Chafariz do Toural

IPA.00000755
Portugal, Braga, Guimarães, União das freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião
 
Arquitectura infraestrutural, maneirista. Chafariz com sistema piramidal, adelgaçando em altura e integrando-se no grupo de chafarizes públicos centrais, de coluna galbada, com duas taças sobrepostas e remate tipo coruchéu. Decoração maneirista patente na organização dos seus elementos decorativos.
Número IPA Antigo: PT010308600053
 
Registo visualizado 913 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo centralizado

Descrição

Soco de planta circular formado por dois degraus, onde assenta tanque circular, no centro do qual sobre base prismática, moldurada, com almofadas decoradas, se eleva coluna galbada decorada por grotescos com taça também circular, ornada por seis bicas carrancas, repetindo-se o esquema no segundo troço da coluna e na segunda taça, esta apenas com quatro bicas em quatro cabeças de anjo. A partir desta, a coluna é decorativamente seccionada em duas partes: na primeira, de secção estriada, esfera armilar e quatro carrancas com respectivas bicas; na segunda, entre as asas abertas de duas águias, o escudo peninsular, assente numa cartela decorativa, com as armas de Portugal Antigo *1 tendo do lado oposto um escudo em forma de cartela, com as Armas Antigas de Guimarães, representadas pela imagem da Virgem Maria sustendo o Menino Jesus no braço sinistro, tendo à dextra uma oliveira arrancada. Remate tipo coruchéu com decoração vegetalista, encimado por esfera armilar e cruz, em metal.

Acessos

Largo do Toural

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Núcleo Urbano da Cidade de Guimarães (v. PT010308340101) e na das Muralhas de Guimarães (v. PT010308340016)

Enquadramento

Urbano, isolado.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Cultural e recreativa: fonte ornamental

Propriedade

Pública: Municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Gonçalo Lopes.

Cronologia

1585 - Edificação do chafariz na Praça do Toural, por Gonçalo lopes, que morava na rua da Caldeiroa; 1587 - Gonçalo Lopes está encarregue da manutenção das condutas de água que abasteciam os chafarizes do burgo; 1628 - a Câmara proibiu, sob pena de mil réis pagos de cadeia, lavar roupa no chafariz do Toural; 1706 - o Pe. Carvalho da Costa refere que a taça do meio do chafariz veio da Gonça, transportada por 3 juntas de bois; 1726 - na descrição do campo do Toural referência a "hum grande chafaris, com muitas bicas e varios açentos â roda, onde a Nobreza vai recrearçe no Verão, todas as tardes"; 1809 - os escudos do chafariz são picados; 1865, Outubro 26 - pela calada da noite foi efectuada a demolição parcial do chafariz do Toural, sendo as pedras guardadas na Praça do Mercado; 1874, Junho 3 - por ordem da Câmara procede-se à demolição final do chafariz; 1891 - edificação do desmantelado chafariz do Toural, no largo fronteiro à Igreja do Carmo; 2011, 13 Dezembro - no âmbito da requalificação do Toural, o chafariz volta ao seu local de origem.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura de granito; gatos de união das pedras do tanque, esfera armilar e cruz do coroamento, de ferro; bicas carrancas, de cobre.

Bibliografia

GUIMARÃES, Alfredo, Guimarães, Guimarães, 1940, p. 93; NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da, Pedras de Armas e Armas Tumulares do Distrito de Braga. Cidade de Guimarães, vol. 7, tomo 1, Braga, 1981, pp. 131-134; LINO, António, Monografia de Guimarães e seu Termo, Lisboa, 1984, p. 144; OLIVEIRA, Manuel Alves de, Guimarães numa resenha urbanística do século XIX, Guimarães, 1986, pp. 31-32; CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra, Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho, Ponte de Lima, vol. 1, 1992, pp. 191-192; RUÃO, Carlos, Arquitectura Maneirista no Noroeste de Portugal. Italianismo e Flamenguismo, Coimbra, 1996, pp. 145-151; ROCHA, Helder, Efemérides Vimaranenses, Guimarães, 2 vols., 1996-1998, pp. 85, 116, 159.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - Os escudetes que se vêem foram cravados no escudo em pleno séc. 19, pois os primitivos haviam sido picados em 1809 (NÓBREGA 1981, P. 131); *2 - o tanque circular apresenta gatos de ferro a unir as pedras; *3 - apresenta algumas fracturas e áreas com descamação.

Autor e Data

António Dinis 1999

Actualização

 
 
 
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