Ponte de Mizarela / Ponte dos Frades

IPA.00000752
Portugal, Braga, Vieira do Minho, União das freguesias de Ruivães e Campos
 
Ponte reconstruída no séc. 19, sobre uma pré-existência medieval, de cavalete sobre um arco ligeiramente apontado. A ponte implanta-se sobre dois altos rochedos encontrando-se a uma altura considerável em relação ao leito do rio, sustentada por um só arco de grande amplitude.
Número IPA Antigo: PT010311140006
 
Registo visualizado 1204 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Transportes  Ponte / Viaduto  Ponte pedonal  Tipo arco

Descrição

Ponte de cavalete sobre um arco ligeiramente apontado. As aduelas são estreitas e compridas de extradorso irregular. Mostra três níveis de agulheiros destinados às vigas dos cimbres. As guardas são de cantaria de granito e o pavimento de lajes de granito. O arco mede c. de 13 m de abertura.

Acessos

Ruivães, Lugar de Frades, EN 103

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 42 007, DG, 1ª Série, nº 265 de 06 Dezembro 1958 / Decreto n.º 45/93, DR, 1ª Série-B, n.º 280, de 30 novembro 1993

Enquadramento

Rural, isolado, sobre o rio Rabagão no seu curso de montanha implantando-se sobre altos penedos, numa garganta estreita e escarpada, servindo a antiga via de entrada no baixo Barroso ao longo do vale do Cávado. A ponte faz a separação entre o Lugar de Frades, antiga freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho, distrito de Braga, e Sidrós, freguesia de Ferrel, concelho de Montalegre, distrito de Vila Real.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: ponte

Utilização Actual

Transportes: ponte

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Época medieval - construção da ponte; séc. 19, início - reconstrução da ponte; 1809, 17 maio - o exército francês de Soult passa pela ponte fugindo à perseguição das tropas anglo-lusas de Wellesley.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura de granito.

Bibliografia

Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. II, Distrito de Braga, p. 69; ASSIS, Francisco de, FERREIRA José Carlos, Pontes de Vieira do Minho, in Diário do Minho, 26 Janeiro 2006, pp. 22-28; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74387 [consultado em 11 janeiro 2017].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGEMN: DREMN, DSID

Documentação Administrativa

DGEMN: DREMN

Intervenção Realizada

DGEMN: 1970 - Limpeza e corte da vegetação que envolve o arco e os muros de apoio, consolidação de pontos em desagregação, ajustamento da guarda e trabalhos vários complementares; 1971 - consolidação das alvenarias do tabuleiro e muros suporte.

Observações

A ponte encontra-se associada à crença popular que se espalhou por todo o Minho, segundo o qual as mulheres que tivessem problemas de gestação podiam encontrar a solução na ponte, para tal teriam de estar na ponte à meia-noite e esperar pela primeira pessoa que ali aparecesse a partir daquela hora, e antes do nascer do sol. Quando aparecia uma pessoa lançava-se um caneco ao rio, preso por uma corda, e deitava-se água no ventre da mulher dizendo "eu te baptizo criatura de Deus. Se fores rapaz serás Gervásio, se fores rapariga serás Senhorinha. Em louvor de Deus e da Virgem Maria Padre Nosso e Avé Maria". A ponte encontra-se ainda associada à lenda que terá sido construída pelo diabo, como apelo de um criminoso que queria passar o rio em fuga e que teria vendido a sua alma em troca de uma passagem para a outra margem. Ao chegar ao outro lado a ponte terá desaparecido. Um dia a morte bateu-lhe à porta dizendo "venho-te buscar à alma do diabo", aterrorizado o homem mandou chamar um padre para quebrar o pacto com o diabo. O padre ao ir em auxílio do homem não consegui também passar o rio Rabacão, no local onde o diabo teria feito aparecer a ponte. Foi então que disse "por Deus das águas puras do Rabagão ou pelo diabo das pedras negras, pareça aqui uma ponte de pedra". Na outra margem apareceu o diabo, e o padre assustado aspergiu a água benta que levava consigo, aparecendo então a ponte e gritando "arrebenta tu diabo que esta alma não é tua" e lá consegui seguir caminho e salvar o criminoso que se encontrava às portas da morte.

Autor e Data

Isabel Sereno / Paulo Dordio 1994

Actualização

 
 
 
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