Mosteiro de São Pedro de Lomar / Igreja Paroquial de Lomar / Igreja de São Pedro

IPA.00008022
Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Lomar e Arcos
 
Arquitectura religiosa, românica, maneirista, barroca e neoclássica. Igreja do antigo mosteiro beneditino medieval de Lomar, de planta longitudinal, com nave única, capela-mor, mais estreita, torre sineira, e salão e sacristia adossados lateralmente. Corpo da nave e capela-mor românicos, em alvenaria de granito. Fachada principal em empena, rasgada por portal em arco quebrado. Fachadas laterais rematadas por cachorrada simples ou decorada com motivos fitomórficos ou geométricos. Fachada lateral S. aberta por portal com duas arquivoltas em arco pleno e sequência de arcossólios. O pano posterior do corpo da nave apresenta gravada a cruz de malta. Torre sineira maneirista, com panos simples coberta por coruchéu. Corpos do salão e sacristia, com paredes rebocadas e pintadas de branco. Interior com retábulos de talha neoclássicos, com coro-alto com guarda em balaustrada de bolacha, ao gosto do barroco nacional.
Número IPA Antigo: PT010303230116
 
Registo visualizado 1209 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro masculino  Ordem de São Bento - Beneditinos

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, mais estreita, rectangulares, em eixo, com torre sineira quadrangular, e salão e sacristia, rectangulares, adossados lateralmente a N.. Volumes escalonados, com capela-mor e sacristia mais baixa, de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo da torre sineira. Coberturas diferenciadas em telhados de uma água na sacristia, duas águas nos restantes corpos e coruchéu em granito, coroado por pináculo e cata-vento com cruz de ferro, na torre sineira. Fachadas da nave, capela-mor e torre sineira em alvenaria de granito e dos corpos do salão e sacristia, rebocadas e pintadas de branco. Topos dos corpos da nave e capela-mor em empena, com cruz latina de secção quadrangular com chanfro, no vértice. Fachada principal orientada, flanqueada a N. pela torre sineira. Portal principal em arco quebrado, com chanfro, precedido por dois degraus, ladeado, à direita por friso com ornatos de círculos enlaçados, cortados por linha ao centro. O portal é encimado por janela rectangular, em capialço. Remate em estreita cornija. Torre sineira, com acesso pelo interior, de dois registos, o primeiro, com fresta no pano virado a N.. Último registo aperto em cada uma das faces por ventanas em arco pleno. É rematada por cornija com pináculos nos ângulos. Fachada lateral S. rematada por cachorrada lisa, ou decorada com meios rolos ou motivos geométricos, sob beiral. É rasgada, na nave, por portal com duas arquivoltas plenas, possuindo a primeira impostas, por dois janelões rectangulares, em capialço e quatro arcossólios em arco pleno. Na capela-mor rasga-se janelão rectangular em capialço. Algumas pedras apresentam decoração relevada zoomórfica, nomeadamente de um cavalo. Fachada posterior cega e mais elevada do que o telhado, na capela-mor, rasgada por fresta na nave e por janelão, rectangular, na sacristia. O pano da nave apresenta algumas pedras unidas por gatos de ferro, apresentando uma, junto à empena a cruz de malta relevada. Fachada do salão e sacristia, com embasamento saliente, cunhais apilastrados e remates em cornija sob beiral. Pano do salão de dois registos, rasgado, no primeiro, por porta de verga recta entre duas janelas, rectangulares jacentes, e no segundo, por duas janelas de brincos. Pano da sacristia com porta de verga recta ladeada por janela, rectangular jacente. INTERIOR rebocado e pintado de azul, com silhar de azulejos industriais recentes, de padrão, monocromos com estampilha. Nave coberta por abóbada de berço estucada e pintado de branco, com a imagem de São Pedro, ao centro, assente em cornija de granito. Pavimento em soalho com passadeira central, em pedra. Coro-alto assente arco abatido de cantaria, com guarda de madeira pintada de creme, com balaustrada torneada de bolacha. Sub-coro com baptistério em vão rectangular, do lado do Evangelho. A nave, iluminada por dois janelões em capialço, apresenta do lado do Evangelho, vão em arco pleno sobre pilastras inscrevendo retábulo de talha policroma, a azul, branco e dourado, de invocação de Nossa Senhora das Dores. Junto ao arco triunfal encontra-se retábulo de talha policroma, a azul, branco e dourado, de invocação de Santa Filomena, possuindo do lado oposto, confrontante, outro idêntico, com a invocação de São Brás. Do lado da Epístola, púlpito com base de pedra, quadrangular, sobre modilhão, com guarda plena em talha policroma a azul, branco e dourado. Arco triunfal pleno sobre pilastras toscanas, com decoração nas impostas e motivos de denticulos nas aduelas. Capela-mor forrada a azulejo igual ao da nave, coberta por abóbada de berço, estucada e pintada de azul, com decoração fitomórfica e estrelas, assente em cornija de pedra. Pavimento em granito. Do lado da Epístola, falsa janela e porta de comunicação para corredor, que comunica com a sacristia e salão paroquial. Retábulo-mor colocado sobre supedâneo, com três degraus. Apresenta talha policroma, a azul, branco, e dourado, de planta recta, um só eixo, rematado por frontão curvo. Ao centro painel pintado com representação de São Pedro, enquadrado por duas mísulas com imaginária colunas compósitas. Altar recto, com frontal côncavo. A sacristia apresenta pavimento em linóleo e tecto rebocado e pintado de branco. Possui lavabo de pedra, com espaldar em arco pleno, com reservatório embebido, decorado por querubim, e taça semi-circular. A sacristia possui ainda um armário de castanho e integra uma pedra decorada com uma ave. Do salão arranca escada que conduz ao coro-alto e à torre sineira. A parede S., do salão, possui duas pedras com inscrições gravadas.

