Quinta Gordon / Quinta do Monte / Quinta Rocha Machado

IPA.00008371
Portugal, Ilha da Madeira (Madeira), Funchal, Monte
 
Quinta formada no séc. 19, no local preferencial de veraneio das famílias ilustres madeirenses.
Número IPA Antigo: PT062203020041
 
Registo visualizado 253 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Quinta    

Descrição

Quinta de grandes dimensões, com a casa implantada sensivelmente na zona central com planta irregular, envolva por um grande relvado delimitado por exemplares notáveis de porte arbóreo, algumas de espécies raras. Um curso de água atravessa a propriedade facilitando a existência de uma cascata que desagua num lago. O jardim desenvolve-se até um amplo miradouro gradeado com vista sobre o Funchal. Junto a este situa-se o "Jardim Malacoff", com canteiros ladeados de buxo e flores anuais, cuja composição inclui um fontanário, uma "Casinha de prazer" e várias estátuas.

Acessos

Monte

Protecção

Categoria: VR - Valor Regional, Resolução do Presidente do Governo Regional n.º 1616/96, JORAM, 1.ª série, n.º 128 de 18 novembro 1996

Enquadramento

Rural, isolado, implantado a 550m de altitude.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: quinta

Utilização Actual

Propriedade

Pública: regional

Afectação

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 19, primeiro quartel - Construção da quinta pelo comerciante inglês James David Webster Gordon, em terrenos aforados aos morgados Pedro Agostinho Pereira de Agrella e Camara, João José de Ornelas Cabral e José Joaquim de Bettencourt e Freitas; após o seu falecimento, a quinta é herdada pelo seu filho mais velho, o major Webster Thomas Gordon, que no ano seguinte o lega a seu irmão Russel Manners Gordon; este introduz vários melhoramentos na quinta, mandando murá-la, construir o miradouro, torre e "Jardim Malakoff" em homenagem aos heróis da vitória de Sebastopol e ao castelo capturado pelas tropas anglo-francesas em 1855; mais tarde a quinta é vendida a Peter Cossard; 1871 - vive na casa Leland Crosthwait Cossard, filho de Peter Cossard; 1890, 24 julho - venda da casa ao banqueiro Luís Rocha Machado; 1901 - o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia visitam a quinta, onde se realiza uma "garden party"; 1922, 02 abril - morre na quinta o Imperador Carlos da Áustria, que nela residia com a família, a convite do seu proprietário, Luís Rocha Machado; em sua memória, este manda construir numa das dependências da casa uma capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, incorporando no seu interior um teto pintado com as armas da família Crossard; 1922, outubro - os aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral visitam a quinta e almoçam com os seus proprietários, no regresso da sua viagem aérea ao Brasil; 1968 - a imperatriz Zita da Áustria visita a quinta pela última vez, acompanhada por seus parentes Duques de Bragança; 1970, década - a família Rocha deixa de viver na quinta; 1982 - aquisição da Quinta do Monte pelo Governo Regional da Madeira, com grande parte do recheio, este pelo valor adicional de 10 mil contos, com o objetivo de então ali instalar a Universidade da Madeira, o que nunca viria a ocorrer; 1989 - a Universidade da Madeira solicita a peritos o inventário do recheio da casa *1; 2003 - contrato de concessão entre o Governo Regional e uma sociedade comercial para reconstrução e exploração da quinta, com projeto de recuperação sobretudo a nível dos jardins; posteriormente, perante o incumprimento de alguns aspetos, dá-se a cessação do contrato de arrendamento da quinta, que volta ao Governo Regional; dados os investimentos na recuperação dos percursos e dos jardins, então completamente arruinados, os antigos arrendatários serão re-embolsados com o valor de 826 mil euros.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

Costa, Alexandra Sofia - Quintas do Funchal, Relatório do Trabalho de Fim de Curso de Arquitectura Paisagista. Lisboa: 1998; «Governo Regional cria "Museu do Romantismo da Quinta do Monte"». In Jornal da Madeira. 14 março 2016, p. 22; MARTINS, Rosário - «Museu Romântico na Quinta do Monte». In Diário de Notícias. Funchal: 30 setembro 1997; MARTINS, Rosário - «Quinta do Monte condenada ao saque. Lista de bens desaparece dos arquivos». In Diário de Notícias. 29 março 2002, p. 5; «Quinta fora do programa mas dentro do Orçamento». In Diário de Notícias. Funchal: 12 Dezembro 1996 p. 6.

Documentação Gráfica

DRAC

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

2000, agosto - concurso público para a concessão de obra pública relativa à recuperação, ampliação, restauro, conservação, valorização e divulgação da Quinta do Monte, incluindo a reabilitação do seu espólio botânico e a instalação de um parque temático e de um núcleo museológico.

Observações

EM ESTUDO. *1 - Deste inventário constavam mais de 50 peças, de valor estimado em 15 mil contos, podendo referir-se: frente de fogão nas salas, com espelhos de moldura em talha dourada, iluminárias e relógio dourado; 8 quadros a óleo, essencialmente do séc. 19; gravuras diversas; altar da capela em talha dourada; lustres das salas principais; 4 tapetes de arraiolos; mobiliário diverso; um piano de três quartos de cauda; um órgão de tubos; um tremó; dois solitários em cristal "murano"; dois contadores do séc. 19; esculturas diversas; dois vasos raros, à entrada da capela; mãos de porta em porcelana; etc; grande parte destes bens e da própria lista desapareceram.

Autor e Data

Paula Noé 2002

Actualização

 
 
 
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