Ermida de São Pedro dos Sequeiras
| IPA.00008894 |
Portugal, Évora, Viana do Alentejo, Alcáçovas |
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Capela quinhentista, de planta retangular, de uma só nave, capela-mor suportada por contrafortes de alvenaria; construção característica da arquitectura rural alentejana de quinhentos, alterada nos séculos 17 e 18, com a construção do nártex. Tem pinturas murais, narrando momentos da vida de São Pedro, de cariz barroco. |
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Número IPA Antigo: PT040713010011 |
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Registo visualizado 328 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta poligonal composta por nártex, nave única ( 9,20 m x 5,00 m ), de planta rectangular e capela-mor ( 4,30 m x 4,50 m ) com acesso à sacristia. Volumes articulados na horizontal com cobertura diferenciada em telhado de duas águas na nave, capela-mor e nartex e de uma água na sacristia. Fachada principal orientada a O., com nártex de três arcadas molduradas com empena de enrolamento e campanário axial apilastrado, sem sino, ladeado por pináculos piramidais; frontão triangular sobre a cobertura do nartex encimado por cruz axial; tecto em abóbada de barrete de clérigo, embora sejam visíveis as mísulas das nervuras de cobertura anterior; portal na fachada da nave, arquitravado ladeado por duas janelas. Os alçados S., e E. encontram-se envolvidos por construções posteriores. Alçado N. com dois contrafortes pouco salientes. INTERIOR: espaço diferenciado, com nave de planta rectangular, marcada por pilastras nos prospectos e tecto em abóbada de berço decorada por apainelados com motivos geometrizantes, separados por arcos torais com vestígios de pintura mural. Antecedendo o arco mestre da capela-mor, no lado do Evangelho, o acesso ao púlpito, hoje inexistente. Pia de água benta, à entrada do lado da Epístola, de mármore com secção cilíndrica. Capela-mor, de planta quadrangular, antecedida de arco triunfal decorado na cimafronte por estuques polícromos figurando a tiara e as chaves de São Pedro. Tecto em abóbada de berço decorada por pinturas murais distribuídas por nove quadros rectangulares. Na capela-mor rasga-se ainda um pequeno vão de acesso à sacristia, de planta quadrangular e tecto em abóbada, decorada por tabelas de estuques coloridos representando os atributos de São Pedro: a tiara, as chaves, as cadeias, o galo e a barca de pescador. Tem lavatório em mármore esculpido com as chaves entrelaçadas. |
Acessos
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Beco de São Pedro |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, adossado, numa pequena elevação, no antigo Rossio das Hortas, envolto por casario de ambos os lados e um pequeno pátio frontal; a SO., a 30m de distância encontra-se um cruzeiro de mármore *1. |
Descrição Complementar
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PINTURAS MURAIS: os quadros do tecto da capela-mor, todos legendados em português arcaico, representam nove momentos da vida de São Pedro: São Pedro dá esmola a um pobre; São Pedro chorando na Lapa; Anjo livra São Pedro do encarceramento; Cristo salva São Pedro das ondas; São Pedro corta a orelha a Malco; São Pedro é preso dos tiranos; São Pedro é crucificado pelos tiranos; Cristo lava os pés a São Pedro; Transfiguração de Cristo perante São Pedro. Do púlpito desaparecido subsiste na cimalha da cobertura uma tabela com inscrição latina com o seguinte texto: VENI.DILIB/ANO VE/NLCOR/ONAB/ERIS. A capela-mor, com rodapé de composição axadrezada, esteve coberta por pinturas murais de que subsistem nos alçados laterais os painéis com as figuras de Santa Apolónia e de Santo Amaro. |
Utilização Inicial
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Religiosa: ermida |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1536 - primeiras referências sobre a existência da ermida, nomeadamente o nome da sua fundadora, Luísa Rodrigues, que fundou igualmente a capela das Almas na matriz de Vila Nova da Baronia que ainda existia no ano de 1778. Para sustentar a ermida de São Pedro deixou rendimentos, foros das herdades de Miradouro, Fogo, Couto e Matutim, Monteza, Baizés, Almargia da Figueira, um olival em vale de Rosa e casas na rua de Sevilhães em Alcáçovas, no Rossio de São Brás em Évora; 1657 - os fidalgos Fragoso de Barros adquirem a capela-mor por 20.000 reis; Séc.17 - Séc.18 - acrescentado o nártex, a capela-mor é decorada a fresco com episódios da vida de São Pedro; 1850 - furto do sino do campanário; 1910, após - profanado com a implantação da República e posterior ocupação do vasto terreiro em volta, uma vez que o mesmo foi alienado pela Junta de Freguesia para construção de edifícios que ofuscaram completamente a ermida; 1950 - reconstrução do cruzeiro por Alexandre de Lencastre e João Branco Núncio, que se situava no vasto adro público, tendo então sido colocado perto do caminho que conduz à ermida, sobre quatro degraus de mármore com a inscrição I.N.R.I no remate; 1986, 22 março - Proposta de classificação pela Secretaria de Estado da Cultura; 1986, 21 julho - Despacho de abertura do processo de classificação pelo Vice-Presidente do IPPC; 1998, até - a sacristia esteve decorada por frescos que representavam os atributos de São Pedro: a tiara de papel, as chaves, as cadeias, o galo e a barca do pescador; 2008, 17 outubro - Proposta da DRCAlentejo para classificação como IIP - Imóvel de interesse Público e de ZEP; 2009, 15 julho - Parecer favorável à classificação e à ZEP pelo Conselho Consultivo do IGESPAR; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante, com arcos e contrafortes para suporte de abóbadas |
Materiais
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Alvenaria de pedra rebocada e caiada, pavimento em ladrilho, telha de canudo na cobertura exterior, altar de alvenaria de tijolo. Madeira nas caixilharias, mesa de altar, e bancos dos fiéis. Pia de água benta e lavabo em mármore. Estuques nas decorações do arco triunfal e da abóbada da sacristia. |
Bibliografia
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CARDOSO, P. Luís, Dicionário Geográfico, vol.1; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, vol. 9, Lisboa, 1979; FRAGOSO, Luís Feliciano, História da Casa de Fragoso de Alcáçovas, Ms. de Família, 1838. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo " Mural da História " |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; Divisão de Pintura Mural do Instituto José Figueiredo |
Intervenção Realizada
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1998 - 1999 - vasto programa de reparações que visaram a cobertura exterior, a caiação e as pinturas murais. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Amendoeira 1999 |
Actualização
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