Câmara Municipal de Castelo de Vide
| IPA.00007362 |
Portugal, Portalegre, Castelo de Vide, Santa Maria da Devesa |
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Arquitectura política e administrativa, barroca e vernácula. Casa nobre cuja construção remonta à segunda metade do séc. 16 mas que se prolongou pelo séc. 17; possui escadaria de aparato, cunhais de granito, janelas de sacada, portas rematadas por frontões triangulares também em granito, grades em ferro forjado, azulejos em azul e branco com grinaldas, concheados e albarradas, as armas de Portugal e de Castelo de Vide em molduras com aletas, contracurvados e fogaréus. |
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Número IPA Antigo: PT041205020044 |
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Registo visualizado 402 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Político e administrativo regional e local Câmara municipal Casa da câmara e tribunal
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Descrição
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Planta longitudinal, composta. Volumes articulados, massas dispostas na horizontal, em dois pisos, sendo a horizontalidade ligeiramente quebrada pela verticalidade da torre sineira a E. do edifício. Cobertura exterior telhado de quatro águas sobre o edifício, uma água sobre corpo anexo a E. e coruchéu sobre a torre sineira. Fachada principal a N., com embasamento em granito aparelhado e sete panos separados por pilastras adossadas à parede no mesmo material pétreo, estando os dois primeiros panos da esquerda recuados em relação aos restantes. O pano do extremo esquerdo do alçado é rasgado por um arco de volta perfeita assente sobre duas pilastras, que dá acesso a uma galeria que atravessa toda a largura do edifício ligando a R. Bartolomeu Álvares ao Lg. D. Pedro V, e por uma pequena janela quadrangular de verga recta com moldura em granito, por cima do arco; remate em beirado recto. O segundo pano corresponde à torre sineira, tem dois registos, o inferior rasgado por uma porta de verga recta, com moldura em granito e por uma pequena fresta com moldura no mesmo material, tem um relógio e uma inscrição; o segundo registo, separado do primeiro por uma cornija, tem um olhal; remate cornija sobreposta por dois pináculos nos extremos e por coruchéu. O terceiro pano tem dois registos separados por friso estreito, o inferior rasgado nos extremos do pano por duas portas de verga recta com moldura granítica, encimadas por frontões triangulares, que dão acesso ao posto de turismo e a gabinetes, e por duas pequenas frestas dispostas horizontalmente, com moldura do mesmo material, encostadas ao vértice interior dos frontões das portas, e o segundo registo é rasgado por duas janelas de sacada; remate em beirado recto. Quarto pano idêntico ao anterior mas, no piso inferior, tem um arco de volta perfeita assente sobre pilastras, fechado por grade em ferro com vidro, que dá acesso a uma galeria que atravessa o edifício, onde se encontra a porta principal de entrada no piso térreo e uma escadaria de acesso ao piso superior, e uma janela de sacada no piso superior. Quinto pano, estreito, rasgado por uma porta de verga recta com moldura em granito, de acesso a uma dependência que fica no vão da escadaria exterior e que actualmente é ocupada pela reprografia, e rematado por friso em granito. Os dois últimos pano são lisos e rematados por friso em granito, e correspondem ao corrimão de uma escadaria de acesso ao piso superior do edifício pelo exterior, o do sexto pano de um lance de escadas, a formar um ângulo de 45 graus, e o outro, do patim, recto. A fachada lateral direita tem três corpos em planos distintos, o inferior corresponde a um corpo avançado, tem embasamento em granito aparelhado, é limitado por cunhais do mesmo material, está dividido em três panos separados por pilastras também em granito e é rematado por friso liso em granito; num plano, mais recuado, vê-se parte da escadaria referida, limitada por corrimão em cantaria e pedra granítica, com pináculos nas extremidades, que vai dar a um terraço com um guarda-corpos em ferro; o terceiro plano, ainda mais recuado, parcialmente tapado pelas estruturas descritas, é rasgado por três portas de verga recta com molduras em granito que dão acesso ao salão nobre da Câmara Municipal; remate beirado recto sobreposto por escudo com as armas de Castelo de Vide com moldura granítica, com aletas e um frontão contracurvado com fogaréus nos acrotérios. Fachada lateral esquerda adossada a edifícios da malha urbana. Fachada posterior com embasamento em granito aparelhado, tem seis panos separados por pilastras em granito aparelhado, os dois primeiros panos, na extremidade esquerda do alçado, correspondem ao corrimão da escadaria exterior, são idênticos aos correspondentes na fachada principal; o terceiro pano, muito estreito, é rasgado por duas pequenas janelas quadrangulares com moldura em granito e remata da mesma forma que o primeiro; o pano seguinte é idêntico ao quarto pano da fachada principal. O Quinto pano tem duas janelas pequenas, rectangulares, com moldura granítica no registo inferior e duas janelas de sacada no superior. O último pano é rasgado por dois arcos de volta perfeita, geminados, assentes sobre pilastras em granito, que dão acesso a uma galeria que estabelece ligação com a R. Bartolomeu Álvares, sobrepostos por duas janelas pequenas, quadrangulares; remate em beirado recto. Por trás deste pano, acima do telhado, vê-se parte da torre sineira. INTERIOR: espaço diferenciado, dois pisos e sobreloja. Na extremidade O. do piso inferior galeria limitada a N., S. e O. por três arcos de volta perfeita, fechados por grades em ferro forjado com vidro, que dão, respectivamente, para a R. Bartolomeu Álvares, para o Lg. D. Pedro V e para uma escadaria de acesso ao piso superior do edifício, que a meio se divide