Igreja Paroquial de Fareja / Igreja de São Martinho

IPA.00009078
Portugal, Braga, Fafe, União de freguesias de Cepães e Fareja
 
Arquitectura religiosa, românica, maneirista, rococó e neoclássica. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor mais estreita, e sacristia, adossada lateralmente à capela-mor. Fachadas em cantaria de granito, com a principal rasgada por portal em arco pleno sobre cornija perlada, servindo de imposta, que provavelmente delimitaria um alpendre, sendo ainda visível o local onde teria as mísulas de sustentação. O portal é encimado por fresta com aduelas decoradas com motivos fitomórficos românicos. Fachadas laterais da nave rematadas por cornija assente em cachorrada simples. Sineira executada no séc. 20, colocada sobre o remate da fachada lateral. Capela-mor setecentista, com tratamento nos cunhais através de pilastras coroadas por pináculos piramidais. Interior com coberturas em masseira de madeira, com o travejamento à vista. Retábulos colaterais maneiristas, com introdução de elementos rococós e neoclássicos, como são o caso das peanhas e dos altares. Retábulo-mor ainda com estrutura rococó e alguma decoração de concheados, mas já com acentuada decoração fitomórfica neoclássica.
Número IPA Antigo: PT010307100021
 
Registo visualizado 450 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor mais estreita, rectangulares, em eixo e sacristia, também rectangular, adossada lateralmente, a S., à capela-mor. Volumes escalonados de dominante horizontal, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e capela-mor e em quatro águas na sacristia. Fachadas em cantaria de granito, em aparelho regular, rematadas por cornija sob beiral, nos panos da nave suportada por cachorrada simples, e em beiral na sacristia. Topos dos corpos da nave e capela-mor, em empena coroadas por cruzes de secção quadrangular sobre acrotério. Fachada principal orientada, rasgada por portal em arco pleno, com impostas prolongadas, formadas por cornija perlada, encimado por fresta, inscrita em arco pleno, com as aduelas decoradas com motivos fitomórficos. Fachada lateral N., com pano da nave aberta por duas frestas e pano da capela-mor aberto por janela rectangular gradeada. Fachada lateral S., com pano da nave aberto por porta de acesso ao coro alto, com escadaria de pedra de lanço recto, com guarda vazada de metal, e janela quadrangular. Sobre a cornija de remate ergue-se sineira de duas ventanas, em arco pleno, rematada por cornija, sobrepujada por cruz sobre acrotério fitomórfico, ladeada por pináculos. Pano da sacristia com porta ladeada por janela gradeada. Fachada posterior cega, com pano da capela-mor enquadrado por cunhais apilastrados, coroados por pináculos. INTERIOR em cantaria de granito com nave e capela-mor decoradas por silhar de azulejos industriais recentes, de padrão, policromos com estampilha azul e amarela, sobre rodapé de cimento. Coberturas da nave e capela-mor em tecto de masseira de madeira, com travejamento à vista. Pavimento da nave em madeira. Coro-alto de betão, com guarda em balaustrada de madeira. A nave possui, do lado do Evangelho, base de púlpito, em granito, sustentada por comprido modilhão, emoldurado, e decorado por elementos "flamenguistas", servindo de suporte a imaginária. Retábulos colaterais, colocados em ângulo, de talha policroma a branco, dourado, azul e vermelho, sendo, o do lado do Evangelho, dedicado a Nossa Senhora de Fátima e, o do lado da Epístola, da invocação do Sagrado Coração de Jesus. Capela-mor com pavimento em taburnos de madeira, com guias de pedra e supedâneo a preceder o retábulo-mor. Parede, do lado da Epístola, rasgada por grande vãos rectangular, suportado por vigas de betão à vista, de acesso a vestíbulo que comunica com a sacristia. Parede testeira integralmente preenchida pelo retábulo-mor, de talha policroma, com marmoreados a amarelo, rosa e verde e decoração marcada a dourado. Apresenta planta côncava, com três eixos, rematado por entablamento, interrompido ao centro, por fragmentos de frontão, com espaldar destacado com decoração de concheados e volutas. Tribuna recortada com trono eucarístico cerrado por tela pintada com a imagem de Cristo Pastor. Eixos laterais com peanhas com imaginária, ladeadas por coluna e pilastra coríntias. Altar em forma de urna. O vestíbulo da sacristia apresenta lavabo em pedra, com vestígios de policromia, com espaldar emoldurado, possuindo no centro bica em forma índio e taça semicircular. Junto ao lavabo conserva-se um capitel românico e uma pequena pia. Sacristia de reduzidas dimensões, com tecto em forro de madeira e pavimento em laje de granito. Na parede testeira encontra-se arcaz de castanho.

