Mosteiro de Nossa Senhora da Esperança / Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres
| IPA.00008146 |
Portugal, Ilha de São Miguel (Açores), Ponta Delgada, Ponta Delgada (São José) |
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Mosteiro feminino de clarissas da Província de São João Evangelista, elevado a santuário nacional, composto por igreja e zona regral adossada, desenvolvida em torno de um claustro, terreiro e vários pátios. Igreja de planta retangular, composta por nave e capela-mor, com acesso lateral, tendo coberturas em falsas abóbadas de berço, pintadas e em caixotões de talha, iluminada bilateralmente por janelas. Para a nave abrem-se os coros, com grades, a do coro-baixo ladeado por confessionários, e possui um púlpito no lado do Evangelho e duas capelas laterais confrontantes; a capela-mor possui retábulo de talha dourada barroca nacional, tendo adossada, no lado da Epístola, a sacristia nova, com acesso exterior. A zona regral desenvolve-se em torno do claustro principal, de três pisos, com arcos em asa de cesto no piso térreo e janelas de sacada de verga abatida nos superiores, e tanque central. No terreiro, atual pátio da roda, surgem os portais da antiga portaria e porta do carro, em arco abatido, e a própria roda. Coro-baixo com painéis de azulejos azuis e brancos, assinados por António de Oliveira Bernardes, formando silhar, possuindo na parede fundeira capela, e coro-alto com capelas retabulares de ambos os lados, de talha dourada e policroma barroca. Mirante quadrangular avançado da fachada principal, de cinco registos, os três superiores com vãos protegidos por reixas. A cerca possui outros pátios, zonas de horta, capela e cisterna. |
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Número IPA Antigo: PT072103160003 |
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Registo visualizado 4737 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro feminino
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Descrição
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Planta poligonal irregular, composta por igreja, zona regral adossada à fachada posterior e parte da antiga cerca. IGREJA de planta retangular, com eixo longitudinal interno e entrada lateral, composta por nave e capela-mor, com anexos adossados ao lado direito. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento bastante avançado. Fachada principal da nave virada a S., de três panos definidos por pilastras e terminada em friso e cornija sobre a qual se desenvolve espaldar recortado, definido por volutas e aletas, coroado por cruz latina de cantaria sobre acrotério e decorado por cartela concheada com âncora, símbolo da Esperança, sobre falsa mísula e, lateralmente, por elementos de cantaria relevados; sobre as pilastras exteriores surgem pináculos. É rasgada por três portais, em arco de volta perfeita, o central maior, sobre duas colunas e de intercolúnios côncavos, e os laterais sobre pilastras, encimados por elemento de cantaria com motivos vegetalistas nos seguintes, rematado em cornija; sobre os portais rasgam-se três janelas retilíneas, com as molduras encimadas por cornija reta e elementos de cantaria que se prolongam pelo espaldar. Sacristia nova à direita, avançada da nave, com cunhais apilastrados e rematada em cornija e platibanda plena, capeada a cantaria; é rasgada a SO. por portal de verga reta com moldura sobreposta por friso, cornija e cartela oval com aletas e motivos vegetalistas, e a S., por três janelas retilíneas, gradeadas, de igual modinatura. INTERIOR com as paredes da nave rebocadas e pintadas de branco, com azulejos azuis e brancos, formando silhar, de composição figurativa, alusiva à vida da Madre Teresa da Anunciada, pavimento em lajes de cantaria e cobertura em falsa abóbada de berço, de estuque, pintada com quadraturas e elementos vegetalistas. O portal principal é ladeado por pias de água benta exteriormente gomeadas e encimadas por pequeno espaldar com aletas e cartela central. A parede fundeira da nave comunica com os coros por amplos vãos, retilíneo no coro-baixo e abatido no coro-alto, envidraçados, gradeados e com moldura de talha, decorada com motivos vegetalistas, anjos e, o superior, com fecho em concha. O vão do coro-baixo é ladeado por dois confessionários embutidos, e o superior é enquadrado por pinturas murais vegetalistas, drapeados a abrir em boca de cena e cartela com as insígnias da Ordem Franciscana. No lado do Evangelho surge púlpito de bacia retangular, inferiormente decorado por florão de talha, com guarda em balaustrada, acedido por porta de verga reta com moldura em talha dourada, decorada de acantos, encimada por baldaquino de talha, retilíneo, coroado por pináculos vegetalistas, com lambrequim e resplendor e pomba, em talha. No presbitério, definido por teia de madeira do Brasil, surgem duas capelas laterais, confrontes, com retábulos de talha policroma e dourada, de estrutura semelhante, o do lado do Evangelho dedicado ao Senhor atado à coluna e o da Epístola a Santa Ana. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras, revestido a talha dourada, ornado de acantos. A capela-mor possui azulejos azuis e brancos, formando silhar de composição figurativa, alusivos à vida da Virgem, encimado por frisos e cornija de acantos e apainelados de talha dourada, com amplos florões e acantos bastante relevados e com o enxalço dos vãos igualmente revestidos a acantos de talha. Cobertura em falsa abóbada de berço, formando 20 caixotões de talha dourada, com florões envolvidos por acantos, desenvolvida sobre entablamento. Sobre o supedâneo de madeira envernizada, dispõe-se o retábulo-mor, em talha dourada, de planta côncava e três eixos, definidos por duas finas pilastras exteriores, ornadas de acantos, e por quatro colunas torsas, assentes em dupla ordem de mísulas, e de capitéis coríntios, que se prolongam pelo ático em quatro arquivoltas, unidas por aduelas e tendo no fecho cartela inscrita envolvida por volutas; ao centro, abre-se tribuna, de boca rendilhada, interiormente revestida a apainelados de acantos, com cúpula em quarto de esfera, também com apainelados de acantos e albergando trono expositivo de cinco degraus contracurvos, com acantos; nos eixos laterais surgem mísulas sustentando imaginária encimada por baldaquino incipiente; sacrário tipo templete com colunas nos ângulos, cobertura tronco-piramidal, e porta em prata decorada com elementos alusivos a Cristo. Altar paralelepipédico, revestido a tecido e com moldura de acantos e concheados. Nas paredes laterais possui porta de verga reta com moldura de talha, decorada de acantos, de ligação aos anexos. Na sacristia, dispõe-se arcaz com espaldar pintado com vários painéis alusivos ao Senhor Santo Cristo; nas imediações fica a casa do lavabo. ZONA REGRAL desenvolvida em torno de sete pátios, destacando-se o claustro quadrangular, o pátio da figueira, retangular e a N. do claustro, o pátio da roda, a NE. e mais pequeno, possuindo ainda mirante quadrangular a SO. da igreja, capela do santuário do Santo Cristo e outras dependências a O. dos coros, e a cozinha nova, disposta perpendicularmente a O., entre o claustro e o pátio posterior. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas, três e quatro águas, rematadas em beirada dupla. