - picagem do reboco e aplicação de um novo, caiação com cal; consolidação das abóbadas, com colocação de linhas de cimento para as aliviar, e construção da armação do telhado; assentamento de telha; colocação de portas exteriores, em madeira de carvalho, com a respetiva ferragem; 1955 - colocação de portas exteriores em carvalho; assentamento de uma mesa de altar na Capela do Santíssimo; 1958 / 1959 - perante a existência de graves fendas nas abóbadas, decide-se a reconstrução dos telhados, obra adjudicada a Anselmo Costa, com feitura de asnas e cintas de travação em betão armado, para consolidar as paredes; tratamento de rebocos; a obra foi acompanhada pelo engenheiro Lino Coelho de Melo; 1960 / 1961 - nova instalação elétrica, mudando-se de corrente contínua para corrente alterna e colocação de focos de iluminação, adjudicado pela Empresa de Construções Eléctricas, Lda.; CMVV: 1963 - projeto para o arranjo do adro, considerado inadequado pela DREMS, procedendo-se à sua revisão; PROPRIETÁRIO: 1968 - arranjo das mesas dos altares de São José e São Pedro; CMVV: 1969 - apresentação de um projeto para o arranjo do adro, com o rebaixamento do mesmo, construção de um anfiteatro e de instalações sanitárias públicas; estudo de ampliação do cemitério *8; DGEMN: 1983 - consolidação dos enxalços dos vãos das portas, com consolidação de juntas; assentamento de bandeiras nas portas; construção de portas em madeira exótica para a fachada principal, obra executada por António Serra; PROPRIETÁRIO: 1983 / 1984 - restauro do telhado (39.065$00); 1984 - reparação da imagem da Senhora pela casa Nuno Álvares (4.805$00); caiação da igreja; 1985 - assentamento de um degrau no adro (1.400$00); restauro de 2 coroas de prata e das coroas da imagem peregrina (7.800$00); limpeza dos telhados (10.000$00); 1986 - reparação do badalo do sino (2.600$00); 1987 - conserto do "toldo" do altar (4.250$00); colocação de 2 vidros (9.500$00); afinação dos sinos por Serafim da Silva (5.450$00); 1988 - projeto para instalação sonora exterior; 1989 - reparação do relógio da torre (13.743$00); arranjo de uma coroa (8.700$00); reparação do telhado (19.580$00); arranjo do baú (150$00).

Observações

*1 - Trata-se de uma Zona Especial de Proteção conjunta dos imóveis classificados e em vias de classificação existentes no centro histórico de Vila Viçosa. *2 - Cadornega refere-a como sendo um priorado, com boa renda, tesoureiro e sacristão, sendo o prior um freire da Ordem de Avis; refere, ainda, a tradição de que a imagem fora achada em um barco, no mar, com um sino e um letreiro a dizer Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. *3 - Cadornega refere que, na capela-mor, existiam inúmeras lâmpadas, doadas por pessoas da Casa Real ou ligados a ela. Assim, em 1589, João de Tovar Caminha doou uma lâmpada de prata e, em 1619, Simão Antunes, Mestre de Campo na Flandres, e a mulher Cristina Vandernoot, ofereceram uma lâmpada de prata de 4 lumes. O Duque de Bragança doou, em 29 de janeiro de 1628 uma lâmpada de prata com seis lumes, que havia importado em 92$525, com 27 marcos, 4 onças e 7 oitavas e, em 1630, Manuel Francisco, sobrinho de Simão Antunes, doou uma lâmpada de prata de 5 lumes, que custou 18$130. *4 - seguia o modelo da banqueta dada por D. João V a Santo Agostinho e foi feita com a prata reaproveitada de dois castiçais antigos. *5 - neste, é referida a existência de: lâmpadas de prata, uma doada por D. Catarina de Bragança (1699), castiçais, uma cruz, 4 castiçais lisos para as grades da Senhora, executados por António de Matos, ourives de Vila Viçosa, uma peanha de prata da Sr.ª, feita por Domingos de Faria, de Vila Viçosa (455$800); estante de prata, feita por Álvaro Machado de Vila Viçosa, várias coroas, uma lua para os pés da Sr.ª; tinha todos os santos da capela-mor, exceto a imagem de São Bento, e uma imagem pequenina de N. Sr.ª da Conceição; é referido que os órgãos haviam sido partidos e os canos furtados; existiam várias confrarias na Matriz - as duas da Conceição, Santa Maria, N. Sr.ª do Carmo, São José, Santíssima Trindade, São Pedro, Santo Nome de Jesus, Santíssimo e Conta Adriana. *6 - a insígnia é formada por "estrela de 9 pontas, esmaltadas de branco, raiadas e perfiladas de ouro, tendo nos intervalos dos respectivos raios 9 estrelas pequenas também esmaltadas de branco, perfiladas de ouro, mas de cinco pontas. No centro, em campo de ouro fosco, a saudação angélica na cifra AM entrelaçada, em ouro polido, circundada por uma faixa esmaltada de azul-claro, tendo escrita, em letras de ouro, a legenda "Padroeira do Reino", sendo toso o conjunto decorado, na parte superior, com a coroa real" (FONSECA, 1955). *7 - a Conta Adriana era uma conta de um rosário, de madeira, marchetada a prata dourada, junto à qual muitas pessoas da vila rezavam ou imploravam graças, benzida, em 1607, pelo Papa Paulo V; junto a ela, um quadro com as indulgências; denominava-se Adriana, porque foi o Papa Adriano VI o primeiro a benzer uma conta deste tipo, em 1523. *8 - em Junho de 1970, a Junta Nacional de Educação recomenda à Câmara que encontre outro local para um novo cemitério da vila, não autorizando a ampliação do existente.

Autor e Data

Manuel Branco 1993 / Paula Correia e Paula Figueiredo 2006 / Filipa Avellar e Lina Oliveira 2007

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login