Jardim Zoológico e de Aclimatização de Lisboa
| IPA.00007007 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, São Domingos de Benfica |
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Quinta de recreio adquirida para transformação em jardim zoológico, pelo carácter apresentado relativamente à fauna que expõe permanentemente. Valor paisagístico das espécies vegetais que alberga. | |
Número IPA Antigo: PT031106390437 |
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Registo visualizado 1581 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Residencial unifamiliar Quinta
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Descrição
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Espaço fechado, de forma trapezoidal, constituído pelo somatório sucessivo de parcelas, pertencentes a diferentes espaços com características distintas é delimitado a O . pela Est. de Benfica, a E. pela Est. das Laranjeiras, e a S. pela Pç. de Sete Rios, a Pç. Marechal Humberto Delgado. A partir da antiga entrada, na Est. de Benfica desenvolve-se um eixo que culmina no Palácio do conde de Farrobo, atravessando, longitudinalmente o seu Jardim formal, fronteiro ao edifício. A partir deste eixo, e dadas as alterações sucessivas impostas ao jardim, nomeadamente pela anexação de terrenos adjacentes, o sistema de caminhos apresenta-se totalmente orgânico em toda a extensão do jardim. O Jardim é constituído por dois espaços distintos, o ANIMAX e o Jardim Zoológico propriamente dito; no conjunto oferece desde a exposição permanente de fauna proveniente das mais variadas partes do globo aos espectáculos de carácter lúdico, tal como o espectáculo dos golfinhos, jardim dos pequeninos, passeios de barco; recinto de merendas. A entrada actual, a S., é permitida pelo portão gradeado que se abre no muro que nos leva à primeira área, de entrada livre, em que um recinto longilíneo distribui os visitantes pelas diferentes actividades oferecidas pelo ANIMAX, diversos espaços de restauração, carroceis, lojas e um lago de grandes dimensões onde é permitido realizar passeios de barco. Na extremidade SO. da área do jardim, junto ás bilheteiras para o Jardim Zoológico, desenvolve-se um roseiral de dimensões consideráveis. Um circuito de teleférico permite gozar uma vista aérea sobre o recinto do Jardim Zoológico e, pontualmente, identificar pontos de referência exteriores. Por toda a área estão disponíveis equipamentos vários como: bares, sanitários, telefones, multibanco. Relação visual com o exterior a partir do gradeamento metálico que delimita grande parte do seu perímetro. Do exterior, nomeadamente a partir do Eixo N. / S., é possível desfrutar de uma panorâmica global sobre o Jardim Zoológico. Possui um obelisco levantado a comemorar a Guerra Peninsular, com a inscrição "Á constante e heróica lealdade da Nação Portuguesa, ao valor e disciplina dos seus soldados que, pelejando debaixo das ordens dos mais abalisados generais, pelos altares e casas da sua adoração e habitação debelaram em campal batalha, os inimigos e levaram as bandeiras vitoriosas muito além dos pirinéus com assombro de todos e alcançaram o mais famoso e formoso triunfo. Á prudência, zelo e vigilância dos governadores do reino de Portugal e dos Algarves que, fiéis aos mandados do soberano regeram os povos na paz e na guerra com justiça e desinteresse. Joaquim Pedro Quintela Barão de Quintela Fez levantar este padrão Ano 1817." "Ao muito alto e poderoso senhor D. João VI, Rei Fidelíssimo e sempre Augusto de Portugal, do Brasil e dos Algarves que havendo quebrado com imortal glória do nome Português, o Jugo da tirania que oprimia seu povo, vencidos os Franceses e obrigados a sair das terras de Portugal por suas acertadas providências e contraído gloriosas alianças por meio de desposórios com as reais casas espanhola e imperial austríaca, foi exaltado ao trono por falecimento da sua Augusta mãe, a senhora D. Maria I de saudosa memória. Joaquim Pedro Quintela Barão de Quintela Em testemunho de fiel vassalagem e profundo respeito consagrou esta memória Ano 1817". Possui quatro bustos. de Adriano Coelho, director do Jardim, em bronze, surgindo, no mesmo material, com pedestal de cantaria, o do Coronel J.A. Ferreira Madail, director do Jardim; o terceiro é o busto de Fernando Emídio da Silva, administrador do Zoo e o de bronze de Manuel Emídio da Silva, também administrador do espaço. |