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento, bastante saliente, de cantaria, ou faixa pintada de cinzento, com pilastras toscanas nos cunhais e, por vezes, terminadas em cornija. Na zona da ANTIGA PORTARIA existe hoje um pátio irregular, pavimentado a paralelos e delimitado por fachadas desiguais. A fachada esquerda possui dois corpos, o primeiro rasgado por vãos de verga abatida, abrindo-se no piso térreo porta central e, no segundo, duas janelas de peitoril; o segundo corpo, recuado e de três pisos, termina em cornija, e é rasgado irregularmente por vãos retilíneos moldurados e gradeados, possuindo escada de pedra precedendo portal do segundo piso; no extremo direito rasga-se vão em arco abatido sobre pilastras, criando espaço recolhido onde fica a roda, com óculo, inserida em vão retangular, encimado por cruz. A fachada virada a S., terminada com cornija de betão e rasgada superiormente por pequenas frestas, sem moldura e gradeadas, possui dois portais de verga abatida, o da esquerda correspondendo à antiga portaria, encimado por friso e cornija contracurva, e o da direita, mais largo, à antiga porta carral, ladeado por pilastras sustentando friso e cornija, comunicando com pátio interior. No ângulo destas duas fachadas desenvolve-se alpendre de madeira, com lambrequim recortado, assente em pilar de ângulos curvos, sobre alto plinto paralelepipédico, protegendo o arco da roda, a porta da portaria e a carral. A fachada direita, de dois pisos é rasgada por vãos abatidos moldurados, correspondendo no piso térreo a três portas e no segundo a janelas, entaipadas. MIRANTE avançado do corpo da igreja e dos coros, com cunhais apilastrados coroados por pináculos, e de cinco registos, separados por cornija, rasgados por vãos retilíneos; no primeiro registo abre-se a NE. porta com moldura sobreposta por friso, cornija e elementos volutados de cantaria criando cartela central, e a S. porta entre duas janelas de peitoril, gradeadas, de igual modinatura; no segundo registo abrem-se três janelas com moldura terminada em cornija a NE. e a S.; nos restantes registos e em cada uma das faces, rasgam-se quatro janelas retangulares, com molduras criando frisos horizontais e com mísulas entre os vãos, protegidos por reixas, pintadas de verde. A FACHADA VIRADA A O. apresenta três pisos, rasgados por vãos retilíneos, com molduras pintadas de cinzento, correspondendo a janelas de peitoril no primeiro e a janelas de sacada, com guarda em ferro nos dois superiores. Um portal de verga reta e moldura contracurva permite o acesso ao claustro e ao santuário, por meio de portaria, com pavimento de cantaria, paredes pintadas de bege e azulejos azuis e brancos, formando silhar, com padrão geométrico, e teto plano, pintado de branco, sobre traves de madeira. CLAUSTRO com fachadas de três pisos, separados por cornija, a ala O. e E. possuindo o terceiro recuado, criando varanda protegida por guarda em balaustrada de cantaria; no piso térreo rasgam-se quatro arcos em asa de cesto sobre pilastras e, no segundo e terceiro, janelas de sacada, com moldura encimada por friso e cornija contracurva, as do segundo sem guarda e as do terceiro com guarda em ferro e, nos panos recuados, com janelas de peitoril, de igual modinatura. Quadra pavimentada a lajes de cantaria e tendo ao centro chafariz central, de planta circular. As alas apresentam no piso térreo pavimento de lajes, cobertura em falsa abóbada de arestas, de estuque, com vãos retilíneos ou abatidos, com molduras terminadas em cornija contracurva, ou em arco de volta perfeita sobre pilastras. INTERIOR: no topo da ala virada a E. fica a sala do ante-coro, adaptada a sacristia do santuário, e onde se expõem peças pertencentes ao Santo Cristo; na sua face virada ao claustro tem recolocados dois painéis de azulejos azuis e brancos, com representação da Imaculada Conceição e Santo António; a meio de outra face possui oratório. Coro-baixo com soalho de madeira e teto plano de madeira, sobre travejamento; nas paredes possui azulejos azuis e brancos formando silhar, composto de 12 painéis com cenas da vida de Cristo; na parede N., entre duas portas, possui nicho em talha dourada, com porta em arco de volta perfeita, encimado por baldaquino com lambrequim, albergando o ossário da Madre Francisca do Livramento. Na parede testeira, o vão de comunicação com a nave possui portadas com a face interior pintada com albarradas. A parede fundeira é rasgada por duas janelas de peitoril ladeando o vão de ligação à CAPELA DO SANTO CRISTO DOS MILAGRES, de arco abatido, com intradorso revestido a talha pintada a marmoreados fingidos e ornada de elementos fitomórficos dourados, encimado por sanefa com lambrequim e reposteiro. O Santuário possui planta centralizada, octogonal, com as paredes revestidas a azulejos policromos azuis, amarelos, verdes e roxo manganês, com símbolos e cenas da Paixão de Cristo. Lateralmente possui dois nichos em talha dourada e policroma, albergando imaginária, encimados por sanefas contracurvas com lambrequins. Cobertura de apainelado octogonal, pintado com albarradas, festões e motivos vegetalistas, com resplendor central. Na parede testeira possui retábulo de talha pintada a marmoreados fingidos a rosa, azul e verde, e dourada, de planta côncava e três eixos, definidos por duas pilastras, ornadas de laçarias e motivos vegetalistas, e por quatro quarteirões, que se prolongam pelo ático em quatro arquivoltas, uma delas no seguimento dos apainelados laterais, ornadas de volutas, concheados, entrelaçados e motivos fitomórficos; ao centro possui cartela recortada com símbolos da Paixão (coroa de espinhos e cana verde) e, sobre os quarteirões e apainelados, fogaréus; no eixo central, abre-se nicho, em arco de volta perfeita, com porta envidraçada, interiormente pintado de flores e albergando a imagem do Senhor Santo Cristo; nos eixos laterais tem painéis ornados com laçarias e motivos vegetalistas; superiormente o retábulo é ladeado por trompas de ângulo, ornadas de açafates e elementos enrolados, que sustentam a cornija do remate com lambrequim. Altar tipo urna com frontal decorado por cartela e motivos vegetalistas. CORO-ALTO circundado por cadeiral de 38 lugares fixos, interrompido por capelas e oratórios, com invocação de Nossa Senhora da Paz, da Piedade, da Conceição, do Carmo, da Esperança, de Santo António, de Santana, da Sagrada Família, de Jesus, de Maria e José, do Senhor dos Terceiros, de Cristo Crucificado, posteriormente denominado de Santo Cristo Pequenino, e do Senhor dos Passos. A N. do claustro e maior do que esse, fica o PÁTIO DA FIGUEIRA *1, com fachadas irregulares, tendo uma ala, ao nível do segundo piso, janelas de sacada, com molduras decoradas superiormente por pontas de diamante ou friso e cornija, uma delas coroada por pináculos e elemento curvo central, sem guarda, a qual, segundo a tradição, corresponde à cela da Madre Teresa da Anunciada. Sensivelmente a meio da fachada O. dispõe-se perpendicularmente a COZINHA NOVA, retangular, acedida diretamente pelo exterior ou por corredor através do claustro, possuindo a NO. corpo e alpendre retangular adossados. Tem cobertura de quatro águas sobreposta por grande chaminé (10,70 x 3,70), com mais de mais de 11 m de altura, reforçada a NO. por dois contrafortes e apresentando em três faces cartela com a data de 1828 inscrita. No interior possui pavimento em lajes de cantaria, chaminé central sobre quatro pilares com chanfro, sustentando arcos de volta perfeita, com tímpano fechado, possuindo um outro no enfiamento da mesma para O.; sob a chaminé tem grande mesa de cantaria com bordo curvo saliente e tampo revestido a cerâmica, integrando ainda num dos lados forno de pão sobre base. No topo O. da cozinha surge fonte de espaldar retangular, disposto na vertical, com bica florão, encimado por empena com friso vegetalista e a data de 1826 inscrita, tendo frontalmente bacia retangular sobre pé galbado; é enquadrada por pilastras sustentando cornija encimada por falso espaldar criado por pináculos laterais e acrotério com cruz central. Nas faces laterais possui ainda compridas pias de lavar e nas faces de topo banquetas e armários embutidos. Na cerca destaca-se a CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PAZ de planta retangular composta por nave e capela-mor. Tem a fachada principal terminada em empena, de friso e cornija, com cunhais apilastrados, coroada por cruz latina e pináculos piramidais laterais, e é rasgada por portal de verga reta encimada por três pontas de diamante, possuindo porta de madeira com zona superior vazada. A E. tem pia de água benta encimada por cruz. INTERIOR com nave de pavimento em lajes de cantaria, cobertura de masseira e as paredes laterais e a fundeira revestidas a azulejos azuis e brancos de composição figurativa. Os painéis das paredes laterais representam cenas da vida de Cristo (Evangelho) e da Virgem (Epístola). Arco