Edifício, Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia da Azinhaga / Casa do Povo de Azinhaga
| IPA.00008549 |
Portugal, Santarém, Golegã, Azinhaga |
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Arquitectura religiosa, maneirista. Igreja de Misericórdia ladeada pelo antigo edifício do hospital e hospedaria, abrindo ambos para pátio interior resguardado por muro, onde se rasga a porta de acesso. Igreja de empena angular. O alpendre e a varanda apoiados em colunas toscanas estribadas em muretes, resguardando o acesso ao antigo hospital, à Sala da Irmandade e ao coro alto da igreja, constituem uma solução corrente na arquitectura civil quinhentista. |
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Número IPA Antigo: PT031412010010 |
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Registo visualizado 140 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Edifício de Confraria / Irmandade Edifício, igreja e hospital Misericórdia
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Descrição
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Planta composta por rectângulos adossados em "U", em volta de um pátio delimitado do exterior por muro alto rasgado por portal. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhado de 2 e 3 águas. Fachada principal virada a E., composta por 3 corpos: a N. a fachada da igreja com empena angular rematada por beirado, 2 pisos, porta de lintel arquitravado, ladeada por 2 janelas molduradas e encimada por porta-janela, com lintel arquitravado e balcão de balaústres; na verga da porta a inscrição: "Mizericordia e Hospital Edificada Ano de 1572"; a S. o corpo mais estreito do antigo hospital com remate rectilíneo e 2 pisos rasgados por porta e janela molduradas; unindo os 2 corpos extremos um muro rasgado por portal de lintel arquitravado. Para o pátio abrem fachadas de 2 pisos: à fachada do corpo central adossa-se escadaria com um primeiro lanço de 7 degraus, que se reparte em 2 lanços divergentes, ladeados por antepara em cantaria, conduzindo, do lado S., a uma porta resguardada por telheiro de 4 águas apoiado em colunas toscanas, do lado N., a uma varanda corrida adossada ao corpo da igreja, apoiada em idênticas colunas, comunicando com o coro alto e com a antiga Sala da Irmandade; sob esta varanda um corredor aberto para o pátio por arcada semicircular. Alçado posterior, virado a O., composto por 2 corpos: a S. o corpo do hospital, mais longo, de remate rectilíneo com beirado, 2 pisos rasgados por 2 portas no térreo, 3 portas-janelas no superior; a N. o corpo da igreja de empena angular, apenas vazado por fresta quadrada. Alçado lateral N. com remate rectilíneo vazado por porta de vão rectangular. INTERIOR - na igreja resta a nave única com tecto de madeira de 3 planos com caixotões; sobre a porta principal coro alto com antepara de balaústres, estribado em colunas toscanas e mísulas apoiadas nos paramentos laterais; revestimento de silhar de azulejos quinhentistas em xadrez azul e branco; no alçado esquerdo a porta lateral de acesso ao pátio e a tribuna de comunicação com a Sala da Irmandade, hoje entaipada; do lado oposto a porta de comunicação com a rua; no espaço da capela-mor um palco. O INTERIOR do antigo hospital está hoje totalmente adulterado. |
Acessos
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R. da Misericórdia, R. de Santa Catarina. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, planície, adossado. O conjunto está implantado na principal artéria da povoação, na esquina da Rua da Misericordia com a Rua de Santa Catarina, nas proximidades da igreja matriz (v. PT031412010006), adossado a uma habitação de 2 pisos. Do lado poente, o edifício dos antigos celeiros da Companhia das Lezírias. Em redor de um amplo pátio, enquadrado pelas traseiras do edifício da antiga igreja e hospital e pela fachada lateral dos celeiros, foram edificadas construções recentes, onde funciona um centro de dia para idosos. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: edifício de confraria / irmandade |
Utilização Actual
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Política e administrativa: sede de organização religiosa / Assistencial: casa do povo |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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1572 - data de construção da igreja, assinalada no portal, para servir de sede da instituição que fora criada a partir dos bens de 4 confrarias sedeadas na paroquial de Santa Maria do Almonda; séc. 19 - os bens da Misericórdia foram confiscados pelo Estado liberal e vendidos em hasta pública; no edifício do hospital viria a funcionar uma escola primária; 1873 - Pinho Leal refere :" Teve Misericórdia, a qual é tradição que, por breve apostólico, se erigiu dos bens de quatro confrariasque aqui haviam"; e que "(...) teve hospital (...) hoje nem dele ha vestigios."; 1897 - era Provedor José de Oliveira; 1941 - os edifícios são alugados à Casa do Povo; adaptação da igreja a teatro, com a construção de um palco no local da capela-mor; 1986 - os edifícios são de novo entregues à Misericórdia. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de pedra rebocada e caiada; molduras e colunas em cantaria; telha cerâmica; pavimentos em materiais cerâmicos e madeira; caixilhos e portadas em alumínio branco e verde; azulejos em lambris. |
Bibliografia
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Memórias Paroquiais, vol. V, nº 74, 1758, Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo; PINHO LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa, Portugal Antigo e Moderno, Diccionário (...),vol. I, Lisboa, 1873; GOODOLPHIM, Costa, As Misericórdias, Lisboa, 1897; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Santarém, Lisboa, 1949; BARREIROS, Augusto do Souto, Azinhaga Livro de Horas, Chamusca, 1995. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA; DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Casa do Povo: Séc. 20 - obras de adaptação da igreja a teatro, com a construção de um palco no local da capela-mor. |
Observações
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No piso térreo do edifício do hospital funcionou uma albergaria para abrigar e alimentar os pobres que a ela acorriam. |
Autor e Data
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Isabel Mendonça 2000 |
Actualização
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