Edifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia de São Pedro do Sul

IPA.00007197
Portugal, Viseu, São Pedro do Sul, União das freguesias de São Pedro do Sul, Várzea e Baiões
 
Arquitectura religiosa barroca. Igreja da Misericórdia barroca de uma só nave com capela-mor mais baixa e estreita e coro-alto. Nas fachadas, frontões triangulares curvos, e curvado e contracurvado, aletas, fogaréus e varandim de balaustres, Portal ladeado por pilastras com fuste decorado na zona superior, tendo varanda de sacada sobre o mesmo. Torre sineira adossada à fachada NE., coberta por coruchéu bolboso. Sacristia adossada à capela-mor. Revestimento azulejar monocromático com orla a azul e branco na fachada principal, solução igual à da Igreja da Misericórdia de Vouzela (v. PT021824120016). Coberturas em falsa abóbada de berço de madeira pintada. Retábulos de talha dourada e policromada rococós.
Número IPA Antigo: PT021816140013
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Edifício de Confraria / Irmandade  Edifício, igreja e hospital  Misericórdia

Descrição

Planta longitudinal, composta e irregular de volumes articulados e disposição horizontalista das massas, à excepção da torre. Coberturas de telhados diferenciados de 1 e 2 águas e coruchéu bolboso na torre. Embasamentos marcados. Fachada principal virada sensivelmente a S. com escadaria de degraus cortados pela curva da via pública que dá acesso ao pórtico principal de arco trilobado, ladeado por 2 grossos pilares e encimado por tripla janela de sacada recortada, a central de maiores dimensões e de arcos igualmente trilobados. As laterais com frontões triangulares curvos e a central encimada por frontão curvo fechado. Pilastras sobrepujadas por fogaréus. Como remate, frontão triangular curvo encimado por cruz. Em plano ligeiramente mais recuado, corpo da torre, com vão para escadaria que lateralmente dá acesso ao corpo, em plano inferior, que se adossa à fachada. Neste, através de patamar, porta de acesso ao interior, a que se sobrepõe janela rectangular de guilhotina, emoldurada e com avental. Sensivelmente na mesma cota, e no corpo da torre, janela emoldurada de arco rebaixado. Entablamento e, no topo, sineira de arco a pleno centro, com solução igual nas 4 faces da torre. Como remate, balaustrada com pináculos e cobertura por coruchéu bolboso, encimado por cruz metálica. Alçado O. com porta de arco abatido, ladeada por 2 fenestrações emolduradas com arco de recortes semelhantes. Pilastras, cornija e pináculos. Alçado tardoz: quase na totalidade adossado a construções. Alçado E. adossado a construção de comércio e habitação. INTERIOR de nave única, coro-alto, capela-mor e sacristia. Lado da entrada com porta rectangular e coro-alto, com balaustrada de madeira, assente em arco rebaixado policromado e iluminado por 3 janelões. Lado do Evangelho possui confessionário com porta de arco abatido policromado e janelão em plano superior de perfil e policromia iguais às da porta atrás referida. Altar de madeira policromada e imagens de santos, junto ao pé direito do arco triunfal. Lado da Epístola semelhante ao do lado fronteiro, à excepção de que este tem um púlpito sobre a porta e o janelão não dá para o exterior mas para a sala de convívio. Arco triunfal, a pleno centro, policromado. Falsa abóbada de berço de madeira pintada. Capela-mor tem, de ambos os lados, porta e janela semelhantes às da nave. Altar-mor, a que se tem acesso por 3 degraus recortados, de talha policromada com trono e sacrário, e a imagem de Stº. António. Abóbada de canhão em madeira policromada. Do lado da Epístola tem-se acesso à sacristia, que, por sua vez, através de escadaria, conduz ao corpo lateral que se adossa à igreja, e directamente a divisão incaracterística, comunicante também com o exterior. Dela outra escadaria dá acesso ao púlpito, ao coro-alto a divisões adaptadas e à torre sineira.

Acessos

Praça Solar da Lapa

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, em pequeno largo desnivelado, a meia encosta, adossado nos alçados tardoz e lateral a construções de habitação.

Descrição Complementar

Altares colaterais seguem a mesma tipologia do retábulo, com a zona central emoldurada por colunas de capitéis coríntios e sobrepujada por frontão interrompido.

Utilização Inicial

Religiosa: edifício de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Domingos Ribeiro ( construtor do forro da igreja )

Cronologia

1709 - por determinação do Juiz de Fora, encontrava-se embargada a obra da sacristia. Em 26 de Janeiro daquele ano, a requerimento de Natália Correia e suas irmãs, o reitor da Irmandade, João Cardoso Ferreira, prestava fiança e fazia petição ao Juiz de Fora, para que se pudesse demolir o que não estivesse bem e se prosseguisse com a obra da sacristia; 1711 - adjudicação do forro da capela ao imaginário Domingos Ribeiro de Santa Eulália, freguesia de Pindo, Penalva do Castelo, em que este se obrigava a acabar o forro, por si principiado, até à porta principal da mesma forma que estavam feitos já 2 lanços; 1798 - José Jacinto Rodrigues, compromete-se a fazer o campanário para a igreja.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Granito, rebocos, madeiras e azulejos.

Bibliografia

ALVES, Alexandre, Igrejas e Capelas Públicas e Particulares da Diocese de Viseu nos Séculos XVII, XVIII e XIX, São Pedro do Sul, in Beira Alta, vols. XXIV e XLVII, Viseu, 1965 e 1988; MOURO, Manuel Barros, A Região de Lafões (subsídios para a sua história), Coimbra, 1996; JORGE, Maria João Tavares; BIZARRO, Rosália Maria, Sintra da Beira, (policopiado), Biblioteca Municipal de São Pedro do Sul, s.d..

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

SCM de São Pedro do Sul: 1996 - recuperação geral do interior, dos telhados e dos rebocos.

Observações

*1 - é denominada capela de Santo António, cuja festa se celebra com uma novena de 13 dias, terminando no dia do Santo. Possuía uma grande Irmandade composta por 14 freguesias, em que os Irmãos eram obrigados a acompanhar à sepultura os Irmãos defuntos.

Autor e Data

João Carvalho 1999

Actualização

 
 
 
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