triunfal de volta perfeita, precedido por guarda de madeira em falsos balaústres planos, com painéis pintados com Santos no intradorso. Capela-mor com pavimento de madeira e cobertura em falsa abóbada de berço, de estuque, e as paredes laterais revestidas a azulejos azuis e brancos, envolvendo os vãos, com painel de Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora do Desterro, encimados por friso fitomórfico pintado. Na parede fundeira possui apainelado pintado a bege, adaptado ao perfil da cobertura, com friso bordeaux, reaproveitando acantos de talha dourada, integrando ao centro nicho em arco canopial sobre pilastras, albergando imaginária, protegida por porta envidraçada; lateralmente dispõem-se duas ordens de nichos de perfil curvo, alvergando imaginária. A O. da capela implanta-se a CISTERNA, com fachada terminada em frontão rodeado de aletas, coroado por cruz latina de cantaria, e com nicho no tímpano, albergando imagem pétrea. É rasgada por dois arcos de volta perfeita, o da direita entaipado e com tanque frontal, assente em largos pilares, com painéis almofadados, que, nos cunhais são coroados por pináculos. Na fachada surge ainda a data de 1749 inscrita e, no INTERIOR, apresenta duas naves. |
Acessos
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Ponta Delgada (São José), Rua da Esperança; Avenida Roberto Ivens; Campo de São Francisco; Praça 5 de Outubro |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 39 175, DG, 1.ª série, n.º 77 de 17 abril 1953 |
Enquadramento
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Urbano, adossado a E., implantado na zona SO. do núcleo urbano da cidade de Ponta Delgada (v. PT072103120064) ocupando grande parte de um amplo quarteirão, delimitado a S. pela Rua da Esperança e pelo Campo São Francisco (Praça 5 de outubro), pontuado de árvores e com coreto central, a O. pela Avenida Roberto Ivens, a N. pela Rua de Lisboa e a E. pela Rua Diário dos Açores. A E. da igreja fica o atual pátio da roda, também conhecido por pátio do carro ou pátio da porta regral, com portal da antiga portaria, e por onde sai a procissão do Senhor Santo Cristo, o qual é delimitado por muro de cantaria, encimado por gradeamento e por dois pilares, que ladeiam o portão de ferro de acesso. Ao mirante adossa-se alto muro que contorna para O., fechando grande parte da zona regral e o que resta da antiga cerca, rasgado por portal que conduz a pátio ajardinado, delimitado por parte da fachada O. do mosteiro, onde fica a portaria de acesso ao claustro e ao santuário, pela cozinha nova e corpos avançados. Na cerca existem três zonas de horta; o pátio da figueira é ajardinado, com estrelícias, fetos, cameleiras, etc; e o jardim da atual portaria, a NO., retangular, possui canteiros relvados e com flores, circundado por passeio decorado por âncoras e, nos ângulos, por estrelas. Junto ao mirante, existe, virada a S., estátua em bronze sobre plinto de cantaria. As frentes urbanas envolventes são constituídas por edifícios como o Forte de São Brás (v. PT072103160008), a S., a Igreja de São José (v. PT072103160006), a SO., o Prédio da Praça 5 de Outubro, n.º 15-19 (v. PT072103160014) a SE., dispostos à volta do Campo de São Francisco, o Prédio da Rua Marquês da Praia e Monforte, n.º 12-36 (v. PT072103160016) a E. e o Prédio da Rua Marquês da Praia e Monforte, n.º 12-36 (v. PT072103160017) a SE.. |
Descrição Complementar
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NAVE com cobertura desenvolvida sobre friso de acantos e cornija, pintada em três secções com quadraturas laterais, com alegorias à Igreja, plintos com albarradas, festões, cartelas de folhagem nos ângulos com símbolos Marianos e, ao centro, ampla cartela oval com o monograma "AM" coroado, envolvido por querubins e tendo inferiormente a inscrição "GRATIA PLENA / DOMINUS TECUM"; esta cartela é envolvida por motivos vegetalistas e as inscrições Marianas: "SALVE REGINA"; "& SPES NOSTRA SALVE", "VITA, DULCEDO" e "MATER MISERICORDIA". Junto ao arco do coro-alto, a cobertura tem pintado um sol com resplendor, contendo a inscrição "APERIATUR / TERRA / & GERMINET, SALVATUREM". As janelas da nave possuem o enxalço e friso envolvente em talha dourada, decorada com elementos vegetalistas. O vão do coro-baixo, tem a moldura com acantos, concheados, anjos e putis e a grade tem ao centro grade comungatória, de prata lavrada e perfil recortado, decorada com custódia envolvida por elementos vegetalistas vazados, e moldurada a madeira. A grade do coro é fechada por porta de madeira, na face virada à igreja pintada com anjos músicos, flores e concheados, e na virada ao coro com padrão de flores. Os confessionários embutidos que ladeiam o coro-baixo possuem vãos retilíneos, com moldura de madeira, e grade de comunhão em madeira entalhada, de perfil recortado, ornada de elementos vegetalistas e volutados, com ralo encimado por cruz; superiormente, os vãos são envolvidos por elementos recortados semelhantes, com cruz central. No interior, são rebocados e pintados de branco e têm lambril de madeira envernizada. Sobre o vão de ligação entre a nave e o coro-alto surge cartela pintada com as insígnias da Ordem: dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido e o braço em banda nu, rodeado pelo cordão de São Francisco. Os azulejos da nave possuem os painéis, com cenas da vida da Madre Teresa da Anunciada, separados por colunas galbadas, sustentando vasos e superiormente enquadrados por entablamento recortado ao centro, com drapeados a abrir em boca de cena; inferiormente são identificados por inscrições em cartelas. Os do lado do Evangelho têm as seguintes inscrições, a partir da capela lateral: "A / VENERAVEL MADRE / THERESZA da ANUNCIADA / nasceu/ em / NOVEMBRO de 1668"; "A / VENERAVEL MADRE / THERESZA da ANUNCIADA / creança / ocultase para orar", "A / VENERAVEL MADRE / THERESZA da ANUNCIADA / prefessou / em / 23 de Junho de 1682"; "A / VENERAVEL MADRE / THERESZA da ANUNCIADA / orando / ao / SENHOR SANTO CHRISTO / dos / MILAGRES"; este painel tem ainda a inscrição FAIANÇA PORTUGUEZA / ARIEIRO / A. Conceição Silva"; e "A / VENERAVEL MADRE / THERESZA da ANUNCIADA / dirige a construção / da / CAPELLA / do / SENHOR SANTO CHRISTO/ dos / MILAGRES". Os painéis sob as pias de água benta têm cartela com a inscrição: "AQVA BENEDICTA / SIT NOBIS SALVS / ET VITA". As capelas laterais embutidas no muro têm pilastras de talha, decoradas com acantos e conchas nos capitéis, sustentando cornija com lambrequim; integram retábulos de planta reta e três eixos definidos por duas pilastras exteriores, assentes em quarteirões, e duas colunas torsas interiores, com espira fitomórfica e terço inferior marcado, assentes em volumosas mísulas, que se prolongam pelo ático em igual número de arquivoltas, decoradas por motivos vegetalistas distintos; no fecho têm cartela contendo uma coluna (Evangelho) e um livro (Epístola) envolvida por resplendor, ladeada por motivos vegetalistas; no eixo central possuem nicho em arco de volta perfeita, interiormente pintado de azul e albergando imaginária, e nos laterais surgem nichos sustentando imaginária, encimada por baldaquinos com lambrequins; sacrário tipo templete, entre estípetes, e com motivos eucarísticos na porta; sob os nichos surgem duas ordens de apainelados com aves e elementos enrolados. Altar tipo urna, com frontal pintado a marmoreados fingidos verdes, ornado por elementos vegetalistas dourados, com moldura de concheados. Na CAPELA-MOR, o silhar de azulejos tem cenas da vida da Virgem: os Esponsais da Virgem, Visitação, Nascimento de Jesus, Morte da Virgem e Ascensão da Virgem. O retábulo-mor tem no fecho cartela oval com âncora, símbolo da Esperança, e a inscrição "SALVE MARIA SPES MEA". Na FACHADA O. DO MOSTEIRO, eleva-se no ângulo direito torre sineira quadrangular, de dois registos, o superior rasgado em cada uma das faces por sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras, albergando sino, e rematado em friso, cornija e balaustrada, com pináculos sobre os acrotérios dos cunhais. Para O. prolongam-se dois corpos, um mais alto, terminado em