Mosteiro de Cucujães / Mosteiro de São Martinho do Couto / Igreja Paroquial de Cucujães
| IPA.00008844 |
Portugal, Aveiro, Oliveira de Azeméis, Vila de Cucujães |
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Arquitectura religiosa, barroca. Mosteiro da Ordem beneditina, composto por igreja de planta longitudinal, nave, capela-mor e torre sineira, à esquerda na frontaria, adossando-se a edifício do mosteiro de planta centralizada com quatro alas dispostas em torno de claustro quadrangular; fachada principal flanqueada por pilastras toscanas a que se sobrepoe frontão com a linha inferior interrompida na empena; portal completado com frontão curvo, encimado por janela do coro com nichos e pequenas janelas aos lados; arco triunfal com pilastras e as voltas de faces corridas de almofadas; abóbada semi-circular na capela-mor com caixotoes de cantaria; claustro com colunata de sete vaos por ala com colunas dóricas e arcos com almofadas nas faces, pilares nos ângulos e parede sobreposta rasgada de três janelas. Fachada principal de desenho cuidado pouco comum na região. Capela-mor com abóbada de cantaria em caixotões. Arcos do claustro com a aduela do arranque perfilada na frente e nas costas. Conserva no pavimento do claustro as divisórias das antigas sepulturas, algumas numeradas e outras com inscrições. |
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Número IPA Antigo: PT010113190017 |
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Registo visualizado 1453 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro masculino Ordem de São Bento - Beneditinos
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Descrição
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Planta composta rectangular, formada pelos edifícios dispostos em volta de quadra rectangular adossando-se a uma das ilhargas menores a igreja de planta longitudinal, composta por nave, capela-mor e corpo perpendicular a N., volumetricamente distintos, com coberturas diferenciadas em telhados de 2 e 3 águas, aos quais se une a N., adossada à frontaria, torre sineira quadrangular coberta com coruchéu e a S. longitudinalmente à nave, edifício do mosteiro de planta centralizada em torno de claustro. IGREJA: fachada principal flanqueada por pilastras toscanas sobre pedestais, portal único adintelado e completado com frontao curvo, encimado por grande janela do coro; aos lados, pequenas janelas molduradas gradeadas, sobre a linha média, dois nichos com pilastras e voltas de faces cavadas em almofadas acima; empena triangular delimitada por fortes cornijas interrompidas na linha de base e encerrando brasão da congregação beneditina dentro de rótulo redondo; pináculos sobre os ângulos e cruz no vértice; revestimento da fachada com azulejos figurativos industriais. Torre sineira de dois registos com pilastras nos ângulos e entablamento; registo inferior revestido com azulejos industriais de tapete tendo três pequenas frestas rectangulares alinhadas na vertical; registo superior levemente retraído e revestido com azulejos industriais brancos, com um único vão de arco redondo em cada face; pináculos nos ângulos e cobertura com coruchéu piramidal. Fachadas laterais com pilastras coroadas por pináculos nos ângulos e cimalhas apenas com cornija; porta travessa de verga curva do lado N. onde tem cinco janelas rectangulares de esbarro, três na nave e duas na capela-mor. Torre sineira do mesmo lado com dois mostradores de relógio em cantaria, um sobre o entablamento do registo inferior e o outro imediatamente abaixo; corpo do anexo com dois pisos e vaos rectangulares moldurados em portas e janelas. Fachada posterior com três frestas rectangulares, duas abaixo da linha média e a terceira ao meio, acima da mesma linha, pináculos e cruz nos vértices das empenas. INTERIOR com guarda vento e coro-alto resguardado por balaustrada de madeira; pavimento de madeira e lambril de azulejos de tapete industriais; púlpito do lado da Epístola com bacia de pedra sobre mísula e guarda plena da madeira entalhada; arco triunfal com pilastras e as voltas com as faces corridas de almofadas. Retábulos laterais e sanefas de talha dourada e pintada com marmoreados, branco e azul. Coberturas internas de secção poligonal com caixotões em estuque na nave e abóbada de cantaria semi-circular na capela-mor apoiada em cimalhas adinteladas composta de seis séries de cinco caixotões. MOSTEIRO: Planta quadrangular com claustro ao centro; fachadas de três pisos muito alteradas no tipo e organização dos vãos com janelas rectangulares de esbarro, de sacada com cornija ou simplesmente molduradas; claustro com colunata corrida de sete vãos por ala, pilares nos ângulos e parede sobreposta rasgada de três janelas simples; colunas cilíndricas dóricas assentando directamente no pavimento de granito, arcos com as faces decoradas por almofadas; no pavimento, divisórias das sepulturas antigas, algumas numeradas e outras com inscrições; escada de comunicação a meio do lado S., um único lanço e lambril de azulejos, tendo acesso por portal com pilastras e voltas de faces decoradas com almofadas. |
Acessos