Acessos

Lugar da Igreja

Protecção

Enquadramento

Rural, isolada, em encosta, no limite NE. da povoação, rodeada por casas e campos de cultivo. Ergue-se numa plataforma, formando adro térreo, murado, com acesso frontal por escadaria de dois lanços rectos. Junto à fachada posterior, situa-se espaço ajardinado onde se encontra a base e a taça da pia baptismal original da igreja.

Descrição Complementar

TALHA: Retábulos colaterais idênticos, de planta recta e um só eixo, rematados por entablamento decorado por motivos fitomórficos e querubim, encimado por ático, com pintura do monograma do orago, enquadrado por quarteirões e aletas, o do Sagrado Coração de Jesus, com aves, sobrepujado por frontão de interrompido por pinha. Tribuna recortada com imagem do orago, ladeada por peanhas com imaginária e colunas com estrias espiraladas, demarcadas no terço inferior, com querubim e ave. As colunas são assentes em plintos decorados por aves. Altares em forma de urna, com marmoreados e motivos fitomórficos.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 13 (conjectural) / 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 13 - Provável edificação da igreja; 1369 / 1380 - a igreja pertencia ao concelho de Guimarães e pagava foro à Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira; séc. 17 - execução dos retábulos colaterais e púlpito; 1726 - referência à Igreja de São Martinho de Fareja que "é vigaria dos D. Priores" da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães; séc. 18, final / séc. 19, início - construção da capela-mor; 1994 - proposto pelo PDM de Fafe, DR 224 de 27 de Setembro.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura, elementos decorativos, cornijas de remate, escada de acesso ao coro-alto, sineira, base do púlpito, guias dos taburnos e supedâneo da capela-mor, pavimentos do vestíbulo e da sacristia, em granito; nave e capela-mor com silhar de azulejos recentes; portas, janelas, balaustrada do coro-alto, retábulos, pavimento da nave, taburnos e tectos em madeira; juntas das pedras, coro-alto e vigas de sustentação do vão de acesso ao vestíbulo, em cimentos; grades das janelas, em ferro; cobertura exterior em telha de canudo.

Bibliografia

CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra, Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho no ano de 1726, vol. 1, Ponte de Lima, 1992, pp. 223 - 224; SUMMAVIELLE, Maria Miquelina, Os Santos Padroeiros do Concelho de Fafe, Fafe, 1989, pp. 87 - 92; Vv.Aa., Fafe nos Montes Longos do Minho..., Paços de Ferreira, 1998, p. 71; FERREIRA, José Carlos, ASSIS Francisco de, Património, in Diário do Minho, 1 Junho 2006, pp. 22-28.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: Séc. 17 - São feitas várias alterações estruturais e colocados os retábulos colaterais e púlpito; séc. 18, final / séc. 19, início - abertura de vários vãos na igreja; construção da capela-mor; colocação do retábulo-mor; alteração dos retábulos colaterais, nomeadamente, colocação de peanhas a ladear a tribuna e execução de novos frontais de altar; 1970, década de - várias obras de beneficiação; apeamento do guarda-vento e da guarda e escada do púlpito; deslocação da pia baptismal para a sacristia; 1993 - repinte dos retábulos; 2000 - construção da sineira; 2001 - obras de conservação; alteração da sacristia, nomeadamente é dividida em dois espaços e criado um vestíbulo; alargamento do vão do parede da capela-mor de comunicação com o novo vestíbulo e colocação de vigas de betão para a sua sustentação; deslocação da pia baptismal para o adro.

Observações

Autor e Data

António Dinis 2001

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login