meia empena e rasgado por vários vãos retilíneos, de molduras pintadas, e um mais baixo e irregular, terminado em beirada dupla, e de vãos retilíneos abertos em ritmo irregular. O extremo esquerdo da fachada virada a O. é mais irregular e possui vários corpos adossados. Ao centro da quadra do CLAUSTRO surge chafariz composto por taça circular assente em pé cilíndrico, encimado por reservatório tipo esfera, com a metade inferior gomeada, e por vários elementos sobrepostos; tanque circular, formado por silhares côncavos e bordo curvo, assente em soco também circular. A ala paralela à nave da igreja apresenta 12 portas de verga reta, com molduras de madeira pintadas de verde, correspondendo a pequenas arrumações. A SACRISTIA DO SANTUÁRIO, anterior ante-coro, possui rodapé com azulejos dispersos, de padrão policromo, e um oratório, formado por maquineta sobrelevada com imagem da Virgem, assente em falsa mísula, enquadrado por pinturas murais reproduzindo dois frontais de altar em tecido, sobrepostos, rematado por baldaquino, coroado por pináculos, grelhagem central e elemento vegetalista. Na falsa mísula tem a inscrição "FOI OFERECIDA / PELA R.MA M.. / ... / INNOCENCIA / CHERUBINA / 1831. / FOI RENOVADA / EM 1860". O CORO-BAIXO apresenta nas paredes, sobre rodapé de madeira, alto silhar de azulejos (17 azulejos), com 12 painéis figurativos, cada um com 14 azulejos de altura e 12 de largura, separados entre si por barras de 3 azulejos com acantos enrolados e anjos; do lado S. os sete painéis representam: Jesus orando no horto; Beijo de Judas; Flagelação; Coroação de Cristo, possuindo na zona inferior a inscrição "António de oliveira Bernardes / fecit."; Ecce Homo; Queda de Cristo e a Verónica; e Calvário. Do lado N., os quatro painéis figuram Anunciação; Visitação; Adoração dos Pastores, onde o anjo segura filactera com a inscrição "GLORIA INEXCELSIS DEO ED IN..."; e Apresentação de Jesus no Templo. Na parede fundeira surgem azulejos de padrão policromo, de massaroca misturados com elementos do padrão 4x4/4, reaproveitados e recolocados a esmo, bem como azulejos de figura avulsa, com trevos nos cantos. O pavimento integra lápide tumular inscrita. A CAPELA DO SANTO CRISTO DOS MILAGRES é rasgada nas faces laterais por três janelas retilíneas, a central maior, com molduras de talha, ornadas de elementos fitomórficos, encimadas por sanefas com lambrequim de borlas, e com os enxalços revestidos a azulejos de motivos vegetalistas. Sobre o vão que acede à capela abre-se pequeno óculo que permite a visualização da imagem a partir do coro-alto. As paredes apresentam-se revestidas a azulejos policromos (32 azulejos), com cartelas contendo símbolos da Paixão de Cristo: dados, coluna, cálice, torques, coroa, mão, pálio, jarro, sudário de Verónica, galo, tambor, martelo, cana, cetro, escada, corda, cruz, esponja, chicote; sobre as janelas centrais, existem painéis de azulejos figurando Cristo atado à coluna (Evangelho) e Queda de Cristo com a cruz (Epístola). A cobertura da capela, desenvolvida sobre cornija com lambrequim, tem a inscrição "Attendei Esposas minhas à minha lei, E prestai ouvidos às palavras da minha boca PS 77,VI". Junto à janela central do lado da Epístola, sobre uma mesa, existe urna pintada de vermelho e dourado, protegida por acrílico, com os restos mortais da Madre Teresa da Anunciada. A capela é fechada por grade (o "portão do Senhor Santo Cristo"), formado por nove grades de ferro, decoradas, individualmente por rosas e medalhões com remates em flor-de-liz, num total de 18 (9 mais 9) e com fechadura em coração. Na capela, a porta do lado do Evangelho acede a corredor estreito com ligação a compartimentos, de diferentes dimensões, um deles correspondendo ao camarim do Senhor, cuja porta é encimada pela inscrição pintada "TEVE PRINCIPIO ESTA OBRA / NO ANNO DE 1769. / E ACABOUSE EM 1771". Na sala sob o camarim, existe lápide parcialmente sob a parede O. com a inscrição "S / da VEM / ERAVEL / MTHAR / EZA DA / NUNCI / ADA / NA E / DE / 1738". Entre o corpo da Capela do Santo Cristo e o muro da cerca que liga ao mirante, desenvolve-se o JARDIM DO SENHOR SANTO CRISTO, irregular, com canteiros de flores, parcialmente circundados por passeio calcetado, um deles tendo ao centro, sobre plataforma de vários degraus, cruzeiro de coluna torsa, com capitel quadrangular e ábaco, encimado por cruz de hastes igualmente torsas. No pátio existe zona alpendrada, com talhas nos ângulos para receber a água das chuvas; pequena estufa com plantas que costumam estar no coro-baixo; três pequenos oratórios, em arco de volta perfeita, com molduras de embrechados, compostas por arcos sobre pilastras, encimadas por frontão interrompido ou cruz; e vários bancos de pedra. O corpo do MIRANTE, com a zona do locutório, conserva no piso térreo e no segundo as grades e a roda de comunicação. Na face N. do CORO-ALTO destaca-se a capela do Santo Cristo Pequenino, em talha dourada, com arco de volta perfeita sobre pilastras, decorado com acantos, volutados e anjos, tendo no fecho cartela com "IHS" segura por anjos tenentes, encimada por coroa; alberga maquineta facetada, assente em mísula, e composta por três vãos em arco de volta perfeita, separados por quarteirões, coroados por pináculos de acantos, ladeada por colunas ornadas de motivos fitomórficos sobre mísulas; no interior a maquineta possui resplendor com querubins envolvendo a imagem do orago, encimada por sanefa com lambrequim. A capela é encimada por sanefa com cornija e lambrequim. Altar paralelepipédico, com frontal marcado por sanefa e sebastos, ornados de acantos, possuindo ao centro cartela oval com a inscrição "MEU AMOR É JESUS CRUCIFICADO", envolvida por elementos vegetalistas e concheados. À esquerda, sobre o cadeiral, existe oratório em talha pintada a marmoreados fingidos, com altar tipo urna encimado por estrutura em arco de volta perfeita sobre pilastras, rematado por baldaquino retilíneo; alberga maquineta facetada, com arcos de volta perfeita, rematada por espaldares recortados e vazados. À direita existe nicho retilíneo, sobre mísula, com porta envidraçada, enquadrado por apainelado pintado com drapeados a abrir em boca de cena. A capela de Jesus, Maria e José, disposto na face S. e junto à grade do coro, em talha dourada, composta por estrutura arquitetónica, com torres laterais enquadrando nicho, em arco de volta perfeita, de moldura integrando 14 relicários envolvidos por motivos vegetalistas e separados por rosas; no interior é ornado por resplendores, acantos, querubins e, inferiormente, por rosas; no ático, surge filactera, querubins, uma grinalda com rosas, 7 das quais contendo letras que, juntas, formam a inscrição "AVE-MARIA", o sol, a lua e cartela central com uma rosa e estrela de cinco pontas. O retábulo possui uma gaveta disfarçada, contendo os restos mortais de Inês de Santa Iria (uma das fundadoras do mosteiro), e uma pequena caixa prateada com rosas relevadas. Na mesma face existe uma outra capela, que estava integrada no antigo mirante e tem janela virada ao adro da igreja. Apresenta soalho de madeiras exóticas e cobertura em abóbada de berço com motivos de estuque relevados, tendo ao centro resplendor. Na parede surge silhar de azulejos, encimados por decoração em estuques relevados formando apainelados, centrando dois medalhões com cenas da Paixão de Cristo: Cristo orando no horto, vendo-se o anjo com cálice e cruz, Prisão de Cristo, Flagelação e Ecce Homo. Na face O. tem armário embutido de duas portas com vidros espelhados para guardar alfaias, encimado por duas gavetas com almofadas em rosa velho. Na parede testeira surge altar em talha. Nesta mesma face do coro, surge oratório de Nossa Senhora do Carmo com cúpula tendo ao centro a inscrição "A ME. THEREZA / MARGARIDA DO / CÉO - MANDOU / FAZER NO ANO / DE 1800". Na ANTIGA COZINHA foram colocados a esmo alguns azulejos de padrão de massaroca, bem como figurativos, azuis e brancos, e noutros locais, nomeadamente nas conversadeiras de janelas, azulejos de "estrelinhas". Na COZINHA NOVA, sobre a mesa, dispõe-se uma pia lavrada, mas mutilada, octogonal, para