Acessos

Lugar do Assento

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Peri-urbano, no limite NO. da freguesia, rodeada por casas e quintais. Possui, adro empedrado, desnivelado, com escadas do lado N.

Descrição Complementar

TALHA: Retábulo de Nossa Senhora das Dores, de planta recta, um só eixo, rematado por espaldar recortado, decorado por motivos fitomórficos e anjos. Possui nicho envidraçado, com resplendor e imagem do orago, enquadrado por colunas coríntias, com o fuste decorado por espiral fitomórfica, encimado por fragmentos de frontão curvo com glória de anjos. Retábulos de Santa Filomena e São Brás, idênticos, de planta recta, um só eixo, rematado por espaldar recortado, encimado por composição exuberante de motivos fitomórficos. Tribuna recortada, com renda, ladeado por colunas coríntias, com o terço inferior demarcado por bojo, encimadas por entablmento e urna. Altar em forma de urna.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja *1

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 13 (conjectural) / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

667 - primeira referência à existência de um mosteiro beneditino em Lomar, fundado por Damiana de Senlharis; 1088 - referência documental ao mosteiro; séc. 13, 1ª metade - provável edificação da igreja; 1358 - o Mosteiro de Lomar estava ocupado com monges e abade; séc. 16 - passa a Comenda da Ordem de Cristo; séc. 17 - provável construção da torre sineira e guarda do coro-alto; 1706 - referência a São Pedro de Lomar que "foi Mosteiro muito antigo da Ordem de São Bento, e se acha noticia dele pelos anos de 667" (COSTA, 162); segundo o Padre Carvalho da Costa é uma reitoria do padroado da Diocese de Braga, rendendo para o reitor 60$000 e para o abade 110$000; o Comendador recebe, com a anexa de São Miguel de Guizande, 300$000; a povoação tem 60 vizinhos; séc. 18 - remodelação da igreja e construção do corpo da sacristia e salão paroquial; séc. 19 - construção dos retábulos; 1907, Agosto - é benzida uma bandeira do Sagrado Coração de Jesus, oferecida por António Granja.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura, cunhais, molduras dos vãos, cornijas de remate, coruchéu do torre sineira, elementos decorativos, pia baptismal, base do púlpito, pavimento da capela-mor e lavabo da sacristia em granito; nave e capela-mor com azulejos industriais; portas, janelas, balaustrada do coro-alto, guarda do púlpito, pavimentos e retábulos, em madeira; grades das janelas, cata-vento e cruz, em ferro; cobertura exterior em telha em telha de canudo.

Bibliografia

COSTA, P. António Carvalho da, Corografia Portugueza e Descriçam Topografica do Famoso Reyno de Portugal, 1, Braga, 2ª ed., 1868, pp. 162 - 163; Vv.Aa., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 370; FONTES, Luis Fernando de Oliveira, Inventário de Sítios Arqueológicos do Concelho de Braga, in Mínia, 3ª série, nº 1, 1993, p. 57; Vv. Aa., Braga, os tempos e o lugar..., Paços de Ferreira, 1998, p. 105; OLIVEIRA, Eduardo Pires de, Arte Religiosa e Artistas em Braga e sua Região (1870 - 1920), Braga, 1999, p. 122; FONTES, Luís, Itinerários do Românico. Região de Turismo do Verde Minho, Braga, s/d, p. 40.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Corpo Nacional de Escutas: 1996 - substituição dos pavimentos; 1999 / 2000 - restauro dos retábulos e pintura interior.

Observações

*1 - os actos religiosos da Paróquia realizam-se na Igreja Nova. Além de serviços religiosos esporádicos, esta igreja serve de sede aos jovens do Corpo Nacional de Escutas.

Autor e Data

António Dinis 2001

Actualização

 
 
 
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