Villa Romana de Pisões, na Herdade de Algramaça
| IPA.00000899 |
Portugal, Beja, Beja, União das freguesias de Beja (Santiago Maior e São João Baptista) |
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Villa romana completa, formada pela "villa urbana", de tipo helenístico, cuja zona residencial, de caraterísticas monumentais com mais de 40 divisões, se organiza em torno de um pátio interior ("peristilium") delimitado por colunas, enquadrando um pequeno tanque ("impluvium"), com balneário e piscina, pela "villa fructuária" e pela "villa rustica". Nas proximidades uma barragem romana de abastecimento e rega. Do conjunto fazia parte a "villa rustica", ainda não escavada, assinalada pela descoberta de grandes pedras de lagar e dos vestígios das construções que a formavam. Merece destaque o hipocausto do balneário, superior a construções equivalentes de Conímbriga ou Miróbriga, bem como o conjunto de pavimentos em mosaico polícromo. Em conjunto com a Villa romana de São Cucufate (v. PT040214040001), constitui um dos mais importantes testemunhos de exploração rural romana do Baixo Alentejo. |
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Número IPA Antigo: PT040205130012 |
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Registo visualizado 2484 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Agrícola e florestal Villa
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Descrição
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Villa virada a S., com vestígios de implantação de inúmeras divisões quadrangulares, de diferentes dimensões, dispostas em volta de um átrio ("peristilium") com colunas enquadrando um tanque central ("impluvium"), antecedido do lado N. por sala com escadaria; no seu alinhamento do lado S. um grande pátio; do lado O. do perístilo uma sala de maiores dimensões rematada em muro semicircular, com um pequeno lago ao centro. A O. do conjunto habitacional o balneário constituído pelo forno ("praefurnium") e 3 salas, a central rectangular, as extremas terminando em semicírculos ("caldarium"), assentes sobre arcos apoiados em colunas ("suspensura"); nas proximidades um tanque rectangular, com 5 degraus de acesso. Do lado N. as bases de 10 colunas distanciadas de 2,30 m. A S. da "villa", paralela à ribeira, uma piscina de grande dimensões (40 x 8,30 m.), com 6 degraus de acesso. Revestem os pavimentos de muitas das salas mosaicos, a preto e branco os mais antigos, polícromos e de tesselas maiores e maior riqueza plástica os mais recentes, com figurações geométricas e animais. Em algumas salas lajes de mármore revestem o pavimento e parte das paredes; nestas encontram-se muitos vestígios de estuques. |
Acessos
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Herdade de Algramaça, no limite O. da Freguesia a c. de 3km a O. da aldeia de Penedo Gordo, por estrada de terra (com sinalização), junto ao barranco de Pisões. |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 251/70, DG, 1.ª série, n.º 129 de 03 junho 1970 |
Enquadramento
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Rural, meia encosta. A "villa" está implantada numa inclinação suave, junto a um curso de água, na herdade de Almagrassa, nas proximidades de uma represa romana. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Agrícola e florestal: villa |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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DRC Alentejo, Portaria nº 829/2009, DR, 2ª. Série, nº 163 de 24 de Agosto de 2009 |
Época Construção
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Séc. 01 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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Séc. 01 - data provável da "villa" urbana, que terá tido ocupação, praticamente contínua, até ao séc. 04 (pelo tipo de espólio recolhido: cerâmica de uso corrente, cerâmica cuidada - "terra sigilata" - mosaicos, frisos, vidros, bronzes, moedas, etc.); ocupação descontínua para além da época romana (revelada pela descoberta de 2 capitéis visigóticos e pela existência de abundante cerâmica negra); uma pequena ara com a invocação da deusa Salus, fornece o nome de uma família que provavelmente aqui viveu, a de Gaio Atílio Gordo; 1960, década de - descoberta da Villa. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Estruturas de alvenaria de pedra e tijolo. Pavimentos de mármore e mosaicos. Vestígios de "opus signinum" e de estuques. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Justino Mendes de e FERREIRA, Fernando Bandeira, Revista de Guimarães, vol. 79, nºs 1 - 2, Guimarães, 1969; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Beja, Lisboa, 1993; QUINTELA, António de Carvalho et. alt., Barragens romanas do distrito de Beja - contribuição para a sua inventariação e caracterização, Arquivo de Beja, vol. 3, 2ª série, Beja, 1986; RIBEIRO, Fernando Nunes, A Villa Romana de Pisões, Beja, 1972; SARDICA, João Mário Lopes, Alguns subsídios para o estudo dos mosaicos de Pisões, Arquivo de Beja, vol. 28 / 32, Beja, 1971 / 1975; SOARES, José Luís, Um prato de terra sigillata encontrado na Villa Romana de Pisões, Arquivo de Beja, vol. 28 / 32, Beja, 1971 / 1975. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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1967 / 1979 - escavações dirigidas pelo Dr. Nunes Ribeiro com a colaboração de José Lança Soares, Rui Parreira e Lopes Sardica; 1981 - escavações sob a orientação de Pedro Barbosa; IPPAR: DRE: 2001 - estudo e reavaliação do projecto de valorização sob projecto do Arq. José Teixeira. |
Observações
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* 1 - DOF... É delimitada a NO. pela linha férrea, a SU. pelo barranco de Pisões a NO. por uma linha que vai da barragem romana até a linha férrea a SU., por uma linha que vai de um ponto situado a 50 m. para SU. da casa da Guarda da linha férrea até ao barranco de Pisões; *2 - incluido no Programa de Valorização e Divulgação Turística - Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve, do Ministério do Comércio e Turismo e da Secretaria de Estado da Cultura |
Autor e Data
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Isabel Mendonça 1993 |
Actualização
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