recolha de águas da chuva, descoberta em novembro de 1994, aquando da limpeza de uma fossa de águas pluviais na face S. do claustro; a pia tem a inscrição "MANDOV F / AZER ES / TA OBRA / A SORA / DONA / FELIP / COUT / ... A...", referindo-se à Capitoa, mulher de Rui Gonçalves da Câmara, 5º Capitão da ilha. A NE. do claustro fica o PÁTIO DA LATADA, com o piso em lajes de cantaria, envolvido por fachadas irregulares, e com grande latada apoiada em pilares de cantaria, a que se encostam bancos de jardim. Na cerca destaca-se a CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PAZ, construída sobre plataforma sobrelevada, cerca de 1 m., precedida por degraus centrais e acedida por rua que parte de um pátio interior, com latada; em frente e sob a latada, existe cruzeiro composto por plataforma de planta octogonal de três degraus, plinto quadrangular baixo, sobre o qual assenta base e coluna toscana, atarracada sustentando cruz moderna. A capela apresenta as paredes laterais revestidas a azulejos (24 azulejos), com painéis dispostos em dois registos, interligados por molduras de acantos, anjos, querubins, festões e concheados, surgindo representados no lado do Evangelho A Última Ceia, Jesus no Horto e Beijo de Judas, Flagelação e Coroação (1º registo), Ecce Homo, Cristo a caminho do Calvário e Crucificação (2º registo); no lado da Epístola tem a representação do Nascimento da Virgem, Apresentação da Virgem no Templo e Anunciação (1º registo), Esponsais, Adoração dos Pastores e Adoração dos Magos (2º registo). Na parede fundeira, também revestida a painéis de azulejos, figura uma Santíssima Trindade horizontal, ladeada de anjos, e, ladeando o portal, Santo António com o Menino (Evangelho) e São Francisco (Epístola). No retábulo existe inscrição reproduzindo a original, que era inscrita em dois escudetes pequenos de madeira: "ESTA OBRA MANDOU FAZER A MADRE MARGARIDA DE SAM SEBASTIAM A SUA CUSTA ENTRAN A DESPESA TRES COMPANHEIRAS NA ERA" e "A MADRE FRANCISCA DO LIVRAMENTO A MADRE ISABEL DE SÃO JOAM A MADRE FELIPA DE SAN JOZEP FEITA ESTA OBRA NA ERA DE 1702". A O. da alameda que conduz à Capela da Senhora da Paz e nas imediações de uma das hortas, implanta-se a CISTERNA, construída sob o granel, por um pequeno pátio, desenvolvido a uma cota inferior ao solo, pavimentado a lajes de cantaria, e com acesso por escada íngreme, ladeada por fonte com nicho. CAPELA DOMÉSTICA com as paredes rebocadas e pintadas de branco e com lambril de madeira. Na parede testeira apresenta amplo arco de volta perfeita sobre pilastras, integrando retábulo de madeira, de remate trilobado, possuindo ao centro estrutura relevada terminada em empena sobre pilastras dóricas, assente em mísulas, criando três eixos; no central tem sacrário tipo templete sob baldaquino de arco alteado sobre pilastras e rematado em empena, coroada por pináculos; nos eixos laterais tem mísulas sustentando imaginária. O CENÁCULO é dotado de camaratas, casas de banho, refeitório, cozinha, salas de apoio e capela. |
Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro feminino |
Utilização Actual
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Religiosa: mosteiro feminino / Religiosa: santuário / Residencial colectiva: residência estudantil |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Angra) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENTALHADOR: Matias Rodrigues (1699); Miguel Romeiro (séc. 1706). ORGANEIRO: João Pedro Anes (1781-1790). OURIVES; José Inácio Cordeiro (1818); Putete (1785). NÃO DETERMINADO: Manuel Machado (séc. 16). PEDREIRO: Sebastião da Costa Carneiro (1697-1698). PINTOR: Marcelino Ivo Pereira (séc. 19). PINTOR DE AZULEJOS: António de Oliveira Bernardes (séc. 18); António Augusto Gonçalves (1909); A. T. Conceição Silva (1928); Bartolomeu Antunes (1745-1750, atr.); Fábrica do Rato (1789). |
Cronologia
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1535, antes - fundação do mosteiro pelo capitão donatário Rui Gonçalves da Câmara, falecido a 20 de outubro desse ano; os terrenos são doados por Fernando Quental e sua mulher, Margarida de Matos; depois de suspensas por algum tempo, as obras prosseguem graças a D. Filipa Coutinho, viúva do capitão donatário, apoiada por vários fidalgos e moradores de Ponta Delgada *2; trabalha nas obras o mestre Manuel Machado; 1541, 23 abril - entrada das religiosas no mosteiro, ainda não concluído, vindas do Recolhimento da Caloura e trazendo a Imagem do Senhor Santo Cristo *3; o mosteiro passa a estar sob a direção espiritual da Ordem de São Francisco; 1551 - doação testamentária de D. Filipa Coutinho das suas casas adossadas ao mosteiro; 1594 - constituição dos conventos das ilhas dos Açores em Custódia; 1638 - elevação dos conventos dos Açores em Província, sob proteção de São João Evangelista; séc. 17 - reforma da igreja e coros; 1658 - feitura da decoração do teto da igreja, da primitiva talha da capela-mor e dos altares laterais pelo pintor micaelense Manuel Pinheiro Moreira, irmão da Ordem Terceira de São Francisco, de Ponta Delgada; 1682 - a imagem do Santo Cristo já está no coro-baixo, numa capela onde não é possível manter o asseio, devido ao muito pó que caía pelas frinchas do soalho do coro-alto, e ao barulho de lá; a Madre Teresa da Anunciada *4 pede à Madre Jerónima do Sacramento, do mosteiro de Santo André, para escrever ao provincial, Frei António de Pádua, para, quando fosse à ilha visitasse o altar do Santo Cristo e sugerisse fazer-se uma capela no fim do coro-baixo, com sacristia e jardim ao lado; aquando da sua visita, o provincial recomenda fazer-se um altar com a devida decência; 1691 - encarnação da imagem do Santo Cristo e fecho do peito, cujo vão do sacrário era tapado inicialmente por um registo pintado; enquanto o pintor esteve no mosteiro, faz-se um altar novo, maior que o anterior; feitura de uma capa com o valor dado pelas religiosas; 1697, julho - data da edificação da primeira capela do Santo Cristo, tendo começado com algum dinheiro que a Madre Ana da Glória devia à comunidade, do tempo que fora abadessa; a Madre Teresa da Anunciada consegue que o comerciante Guilherme Fisher dê 12 tábuas para o sobrado; faz a obra Sebastião da Costa Carneiro, com pedra da cerca; durante as obras, o Santo Cristo esteve no altar do Presépio, no coro-alto; devido à capela ficar escura, porque tinha apenas duas frestas estreitas, o vigário Cunha Prestes ordena fazer-se duas janelas pequenas, mas, a Madre Teresa, às escondidas, pede aos mestres que as fizessem maiores; o arco da capela ficou tão baixo que, da igreja, não se via a imagem do Senhor; 1698, 11 abril - ainda está em construção a capela, quando se deu o milagre do pão; 1699, antes - realização da primeira procissão do Senhor Santo Cristo, passando por todas as igrejas e conventos da cidade; feitura do andor da imagem pela Madre Jerónima do Sacramento, do Mosteiro de Santo André; 1699 - feitura dos armários da sacristia e capela de Santo Cristo pelo entalhador Matias Rodrigues; 1700, 2 setembro - alvará de D. Pedro II concede tença de 12$000 para manter acesa, dia e noite, uma lâmpada de azeite diante do altar do Santo Cristo; 1702, julho - pouco antes desta data, a Madre Teresa da Anunciada decide fazer uma segunda capela para o Santo Cristo, com a proteção do capitão donatário; a sua mulher, a princesa Constança Emília de Rohan faz as medições da nova capela, sacristia e do terreno para o jardim; a Madre Margarida de São Sebastião, com a ajuda financeira das Madres Francisca do Livramento, Isabel de São João e Filipa de São José, manda reconstruir a ermida de Nossa Senhora da Paz; séc. 18, início - Madre Apolónia Francisca da Conceição aproveita o altar de Jesus, Maria, José, existente no lado S. do coro-alto, entre as grades da igreja e a capela do Bom Jesus da Cruz às costas, para arranjar o retábulo do Presépio; manda ainda fazer uma lâmpada de prata para o mesmo altar; Madre Bárbara da Ressurreição manda fazer a imagem de São Miguel, existente no claustro alto; 1706 - feitura do retábulo da capela do Santo Cristo pelo entalhador Miguel Romeiro; 1712, cerca - provável colocação do silhar de azulejos no coro-baixo, pintados por António de Oliveira Bernardes; 1713 - devido à crise sísmica na ilha, pede-se à Madre Teresa da Anunciada para deixar o Santo Cristo sair em procissão pelas igrejas que tinham Santíssimo; 16 dezembro - saída da imagem em procissão, que cai do andor *5; 1716 - criação da Custódia da Imaculada Conceição, constituída pelas ilhas de Santa Maria e de São Miguel, desagregadas da Província de São João Evangelista das ilhas dos Açores, levando à emancipação da secular tutela religiosa terceirense; 1717 - os conventos da ilha de Santa Maria e São Miguel rebelam-se contra certas injustiças cometidas pelos religiosos da Terceira e passam a constituir uma Custódia sob a proteção de Nossa Senhora da Conceição; a assistência espiritual às religiosas do mosteiro da Esperança é prestada por três frades da Ordem de São Francisco do Convento de Nossa Senhora da Conceição, de Ponta Delgada, que viviam num antigo granel adaptado a hospício em frente do mosteiro; construção do mirante; 1726 - a instâncias da Madre Francisca do Livramento, o capitão Manuel da Silva Camarte, como síndico, superintende as obras da capela do coro-alto virada ao adro, estando neste ano quase feitas, mas não concluídas *6; 1738, maio - pintor trabalha no teto da igreja; 16 maio - termo de óbito da Madre Teresa da Anunciada; 1738 - 1759, entre - manda-se fazer a coroa de espinhos do Santo Cristo, em Lisboa (634$810); a Madre Teresa de Jesus Maria, 2ª zeladora da imagem, solicita à condessa da Ribeira Grande o enriquecimento do resplendor do Santo Cristo, manda fazer uma cana de ouro, pôr no peito da imagem uma relíquia engastada em ouro e ornada de pedras preciosas (102$320), fazer castiçais de prata para o altar e outras coisas; 1740, cerca - feitura dos painéis de azulejos recolocados no ante-coro ou sacristia do Santo Cristo, numa oficina de Lisboa (Simões, pg. 108); 1745-1750, cerca - feitura dos azulejos da capela de Nossa Senhora da Paz, integrados no ciclo de Bartolomeu Antunes (Simões, pg. 108); 1748 - a instâncias do vigário da Igreja de São José de Ponta Delgada, o Pe. Pedro Ferreira de Medeiros, encomenda-se em Lisboa um órgão por 600$000; 1749 - construção da cisterna; 1757, 4 novembro - segundo a madre Apolónia Francisca da Conceição, transfere-se as relíquias da Madre Teresa da Anunciada para lugar decente; 1759, 19 dezembro - data da morte da Madre Teresa de Jesus Maria; 1759 / 1831, entre - foi 3ª zeladora da imagem do Santo Cristo a Madre Quitéria Francisca de Santa Rosa; carta de D. Luís António José Maria Gonçalves da Câmara, 6º conde da Ribeira Grande, à Madre Quitéria dizendo que recebera a "peça do peito do Senhor que cuidarei em fazer eleição do ourives que a há de fazer, que naturalmente será o que acabou o Diadema e com ela três anéis, um grande de ametista, um de esmeralda com alguns diamantinhos e um de topázio que tudo se aplicará"; o 7º conde de Aveiras, Marquês de Vagos, Nuno da Silva Tello de Meneses, nega-se a pagar o valor de 1:328$390 que lhe cabia o balanço das contas da 4ª condessa da Ribeira Grande, tendo sido o mosteiro a arcar com a despesa; o relicário do peito orça em 1:807$300; 1760, 15 dezembro - carta à condessa da Ribeira Grande informando que o novo andor estava pronto, mas só para a Quaresma é que dariam o damasco de ouro e tinha-se de fazer um ajuste; o mosteiro paga pelo andor 417$135, mas o seu custo deve ter sido superior; inicia-se a construção da terceira capela do Senhor; 1760 / 1764, entre - aprovação dos primeiros estatutos da Irmandade do Santo Cristo; 1761 - chega de Lisboa a imagem de Santa Gertrudes; 1762 - data da morte da Madre Antónia da Madre de Deus que institui a capela do Senhor Crucificado do coro-alto; 1765, 17 abril - instituição da Irmandade do Santo Cristo pelo 21 bispo dos Açores, D. António Caetano da Rocha; 1767 - a Madre Quitéria Francisca de Santa Rosa encomenda à condessa um novo resplendor para o Senhor; 1771, 22 março - bênção da 3ª capela do Senhor Santo Cristo, em cujas obras se despendeu 1.730$174 *7; 1772 - manda-se vir de Lisboa uma armação bordada a ouro para o andor (601$535); 1774, 23 abril - edital canónico informa que as religiosas apresentaram um decreto, dado em Roma, pelo papa Clemente XIV, autorizando rezar anualmente no dia 12 de julho o "Oficio da Coroa de Espinhos do Senhor Cristo"; 1781, 19 fevereiro - o organeiro João Pedro Anes, alemão, residente na ilha, compromete-se a fazer um órgão idêntico ao da igreja de São José, dando-lhe a devida assistência, na condição da filha se tornar noviça; 1782 - grandes obras no mosteiro durante o abadessado de Luíza Leonor de São José, visto o edifício estar envelhecido e com as paredes desalinhadas: construção do dormitório do lado O., edificado desde os alicerces em terrenos da cerca, com três pisos, ficando os dormitórios antigos do lado E. (chegando perto do atual largo 2 março); construção do atual claustro, que se expandiu para N. e O., substituindo o antigo, com arcos baixos e estreitos e com cisterna subterrânea; 1785, 8 janeiro - ourives entrega o diadema do Senhor à 4ª condessa da Ribeira Grande, D. Margarida Francisca Tomásia de Lorena; 28 janeiro - carta da condessa dizendo que o resplendor estava pronto, feito por Putete e que foi terminado por outro; custou 4 contos, sem o ouro e pedras preciosas, que foram aproveitadas do diadema antigo e de ofertas; 21 junho - eleição da madre Catarina Madalena do Céu como abadessa, que ordena paragem das obras para o síndico, Dr. António Francisco de Carvalho, não entrar no mosteiro, visto estar apaixonado por uma freira; 1786, 30 março - depois da Madre Quitéria Francisca de Santa Rosa pedir a António Luís Arnaud, administrador da Casa dos Condes da Ribeira, os azulejos para a capela do Santo Cristo, desejando que fossem feitos em Inglaterra, aquele responde que não tinha notícia que lá o fizessem e se o fizessem seria caríssimo e "edemais q: Senão intenderão com as medidas", enquantyo em Portugal "sefaz perfeiticimo pª. todas as Igrejas Modernas"; agosto - envio das medidas para os azulejos da capela e respetiva explicação; 24 abril - chegada a Ponta Delgada do diadema na curveta "Senhora Mãe de Deus"; 1789 - encomenda dos azulejos da capela do Santo Cristo à Real Fábrica do Rato; 10 julho - breve da congregação de Bispos e Regulares autoriza a direção espiritual do mosteiro pelo bispo da Diocese; 31 julho - confirmação do Papa Pio VI; 1790, 17 maio - leitura no mosteiro do breve autorizando a passagem da jurisdição do mosteiro para o bispo da Diocese; 18 outubro - só nesta data a Madre Ignácia Narcisa da Avé Maria professa, após entrega do órgão pelo pai, o organeiro João Pedro Anes; séc. 18, último quartel - construção do granel da cerca para recolha de cereais; 1799 / 1813, entre - aquisição do atual andor do Senhor Santo Cristo pela Madre Quitéria Francisca de Santa Rosa; 1800 - ainda não estava concluído o atual mirante, maior que o primitivo e avançado cerca de 1 m. sobre o adro; a Madre Teresa Margarida do Céu manda fazer a capela de Nossa Senhora do Carmo do coro; 1813 / 1839, entre - manda-se vir um cortinado e pavilhão para o andor; 1818, 2 maio - feitura da coroa de espinhos do Santo Cristo, por José Inácio Cordeiro (240$600); 1826 - data inscrita na chaminé da cozinha e na fonte do interior, assinalando a sua construção durante o abadessado de Joana Catarina da Madre de Deus; superintende as obras José António de Melo e Francisca Rita de Jesus, cuja filha estava no mosteiro; 1832, cerca - aqui viveu D. Pedro IV enquanto preparava a invasão do continente com os "7500 bravos do Mindelo"; 1832, 13 janeiro - sepultamento da Madre Helena Isabel de Jesus Maria, o último no coro-baixo; 17 maio - decreto abole nos Açores as Ordens Religiosas; o art.º 2.º do tit.