Acessos
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Praça Marechal Humberto Delgado; Estrada de Benfica. |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297 de 21 dezembro 1974 *1 |
Enquadramento
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Urbano. Destacado da malha urbana. Área sensivelmente plana. |
Descrição Complementar
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«Lisboa, a única das capitais da Europa que ainda não possui um parque para recreio dos seus habitantes, vai dentro em breve dispor de uma das mais formosas quintas que se encontramos seus arredores, a famosa Quinta das Laranjeiras, que ainda hoje evoca as tradições faustosas da sociedade do tempo do conde de Farrobo. Não tem mais de 10 hectares o formoso parque, para onde vão ser transferidas as instalações do actual Jardim Zoológico, que ainda hoje se acham num recinto acanhado e impróprio, sem encantos naturais, (...) está a Quinta das Laranjeiras, que é um verdadeiro parque, gradeada por todos os lados, com as suas avenidas amplas e as suas estreitas áleas, traçadas caprichosamente; os seus cantinhos pitorescos e recôndidos, onde os namorados e os rouxinóis cantam os seus amores,...» (EMYGDIO DA SILVA, Fernando, História do Jardim Zoológico de Lisboa - Os Movimentados oitenta anos da sua meritória existência 1884 - 1964, Preâmbulo) |
Utilização Inicial
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Residencial: quinta |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: jardim zoológico |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Carlos França (1973); Raul Lino (1939). ESCULTORES: Anjos Teixeira (1926); Anjos Teixeira (filho) (1937); João da Silva (1935). |
Cronologia
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1894, 13 Maio - transferência para o Parque de Palhavã (local onde actualmente se situa a Praça de Espanha), terrenos contíguos, arrendados por 19 anos; 1905 - contrato de arrendamento da Quinta das Laranjeiras com o Conde de Burnay, pelo preço de 1 conto de réis por ano, acrescido de 10% das entradas; 1905, 2 Abril - fecho das portas em Palhavã; 1905, 28 Maio - inauguração do destino definitivo no Parque das Laranjeiras, conjunto constituído pelas Quintas das Laranjeiras e Águas Boas; 1913, 12 Março - Declaração do Jardim Zoológico como Instituição de Utilidade Pública; 1916, 7 Julho - É decidida a compra da Quinta das Laranjeiras e Mata das Águas Boas; 1926 - inauguração do busto de Adriano Coelho, director do Jardim, busto de bronze, realizado por Anjos Teixeira; 1927 a 1936 - 1ª remodelação. Construção da aldeia dos macacos. Raul Lino desenha o solar dos leões, a ilha dos ursos e o cerrado dos elefantes; 1928, 20 Janeiro - compra da Quinta de Santo António, contígua à Qtª das Laranjeiras, com cerca de 16 há e por preço inferior a 2$40 por m2. O Jardim Zoológico passa a compreender 26 ha; 1932 - perda de 700 árvores por causa da doença dos ulmeiros; 1935 - feitura do busto de bronze e pedestal de pedra do Coronel J.A. Ferreira Madail, director do Zoo, realizado por João da Silva; 1936, 16 Julho - falecimento de Manuel Emygdio da Silva, administrador e presidente da administração; 1937 - inauguração do busto de Manuel Emídio da Silva, administrador do Zoo, executado por Anjos Teixeira (filho); 1937 a 1960 - 2ª remodelação; 1939, Maio - constituição do grande roseiral delineado pelo arquitecto Raul Lino com espécies vindas de Inglaterra e França. Primeira grande transformação do Lago Grande; instalação de bancos; pinturas e plantações de árvores; 1940 a 1942 - compra pelo Estado do Palácio e Jardim das Laranjeiras e cedência do Jardim para exploração e conservação, com a completa transformação do traçado do Parque; beneficiação do Jardim de Buxo em frente ao palácio, execução de rede de água e esgotos; transformação da abegoaria para instalação radial