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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Cine-teatro
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Descrição
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Planta composta por espaços públicos, sala e caixa de palco. Corpo central ascencional no ângulo do cruzamento de duas ruas que se articula com dois corpos dispostos horizontalmente ao longo das ruas; cobertura com telhado de duas águas ao longo dos corpos e cobertura plana sobre a fachada. Fachada principal a O. desenhando uma curvatura que acompanha o ângulo do cruzamento das ruas, embasamento de aparelho granítico sobre o qual se rasga janelão envidraçado dividido por eixos verticais de blocos de granito encimado pelas letras gravadas na alvenaria pintada de branco: "Salão Central Eborense"; topo da fachada com recortes geométricos vasados intercalados por eixos verticais de alvenaria decorados com rostos esculpidos em granito no extremo inferior; remate com cornija e beirado do telhado. Fachada lateral direita a N. com embasamento e torre paralelepípeda de aparelho granítico, aposta à fachada sobre a esquerda, brasão de granito no topo e remate piramidal com esfera armilar metálica no vértice. Pano da direita com duas portas metálicas cercadas por moldura de aparelho granítico, por cima das quais se abrem oito janelas geminadas em arco de volta perfeita de alvenaria que descarregam sobre colunas de granito com capitéis lisos; remate com cornija adornada com rostos esculpidos em granito e beirado do telhado. Fachada lateral esquerda a S. com embasamento de aparelho granítico e dois panos divididos pela articulação dos volumes; pano da esquerda com recortes geométricos vasados sobre a esquerda, cunhal de aparelho granítico à direita e remate com cornija adornada com rostos esculpidos em granito e beirado do telhado; adossa-se a este pano um corpo com arco abatido de granito sobre o qual se rasgam seis arcos de volta perfeita sustentados por cinco colunas de granito que apoiam a água do telhado da varanda. Pano da direita com uma porta cercada por moldura de aparelho granítico Fachada posterior a E. lisa, rematada com cornija e beirado do telhado. INTERIOR: Entrada directa para corredor de circulação com porta para sala à direita e escadas para primeiro piso e piso inferior ao fundo. Primeiro piso com salão de festas, foyer e acesso ao primeiro balcão, piso inferior com instalações sanitárias. Sala de planta rectangular com cobertura de telha sustentada por estrutura de madeira. Parede da direita revestida de alcatifa castanha até meio onde se abrem duas portas de madeira e sobre a qual se distribuem ao longo do pano pinturas murais com motivos regionais e vasos cerâmicos brancos. Parede da esquerda semelhante à do lado oposto. Palco com estrutura de betão com porta sobre a direita, junto à boca de cena, permite acesso ao palco e à zona posterior, semi-circular, envidraçada destinada ao bar. |
Acessos
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Rua de Valdevinos / Páteo do Salema |
Protecção
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Incluído no Centro Histórico da Cidade de Évora (v. PT040705050070) |
Enquadramento
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Urbano, dentro das muralhas da cidade. Fachada principal voltada para o cruzamento de duas ruas com circulação automóvel, ao longo das quais se desenvolvem as fachada laterais; fachada posterior voltada para pátio. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Cultural e recreativa: cine-teatro |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Francisco Keil do Amaral (1910 - 1975) - Projecto de remodelação de 1943-1944. |
Cronologia
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1916, Setembro, 23 - início da actividade do Salão Central Eborense como animatógrafo, resultado de uma adaptação de uma barracão anexo ao Hotel Eborense pelo seu proprietário José Augusto Annes; 1922 - a sala de espectáculos sofre remodelações para poder receber companhias e artistas além das sessões de cinema, com projecto, provavelmente da autoria de José Oreiro Teixeira; 1923, Julho, 21 - o Salão Central reabre as suas portas como cine-teatro; 1931 - o Salão Central Eborense estreia o cinema sonoro em Évora; 1934 - o Salão não passa na vistoria e a sala de cinema é encerrada, iniciando-se as modificações sobre projecto do agente técnico de engenharia de 2ª classe Carlos Mendonça Ribeiro; 1943 - a proprietária do recinto, D, Judith Sanches de Miranda decide entrar em obras; 1943-1944 - realização do projecto de obras pelo arquitecto Francisco Keil do Amaral; 1944, Dezembro, 12 - a Câmara Municipal de Évora aprova o novo projecto de remodelação do Salão Central Eborense; 1945, Novembro, 1 - inauguração da sala; 1988 - o Salão Central Eborense encerra ao público; 1996 - o Salão Central Eborense é adquirido pela Câmara; 2000 - elaboração de um plano de recuperação do imóvel no âmbito da Rede Nacional de Teatros e Cine-Teatros do IPAE, com projecto dos arquitectos Nuno R. Lopes e Ivone Shore (ALMEIDA, 2001); 2002 - realização de escavações arqueológicas na área da plateia coordenadas pelo arqueólogo Jorge Oliveira (informação oral); 2024, 14 setembro - inauguração após a reabilitação total promovida pela Câmara Municipal (num valor de cerca de 3 milhões euros, com 70% em fundos europeus. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria rebocada, granito nos vãos, embasamento e torre, alcatifa nas paredes da sala, telha e madeira na cobertura. |
Bibliografia
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AMARAL, Francisco Pires Keil (coord.), Keil Amaral, Arquitecto, Lisboa, Associação dos Arquitectos Portugueses, 1992; FERNANDES, José Manuel, Cinemas de Portugal, Lisboa, 1995; ALMEIDA, Carmen (coord.), Riscos de um século: memórias da evolução urbana de Évora, Évora, 2001; RICO, Tânia, Salão Central Eborense, um olhar sobre o seu património (no prelo); FERNANDES, José Manuel, Português Suave - Arquitecturas do Estado Novo, Lisboa, 2003; Arquitectura Moderna Portuguesa. 1920-1970, Lisboa, MC-IPPAR, 2004; |
Documentação Gráfica
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CME: DOGT |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Fundação Calouste Gulbenkian: Arquivo de Arte |
Documentação Administrativa
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CME: DOGT |
Intervenção Realizada
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1953 - abertura de frestas no alçado principal; 1972 - substituição das portas almofadadas em madeira, metal e vidro. |
Observações
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Autor e Data
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Helena Mantas e Marta Gama 2002 |
Actualização
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