º II designa o mosteiro da Esperança e o de Santo André a ter vida religiosa até ao falecimento da última freira, na condição de receberem as freiras dos mosteiros suprimidos que desejassem continuar em clausura; concede-se a cada freira anualmente 800$000 para "despesas de culto, reparo do edifício e pagamento de ordenados a médico, cirurgião, capelães, sacristãos, criados de porta a fora e rodeira de fora; o ourives e contrastador Joaquim Cândido Abranches avalia a coroa de espinhos do Santo Cristo em 580$000; 1834, 4 março - sepultamento da madre Joana Tomásia de São José no cemitério novo da cerca, a 1ª a ali ser sepultada; 1842, 24 janeiro - na sequência da morte da Madre Maria Isabel do Santo Cristo, as religiosas pedem ao Secretário-Geral do Governo Civil para a sepultar no coro-baixo, o que foi autorizado; 27 julho - bispo autoriza o acréscimo do cemitério; séc. 19, 1ª metade - reforma da fachada principal da igreja, sacristia e portão do pátio da roda; na igreja abrem-se três portais, suprimindo-se a decoração sobre a porta primitiva, e a janela; elimina-se a sacada que correspondia ao altar de Nossa Senhora da Guadalupe; planifica-se o frontispício; as duas janelas da capela-mor, ainda visíveis pelo interior, são emparedadas; avança-se com a sacristia para O., sobre o adro e substitui-se as duas janelas por três; suprime-se a cruz de pedra que existia na esquina da sacristia ladeada por pequena inscrição azulejar; substituição da portaria com pequeno pátio, coberto por alpendre, por portão de ferro e gradeamento de ferro lateral na Rua da Esperança; o pátio abria no interior com parlatórios; remoção da cruz no topo da cumieira da capela-mor; séc. 19, meados - pintura da abóbada da igreja, por Marcelino Ivo Pereira; 1871 - construção do campo de São Francisco; 1879, 14 março - Câmara pede a concessão de parte da cerca para a projetada avenida entre o campo de São Francisco e a Rua Formosa; 1886, 11 janeiro - Câmara delibera abrir avenida entre o campo de São Francisco e a R. Formosa, expropriando terreno da cerca; 7 maio - Câmara comunica à Madre Abadessa que deliberara aprovar o arrendamento da faixa de terreno a O. da avenida, terreno que, por não ser necessário, ainda estava na posse do mosteiro; 1 julho - carta do Núncio Apotólico, Arcebispo de Sárdia, autoriza a alienação de parte da cerca solicitada; Câmara exuma ossos de 80 religiosas e remove-os para o cemitério de São Joaquim, colocando sobre o carneiro uma lápide com inscrição alusiva; 1894, 29 dezembro - morte da última freira, a Madre Maria Vicência da Conceição; 30 dezembro - carta do chefe do Partido Progressista local a José Luciano de Castro referindo que, tendo falecido a última freira e tendo a Irmandade de Santo Cristo há cerca de dois anos requerido a igreja e alfaias para o culto da imagem e o mosteiro para Asilo-escola, quando morresse a última freira, os deputados pediam a concessão do pedido da Irmandade; 1896 - Joaquim Cândido Abrantes avalia o cetro em 1:300$000; 1909 - encomenda ao mestre António Augusto Gonçalves, de Coimbra, dos azulejos da capela-mor; 1928 - data dos azulejos da nave assinados por Conceição Silva; 12 maio - chegada das freiras da Ordem da Visitação, que passam a dirigir o mosteiro; 1943 - saída das irmãs da Ordem da Visitação e entrada das Irmãs de São José de Cluny; nele instalam o Colégio de São Francisco Xavier, para meninas; 1953 / 1954 - saída das Irmãs de São José de Cluny para o seu novo colégio, ficando o mosteiro devoluto; ainda existia numa arrecadação a caixa do órgão feito por João Pedro Anes, apesar de muito degradada; 1962 - entram no mosteiro as religiosas de Maria Imaculada; 1959, abril - decreto do bispo de Angra, D. Manuel Afonso de Carvalho, eleva a Igreja do Santo Cristo a Santuário Diocesano; 1976 - inicio de ma subscrição pública para colocação no jardim privativo do Santo Cristo de uma estátua da Madre Teresa da Anunciada; 1984, 26 maio - inauguração da estátua de Madre Teresa da Anunciada, em frente do mosteiro; 2006 - levantamento topográfico e arquitetónico do convento por técnicos da Câmara Municipal de Ponta Delgada; 2015, 20 fevereiro - publicação de Decreto Legislativo Regional n.º 4/2015/A, DR, 1.ª série, n.º 36, atribuindo a deseignação de "Tesouro Regional" à imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres e seus cinco dons: o cetro, a corda, a coroa, o relicário e o resplendor. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; elementos estruturais e decorativos, embasamentos, frisos, cornijas, pilastras, molduras dos vãos, pináculos e outros elementos em cantaria de basalto; portas e caixilharias em madeira; grades em ferro; vidros simples; silhares e revestimento em azulejos azuis e brancos ou policromos; retábulos, molduras e enxalços dos vãos interiores da igreja e apainelados em talha dourada ou policroma e dourada; pavimentos em lajes de basalto ou em madeira; pinturas murais; tetos de madeira ou de estuque; cobertura de telha. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Jacinto da Costa - Vida e Virtudes da Madre Teresa d'Anunciada: a Freira do Senhor Santo Cristo. Ponta Delgada: s.n., 1987; ALVERNE, Fr. Agostinho de Monte - Crónicas da Província de São João Evangelista das Ilhas dos Açores. 2ª edição. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1961, 2º vol; BARARDO, Maria do Rosário - Santuários de Portugal. Caminhos de Fé. Lisboa: Paulinas Editora, 2015; DIAS, Urbano de Mendonça - Madre Teresa da Anunciada. Vila Franca do Campo: s.n., 1947; MASCARENHAS, J. Fernandes - Santo Cristo. Subsídios sobre o seu culto em Portugal, especialmente em Ponta Delgada e Moncarapacho. Lisboa: Tipografia Proença, 1971; MELLO, José de Almeida - Segredos do Convento Nossa Senhora da Esperança. Ponta Delgada: Edições Letras Lavadas, 2012; MOREIRA, Hugo - O Convento de Nossa Senhora da Esperança. Imagem e Culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Coletânea de Artigos. Ponta Delgada: Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, 2000; ROGERS, Maria da Ascensão Carvalho - A História do Culto do senhor Santo Cristo dos Milagres. Ponta Delgada: Impraçor, 1978; ROSA, Teresa Maria Rodrigues da Fonseca - O Convento de São Gonçalo em Angra do Heroísmo. Contributos para o Estudo da Arte Religiosa Açoriana. s.l.: s.n., Dissertação de Tese de Mestrado em História da Arte apresentada à Universidade Lusíada, 1998; SÁ, Daniel de - O Senhor Santo Cristo dos Milagres e o seu Culto. Madre Teresa. Açoriano Oriental. Ponta Delgada: Direção Regional da Cultura, 13 maio 2012; SOUSA, Nestor - A Arquitectura Religiosa de Ponta Delgada nos séculos XVI a XVII. Ponta Delgada: Universidade dos Açores, 1986; SIMÕES, J. M. dos Santos - Azulejaria Portuguesa nos Açores e na Madeira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1963; Festas da Devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres (http://www.acores.net/santocristo/index.php?step=4), [consultado em 13-03-2013]. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA, DGEMN:DRML |
Documentação Administrativa
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Arquivo do Mosteiro da Esperança |
Intervenção Realizada
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1728, depois - obras de beneficiação da capela do Santo Cristo e elevação do sobrado do coro-alto em cerca de 76 cm, proporcionando maior desafogo do arco da entrada; 1771 - acrescento da grade de ferro da entrada da capela do Senhor (20$000); 1812 - despesa de 2$600 com o andor em ferragens e madeira e feito de oito forquinhas; 1813 - reparos no andor (17$510); 1821 - compra de paninho verde para reformar as flores do andor (3$300); despesa de 20$375 na armação do andor por João de Lima; reparos do novo andor (19$300); manda-se vir de Lisboa várias coisas e rendas de ouro para o andor (388$800); 1944 - calcetamento do pátio da portaria; 1953 / 1954 - grandes obras no mosteiro, tendo desaparecido os escudetes originais inscritos da capela de Nossa Senhora da Paz, azulejos e muitos outros elementos antigos; restauro das rótulas do mirante; 1957 - restauro das pinturas do teto da nave; 1970, cerca - obras de restauro no mirante, durante as quais se regulariza a janela no segundo registo junto à igreja, de acordo com as outras duas, pois ela estava a uma cota mais elevada que as outras, e procede-se à remoção das ornamentações laterais e sobre o lintel e a inscrição "CDBJ" (Capela do Bom Jesus); séc. 20 - alteamento do soalho do coro-baixo, levando à redução do silhar de azulejos, dos 20 azulejos de altura que tinha inicialmente para 17, faltando-lhe assim a barra inferior do enquadramento, que foi cortada; readaptação de zona do mosteiro ao denominado Cenáculo, para ponto de encontro de pessoas de várias idades e diferentes proveniências que, em grupos organizados, ali ficam por dois dias ou mais em oração e contemplação; 2012 - restauro da capela-mor; 2017, setembro - início das obras de requalificação do convento, o qual incluirá a criação de uma zona dedicada às atividades do clero, abertura da zona residencial à comunidade, para receber e acompanhar doentes deslocados, e criação de espaço museológico; as obras têm início no coro-baixo, com remoção do silhar de azulejos, de modo a proceder ao seu restauro, bem como dos paramentos; 2018 - conclusão do restauro do coro-baixo, nomeadamente dos painéis de azulejos e da porta que fecha a grade entre a igreja e o coro e respetiva pintura, estes últimos por restauradores italianos; 2019 - restauro do coro-alto. |