para antílopes e pavimentação de passeios da Avenida Manuel Emygdio da Silva e construção de 3 dúzias de bancos de pedra; melhoramentos no roseiral, construção de grandes viveiros; 1941 - derrube de 300 árvores com o ciclone; 1943 a 1945 - cedência ao Jardim da azinhaga das Águas Boas; 1946 - conclusão dos trabalhos topográficos para levantamento de cartas; 1947 - transformação da Quinta de Santo António e trabalhos de pavimentação; 1948 - vedação de toda a Quinta de Santo António; 1960 - 3ª remodelação, com a cedência pelo jardim de terrenos (6.293 m2) por 2352 contos, cedência pela Câmara de um terreno da Quinta de Barbacena (10.420 m2) e outro da serventia de ligação da Estrada de Benfica com a Quinta das Laranjeiras (880 m2) por 452 contos; 1961 - inauguração solene da nova frente de Sete Rios; instalação do metropolitano frente ao Jardim; 1973 - concepção do busto de Fernando Emídio da Silva, administrador do Zoo, pelo arquitecto Carlos França; séc. 20, década de 80 - Câmara Municipal assume o pagamento do consumo de água; é estabelecido protocolo com o Ministério da Educação para pagamento da entrada dos alunos das escolas oficiais; cedência de subsídios por parte de várias instituições; 1985 - criação do Programa Europeu para espécies ameaçadas que permite manter e aumentar os efectivos de determinadas espécies; 1992 - preocupação pela actividade educativa; 1996 - criação do Centro Pedagógico e Quintinha. |
Dados Técnicos
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Construção de instalações apropriadas às necessidades específicas dos diferentes animais e de acordo com as normas de segurança, necessárias à circulação do público. |
Materiais
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INERTES: pavimentos em terra batida e pré fabricados. VEGETAL: àrvores - amoreira negra (Morus nigra), casuarina (casuarina sp.), olaia (Cercis siliquastrum), cedro do Buçaco (Cupressus lusitanica), jacarandá (Jacaranda mimosifolia, D. Don), magnólia (Magnolia grandiflora), palmeiras, pinheiro de halepo (Pinus halepensis), plátanos (Platanus orientalis L.), tílias (Tilia sp). |
Bibliografia
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EMYGDIO DA SILVA, Fernando, História do Jardim Zoológico de Lisboa - Os Movimentados oitenta anos da sua meritória existência 1884 - 1964, Lisboa, 1965; EMYGDIO DA SILVA, Fernando, História do Jardim Zoológico de Lisboa, 1971, Lisboa, 1971; FERREIRA, Rafael Laborde, VIEIRA, Victor Manuel Lopes, Estatuária de Lisboa, Lisboa, Amigos do Livro, Lda., 1985; GOUVEIA, Norberto, História do Jardim Zoológico de Lisboa 1971 - 1991, Lisboa, 1991; GARCÊS, José, Jardim Zoológico - História do jardim Zoológico de Lisboa em Banda Desenhada, Lisboa, 1997; O Livro do ZOO, Guia do Jardim Zoológico de Lisboa, Lisboa, Editorial O Livro, 1997. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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UE |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Transformações totais por forma a permitir a instalação de animais provenientes das mais diversas partes do mundo. |
Observações
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Grande colecção de espécies animais provenientes de várias partes do mundo. Destaca-se o pato real e a colónia de Goraz. *1 - DOF: "Palácio dos Condes de Farrobo, incluíndo os jardins e o chafariz localizado na Estrada de Benfica junto à Azinhaga que limite a Norte o Jardim Zoológico". Com o Decreto nº 5 de 19 de Fevereiro de 2002 foi determinada a alteração da designação passando a ter a seguinte redacção: " Palácio e Jardins do Conde de Farrobo (conjunto intramuros), no qual se encontra instalado o Jardim Zoológico, delimitado nomeadamente pela Estrada de Benfica, pela Praça do Marechal Humberto Delgado, pela Estrada das Laranjeiras, pela Travessa das Águas Boas e pela Rua de Xavier de Oliveira". Horário: Verão das 9 h - 20 h, Inverno das 9 h - 18 h. Contacto para elaboração da ficha com Drª. Ana Simões. |
Autor e Data
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Paula Simões 1998 |
Actualização
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