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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta de nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, tendo adossado à fachada lateral direita torre sineira quadrangular, capela lateral profunda e, entre estas, corpo rectangular e à oposta sacristia rectangular. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja, de três na sacristia, de uma no corpo rectangular e coruchéu piramidal na torre, coroado catavento de ferro. Fachadas em cantaria aparente, com embasamento, cunhais apilastrados na nave e torre sineira e terminadas em friso e cornija, sobreposta por beirada simples. Fachada principal virada a O., terminada em empena, rematada por cruz latina de braços quadrangulares sobre acrotério, tendo as pilastras coroadas por urnas; é rasgado por portal de verga recta, com moldura terminada em cornija, e por janela de verga abatida com a moldura formando pingentes e encimada por silhar com elemento concheado. Torre sineira no alinhamento da fachada, de dois registos, separados por friso e cornija, o segundo rasgado, em cada uma das faces, por sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras, tendo avental recortado, e albergando sino; nos cunhais possui pináculos sobre plintos paralelepipédicos e a meio surge relógio circular. Fachada lateral esquerda rasgada na nave por frestas de arejamento e duas janelas de capialço, tendo a meio lápide rectangular com brasão de família; a sacristia é rasgada a O. por porta de verga recta e moldura simples e lateralmente por uma outra porta e três janelas rectilíneas. Na fachada lateral direita a torre tem o primeiro registo rasgado por porta de verga recta sobrelevada, precedida por escada de pedra; a capela lateral termina em empena coroada por cruz latina de braços quadrados sobre acrotério e é rasgada por janela de capialço; o corpo intermédio é rasgado por duas janelas rectilíneas de capialço e, sensivelmente a meio, por porta travessa de verga recta, encimada por cartela inscrita. Na capela-mor abre-se uma outra janela de capialço. Fachada posterior da capela-mor terminada em empena, coroada por cruz latina de braços quadrangulares sobre acrotério. |
Acessos
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Alvaredo, Largo da Igreja |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, no interior da aldeia, de povoamento disperso, nas imediações de algumas habitações e envolvido por campos plantados de vinha. Integra-se em adro, disposto junto à estrada, parcialmente delimitado por muro, e com pavimento de paralelos de granito. |
Descrição Complementar
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Sobre a porta travessa surge lápide rectangular, de ângulos curvos, com a inscrição, em três regras, RECONSTRUÍDA EM 1943. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1118 - Onega Fernandes fez doação à Sé de Tui da quarta parte da igreja de São Paio de Paderne, equivalente da igreja de São Martinho de Valadares e outro tanto da vila chamada de São Vicente e da sua igreja *1; 1125 - doação da igreja de São Paio de Paderne e da igreja de São Vicente, junto ao rio Minho, por D. Teresa Sé de Tui; 1320 - no catálogo das igrejas situadas ao norte do rio Lima, que D. Dinis mandou organizar, para determinação da taxa a pagar, São Martinho de Alvaredo foi taxada em 60 libras; enquadrava-se nessa época na Terra de Valadares; 1551 / 1581 - no Censual de D. Frei Baltasar Limpo, que descreve a situação canónica dos benefícios eclesiásticos da comarca de Valença do Minho, diz-se que a igreja de Alvaredo era da apresentação de padroeiros, designadamente, de Pedro Gomes de Abreu; 1758, 25 Maio - segundo o pároco António Rodrigues de Morais nas Memórias Paroquiais, a freguesia pertencia ao arcebispado de Braga, comarca de Valença e termo de Valadares; tinha 220 fogos inteiros e meios fogos e 613 pessoas, entre ausentes e presentes e menores; a igreja ficava no meio do lugar de São Martinho, tinha duas naves com três arcos e os altares: o altar-mor, o de Nossa Senhora do Rosário, o altar das Almas, o altar de santo António, o altar da capela da Senhora da Expectação, o altar da capela de São Francisco e o altar da capela de São Miguel; tinha uma confraria das Almas; o pároco era vigário anual apresentado pelo prior dos mosteiros de Sanfins e São João de Longos Vales, da Companhia de Jesus, como procurador do reitor do Colégio de Coimbra, e tinha de ordenado anual 8$000 e com o pé de altar ficava tudo em 60$000, de rendimentos certos e incertos; 1759, 3 Setembro - expulsão da Companhia de Jesus, revertendo todos os seus bens para o erário régio; 1774, 4 Julho - provisão de D. José incorporando todos os bens da extinta Companhia de Jesus no património da Universidade de Coimbra, que assumiu a sua administração; pouco depois visitaram-se todas as igrejas da antiga Companhia de Jesus; a igreja era semelhante aos demais da zona, ou seja, humilde, tosco e pobre; a capela-mor tinha o forro quase perdido, o pavimento muito mal unido e as paredes muitas negras; o altar-mor tinha retábulo, que ainda podia servir; o corpo da Igreja pertencia aos fregueses; a sacristia era pequena e necessitava de muitos reparos, assim como a capela-mor, os quais foram mandados fazer e constavam dos apontamentos anexos; o passal era da mesma qualidade e rendimento do das igrejas vizinhas, podendo render para o pároco, tiradas as despesas, cerca de 8$000; a Universidade cobrava os dízimos da freguesia e apresenta o cura anualmente e tinha a obrigação de reparar ou reedificar a capela-mor, sacristia e dar todos os paramentos necessários para as mesmas, pertencendo ao povo tudo o que dissesse respeito ao corpo da Igreja; devia dar ao pároco côngrua suficiente, bem como mandar pregar dois sermões na Quaresma; 1835, 5 Maio - decreto incorporando nos Bens Próprios Nacionais os bens pertencentes à Universidade de Coimbra, que continuava, no entanto, a usufruir dos seus rendimentos; 1848, 21 Novembro - decreto delimitando como bens da Universidade de Coimbra apenas os edifícios estritamente necessários para o seu funcionamento, situados em Coimbra; 1855 - até esta data pertenceu, em termos administrativos, à comarca de Monção e concelho de Valadares; 24 Outubro - decreto extinguindo o concelho de Valadares, passando Alvaredo a integrar o de Melgaço; 1977, 3 Novembro - passou a pertencer à Diocese de Viana do Castelo; 1943 - data inscrita sobre a porta travessa assinalando a reconstrução da igreja. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria aparente; pináculos, cruzes, frisos, cornijas e pináculos em cantaria de granito; portas de madeira; vidros simples; grades de ferro; cobertura de telha. |
Bibliografia
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CAPELA, José Viriato, As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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SIPA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; Universidade de Coimbra: Igrejas da Universidade de Coimbra, Tomo II, Cota - Depósito 14, Secção 8. E, Estante 5, Tabela 9, Nº. 560; Arquivo Distrital de Braga (datas extremas: 1632 - 1899 (não consultada) |
Intervenção Realizada
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Observações
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EM ESTUDO. *1 - Segundo o Padre Avelino de Jesus da Costa, São Martinho de Valadares deve corresponder a São Martinho de Alvaredo (limite de São Paio de Paderne), à qual pertencia a povoação e igreja de São Vicente, junto ao rio Minho. |
Autor e Data
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Paula Noé 2003 |
Actualização
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