em dois lanços sob os quais ficam duas dependências em que foram instalados serviços da Câmara, à esquerda o balcão de pagamento da água e do outro lado o serviço de reprografia; na parede E. da galeria fica a porta principal do andar térreo, com moldura recta, em granito, encimada por um brasão com as armas de Portugal; a galeria é coberta por três abóbadas cruzadas que descarregam em pilares de granito aparelhado adossados à parede, a central com fecho em granito; interior do piso térreo de planta longitudinal, divisões distribuídas ao longo de um corredor central coberto por uma abóbada de berço, do lado esquerdo gabinetes e posto de turismo, ambos com porta para o exterior (para a R. Bartolomeu Álvares), do lado direito os serviços de secção de pessoal e contabilidade e na extremidade do corredor instalações sanitárias; a meio do corredor, encostada à parede do lado esquerdo, escadaria de acesso ao piso superior, com três lances de escadas, com uma porta num patamar intermédio que dá para sobreloja que fica por cima da contabilidade e que actualmente não tem função específica. O acesso ao piso superior pode ser feito tanto pela escada interior como pela escadaria exterior no extremo O.; subindo a escada interior chega-se a um corredor em torno do qual se distribuem, à direita, a Secretaria e, à esquerda, os gabinetes dos vereadores e da secretária do Presidente da Câmara no estremo E., seguindo-se o gabinete do Presidente Câmara e o Salão Nobre; neste duas pinturas murais figurando uma paisagem bucólica da vila, a outra O Grito de Münch; no tecto figuram as quatro freguesias castelovidenses. Estas dependências estão ligadas entre si por portas; o salão nobre tem duas portas a O. que dão para um terraço onde desembocam os dois lances da escadaria exterior e é coberto por tecto em mansarda com as Armas de Portugal e de Castelo de Vide pintadas; o gabinete do Presidente da Câmara tem um silhar de azulejos figurativos, em azul e branco, a envolver as paredes, com concheados, asas de morcego, albarradas e grinaldas e é coberto por uma abóbada cruzada com as Armas de Castelo de vide pintadas ao centro, rodeadas por anjos, querubins, grinaldas e concheados. Na extremidade E. fica a torre sineira cujo acesso é feito por uma porta rasgada na fachada principal que dá para uma escada com quatro lanços e um corpo que também pertence à Câmara Municipal mas que não tem ligação com o espaço descrito anteriormente com duas pequenas dependências que estão por cima da galeria que atravessa deste lado o edifício, separadas por um corredor e uma escada em caracol que estabelece a ligação com o piso térreo. Cobertura abóbadas cruzadas nas galerias, salão nobre e gabinete do Presidente da Câmara, abóbada de berço nos corredores do piso térreo e superior e plana nos restantes espaços. Pavimentos em madeira nas salas do piso superior e tijoleira no piso térreo. |
Acessos
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Rua Bartolomeu Álvares. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,415495, long.: -7,455140 |
Protecção
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Incluído na Área Protegida da Serra de São Mamede (v. PT041214020015) |
Enquadramento
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Urbano, a fachada principal abre para R. calcetada a N., a fachada posterior para um Lg. a S. cujo centro é pavimentado com lages de pedra e tem uma R. de circulação à volta também calcetada, fachada lateral E. adossada a edifícios da malha urbana e fachada lateral O. encostada ao terreiro da Igreja de Santa Maria da Devesa. |
Descrição Complementar
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EPIGRAFIA: torre sineira: ESTA TORRE SE FES A CUS / TA DO POVO SENDO IUIS / DE FORA PEDRO TAVARES / DA SANTA E DEPUTADOS / ANTONIO RODRIGUES / MOUZINHO CASTELLO / BRANCO EIGNACIO CAR / DOZO CASTELLO BRANCO / ANNO 1720. |
Utilização Inicial
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Política e administrativa: câmara municipal |
Utilização Actual
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Política e administrativa: câmara municipal |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PINTOR: António Ventura Porfírio. |
Cronologia
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1569 - início da construção do imóvel; 1692 - conclusão das obras; 1721 - construção da torre do relógio; 1990 - António Ventura Porfírio termina as pinturas murais do salão nobre. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Alvenaria rebocada; granito nos cunhais, molduras de vãos, frisos, cornijas e soleiras de portas; cobertura de telha; pavimento tijoleira e madeira. |
Bibliografia
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KEIL, Luís, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre, Vol. 1, Lisboa, 1943; GIL, Júlio, As Mais Belas Vilas e Aldeias de Portugal, Lisboa, Verbo, 1984. |
Documentação Gráfica
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HRU: DGEMN/DSID; CMCastelo de Vide: GAT |
Documentação Fotográfica
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HRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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CMCV: década de 40 - obras de reestruturação do espaço como a escada interior que liga os dois pisos; 1976 - obras na zona da actual secretaria; 1988 - grades de ferro dos arcos laterais da galeria O.; tecto falso sobre a contabilidade, cuja estrutura é visível da sobreloja, repinte do tecto do salão nobre onde se lê a data 1988 a rodear as armas de Castelo de Vide*1. |
Observações
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*1 - trata-se de um repinte porque Keil já menciona a existência dessas pinturas em 1943. |
Autor e Data
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Helena Mantas e Marta Gama 2001 |
Actualização
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