Observações
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*1 - A designação de Pátio da Figueira deve-se a uma figueira ali existente ainda do tempo da Madre Teresa da Anunciada, na qual, segundo a lenda, cresceram figos fora da época enquanto estava a ser construída a Capela do Senhor Santo Cristo. *2 - A ligação entre os donatários da ilha de São Miguel e o Mosteiro da Esperança existiu durante séculos e desde a sua fundação, tendo-se manifestado de forma mais intensa principalmente em torno da construção da Capela do Santo Cristo dos Milagres, bem como da beneficiação da imagem e despesas referentes do culto, financiando boa parte do seu tesouro e servindo de intermediários entre o mosteiro e os vários artistas envolvidos. A fachada das próprias casas de D. Filipa Coutinho, a denominada Capitoa, davam para o pátio da porta regral e adossavam-se à portaria, devendo corresponder às que D. Filipa deixou ao mosteiro em 1551 e que no séc. 19 serviam de arrecadação aos materiais das festas. *3 - Segundo a tradição, a imagem do Senhor Santo Cristo fora oferecida, depois de 1522, pelo Papa Paulo III a duas religiosas do Recolhimento da Caloura que foram a Roma pedir bula apostólica para fundar o mosteiro da Caloura (v. PT072101010007). Depois da sua chegada ao Mosteiro da Esperança, a imagem foi colocada na ermida de Nossa Senhora da Paz, existente na cerca do mosteiro. Durante o séc. 17, numa certa noite, uns ladrões entram na capela para roubarem uma pera de talha que parecia ouro mas, milagrosamente a imagem impede o roubo. Arrependidos, os ladrões confessam o sucedido no mosteiro, levando à transferência da imagem para o próprio edifício monacal, para uma capela do coro-baixo. *4 - A Madre Teresa da Anunciada nasceu e foi batizada com o nome de Teresa de Jesus no dia 25 de novembro de 1658, na freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, arrabaldes da vila da Ribeira Grande, tendo sido a filha mais nova dos 13 filhos do casal Jerónimo Ledo de Paiva e Maria do Rego Quintanilha. Aprende a ler com um dos irmãos mais velhos, frei Simão do Rosário, que regressa do Brasil por volta de 1670, passando a interessa-se pela literatura religiosa, nomeadamente a vida de santos, e, particularmente, pelas Revelações de Santa Brígida. Aos 23 anos, por diligências da sua irmã Joana de Santo António, entra no mosteiro da Esperança, iniciando o noviciado a 19 de novembro de 1681 e recebendo o véu de noviça a 20 de junho de 1682. No ano seguinte, faz votos solenes, a 23 de julho, e é crismada com o nome de Teresa da Anunciada, por sugestão de frei Francisco da Anunciada, seu confessor. No mosteiro da Esperança, influenciada pela sua irmã Joana de Santo António, no mosteiro de Santo André, desenvolve uma forte devoção pela imagem do Ecce Homo, desempenhando entre cerca de 1684 até à sua morte, em 1738, o cargo de 1ª zeladora da capela e imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, promovendo o culto da mesma. Morreu a 16 de maio de 1738, com 79 anos e fama de santidade. No seu termo de óbito é referido que, logo nos primeiros anos de religiosa, ela havia tomado "por sua conta a milagrosa imagem do Santo Cristo ecce homo do coro de baixo que estava com pouco asseio e o pos com a desencia que oje em a sua cappela tudo feito com muitas esmolas que adquiria o mesmo sor. com as muitas maravilhas que obrava". A Madre Teresa foi sepultada no meio da capela do Santo Cristo, mas atualmente os seus restos mortais conservam-se numa pequena urna na capela. Antes de morrer, e desejando perpetuar o culto do Ecce Homo, manda chamar as suas sobrinhas, a Madre Teresa de Jesus Maria e Quitéria Francisca de Santa Rosa, encomendando à primeira o cuidado da capela do Santo Cristo e respetivo culto da imagem. Estas madres tornam-se, assim, respetivamente a segunda e depois a terceira zeladora da imagem. Em 1738, a 5 de maio, o bispo da Diocese de Angra, D. Frei Valério do Sacramento, ordena o início do processo jurídico sobre a "vida e virtudes" de Teresa da Anunciada. A 6 de agosto, o Provincial dos Franciscanos nos Açores deu início a outro processo de "vida e virtudes", feito pela Ordem de São Francisco. Desses processos resulta a confirmação da vida virtuosa de Madre Teresa da Anunciada, que foi então oficialmente considerada "venerável" pela Igreja Católica Romana. *5 - O culto do Santo Cristo ganha grande adesão popular em 1713, quando a imagem sai em procissão e cai, sem se quebrar, perto do mosteiro de Santo André, cessando de repente os abalos sísmicos, o que foi visto como milagroso. Após este incidente, a imagem obtém o epíteto "dos Milagres", passando a procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres a ocupar um lugar central nas tradições religiosas de São Miguel. O culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres e a respetiva procissão foram crescendo ao longo dos séculos, atraindo ainda hoje milhares de fiéis, das ilhas, Portugal continental e dos Estados Unidos da América e do Canadá. Semanas antes da procissão, o mosteiro da Esperança e o Campo de São Francisco são enfeitados com milhares de lâmpadas coloridas e bandeiras. No fim de semana da festa, a imagem é entregue no sábado à Irmandade do Senhor que com ela sai do mosteiro e percorre o Campo de São Francisco, acompanhada por milhares de pessoas. No Campo estão vários soldados do exército, em parada; no mar um vaso de guerra dispara uma salva de tiros; e no ar aviões e helicópteros sobrevoam a imagem. No domingo, a festa é marcada pela missa campal, no Campo de São Francisco, e depois pela procissão do Senhor pelas ruas da cidade, enfeitadas com tapetes de flores, trajeto que passa por todos os conventos, tal como projetou a Madre Teresa da Anunciada. A imagem do Senhor Santo Cristo é transportada num andor com docel de veludo bordado a ouro, num trono de flores de seda e panos, tecidos no século 18. *6 - Esta capela era "envezada ao coro", com obras entalhadas e estofadas de ouro, "intrometida na parede, que guia para o mirante". A Madre Francisca do Livramento cerrou-a com um nicho, vidraças e colunas, "formando-lhe teto de intalhado, e dourado", para que a imagem ficasse recolhida em trono. A freira também paramentou a capela. *7 - Entre as verbas despendidas na reforma da capela do Santo Cristo dos Milagres, constava 41$170 da pedra, vinda de Vila Franca e dos fretes de barco, 225$690 da madeira e carretos, 103$030 de cal, 183$055 com o pedreiro e oficiais, 272$$360 com o escultor e oficiais, 242$350 com o carpinteiro e oficiais, 70$989 para vidros, chumbo e um diamante para cortar os caixões, 140$000 com o pintor, 104$800 de ouro para dourar, etc. Pagou-se ainda 8$800 da "balança" que sustenta um par de lâmpadas de prata na capela. |
Autor e Data
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Paula Noé 2013 (no âmbito da parceria IHRU / Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja) |
Actualização
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