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EN 1 (Oliveira de Azeméis - São João da Madeira), Km 269, EM 327-1 até à Estação da CP do Couto de Cucujães, EM para o Mosteiro |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, igreja e mosteiro adossado do lado S.. Envolvidos a S. e O. por construções do presente século resultantes da ampliação do edifício primitivo para Seminário. Lados N., onde tem pequeno adro murado, e E. limitam com cemitério paroquial. Implanta-se num esporão elevado dominando o vale do rio Antuã. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial / Assistencial: lar |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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DESENHADOR: Frei José Vilaça (séc. 18). ENTALHADORES: José Teixeira Guimarães (1756); Manuel da Costa Andrade (séc. 18). |
Cronologia
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1139, 7 Julho - D. Afonso Henriques passou-lhe carta de couto ao mosteiro beneditino de São Martinho nas pessoas do abade D. Martinho e de D. Egas Odóriz; 1596, 21 Dezembro - data em que a Reforma da Ordem Beneditina foi aceite pelo Mosteiro de Cucujães, sendo Abade Frei Estevão da Cruz; 1616 - era prelado D. Frei Bento de Lacerda, tendo o Convento de Cucujães conseguido reaver as duas terças das suas renda, as quais Frei António Gonçalves, (predecessor do Abade Frei Estevão da Cruz), tinha cedido, em vida, ao Mosteiro de São Bento da Avé-Maria, do Porto; 1659 / 1662 - construção da capela-mor; séc 17, meados - construção do claustro; 1685 - conclusão das obras de construção da capela-mor; 1690 - o couto foi delimitado com marcos divisórios dos quais ainda se conservam alguns; 1740 / 1743 - construção da nave; 1750 - reforma da fachada, desenhado por Frei José de Santo António Vilaça, o qual desenhou os retábulos e sanefão; início da obra do retábulo principal arrematada pelo entalhador do Porto, Manuel da Costa de Andrade tendo sido concluído depois de 1756 pelo mestre José Teixeira Guimarães; 1755-1758 - feitura das escadas da capela-mor, em cantaria; colocação de soalho de pinho, na capela-mor; colocação de teia balaustrada no arco triunfal e ampliação deste; 1755, 29 abril - pintura da capela-mor em perspetiva; colocação de um Cristo de marfim, tendo cruz em prata e bronze, na capela-mor; 1756, 28 agosto - a viúva de Manuel da Costa Andrade, Teresa Maria, trespassa a obra de talha da capela-mor a José Teixeira Guimarães, do Porto; 1758, 27 abril - colocação do retábulo na capela-mor, bem como uma cruz, seis bustos de santos, seis castiçais, frontal, credencias e sanefas, por 810$000; 1761-1764 - feitura da Capela de Santa Luzia, em pedra pintada com marmoreados fingidos e ornada a madeira; feitura de um frontal de altar; 1767-1770 - conceção da fachada por Frei José de Santo António Vilaça; 1783, 10 Outubro - incêndio na igreja provocou extensas destruições; 1792 - início da reconstrução e restauro do templo; 1792 / 1795 - alteração do retábulo principal com os dois nichos laterais e construção dos retábulos laterais; 1792 / 1798 - construção da sanefa do arco triunfal; 1793 / 1798 - renovação da fachada principal; 1794, 11 de Junho - inauguração do templo depois das obras de restauro; 1832 / 1834 - esteve aqui instalado um hospital do exército absolutista durante a guerra civil; 1834 - extinção do mosteiro, com a consequente venda a Francisco Joaquim Maia, morador no Porto; 1850 - passou a ser propriedade de Joaquim António Ferreira da Silva, morador em Cucujães; 1868 - foi adquirido por Manuel Joaquim da Fonseca, de Baião; 1876 - o Padre João Leite do Amorim adquiriu-o e restaurou-o na ordem beneditina; 1888, 12 Junho - o Mosteiro passa novamente a ter abade, tendo sido nomeado Frei João de Santos Gertrudes Amorim; 1910 - foi confiscado e vendido o seu recheio tendo posteriormente sido adquirido pelo Padre José Vicente do Sacramento instalando-se nele o Seminário das Missões Ultramarinas. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes (igreja); estrutura mista (mosteiro) |
Materiais
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Granito (cantarias); cerâmica (telha plana, azulejos); madeira (portas, caixilhos, pavimentos e retábulos) |
Bibliografia
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AREDE, J. D. - Cucujães e o mosteiro com o seu Couto nos tempos medievais e modernos. Famalicão: 1922; BASTO, A. de M. - Apontamentos para um dicionário de artístas e artífices. Porto: 1964; BRANDÃO, Domingos de Pinho - Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação. Porto: Diocese do Porto, 1987, vol. IV; FERREIRA-ALVES, Natália Marinho - Dicionário de Artistas e Artífices do Norte de Portugal. Porto: Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, 2008; GONÇALVES, A. N. - Inventário Artístico de Portugal - X, Distrito de Aveiro, Zona Norte. Lisboa: 1981, pp. 134 - 140; SANTOS, V. - Cucujães - Antigo e Moderno. Cucujães: 1983; SMITH, R. - Frei José de Santo António Ferreira Vilaça. Lisboa: 1972. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1761-1764 - conserto do órgão. |
Observações
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Autor e Data
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Paulo Dordio 1999 |
Actualização
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